image/svg+xml
Percepção d
a
s
ustentabilidade
c
orporativa a partir de
p
ráticas
d
ivulgadas pela
g
overnança de
e
statais
Davi Jônatas Cunha Araújo
Doutor em Ciências Contábeis
Universidade Presbiteriana Mackenzie, UPM, Brasil
davijonatasss@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/6065443356879996
https://orcid.org/0000
-
0002
-
7819
-
5691
Renata Paes de Barros Câmara
Doutora em Engenharia Mecânica
Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Brasil
rpbcamara@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/822463
8490191737
https://orcid.org/0000
-
0001
-
6953
-
9811
Sheila Alice Gajadhar Araújo
Mestre em Ciências Contábeis
Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Brasil.
sheilalicegajadhar@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/6093163779941621
https://orcid.org/0000
-
0001
-
6310
-
2723
Disponibilidade
:
https://doi.org/10.5965/2764747112222023066
Data de Submissão:
9 de dezembro de 2022
Data de
Aprovação:
22 de fevereiro de 2023
Edição:
v. 12, n. 22, p.
0
66
-
0
91
, jun. 2023
image/svg+xml
67
Percepção
da sustentabilidade corporativa a partir de práticas divulgadas pela
governança de estatais
R
esumo
Objetivo:
Investigar
a percepção acerca da sustentabilidade corporativa
por meio
de
práticas divulgadas pela governança de estatais federais de controle direto da União.
Método
(s)
:
Pesquisa
de natureza exploratória, com abordagem qualitativa e análise de
relatórios corporativo
s. A análise de conteúdo ocorreu por meio do levantamento do
compliance
entre os relatórios de gestão das estatais ao
framework
da
Global Reporting
Initiative
, via atendimento das diretrizes econômicas, ambientais e sociais recomendadas pelo
órgão normativ
o.
Resultados:
Sustentabilidade
corporativa
é
percebida como execução de
normas e práticas de redução de custos
pela governança
. A governança das empresas públicas
e das sociedades de economia mista não apresentaram percepção adequada acerca da
sustentabil
idade corporativa como práticas voluntárias, pois apenas atenderam às exigências
decorrentes de eventuais fiscalizações.
Para a governança das estatais, apresentar que as
diretrizes do pilar econômico, ambiental e social estavam sendo cumpridas foi uma for
ma de
se apresentarem mais eficientes.
As diretrizes ambientais foram as menos cumpridas, apesar
de muitas das estatais desempenharem o uso racional da água, consumo eficiente da energia,
gerenciamento de resíduos e a coleta seletiva solidária.
Contribuiçõ
es:
As governanças das
estatais também não se apresentaram socialmente responsáveis, apesar de seus índices sociais
apresentarem melhores desempenhos do que os ambientais. As estatais resumiram o pilar social
ao oferecimento de treinamentos para seus funci
onários
,
e
divulgaram o atendimento de
diretrizes recomendadas nos pilares econômico, ambiental e social como respostas a
isomorfismo e como ferramenta de legitimidade.
Palavras
-
chave
:
Sustentabilidade Corporativa
.
Governança
.
Estatais
.
Perception of corporate sustainability based on practices disclosed by the governance of
state
-
owned companies
Abstract
Objective:
To investigate the perception of corporate sustainability based on practices
disclosed by the governance of federal state
-
owned companies directly controlled by the
Federal Government.
Methods:
This is an exploratory research, with a qualitative approach
a
nd analysis of corporate reports. The content analysis was carried out by surveying the
compliance between the management reports of the state
-
owned companies and the
Global
Reporting Initiative
framework, by compliance with the economic, environmental, an
d social
guidelines recommended by the regulatory body.
Results:
Corporate sustainability is perceived
as the enforcement of cost reduction standards and practices by the governance. The
governance of public companies and mixed
-
capital companies did not pr
esent an adequate
perception of corporate sustainability as voluntary practices, as they only complied with the
requirements resulting from possible inspections. For the governance of state
-
owned
companies, presenting that the guidelines of the economic, e
nvironmental, and social pillars
have been complied with was a way of presenting themselves as more efficient. Environmental
guidelines were the least complied with, despite the fact that many of the state
-
owned
companies carried out the rational use of wa
ter, efficient energy consumption, waste
image/svg+xml
68
management, and solidary selective waste collection.
Contributions:
The governances of
state
-
owned companies were not socially responsible as well, despite the fact that their social
indices had better performance t
han their environmental ones. State
-
owned companies
summarized the social pillar as for providing training for their employees, and disclosed the
compliance with recommended guidelines in the economic, environmental, and social pillars
as responses to isom
orphism and as a tool of legitimacy.
Keywords:
Corporate Sustainability. Governance. State
-
owned companies.
P
ercepción de la sostenibilidad corporativa a partir de prácticas divulgadas por la
gobernanza de estatales
Resumen
Objetivo:
Investigar la percepción acerca de la sostenibilidad corporativa por medio de
prácticas divulgadas por la gobernanza de estatales federales de control directo de la Unión.
Método (s):
Investigación de naturaleza exploratoria, con enfoque cualitativo y aná
lisis de
informes corporativos. El análisis de contenido se realizó mediante el estudio de
compliance
entre los informes de gestión de las empresas estatales a los
framework
, de la
Global Reporting
Initiative
, a través de la atención de las directrices eco
nómicas, ambientales y sociales
recomendadas por el organismo normativo.
Resultados:
La sostenibilidad corporativa se
percibe como la aplicación de normas y prácticas de reducción de costos por parte de la
gobernanza. La gobernanza de las empresas públicas
y de las sociedades de economía mixta
no presentaron una percepción adecuada acerca de la sostenibilidad corporativa como prácticas
voluntarias, ya que solo cumplían los requisitos derivados de posibles inspecciones. Para la
gobernanza de las empresas est
atales, presentar que las directrices del pilar económico,
ambiental y social estaban siendo cumplidas fue una forma de presentarse como más eficientes.
Las directrices ambientales fueron las menos cumplidas, a pesar de que muchas de las empresas
estatales
desempeñaron un uso racional del agua, un consumo eficiente de la energía, la gestión
de residuos y la colecta selectiva solidaria.
Contribuciones:
Las gobernaciones de las
empresas estatales tampoco se presentaron socialmente responsables, a pesar de que
sus índices
sociales presentaron mejores desempeños que los ambientales. Las empresas estatales
resumieron el pilar social ofreciendo capacitaciones para sus funcionarios, y divulgaron el
cumplimiento de las directrices recomendadas en los pilares económi
co, ambiental y social
como respuestas a isomorfismo y como herramienta de legitimidad.
Palabras clave:
Sostenibilidad Corporativa. Gobernanza.
Estatales.
Introdução
O
framework
d
a
Global Reporting Initiative
(
GRI
)
se tornou o padrão mais aceito pelas
entidades públicas por instrumentalizar a sustentabilidade corporativa (2016). A
sustentabilidade corporativa passou a ser interpretada como medida de vantagem competitiva,
com foco na criação de valor sustentável para
as entidades (Folan
et al.
, 2005; Elmaci
et al.
,
2016). Sob influência da GRI, o valor sustentável passou a ser mensurado pelo desempenho
das práticas executadas pela governança nas dimensões econômica, ambiental e social; e se
tornou uma medida maior de
valor agregado por conter uma maior gama de informações
gerenciais dessas companhias.
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69
Diferentes contextos institucionais podem revelar a maneira como as práticas de
sustentabilidade corporativa são divulgadas pelos agentes da governança e como influenciam
o desempenho alcançado pelas entidades públicas (Kim
et al.
, 2013; Ortas
et al.
, 2015). O
desempenho sustentável
por meio
de práticas divulgadas pela governança não desconsidera os
fatores do ambiente econômico, regulatório, de mercado e da sociedade em g
eral,
independente
mente
destes, o contexto das práticas de sustentabilidade representa peça
-
chave
para evidenciar como o desempenho sustentável pode ser alcançado pelas entidades públicas
(Miroshnychenko
et al.
, 2018).
As características dos conselhos e do
s comitês de governança influenciaram a maneira
com que os agentes da governança divulgam as práticas de sustentabilidade corporativa (Liao
et al.
, 2015). Grande parte dos agentes divulgam essas práticas com o interesse de
permanecerem ocupando seus
cargos de governança por uma maior extensão de tempo, em
detrimento a agregarem valor sustentável às operações das estatais (
Cai
et al.
, 2011;
Oh
et al.
,
2011; Dam
et al.
, 2013; Wang
et al.
, 2014; Teixeira
et al.
, 2017; Hussain
et al.
, 2018).
Ao propor inv
estigar a percepção da sustentabilidade corporativa
por meio
de relatórios
divulgados pela governança de estatais, es
t
a pesquisa vai além da constatação, por exemplo,
de quais relações existem entre as características da governança e os fatores que motivam
a
divulgação. Para que essa investigação fosse viabilizada, esse estudo buscou responder o
seguinte questionamento:
qual a percepção de sustentabilidade corporativa ao se investigar
práticas divulgadas pela governança de estatais federais de controle dire
to da União?
A motivação para es
t
e estudo foi analisar como a sustentabilidade corporativa pode ser
percebida pelos usuários ao se tratar de práticas econômicas, ambientais e sociais divulgadas
pela governança de estatais federais de controle direto da Uni
ão, além de fatores externos ou
de características dos comitês de governança. As empresas públicas e sociedades de economia
mista foram escolhidas por
se
situarem em um ambiente regulamentado com estrutura
normativa rígida, mas com um ambiente corporativo
mais dinâmico em relação às demais
empresas (
Santana
, 2006). Ambos os tipos representam a forma mais direta de intervenção do
Estado, devido
a
controlarem a maior parte dos setores de produção de bens intermediários à
sociedade.
Os produtos e serviços das
estatais mantem uma relação direta com o atendimento às
demandas do governo e da sociedade, o que as obriga a apresentarem um desempenho
corporativo sustentável que
se
assegure
e se mantenha
ao longo dos anos.
E esta é a lacuna que
o estudo proposto busca
esclarecer:
se
a
continuidade das estatais, tanto públicas, como
sociedades de economia mista, asseguram o atendimento das demandas da sociedade a longo
prazo
; e
se
essa continuidade
pode estar atrelada a como a sustentabilidade corporativa
dessas
empresas
é percebida
por
seus
agentes da governança.
Ademais, a
importância des
t
e estudo
está em expandir o conhecimento acerca da percepção da sustentabilidade corporativa tanto
pelo ambiente interno como externo às estatais, sob o enfoque das práticas divulgadas via
pilares eco
nômico, ambiental e social em empresas públicas e sociedades de economia mista.
Referencial Teórico
Governança,
s
ustentabilidade
c
orporativa e
d
ivulgação de
i
nformações
Enfoque
n
ormativo e
g
erencial
.
A Comissão Europeia do Meio Ambiente (CEMA)
foi um
dos primeiros órgãos a estabelecer normas e políticas voltadas a estruturação do
processo de avaliação da sustentabilidade corporativa nas empresas públicas (
Comissão
Europeia do Meio Ambiente
, 2020). As normas do CEMA
são
distribuídas entre as seguintes
image/svg+xml
70
á
reas de atuação dessas empresas: capital natural, economia verde, saúde, direitos dos países
membros, desafios globais e conhecimento (
Comissão Europeia do Meio Ambiente
, 2020).
Políticas ambientais de proteção da vida selvagem, solo, mares e florestas rep
resenta
m
o capital natural. Inovação, eficiência de recursos, prevenção e gerenciamento de resíduos
fazem p
arte da área denominada economia verde. Ações para prevenção da poluição sonora e
do ar, manutenção de água limpa e segurança na utilização de produt
os químicos
representam
a área da saúde
;
e as ações voltadas para aplicação da legislação ambiental
representam
a área
do direito.
Os desafios globais
incluem as a
ções decorrentes de mudanças climáticas e da estrutura
do trabalho no ambiente interno das em
presas públicas
, e
a área do conhecimento
concentra
o
desenvolvimento de métodos científicos para aprimorar políticas ambientais. A
International
Organization for Standardization
(ISO)
,
ou Organização Internacional de Padronização
,
foi
outra organização que também
contribui
u
para
estruturar os processos de mensuração do
desempenho sustentável corporativo (
International Organization for Standardization
, 2020) nas
empresas públicas.
A ISO
foi criada em 1946 e atuou inicialmente com o desenvolvimento de normas
voltadas para melhoria do processo produtivo em indústrias. A organização estabeleceu
padrões que poderiam ser adaptados para mensurar a sustentabilidade somente em 1971. Neste
mesmo a
no, a organização se voltou para questões ambientais com a criação de dois comitês
técnicos para certificação da qualidade da água e do ar e lançou a norma 14001 em 1996 como
primeiro padrão de gerenciamento ambiental.
As diretrizes de identificação e cont
role do impacto ambiental da ISO 14001 lançaram
as primeiras intuições para que sistemas de avaliação da sustentabilidade corporativa fossem
criados (
International Organization for Standardization
, 2020) em empresas públicas. Em
2010, a ISO lançou a norma
26000 com diretrizes de responsabilidade social para subsidiar os
processos de avaliação da sustentabilidade nessas entidades e recomendações de práticas
organizacionais para uma boa governança (
Associação Brasileira de Normas Técnicas
, 2010).
A ISO 26000
ensaiou a avaliação da sustentabilidade corporativa com recomendação
de procedimentos para integrar a responsabilidade social a outras organizações, avaliar a
melhoria de seu desempenho e recomendar iniciativas voluntárias (
Associação Brasileira de
Normas
Técnicas
, 2010). A abordagem da ISO 26000 deu ênfase
à
sustentabilidade como um
dos temas alternativos da responsabilidade social, o que levou boa parte da literatura a tratá
-
la
como sua base conceitual (
Carrol
, 1999).
Em 2011, a ISO reforçou a avaliação d
as ações desempenhadas no pilar ambiental por
meio da norma 50001, que estabeleceu procedimentos para gerenciar a eficiência energética,
redução de custos e melhoria do desempenho energético na produção. Em 2018, a ISO reforçou
a avaliação do desempenho no
pilar social ao emitir normas para estruturar os sistemas de
gerenciamento de segurança e saúde ocupacional, com o objetivo de reduzir doenças e lesões
no ambiente de trabalho (
International Organization for Standardization
, 2020).
Os Princípios para
Investimentos Responsáveis das Nações Unidas (
United Nations
Principles for Responsible Investment
,
UNPRI) foi uma das primeiras propostas de
framework
da O
rganização das
N
ações
U
nidas
para normatizar o desempenho sustentável corporativo
(
Unite
d…
, 2020). O
framework
foi inicialmente destinado
à
avaliação de investimentos
sustentáveis, mas sua principal contribuição foi apresentar diretrizes para mensurar o
desempenho ambiental, social e de governança via indicadores não financeiros (2020).
Para as empresas
públicas, a primeira iniciativa para formalizar o uso de indicadores de
sustentabilidade corporativa ocorreu por parte da Diretiva 2003/51 de Modernização das
Contas emitidas pela União Europeia (Bassen
et al.
, 2008;
The EU…
, 2020). A diretiva
estabeleceu
que a avaliação da sustentabilidade deveria abranger aspectos não financeiros por
image/svg+xml
71
meio de indicadores ambientais e sociais para que o desempenho sustentável dessas empresas
fosse melhor compreendido (
The EU…
, 2003).
Após emitir a Diretiva 2003/51, o govern
o do Reino Unido publicou diretrizes para
elaboração de indicadores
-
chave como suporte para avaliação do desempenho ambiental e
social (Bassen
et al.
, 2008) nas empresas públicas. O Comitê Extraordinário sobre Finanças da
Sociedade Alemã dos Profissionais
de Investimento (
German Society of Investment
Professionals
,
DVFA) aplicou a Diretiva como recomendações para elaborar os relatórios de
evidenciação do desempenho ambiental e social.
Os padrões da DVFA propuseram uma espécie de
“
selo sustentável
”
à
s empresas
públicas que atendessem os critérios de avaliação de desempenho ambiental e social, e
elaborassem seus relatórios em conformidade a esses critérios (
German Society of Investment
Pr
ofessionals
, 2020). O enfoque gerencial do desempenho sustentável corporativo partiu das
informações divulgadas pela contabilidade financeira para auxiliar os tomadores de decisão no
uso de mecanismos para mensurá
-
lo e avaliá
-
lo (
Hammad
et al.
, 2012).
O CE
MA, ISO
,
União Europeia
e
DVFA
foram responsáveis por instrumentalizar a
sustentabilidade corporativa
por vias normativas
e com base na contabilidade financeira
, se
estendendo
à
s
empresas públicas
. Cada uma das normas deliberadas por esses órgãos
acrescentou aspectos que serviram para que a sustentabilidade tivesse seu funcionamento
avaliado pela governança das empresas públicas
ou
sociedades de economia mista; e mais
adiante, pelos órgãos de fiscalização e controle externo
com base nos parâmetros
da
contabilidade financeira
.
Apesar dos esforços
d
esses órgãos
em
instrumentalizar
a
sustentabilidade corporativa,
somente adiante é que
essa abordagem
passou a utilizar
a contabilidade gerencial como base
conceitual e principal fonte de informação
em
seu processo de mensuração e
avaliação (
De
Beer
et al.
, 2006; Pfitscher, 2004).
Alguns autores defenderam que a adaptação de artefatos gerenciais para avaliar a
sustentabilid
ade corporativa caracterizou uma avaliação de desempenho organizacional
aprimorada (Hřebíček
et al.
, 2011). A elaboração e inserção de métricas que refletissem o
desempenho econômico, ambiental e social como processo de avaliação da sustentabilidade
corpor
ativa modificou a visão dos sistemas de avaliação de desempenho organizacional
(Kaplan
et al.
, 1997).
A governança e as gerências das entidades públicas passaram a utilizar o sistema de
avaliação de desempenho para coordenar o alinhamento entre indicadores
de sustentabilidade,
funções organizacionais e níveis hierárquicos (Melnyk
et al.
, 2004)
, o
que resultou em um
enfoque da
sustentabilidade
que pode ser
mensurad
o
via desempenho econômico, social e
ambiental
por meio
da quantificação da informação por indicadores de desempenho (Hřebíček
et al.
, 2011).
Esse enfoque é o que instrumentaliza a sustentabilidade corporativa atualmente;
e
se
encontra em constante adaptação devido
à
s diferentes atividades internalizadas pelas
empresas
; e especialmente
,
as públicas
.
Padrões de Relatório Global
–
Global Reporting Initiative
(GRI)
.
A GRI iniciou suas
atividades em 1997 como pioneira em estabelecer diretrizes baseadas na teoria dos três pilares
para mensurar a
sustentabilidade corporativa e evidenciá
-
las em relatórios de sustentabilidade
(
Global Reporting Initiative
, 2020). A organização formada por empresas, associações civis e
outras entidades foi fruto de uma iniciativa conjunta entre a Coalizão para Economia
s
Ambientalmente Responsáveis e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) (Campo
s
et al.
,
2013).
As normas da GRI
se
tornaram as mais aceitas no mundo (
Global Reporting Initiative
,
2020), por definirem a sustentabilidade corporativa como a avaliação integrada do desempenho
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72
econômico, social e ambiental adaptáveis a qualquer organização. Os processos de mensuração
e avaliação do desempenho nas empresas públicas foram modificados ao
incorporarem as
diretrizes da GRI fundamentadas no novo conceito de sustentabilidade (Hřebíček
et al.
, 2011).
No caso das estatais, a GRI (2020) emitiu padrões que diminuíram a distância entre o
desempenho financeiro e não financeiro e permitiu a comparaçã
o da sustentabilidade
corporativa entre seus diversos setores de atuação. Os padrões da GRI apresentaram uma
estrutura modular e inter
-
relacionada com normas de orientação ao reporte de informações em
relatórios
,
e a avaliação do desempenho por atividades
econômicas, ambientais e sociais
(
Global Reporting Initiative
, 2020).
O Padrão Global consolidou diretrizes para organizações de todos os setores, com o
objetivo de orientá
-
las na evidenciação de como contribuem para a sustentabilidade e na
mensuração dos impactos econômicos, ambientais e sociais na sociedade. O GRI defendeu
o
Padrão Global como um avanço devido
à
sua estrutura flexível
,
com diretrizes mais claras e
linguagem mais simples. Essas diretrizes foram oriundas dos principais conceitos e normas do
GRI G4 aprimorados.
O Padrão Global foi dividido entre padrões univer
sais e específicos. Os específicos
englobaram três padrões que estabeleceram diretrizes como melhores práticas econômicas,
ambientais e sociais, em especial para as estatais (
Global Reporting Initiative
, 2016). A GRI
também disponibilizou um conjunto conso
lidado de suas normas, um glossário para auxiliar
em sua interpretação e três padrões de transição: água, efluentes e resíduos, saúde e segurança
do trabalho, como base para os que entrariam em vigor em 2020 e 2021.
Os padrões universais GRI 101, 102 e 103
introduziram diretrizes aplicáveis aos
relatórios de gestão das estatais. Essas normas foram publicadas em 2016 e entraram em vigor
em primeiro de julho de 2018 (
Global Reporting Initiative
, 2020). O GRI 101 dispôs de
diretrizes gerais como ponto de parti
da para as estatais que foram incentivadas a adotar o
modelo de relato integrado baseado no padrão global (
Global Reporting Initiative
, 2016),
mediante aprovação da Lei
nº
13.303 em 2016, comumente conhecida
“
Lei das Estatais
”
.
Com a aprovação dessa
lei, as estatais brasileiras foram incentivadas a adotarem o
modelo de Relato Integrado do Padrão Global da GRI (2016) para elaborarem seus relatórios
de gestão, integrando informações de sua governança e da sustentabilidade. A publicação dos
relatórios de
gestão no modelo de relato integrado se tornou obrigatória com a Decisão
Normativa nº
178/2019 do T
ribunal de
C
ontas da
U
nião
(TCU)
, que manteve as diretrizes de
todos os
frameworks
do Padrão Global da GRI (2016) para estrutur
á
-
los e divulg
á
-
los.
O
Padrão
Global da GRI
passou a ser utilizado como principal
framework
da
governança
de
empresas públicas para instrumentalizar a sustentabilidade
corporativa. As
ações executadas pelos diferentes níveis hierárquicos
na maior parte dessas
empresas passaram
a
ser executadas via desempenho econômico, ambiental e social
,
em conformidade com os
padrões do GRI 200, 300 e 400, que estabelecem diretrizes e indicadores que definem cada um
desses desempenhos respectivamente.
A governança das estatais passou a avaliar a
sustentabilidade corporativa nas estatais
com base em indicadores econômicos, ambientais e sociais dos padrões 200, 300 e 400;
evidenciado de maneira integrada com as práticas executadas pela governança e com foco na
criação de valor. Os
padrões do grupo
GRI 200 dispuseram diretrizes para avaliar o
desempenho das atividades econômicas, por meio de uma série de outros padrões e da
implantação de seus indicadores de desempenho
, assim como os padrões do grupo GRI 300
dispuseram diretrizes para mensurar o dese
mpenho das atividades ambientais
,
e os padrões do
GRI 400 para mensurar o desempenho das atividades sociais.
Os padrões
que compõe
m
o
grupo
do GRI
200
são
:
desempenho
econômico
(GRI 201)
,
presença
no mercado
(GRI 202)
,
impactos
econômicos
indiretos
(GRI 203)
,
práticas
de
image/svg+xml
73
aquisição
(GRI 204)
,
práticas
anticorrupção
(GRI 205)
,
comportamento
anticoncorrencial
(GRI 206)
e
impostos
(GRI 207)
.
Estes padrões abrangem desde o valor econômico gerado e
distribuído pela empresa pública, obrigações rel
acionadas a seus planos de benefícios e
assistência recebida pelo governo
,
até a práticas de elaboração dos relatórios fiscais com o
objetivo de aumentar a transparência e promover confiança e credibilidade de suas práticas
;
e
de seu sistema tributário.
Os
padrões
que compõe
m
o grupo do GRI
300
são
:
materiais
(GRI 301)
,
energia
(GRI
302)
,
água
e efluentes
(GRI 303)
,
biodiversidade
(GRI 304)
,
emissões
(GRI 305)
,
resíduos
(GRI 306)
,
conformidade
ambiental
(GRI 307)
e
a
valiação ambiental dos
fornecedores
(GRI
308)
. Estes padrões abrangem desde
a mensuração do impacto ambiental e das práticas de
utilização de materiais renováveis, não renováveis e de conservação desses recursos
pelas
empresas públicas
,
até
sua abordagem
para evitar e reduzir im
pactos ambientais negativos
em
sua
cadeia de suprimentos e
nas
práticas de avaliação d
e seus
fornecedores por critérios
relacionados à água, emissões de gases ou energia
.
Os padrões que compõe
m
o grupo do GRI 400 são:
emprego
(GRI 401)
,
relações
trabalho
-
empresa
(GRI 402)
,
saúde
e segurança ocupacional
(GRI 403)
,
treinamento
e
educação
(GRI 404)
,
diversidade
e oportunidades iguais
(GRI 405)
,
não
discriminação
(GRI
406)
,
liberdade
de associação e negociação coletiva
(GRI 407)
,
trabalho
infantil
(GR
I 408)
,
trabalho
forçado ou obrigatório
(GRI 409)
,
práticas
de segurança
(GRI 410)
,
direitos
dos povos
indígenas
(GRI 411)
,
avaliação
dos direitos humanos
(GRI 412)
,
comunidades
locais
(GRI
413)
,
avaliação
social de fornecedores
(GRI 414)
,
política
pública
(GRI 415)
,
saúde
e
segurança dos clientes
(GRI 416)
,
marketing
e rotulagem
(GRI 417)
,
privacidade
do cliente
(GRI 48)
e
conformidade
socioeconômica
(GRI 419)
.
Os padrões do grupo 400 abrangem
desde
as
condições de trabalho oferecidas pela
empresa pública, emprego e criação de
empregos por meio de contratação, recrutamento e retenção
,
até
o cumprimento de declarações,
convenções, tratados internacionais, regulamentos nacionais, regionais e locais nos campos
social e econômico pela
empresa.
Da abrangência conceitual dessas diretrizes foram definidos indicadores específicos
para que a execução de cada uma delas
, que caracteriza a sustentabilidade corporativa,
seja
mensurada
independe
ntemente
da estrutura, tamanho ou tipo de atividade
desempenhada pelas
empresas públicas
e demais empresas
.
Estudos Anteriores
Outros estudos foram
anteriormente desenvolvidos, levando em consideração aspectos
do ambiente interno e externo das empresas públicas
para mensurar o desempenho sustentável
das organizações
, como características dos agentes que compõe
m
a governança; ou suas
respectivas atuações em cargos diretivos, além de outros aspectos, conforme
apresenta
a Tabela
1
a seguir.
Tabela
1
Estudos anter
iores com seus principais resultados
.
Estudos
Principais resultados
Björkman
et al.
(2008)
A maneira como os agentes de governança executa
m
suas práticas e o
desempenho sustentável corporativo
foi
alcançado, s
ervi
ndo
como medida
para avaliar como o contexto institucional das práticas de governança
influenci
ou
o desempenho.
Cai
et al.
(
2011
)
A execução das práticas de governança pelos agentes revel
ou
um contexto
institucional favorável ao alcance de um melhor desempen
ho sustentável.
image/svg+xml
74
Dam
et al.
(2013)
A participação do Estado, de bancos e de investidores institucionais na
estrutura de capital de entidades públicas, inseridas as estatais, influenci
ou
a
maneira como a governança atu
ou
e o desempenho sustentável
foi
alcançado.
Liao
et al.
(2015)
Companhias com um maior percentual de mulheres no conselho, com
membros independentes ou com uma maior quantidade de investidores
apresentaram um melhor desempenho sustentável corporativo.
Dix
on
-
Fowler
et al.
(2017)
D
iferentes unidades de governança influencia
ra
m o desempenho sustentável
dessas entidades de diferentes maneiras; e especialmente, quando sua
governança
dispunha de
cargos de direção ambiental.
Teixeira
et al.
(2017)
O contexto institucional não favorável pode revelar que os agentes da
governança pod
em estar executando práticas
para se legitimarem em seus
cargos, em vez de agregarem valor sustentável
à
s suas operações.
Miroshnychenko
et al.
(2018)
Características institucionais da governança como tamanho do conselho,
relação com o mercado e estrutura de propriedade também
estiveram
relacionadas ao desempenho sustentável das companhias.
Fonte:
Elaborado
pelo autor (2023).
O estudo proposto avança em relação
aos apresentados na Tabela 2
, na medida em que
investiga
rá
como a sustentabilidade corporativa, como um conceito mais específico do que o
desempenho sustentável, está sendo percebida pelos agentes da governança das empre
sas
estatais e sociedades de economia mista, visto a maior parte
desses
estudos terem se
concentrado em empresas de outros setores e ramos; além de investigarem práticas
desempenhadas pela governança sem ter avaliado a percepção de seus agentes
acerca do q
ue a
sustentabilidade corporativa representa para eles
de maneira prévia
; e de como essa percepção
pode
influenciar
o desempenho
das companhias
.
Metodologia
A investigação foi realizada com a análise do conteúdo dos relatórios de gestão
publicados pelas
estatais federais de controle direto da União em seus
websites
institucionais
entre 2017 e 2019. O levantamento das práticas executadas pela governança foi efetuado pelo
atendimento ao
framework
Padrão Global da GRI (2016).
As 197 estatais federais
brasileiras apresentadas no panorama das estatais em 2020
foram selecionadas como universo da investigação (
Secretaria de Coordenação e Governança
das Empresas Estatais
, 2020). Das 197, foram retiradas as
subsidiárias e
as que continham sede
no exterior, d
evido
a
estarem situadas em outro ambiente legal e normativo
, o que poderia
enviesar os resultados do estudo proposto
ou impossibilitar a análise
dos relatórios
de gestão
de maneira padronizada
.
Foram retiradas
26 subsidiárias do Banco do Brasil
(BB)
, duas do Banco Nacional
de
Desenvolvimento
Econômico e Social
(BNDES)
, cinco da Caixa
Econômica Federal
, 69 da
Eletrobrás
S.A.
e
49
da Petrobrás
S.A.
,
permanecendo
as 46 estatais de controle direto da
União, dentre as quais 20 configuravam como sociedades
de economia mista e 26 como
empresas públicas. Das 46, 19 não apresentaram relatórios de gestão em seus
websites
entre
2017 e 2019, o que as levou a serem retiradas, resultando em 27 estatais participantes, dentre
as quais 16 são empresas públicas e 11 so
ciedades de economia mista
, conforme
a
Tabela
2
apresenta a seguir
.
Tabela
2
Estatais participantes do estudo
por natureza.
Estatais
Natureza
1. Banco da Amazônia S/A
–
Banco da Amazônia
Sociedade de economia mista
image/svg+xml
75
2. Banco do Brasil S/A
–
BB
Sociedade de economia mista
3. Banco do Nordeste do Brasil S/A
–
BNB
Sociedade de economia mista
4. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
–
BNDES
Empresa pública
5. Centrais Elétricas Brasileiras S/A
–
Eletrobras
Sociedade de
economia mista
6. Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S/A
–
CEITEC
Empresa pública
7. Companhia Docas do Espírito Santo
–
CODESA
Sociedade de economia mista
8. Autoridade Portuária de Santos
–
CODESP
Sociedade de economia mista
9. Empresa
Brasil de Comunicação
–
EBC
Empresa pública
10. Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural
–
PPSA
Empresa pública
11. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
–
ECT
Empresa pública
12. Empresa Brasileira de
Hemoderivados
–
HEMOBRÁS
Empresa pública
13. Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
–
INFRAERO
Empresa pública
14. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
–
EMBRAPA
Empresa pública
15. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
–
EBSERH
Empresa pública
16. Empresa de Pesquisa Energética
–
EPE
Empresa pública
17. Empresa de Planejamento e Logística S/A
–
EPL
Empresa pública
18. Empresa Gestora de Ativos
–
EMGEA
Empresa pública
19. Financiadora de Estudos e Projetos
–
FINEP
Empresa pública
20. Hospital de Clínicas de Porto Alegre
–
HCPA
Empresa pública
21. Hospital Nossa Senhora da Conceição S/A
–
CONCEIÇÃO
Sociedade de economia mista
22. Indústria de Material Bélico do Brasil
–
IMBEL
Empresa pública
23.
Indústrias Nucleares do Brasil S/A
–
INB
Sociedade de economia mista
24. Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A
–
NUCLEP
Sociedade de economia mista
25. Petróleo Brasileiro S/A
–
PETROBRAS
Sociedade de economia mista
26. Serviço Federal de Processamento de
Dados
–
SERPRO
Empresa pública
27. Telecomunicações Brasileiras S/A
–
TELEBRAS
Sociedade de economia mista
Fonte:
Adaptado
do Panorama das Estatais (2020).
As 27 estatais participantes
se
encontram distribuídas entre as cinco regiões do
Brasil:
Norte, Centro
-
Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul
, localizadas nos estados do Pará (1),
Goiás
/
Distrito Federal (12), Ceará (1), Rio de Janeiro (8), Espírito Santo (1)
,
São Paulo (1)
e
Santa Catarina (3)
.
As 27 estatais estudadas possu
em
controle acionário direto da União, com
12 delas dependentes de recursos do Tesouro Nacional e 15 não dependentes; e quanto a seus
setores de atuação, 22 atua
m
no setor produtivo e
cinco
no setor financeiro.
Para que os da
dos fossem coletados, as seções dos relatórios referentes ao detalhamento
das práticas executadas pela governança, de suas estratégias, alocação de recursos e do
desempenho econômico, ambiental e social alcançados pelas estatais foram analisados sob a
pers
pectiva da quantificação do conteúdo. O conteúdo foi quantificado
por meio
da leitura
prévia aos relatórios, para categorizar quais práticas de sustentabilidade corporativa foram
executadas pelo conselho fiscal e de administração, diretoria, comitê de audi
toria e auditoria
interna.
A categorização da percepção da sustentabilidade corporativa se deu entre as dimensões
econômica, ambiental e social por meio do
compliance
(se atendia ou não) às diretrizes dos
padrões 200, 300 e 400 do Padrão Global da GRI (201
6), que ocorreu da seguinte forma: para
cada prática do
framework
da GRI (2016) atendida no relatório de gestão foi atribuído
o valor
um (1) e na ausência desta, foi atribuído zero (0). Todas as práticas identificadas com um (1)
foram somadas para constata
r a quantidade de práticas executadas pelo conselho de
administração e fiscal, diretoria, comitê de auditoria e auditoria interna nas estatais nos pilares
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76
econômico, ambiental e social, por meio das diretrizes recomendadas pelos padrões
GRI
200,
300 e 400
e atendidas por cada uma das estatais participantes do estudo.
Do grupo do GRI 200 foram utilizados os seguintes padrões:
desempenho
econômico
(GRI 201),
presença
no mercado (GRI 202),
impactos
econômicos indiretos (GRI 203),
práticas
de aquisição (GRI 204),
práticas
anticorrupção (GRI 205),
comportamento
anticoncorrencial
(GRI 206) e
impostos
(GRI 207). Estes padrões foram selecionados por abranger desde o valor
econômico gerado e distribuído pela empresa pública, obrigações relacionad
as a seus planos
de benefícios e assistência recebida pelo governo
,
até as práticas de elaboração dos relatórios
fiscais com o objetivo de aumentar a transparência e promover confiança e credibilidade de
suas práticas; e de seu sistema tributário.
Do grupo
do GRI 300 foram utilizados os seguintes padrões:
materiais (GRI 301),
energia (GRI 302), água e efluentes (GRI 303), biodiversidade (GRI 304), emissões (GRI 305),
resíduos (GRI 306), conformidade ambiental (GRI 307)
e avaliação ambiental dos
fornecedores
(GRI 308).
Estes padrões foram selecionados por abranger desde a mensuração
do impacto ambiental e das práticas de utilização de materiais renováveis, não renováveis e de
conservação desses recursos pelas empresas públicas
,
até sua abordagem para evitar e
reduzir
impactos ambientais negativos em sua cadeia de suprimentos e nas práticas de avaliação de
seus fornecedores por critérios relacionados à água, emissões de gases ou energia.
Do grupo do GRI 400 foram utilizados os seguintes padrões:
emprego (GRI 40
1),
relações trabalho
-
empresa (GRI 402), saúde e segurança ocupacional (GRI 403), treinamento
e educação (GRI 404), diversidade e oportunidades iguais (GRI 405), não discriminação (GRI
406), liberdade de associação e negociação coletiva (GRI 407), trabalho
infantil (GRI 408),
trabalho forçado ou obrigatório (GRI 409), práticas de segurança (GRI 410), direitos dos povos
indígenas (GRI 411), avaliação dos direitos humanos (GRI 412), comunidades locais (GRI
413), avaliação social de fornecedores (GRI 414), pol
ítica pública (GRI 415), saúde e
segurança dos clientes (GRI 416),
marketing
e rotulagem (GRI 417), privacidade do cliente
(GRI 48) e conformidade socioeconômica (GRI 419).
Esses padrões foram utilizados por
abranger desde as condições de trabalho oferecid
as pela empresa pública, emprego e criação
de empregos por meio de contratação, recrutamento e retenção
,
até o cumprimento de
declarações, convenções, tratados internacionais, regulamentos nacionais, regionais e locais
nos campos social e econômico pela em
presa.
Análise de Resultados
Percepção
de
s
ustentabilidade
c
orporativa a partir
das práticas divulgadas nos relatórios
Práticas do desempenho econômico
.
Em 2017, 26 estatais se reportaram ao valor
econômico retido e distribuído, resultante da
diferença entre seus custos operacionais e suas
receitas, apesar das 27 selecionadas para o estudo terem apresentado seus montantes de receitas
e de custos operacionais no ano. Apenas oito estatais avaliaram os riscos e as oportunidades
decorrentes de muda
nças climáticas, com as respectivas ações de gerenciamento executadas.
Dentre as oito, somente cinco calcularam o impacto e o custo dessas ações para as estatais.
Os
resultados
econômicos
que
se
destaca
ram
como os mais
relevantes para definir a percepção da
sustentabilidade corporativa são
apresentados na
Tabela 3 a seguir.
Tabela 3
Principais práticas econômicas desempenhadas pelas estatais no triênio (2017
-
2019
)
.
2017
22 estatais afirmaram possuir uma
estratégia tributária implementada, com 17 revisando essa
estratégia; e 13, relacionando essa estratégia a abordagem do desenvolvimento sustentável.
image/svg+xml
77
2018
26 estatais permaneceram se reportando ao valor econômico retido ou, resultante da diferença
entre
o montante de suas receitas e de seus custos operacionais, apesar de todas as estatais permanecerem
divulgando suas receitas e custos como em 2017.
2019
26 estatais permaneceram com investimentos em infraestrutura e serviços de suporte, porém uma
de
ixou de calcular os impactos desses tipos de investimentos e duas deixaram de evidenciá
-
los. 21
permaneceram calculando e evidenciando os impactos econômicos indiretos dos investimentos
realizados em benchmarks.
Fonte:
Dados
da pesquisa (2020).
A
Tabela 3 evidenciou certa discrepância entre
a estratégia de sustentabilidade e
su
a
execução, especialmente no que diz respeito aos investimentos. Essa discrepância aponta que
a governança até compreende a importância de se adotar a estratégia
nas estatais
,
porém
com
indícios de uma implementação cerimonial, devido sua execução não ocorrer de maneira
alinhada
em
todas empresas
e na mesma intensidade
.
Treze estatais participaram de planos de aposentadoria, com sete delas dispondo de
planos de pensão para seu
s colaboradores. Dentre as sete, somente quatro apresentaram os
passivos estimados para cobertura de seus planos, com as respectivas bases das estimativas. As
governanças de 19 estatais apresentaram a participação do governo em suas estruturas
acionárias.
Seis delas afirmaram ter recebido benefícios e créditos fiscais; e cinco afirmaram
ter recebido subsídios, incentivos e outros benefícios.
Oito estatais informaram remunerar seus colaboradores acima do salário mínimo e
somente quatro calcularam a
proporção entre o salário mais baixo pago e o salário mínimo,
com duas delas tendo contratado agentes da alta administração da comunidade local. Todas as
estatais executaram investimentos em infraestrutura e serviços de suporte, com 23 delas
calculando os
impactos desses investimentos. Dentre as 23, 20 calcularam os impactos
econômicos indiretos sobre investimentos efetuados em benchmarks.
Dezoito estatais identificaram riscos relacionados à corrupção, 17 ofereceram
treinamento de práticas anticorrupção par
a os agentes de governança; e 16 ofereceram esse
treinamento para os demais empregados. Nenhuma das estatais apresentou casos de corrupção
confirmados em 2017. Além disso, somente uma estatal esteve envolvida em um processo
judicial por comportamento antic
oncorrencial, antitruste ou por práticas de monopólio.
Ainda em 2017,
22 estatais com uma estratégia tributária implementada, somente 19
dispuseram de uma estrutura de governança fiscal, controle e gestão de riscos; e 22 estatais
informaram ter assegurado
a divulgação de suas informações fiscais.
Outras 22 estatais
afirmaram participar de políticas públicas que favoreceram o engajamento das partes
interessadas e o gerenciamento de questões tributárias
,
com 20 delas divulgando suas
demonstrações financeiras
consolidadas e auditadas em relatórios fiscais.
Em 2018,
d
uas estatais deixaram de calcular os riscos e oportunidades derivados de
mudanças climáticas e uma deixou de apresentar suas ações de gerenciamento para essas
mudanças. Cinco estatais permaneceram calculando e evidenciando o custo dessas ações. Uma
estatal
passou a dispor de planos de aposentadoria e três passaram a dispor de planos de pensão.
Quatro
estatais passaram a evidenciar os passivos estimados para cobertura desses planos, com
três apresentando a base dessas estimativas.
Seis estatais passaram a ap
resentar o tempo definido para cobertura total dos planos de
aposentadoria e pensão; e cinco passaram a calcular o período em que esses benefícios
passariam a ser pagos aos empregados. Duas estatais deixaram de receber benefícios e créditos
fiscais do gove
rno em 2018. Em contrapartida, duas passaram a receber incentivos e outros
tipos de benefícios; e cinco passaram a evidenciar a participação do governo em suas estruturas
acionárias.
Duas estatais passaram a calcular e evidenciar a proporção entre o salári
o mais baixo
pago e o salário mínimo; e a remunerar seus empregados acima do salário mínimo. Outras duas
image/svg+xml
78
deixaram de contratar agentes da alta administração da comunidade local. Uma estatal deixou
de efetuar investimentos em infraestrutura e serviços de su
porte, porém quatro das que
mantiveram esses investimentos passaram a calcular seus impactos, inclusive tendo uma
calculado os impactos indiretos de investimentos em
benchmarks
.
Duas estatais deixaram de dispor de um orçamento de compras destinado a cobrir
os
gastos efetuados com fornecedores locais; e uma estatal deixou de identificar riscos
relacionados
à
corrupção em suas atividades. Quatro estatais deixaram de oferecer
treinamentos acerca de práticas anticorrupção para os agentes da governança e duas de
ixaram
de oferecer para empregados. Nove estatais permaneceram oferecendo esse treinamento para
parceiros de negócios
,
como em 2017.
Em 2018, duas estatais confirmaram casos de corrupção, com demissões realizadas
como punição para esses casos. Uma estatal
encerrou/não renovou o contrato decorrente da
confirmação desses casos, além da instauração de processos jurídicos por duas estatais. Duas
estatais também passaram a dispor de uma estratégia tributária, três passaram a revisá
-
la e
avaliar sua conformidade;
e uma delas passou a relacionar sua estratégia tributária à abordagem
do desenvolvimento sustentável.
Ainda em 2018, 19 estatais permaneceram com sua estrutura de governança fiscal,
controles e gestão de riscos em funcionamento, porém uma delas deixou de
assegurar a
divulgação de informações fiscais, além das demonstrações financeiras em outros relatórios.
Em 2019, uma estatal deixou de se reportar ao valor econômico retido, como resultado da
diferença entre o montante de suas receitas e de seus custos ope
racionais. Uma estatal também
deixou de divulgar suas receitas e custos operacionais nesse ano.
Seis estatais permaneceram identificando os riscos e oportunidades derivados de
mudanças climáticas, uma passou a desempenhar ações de gerenciamento dessas muda
nças; e
cinco permaneceram calculando os custos dessas ações. Três estatais deixaram de dispor de
planos de pensão; e quatro deixaram de participar de planos de aposentadoria. Outras três
estatais deixaram de evidenciar os passivos estimados para cobertura
desses planos
,
e duas
deixaram de evidenciar as bases dessas estimativas.
Duas estatais deixaram de receber benefícios, créditos fiscais e subsídios. Seis
permaneceram recebendo incentivos, uma recebendo assistência de governos de outros países;
e
quatro deixaram de apresentar a participação do governo em sua estrutura acionária. Três
estatais deixaram de calcular a proporção entre o salário mais baixo pago pela estatal e o salário
mínimo. Uma deixou de remunerar seus empregados acima do salário mín
imo e deixou de
contratar agentes para alta administração da comunidade local.
Ainda em 2019, uma estatal passou a dispor de um orçamento de compras destinado a
fornecedores locais.
Três estatais passaram a identificar os riscos por corrupção nas atividade
s;
e quatro passaram a oferecer treinamento sobre práticas anticorrupção para agentes de
governança e seus funcionários. Nove permaneceram oferecendo esse treinamento a parceiros
de negócios. Duas estatais confirmaram casos de corrupção em 2019. Uma delas
executou
demissões como uma forma de punição para esses casos. Apesar de nenhuma estatal encerrar
ou deixar de renovar contratos, três instauraram processos judiciais para apurar esses casos.
Uma estatal participou de ações judiciais, com resultados finali
zados, relacionadas a
comportamento anticoncorrencial, antitruste e por ter desempenhado práticas de monopólios.
Ademais, 24 estatais permaneceram com sua estratégia tributária em funcionamento. Além das
24 estatais com estratégia tributária em 2019, 20 pe
rmaneceram revisando
-
a e 25 avaliando sua
conformidade. Uma deixou de relacionar a estratégia tributária à abordagem do
desenvolvimento sustentável e 19 permaneceram com sua governança fiscal.
Assim como em 2018, 21 estatais permaneceram avaliando a confor
midade da
governança fiscal e assegurando a divulgação de informações em outros relatórios fiscais, além
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79
das demonstrações financeiras. A média das diretrizes econômicas do GRI 200 (2016)
atendidas foi de 35 diretrizes, com 11 atendidas em 2017 e 2019; e 1
2 em 2018. Esses
resultados revelaram um baixo desempenho econômico entre as estatais, como pilar do
desempenho sustentável corporativo.
A baixa variação entre as quantidades e os tipos de diretrizes atendidas
apontaram
a
percepção
normativa da governança
acerca da sustentabilidade corporativa
, ao evidenciar a
distância existente entre suas práticas e o desempenho econômico alcançado por algumas
estatais. Esses resultados
também
confirmam evidências
de uma percepção normativa
, devido
à
disparidade entre a q
uantidade de práticas executadas por suas unidades e o baixo nível de
diretrizes econômicas atendidas em caráter voluntário.
A diretriz mais atendida pelas estatais tratou da evidenciação de seu montante de
receitas e custos operacionais. A existência de l
eis que obrigam as estatais a efetuarem essa
divulgação sustenta a evidência
do normativismo
.
Sua influência
estabeleceu um
comportamento divisor de águas
pelos agentes da governança das
estatais, em que as diretrizes
econômicas com execução estabelecida p
or leis foram mais atendidas do que as diretrizes que
poderiam ser executadas em caráter voluntário.
O normativismo da governança também
foi percebid
o
por meio do desempenho
econômico e pelos aspectos da não racionalidade identificados no
“
passar a
atender
”
ou
“
deixar
de atender
”
determinadas diretrizes no triênio. As diretrizes econômicas mais atendidas
trataram do cálculo da base da estimativa dos planos de pensão e do período para o pagamento
dos benefícios aos empregados, com um desvio médio de 2
3 diretrizes econômicas atendidas
entre as estatais.
As diretrizes mais atendidas e com maior desvio
podem ter sido
utilizadas
pela
governança
como forma de se apresentarem economicamente sustentáveis
, a
ssim como
identificado no estudo de
Teixeira
et al.
(
2017), em que o contexto institucional não favorável
revelou que os agentes da governança
estavam
executando práticas para se legitimarem em
seus cargos, em vez de agregarem valor sustentável as operações
das empresas
.
Apesar do
baixo atendimento às diretr
izes econômicas, as governanças
das estatais
expressaram um maior
interesse em se apresentar mais responsáveis acerca de práticas anticorrupção, divulgação de
informações e com forte estrutura de governança fiscal.
Práticas do desempenho ambiental
.
Em
2017, 14 estatais se utilizaram de materiais
reciclados como insumos em suas atividades, sete se utilizaram de materiais renováveis; e
somente uma afirmou ter se utilizado de materiais não renováveis. Quanto ao consumo de
energia das estatais, 22 identific
aram o total de eletricidade utilizada nas atividades, 21
informaram o montante de energia consumida; e 17 informaram o custo total desse consumo.
Os resultados ambientais que se destacaram como os mais relevantes para definir a percepção
da sustentabilida
de corporativa são apresentados na Tabela
4
a seguir.
Tabela 4
Principais práticas ambientais desempenhadas pelas estatais no triênio (2017
-
2019
)
.
2017
A intensidade do consumo total de energia foi apresentada por 15 estatais, dez mensuraram a
intensidade desse consumo por meio de um índice de intensidade, 18 reduziram o consumo de
energia e 12 detalharam os tipos de energia no cálculo dessa redução.
2018
Quatro estatais deixaram de utilizar materiais reciclados como insumos em suas atividades,
duas
passaram a utilizar materiais renováveis; e cinco passaram a utilizar materiais não renováveis. 23
identificaram o total de eletricidade utilizada nas atividades, duas passaram a calcular o montante
de energia consumida; e cinco passaram a informar o
custo total desse consumo.
2019
Uma estatal deixou de utilizar materiais reciclados como insumos em suas atividades, nove
permaneceram utilizando materiais renováveis; e uma passou a utilizar materiais não renováveis em
image/svg+xml
80
suas atividades. Uma deixou de ide
ntificar o total de eletricidade utilizada nas atividades, de
informar o montante de energia consumida e o custo total desse consumo.
Fonte:
Dados
da pesquisa (2020).
A Tabela 4 evidenciou certa discrepância entre a informação
divulgada acerca
do
monitoramento do consumo de energia e quais ações foram desempenhadas pela governança
das estatais para economizá
-
la
de fato
; além da divulgação de práticas para o uso de mater
iais
reciclados
em relatórios e as que executaram esse procedimento
. Essa discrepância aponta
certa
intenção
d
a governança
em apresentar um menor consumo de energia
pelas
empresas
e mais
consciência ambiental no uso de materiais reciclados,
porém com indícios
de cerimonialismo
na execução real dessas práticas nas empresas, visto as variações
identificadas
na execução
dessas práticas no triênio
.
Esses resultados corroboram
o estudo de
Miro
shnychenko
et al.
(2018)
,
que apontou
características institucionais da governança como o tamanho do conselho, relação com o
mercado e estrutura de propriedade como variáveis influenciadoras do desempenho sustentável
das companhias. O estudo proposto foi além, visto ter
ampliado t
ais resultados,
identifica
n
do
que o desempenho
sustentável
parte, muito antes,
da maneira como a governança percebe
a
execução da sustentabilidade corporativa nas estatais.
Quanto ao uso da água como um recurso compartilhado, 19 estatais trabalharam com
su
a retirada, consumo ou descarte, com somente 15 mapeando os impactos dessas atividades e
14 tendo definido objetivos e metas para elas. Dez estatais dispuseram de padrões internos de
qualidade para gerir impactos da descarga de água, com somente duas extra
indo água de fontes
superficiais e subterrâneas; e uma delas considerando limites para substâncias existentes na
água devolvida.
Nenhuma das estatais apresentou acidentes decorrentes de inconformidade no processo
da descarga de água; e 15 estatais calcular
am o consumo total da água utilizada em suas
atividades, com sete apresentando o cálculo desse consumo propriamente dito. Somente três
estatais apresentaram a localização geográfica em que operam, com alto valor de
biodiversidade; e 12 estatais apresentara
m os processos ecológicos de compensação aos
impactos causados por suas atividades na biodiversidade.
Três estatais detalharam o tamanho e a localização de habitats protegidos ou restaurados
e o
status
de proteção desses habitats por áreas; e somente duas detalharam as espécies
ameaçadas e vulneráveis afetadas por suas atividades. Quanto a emissão de gases
do efeito
estufa, cinco estatais efetuaram emissões diretas; e somente três dentre elas informou a
quantidade emitida. Em contrapartida, uma estatal efetuou emissões indiretas e informou a
quantidade emitida.
Duas estatais mensuraram a intensidade das emi
ssões indiretas de gases do efeito estufa
por meio de índices, com a métrica definida para seu cálculo. Duas estatais reduziram a emissão
atmosféricas dos gases, com somente uma apresentando o tipo de gases reduzidos. Somente
uma estatal informou emitir oz
ônio (O
3
),
di
óxido de nitrogênio (NO
2
) e de enxofre (SO
2
) no
desempenho de suas atividades. Ademais, duas informaram os cálculos e os padrões de cálculo
nas emissões desses gases.
Quanto aos resíduos, 23 estatais mapearam os impactos relacionados
à
sua ger
ação nas
atividades, 12 mapearam os impactos em suas cadeias de valor, 21 desempenharam ações para
otimizar sua geração e 14 calcularam o montante gerado por composição. Cinco estatais
redirecionaram resíduos perigosos do descarte para reaproveitamento e p
ara reciclagem, em
detrimento a 14 estatais que redirecionaram resíduos não perigosos para reaproveitamento e 15
para reciclagem.
Cinco estatais dispuseram de outras operações de eliminação para resíduos perigosos e
não perigosos gerados em suas atividades
, sete afirmaram efetuar o descarte externo desses
image/svg+xml
81
resíduos e somente cinco detalharam os dados referente a esse descarte. Três estatais pagaram
multas de descumprimento da legislação ambiental,
duas
sofreram sanções e
uma
esteve
envolvida em processo judicial. Ademais,
oito
estatais selecionaram fornecedores por critérios
ambientais; e
cinco
avaliaram o impacto ambiental desses fornecedores.
Em 2018,
a
intensidade do consumo total de energia passou a ser calculada por 19
e
statais, 15 mensuraram a intensidade desse consumo com um índice de intensidade, 24
reduziram o consumo e 19 detalharam os tipos de energia no cálculo dessa redução. Os
processos para gerenciar melhor o consumo de energia foi aprimorado em 2018. Uma maior
quantidade de estatais passou a mensurar a intensidade do consumo total de energia com
índices, a reduzir esse consumo e a apresentar o cálculo dessa redução.
Dez estatais passaram a reduzir o consumo de energia nas requisições de produtos ou
serviços, com
sete delas apresentando a base de cálculo para redução do consumo, e seis dentre
elas apresentando o cálculo propriamente dito dessa redução. Quanto ao uso da água como um
recurso compartilhado, quatro estatais passaram a trabalhar com sua retirada, consu
mo ou
descarte, com 19 mapeando os impactos dessas atividades e 18 tendo definido objetivos e metas
para elas. Dez estatais permaneceram dispondo de padrões internos de qualidade para gerir
impactos da descarga de água, com quatro estatais extraindo água d
e fontes superficiais e
subterrâneas; e duas delas considerando limites para substâncias existentes na água devolvida.
Nenhuma das estatais apresentou acidentes decorrentes de inconformidade no processo
da descarga de água em 2018; e 22 passaram a apresent
ar o consumo total da água utilizada,
com 14 apresentando o cálculo propriamente dito desse consumo. Sete estatais passaram a
apresentar a localização geográfica em que operam, com alto valor de biodiversidade; e 15
estatais apresentaram os processos ecoló
gicos de compensação aos impactos causados por suas
atividades na biodiversidade.
Quatro estatais passaram a detalhar o tamanho e a localização de habitats protegidos ou
restaurados e o st
i
atus de proteção desses habitats por áreas; uma passou a detalhar a
s espécies
ameaçadas e outra deixou de detalhar as vulneráveis afetadas por suas atividades. Quanto
à
emissão de gases do efeito estufa, uma estatal passou a efetuar emissões diretas; e duas dentre
elas pass
aram
a informar a quantidade emitida. Ademais, tr
ês estatais passaram a efetuar
emissões indiretas, com duas informando a quantidade emitida.
Uma estatal passou a mensurar a intensidade das emissões indiretas de gases do efeito
estufa por meio de índices, com a métrica definida para seu cálculo. Três est
atais passaram a
reduzir a emissão desses gases e a apresentar os tipos que tiveram suas emissões reduzidas.
Uma estatal passou a emitir ozônio (O
3
),
di
óxido de nitrogênio (NO
2
) e de enxofre (SO
2
) no
desempenho de suas atividades. Ademais, duas passaram a
calcular e a informar os padrões de
cálculo nas emissões desses gases em 2018.
Três estatais deixaram de mapear os impactos da geração de resíduos nas atividades,
cinco passaram a mapear os impactos em suas cadeias de valor, duas passaram a desempenhar
açõ
es para otimizar sua geração e
cinco
passaram a calcular o montante gerado por composição.
Duas estatais passaram a redirecionar resíduos perigosos do descarte para reaproveitamento e
uma para reciclagem, com 16 estatais redirecionando resíduos não perigos
os para
reaproveitamento e 17 para reciclagem.
Em 2018, cinco estatais permaneceram se utilizando de outras operações para
eliminação de resíduos perigosos e não perigosos, três passaram a efetuar o descarte externo
desses resíduos e duas passaram a detalh
ar os dados referentes a esse descarte. Somente uma
estatal pagou multa de descumprimento da legislação ambiental e uma esteve envolvida em
processo judicial. Ademais,
seis
estatais passaram a selecionar fornecedores por critérios
ambientais e
sete
passara
m a avaliar o impacto ambiental desses fornecedores.
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82
Em 2019,
a
intensidade do consumo total de energia continuou a ser calculada por 19
estatais. Três deixaram de mensurar a intensidade do consumo pelo índice de intensidade e de
reduzir o consumo de energia; e duas deixaram de detalhar os tipos de energia nesse cálcu
lo.
Diferente
mente
de 2018, as estatais deixaram de mensurar a intensidade do consumo total de
energia por meio de índices, de reduzir seu consumo, de calcular essa redução e apresentá
-
la
em seus relatórios em 2019.
Somente dez estatais permaneceram reduzi
ndo o consumo de energia nas requisições
de produtos ou serviços, com seis delas apresentando a base de cálculo para redução do
consumo e o cálculo propriamente dito dessa redução. Quanto ao uso da água como um recurso
compartilhado, duas estatais deixaram
de trabalhar com sua retirada, consumo ou descarte, com
17 mapeando os impactos dessas atividades a partir de objetivos e metas definidas.
Dez estatais permaneceram dispondo de padrões internos de qualidade para gerir
impactos da descarga de água, com trê
s estatais extraindo água de fontes superficiais e
subterrâneas; e uma delas considerando limites para substâncias existentes na água devolvida.
Nenhuma das estatais apresentou acidentes decorrentes de inconformidade no processo da
descarga de água em 2019
; e 20 calcularam o consumo total da água utilizada, com somente
12 apresentando o cálculo propriamente dito desse consumo.
Três estatais deixaram de apresentar a localização geográfica em que operam, com alto
valor de biodiversidade; e uma estatal deixou
de apresentar os processos ecológicos de
compensação aos impactos causados por suas atividades na biodiversidade. Duas estatais
deixaram de detalhar o tamanho e a localização de habitats protegidos ou restaurados e o
status
de proteção desses habitats por
áreas; uma deixou de detalhar as espécies ameaçadas e outra
permaneceu detalhando as vulneráveis afetadas pelas atividades.
Quanto
à
emissão de gases do efeito estufa, uma estatal deixou de efetuar emissões
diretas; e cinco permaneceram informando a quanti
dade emitida. Ademais, quatro estatais
permaneceram efetuando emissões indiretas, com três informando a quantidade emitida. Uma
estatal passou a mensurar a intensidade das emissões indiretas de gases do efeito estufa por
meio de índices, com a métrica defi
nida para seu cálculo. Uma estatal passou a reduzir a
emissão desses gases e a apresentar os tipos que tiveram suas emissões reduzidas.
Uma estatal deixou de emitir ozônio (O
3
), uma passou a emitir
di
óxido de nitrogênio
(NO
2
) e duas permaneceram emitindo
d
ióxido de
enxofre (SO
2
). Uma estatal passou a calcular
a quantidade de gases emitidos e duas deixaram de informar os padrões desse cálculo. Duas
estatais passaram a mapear os impactos da geração de resíduos nas atividades, três passaram a
mapear os impacto
s em suas cadeias de valor, 23 permaneceram com ações para otimizar sua
geração e 19 a calcular o montante gerado por composição.
Sete estatais permaneceram redirecionando resíduos perigosos do descarte para
reaproveitamento e uma deixou de redirecioná
-
lo
para reciclagem. Uma estatal deixou de
redirecionar resíduos não perigosos para reaproveitamento e para a reciclagem. Uma estatal
deixou de utilizar outras operações para eliminar resíduos perigosos e não perigosos em 2019,
dez estatais permaneceram efetua
ndo o descarte externo desses resíduos e sete permaneceram
detalhando os dados referentes a esse descarte.
Duas estatais pagaram multa por descumprimento da legislação ambiental, uma sofreu
sanção e duas estiveram envolvidas em processo judicial. Duas deix
aram de selecionar
fornecedores por critérios ambientais e de avaliar o impacto ambiental desses fornecedores. A
média das diretrizes ambientais do GRI 300 (2016) atendidas foi de 17 diretrizes, com
quatro
atendidas em 2017; e
seis
em 2018 e 2019. Esses re
sultados revelaram um baixo desempenho
ambiental entre as estatais, como pilar
da sustentabilidade corporativa
.
A alta variação entre as quantidades e os tipos de diretrizes atendidas entre os anos
evidenciam
uma percepção enviesada
da governança
acerca do pilar
ambiental
, ao revelar a
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83
distância entre
as
práticas
divulgadas e
executadas
nas estatais
. Comparado
as práticas
econômicas
,
a execução das práticas ambientais
foi ainda menor, mesmo com um forte
aumento de diretrizes executad
as em 2018; seguido de uma leve redução em 2019.
Esses resultados corroboram as evidências
de uma percepção cerimonial
por parte
da
governança, devido
à
disparidade entre a quantidade de práticas executadas e o baixo nível de
diretrizes ambientais atendida
s. A diretriz mais atendida
pela governança das estatais
foi o
cálculo e
a
evidenciação do consumo total de energia em seu ambiente interno. As decisões
normativas do TCU que obrigam as estatais a efetuarem esse tipo de divulgação
reforçam a
percepção cerimonialista da governança junto ao normativismo identificado nas práticas
ec
onômicas, em que a governança busc
ou
convencer de que todas as diretrizes exigidas pelo
controle externo est
avam
sendo cumpridas
.
A influência do normativismo
seguiu promovendo
um comportamento divisor de águas
nas estatais, em que as diretrizes ambientais
com execução estabelecida por decisões
normativas foram mais atendidas do que as diretrizes que poderiam ser executadas em caráter
voluntário.
A percepção da sustentabilidade corporativa
pelas vias do
normativismo
também
foi confirmad
a
por meio do desempe
nho ambiental e pelos aspectos da não racionalidade
identificados no
“
passar a atender
”
ou
“
deixar de atender
”
determinadas diretrizes em 2018 e
2019.
Além do cálculo da energia consumida dentro das estatais, as diretrizes ambientais mais
atendidas
foram as
ações de gerenciamento de resíduos e do consumo e descarte de água, com
um desvio médio de 14 diretrizes atendidas entre as estatais. As diretrizes m
ais atendidas e com
maior desvio podem ser utilizadas pela
governança das
estatais como forma de se apresentarem
ambientalmente mais responsáveis.
Apesar do baixo atendimento às diretrizes ambientais, as
governanças expressaram um maior interesse em se apr
esentar mais eficientes no consumo da
energia dentro das estatais; e mais responsáveis na gestão dos resíduos e na retirada, consumo
e descarte da água
, o que também reforça
o interesse da governança dessas empresas em
reduzir
custos
.
Práticas do desempen
ho social
.
Em 2017, 17 estatais efetuaram novas contratações,
com 16 apresentando suas taxas de rotatividade entre os funcionários. 17 possuíam planos de
saúde, 12 cobertura por invalidez,
nove
dispunham de seguro de vida e 20 de outros planos
para seus funcionários.
Somente quatro estatais apresentaram seus funcionários com direito a
licença parental. 15 se mostraram abertas
à
negociação via acordos coletivos e 13 possuíam um
sistema de saúde e segurança ocupacional implementado.
Os resultados
sociais
que se
destacar
am como os mais relevantes para definir a percepção da sustentabilidade corporativa
são apresentados na Tabela 5 a seguir.
Tabela 5
Principais práticas sociais desempenhadas pelas estatais no triênio
(2017
-
2019)
.
2017
18 estatais
identificaram perigos, avaliaram riscos, investigaram incidentes relacionados ao trabalho,
efetuaram o reporte desses perigos e riscos em relatórios; e eliminaram situações que poderiam
causar lesões e danos aos seus funcionários.
19 estatais proporcionara
m a seus funcionários acesso a serviços médicos e de saúde, em detrimento
de
21 que se utilizaram de serviços e programas voluntários para proporcionar esses serviços.
2018
Uma estatal deixou de efetuar novas contratações, com quatro deixando de
apresentar suas taxas de
rotatividade entre os funcionários. Duas deixaram de possuir planos de saúde e uma deixou de
manter cobertura por invalidez. Duas estatais passaram a dispor de seguro de vida, 16 mantiveram
planos de aposentadoria, com nove oferece
ndo participação em ações; e 20 permaneceram mantendo
outros planos de benefícios para seus funcionários.
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84
2019
17
estatais permaneceram identificando perigos, avaliando riscos e investigando incidentes
relacionados ao trabalho; e 16 permaneceram efetuando
seu reporte em relatórios e eliminando
situações que poderiam causar lesões e danos aos funcionários. Uma estatal deixou de proporcionar
o acesso a serviços médicos e de saúde aos seus funcionários; e duas deixaram de utilizar de serviços
e programas volu
ntários para proporcionar esses serviços.
Fonte:
Dados
da pesquisa (2020).
A
pesar da
Tabela 5
ter evidenciado um número alto
de ações executadas pela
governança
quanto
à
identificação de perigos, avaliação de riscos e cuidados médicos com os
colaboradores das estatais; a análise do conteúdo de outras partes dos relatórios de gestão
demonstram que
as
ações
sociais nas estatais
são executadas
, também, somente
por força de
n
ormas ou leis. Esse resultado confirma a percepção
da sustentabilidade por parte
da
governança pelas vias do normativismo
, assim como também foi percebida no
s
pilar
es
econômico e ambiental.
Esses resultados corroboram o estudo de
Dixon
-
Fowler
et al.
(2017)
, visto que
diferentes unidades de governança podem influenciar o desempenho sustentável das empresas
de diferentes maneiras; e especialmente, quando sua governança ocupa cargos diretivos, além
do estudo de Teixeira
et al.
(2017), visto que o contexto institucional não favorável pode fazer
que os agentes da governança executem práticas
para se legitimarem em seus cargos, em vez
de agregarem valor sustentável as operações das estatais.
Vinte e uma estatais desempenharam açõe
s para prevenir e mitigar impactos na saúde
e segurança ocupacional de seus funcionários em suas relações comerciais. Seis apresentaram
casos de acidente registrados no ambiente de trabalho; e dez, problemas de saúde. Duas estatais
apresentaram casos de fa
talidade decorrente de problemas de saúde relacionados ao trabalho e
somente nove desempenharam ações para eliminar perigos e riscos relacionados a problemas
de saúde no trabalho.
Treinamentos anuais para os funcionários foram oferecidos por 21 estatais, e
19 delas
ofereceram esses treinamentos por categoria funcional
;
25 dispuseram de programas de
melhoria das habilidades dos funcionários e de assistência à transição. Dezessete estatais
avaliaram o desempenho e a projeção para desenvolvimento de carreira d
e seus funcionários
;
14 avaliaram o desempenho e o desenvolvimento de carreira dos agentes da governança e dos
funcionários considerando suas faixas etárias e gênero.
Vinte e uma estatais afirmaram remunerar seu quadro de funcionários por função e
nenhuma
delas teve casos de discriminação registrados em 2017. Somente uma estatal realizou
operações com fornecedores que ameaçavam a liberdade de associação coletiva. Duas estatais
efetuaram operações com fornecedores que apresentaram risco significativo de prom
over o
trabalho infantil, forçado e obrigatório; e duas tomaram medidas de erradicação e eliminação
desse tipo de trabalho.
Sete estatais ofereceram treinamento ao pessoal de segurança acerca de políticas e
procedimentos de direitos humanos
,
e nenhuma esta
tal apresentou casos registrados de
violações de direitos dos povos indígenas. Oito estatais ofereceram treinamentos acerca de
políticas e procedimentos de direitos humanos a funcionários, além do pessoal de segurança; e
três submeteram seus acordos e cont
ratos de investimentos a avaliação desses direitos.
Doze estatais efetuaram operações e dispuseram de programas de desenvolvimento com
a comunidade local, avaliando seus impactos. Nenhuma delas informou ter desempenhado
operações com impactos negativos na
comunidade local em 2017. Seis estatais se utilizaram
de critérios sociais para contratar fornecedores, e dentre elas, cinco avaliaram os impactos
sociais de seus fornecedores. Nenhuma estatal efetuou contribuições para partidos ou
representantes políticos
.
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85
Treze estatais avaliaram os impactos de seus produtos e serviços na saúde de seus
clientes, com três delas pagando multa ou sofrendo penalidades por causarem impactos
negativos decorrentes de inconformidades. Três estatais avaliaram o impacto ambiental e
social
da rotulagem de seus produtos; e nenhuma delas informou ter pago multa ou sofrer penalidades
decorrentes de inconformidades na rotulagem ou em comunicações de seu departamento de
marketing
.
Nenhuma estatal apontou reinvindicações substanciais sobre
violações de privacidade
ou perda de dados de seus clientes
,
e 19 estatais pagaram multas decorrentes de violações de
leis e regulamentos nos campos sociais e econômicos. Onze estatais detalharam o contexto em
que pagaram multas e dez apresentaram mecanis
mos para solucionar conflitos em casos de
inconformidades socioeconômicas. Além do pagamento de multas, nove estatais sofreram
sanções por essas inconformidades.
Em 2018,
d
uas estatais passaram a apresentar seus funcionários com direito a licença
parental.
Uma passou a se mostrar aberta a negociação via acordos coletivos e 13 mantiveram
seus sistemas de saúde e segurança ocupacional funcionando. Uma estatal deixou de identificar
perigos, avaliar riscos e investigar incidentes relacionados ao trabalho; e dua
s deixaram de
efetuar o reporte desses perigos e riscos em relatórios e de eliminar situações que poderiam
causar lesões e danos aos seus funcionários.
Dezenove estatais permaneceram proporcionando acesso a serviços médicos e de saúde
aos seus funcionários
; e duas deixaram de se utilizar de serviços e programas voluntários para
proporcionar esses serviços. Uma estatal deixou de desempenhar ações para prevenir e mitigar
impactos na saúde e segurança ocupacional de seus funcionários em suas relações comerciai
s.
Cinco
apresentaram casos de acidente registrados no ambiente de trabalho; e 11, problemas de
saúde.
Uma estatal passou a apresentar casos de fatalidade decorrentes de problemas de saúde
relacionados ao trabalho
,
e somente nove permaneceram desempenhando ações para eliminar
perigos e riscos relacionados a problemas de saúde no trabalho. Treinamentos anuais para os
funcionários deixaram de ser oferecidos por duas estatais, que passaram a oferecer
treinamentos por c
ategorias funcionais
;
25 permaneceram com programas de melhoria das
habilidades dos funcionários e de assistência à transição.
Dezessete estatais permaneceram avaliando o desempenho e o desenvolvimento de
carreira de seus funcionários. Cinco passaram a ava
liar o desempenho e o desenvolvimento de
carreira de seus agentes da governança e funcionários de acordo com faixas etárias e gênero.
Uma estatal passou a remunerar seu quadro de funcionários por função e nenhuma delas teve
casos de discriminação registrad
os em 2018. Uma estatal passou a realizar operações com
fornecedores que ameaçavam a liberdade de associação coletiva.
Uma estatal deixou de efetuar operações com fornecedores que apresentaram risco
significativo de promover o trabalho infantil, forçado e
obrigatório; e outra estatal deixou de
tomar medidas de erradicação e eliminação desse tipo de trabalho. Duas estatais passaram a
oferecer treinamento ao pessoal de segurança acerca de políticas e procedimentos de direitos
humanos e nenhuma estatal apresen
tou casos registrados de violações de direitos dos povos
indígenas em 2018.
Duas estatais passaram a oferecer treinamentos acerca de políticas e procedimentos de
direitos humanos a funcionários, além do pessoal de segurança; e três permaneceram
submetendo
seus acordos e contratos de investimentos
à
avaliação desses direitos. Uma estatal
passou a efetuar operações e disp
ôs
de programas de desenvolvimento com a comunidade local,
avaliando seus impactos; e uma passou a informar ter desempenhado operações com i
mpactos
negativos na comunidade local em 2018.
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86
Onze estatais passaram a se utilizar de critérios sociais para contratar fornecedores, e
dentre elas, seis passaram a avaliar os impactos sociais de seus fornecedores. Nenhuma estatal
efetuou contribuições par
a partidos ou representantes políticos em 2018. Uma estatal passou a
avaliar os impactos de seus produtos e serviços na saúde de seus clientes, com três delas
pagando multa ou sofrendo penalidades por causarem impactos negativos decorrentes de
inconformida
des.
Três estatais permaneceram avaliando o impacto ambiental e social da rotulagem de
seus produtos; e nenhuma delas informou ter pago multa ou sofrer penalidades decorrentes de
inconformidades na rotulagem ou em comunicações de seu departamento de
market
ing
. Uma
estatal passou a apontar reinvindicação substancial por vazamento ou perda de dados de seus
clientes em 2018; e 19 estatais permaneceram pagando multas decorrentes de violações de leis
e regulamentos nos campos sociais e econômicos nesse ano.
Duas
estatais passaram a detalhar o contexto em que pagaram multas e passaram a
apresentar mecanismos para solucionar conflitos de inconformidades socioeconômicas. Além
do pagamento de multas, duas passaram a sofrer sanções por essas inconformidades. Em 2019,
cinco estatais deixaram de efetuar novas contratações e dez continuaram apresentando suas
taxas de rotatividade entre os funcionários. Duas deixaram de possuir planos de saúde e de
manter cobertura por invalidez.
Três estatais deixaram de dispor de seguro
de vida, uma deixou de manter planos de
aposentadoria e de oferecer participação em ações para seus funcionários, além de ter deixado
de manter outros planos de benefícios para seus funcionários. Cinco estatais passaram a
apresentar seus funcionários com d
ireito a licença parental. Uma passou a se mostrar aberta a
negociação via acordos coletivos e duas deixaram de manter seus sistemas de saúde e segurança
ocupacional funcionando.
Uma estatal deixou de desempenhar ações para prevenir e mitigar impactos na s
aúde e
segurança ocupacional de seus funcionários em suas relações comerciais. Três apresentaram
casos de acidente registrados no ambiente de trabalho; e nove, problemas de saúde. Uma estatal
deixou de apresentar casos de fatalidade decorrentes de problema
s de saúde relacionados ao
trabalho
,
e somente nove permaneceram desempenhando ações para eliminar perigos e riscos
relacionados a problemas de saúde no trabalho em 2019.
Treinamentos anuais para os funcionários deixaram de ser oferecidos por duas estatais
,
21 permaneceram oferecendo treinamentos por categorias funcionais e
duas
deixaram de
manter programas de assistência à transição e de melhoria das habilidades dos funcionários.
Dezessete estatais permaneceram avaliando o desempenho e o desenvolvimento de
carreira de
seus funcionários
, e t
rês passaram a avaliar o desempenho e o desenvolvimento de carreira de
seus agentes da governança e funcionários de acordo com faixas etárias e gênero.
Uma estatal deixou de remunerar seu quadro de funcionários por função
e nenhuma
delas teve casos de discriminação registrados em 2019. Duas estatais permaneceram realizando
operações com fornecedores que ameaçavam a liberdade de associação coletiva. Uma estatal
permaneceu efetuando operações com fornecedores que apresentara
m risco significativo de
promover o trabalho infantil, forçado e obrigatório; e outra estatal permaneceu tomando
medidas de erradicação e eliminação desse tipo de trabalho.
Uma estatal deixou de oferecer treinamento ao pessoal de segurança acerca de políti
cas
e procedimentos de direitos humanos
,
e nenhuma estatal apresentou casos registrados de
violações de direitos dos povos indígenas em 2019. Uma estatal deixou de oferecer
treinamentos acerca de políticas e procedimentos de direitos humanos a funcionários
, além do
pessoal de segurança; e uma passou a submeter seus acordos e contratos de investimentos
à
avaliação desses direitos.
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87
Treze estatais permaneceram efetuando operações e dispuseram de programas de
desenvolvimento com a comunidade local, avaliando seus impactos; e uma passou a informar
ter desempenhado operações com impactos negativos na comunidade local em 2019. Dezessete
e
statais permaneceram utilizando critérios sociais para contratar fornecedores, e dentre elas,
duas
passaram a avaliar os impactos sociais de seus fornecedores. Nenhuma estatal efetuou
contribuições para partidos ou representantes políticos em 2019.
Quatorz
e estatais permaneceram avaliando os impactos de seus produtos e serviços na
saúde de seus clientes, com uma delas deixando de pagar multa ou sofrer penalidades por
causarem impactos negativos decorrentes de inconformidades. Três estatais permaneceram
aval
iando o impacto ambiental e social da rotulagem de seus produtos; e nenhuma delas
informou ter pago multa ou sofreram penalidades decorrentes de inconformidades na rotulagem
ou em comunicações de seu departamento de
marketing
.
Uma estatal permaneceu aponta
ndo reinvindicação decorrente de vazamento ou perda
de dados de seus clientes em 2019. Duas estatais deixaram de pagar multas decorrentes de
violações de leis e regulamentos nos campos sociais e econômicos nesse ano. Quatro estatais
deixaram de detalhar o
contexto em que pagaram multas
,
e três
passaram a apresentar
mecanismos para solucionar conflitos de inconformidades socioeconômicas. Além de multas,
seis
deixaram de sofrer sanções por essas inconformidades.
A média das diretrizes sociais do GRI 400 (2016
) atendidas foi de 20 diretrizes, com
seis
atendidas em 2017; e
sete
em 2018 e 2019. Esses resultados revelaram um baixo
desempenho social entre as estatais, como pilar do desempenho sustentável corporativo, apesar
da média. A alta variação entre as quanti
dades e os tipos de diretrizes atendidas entre os anos
evidencia a atuação cerimonial da governança, ao revelar a distância existente entre suas
práticas executadas e o baixo desempenho social alcançado pelas estatais.
Comparado ao desempenho econômico, o desempenho social alcançado pelas estatais
foi um pouco melhor, porém pior em comparação ao ambiental, mesmo com um forte aumento
de diretrizes sociais executadas em 2018; seguido de uma leve redução em 2019. Esses
resu
ltados evidenciam
percepção enviesada
da governança, devido
à
disparidade entre
as
práticas
sociais
executadas
e divulgadas
; e
a tentativa de parecerem socialmente responsáveis.
A diretriz mais atendida pelas estatais
foram os
treinamentos
realizados
para atualizar
as habilidades dos funcionários. As decisões normativas do TCU que obrigam as estatais a
efetuarem esse tipo de prática sustenta
a ação decorrente do normativismo pela governança
. A
influência do normativismo
seguiu
estabelece
ndo
um comportamento divisor de águas nas
estatais, em que as diretrizes sociais com execução estabelecida por decisões normativas foram
mais atendidas do que as diretrizes que poderiam ser executadas em caráter voluntário.
A percepção da sustentabilidade como
normativismo ou
“
cerimonial
ismo
”
para redução
de custos
pela governança
foi percebida mediante
atuação das governanças
via
pilar
social e
pelos aspectos da não racionalidade identificados no
“
passar a atender
”
ou
“
deixar de atender
”
determinadas diretrize
s em 2018 e 2019. Além de treinamento para melhorar as habilidades
dos funcionários, a diretriz social mais atendida tratou da remuneração aos membros da
governança e empregados por categoria funcional, com um desvio médio de 17 diretrizes
atendidas entre
as estatais.
Esses resultados confirmam a
ação por
normatividade e cerimonialismo
na atuação das
governanças via desempenho sustentável. As diretrizes mais atendidas e com maior desvio
podem ser utilizadas pelas estatais como forma de se apresentar socialm
ente mais responsáveis
,
além dos pilares econômico
e ambiental
. Além disso, o baixo atendimento às diretrizes sociais
mostra que as governanças possuem maior interesse em cultivar a eficiência na redução dos
custos de seu pessoal, a partir de treinamentos para melhorar suas habilidades e remuneração
proporcional
à
s s
uas funções.
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88
Considerações Finais
A sustentabilidade corporativa pôde ser percebida como
normativismo
e
“
cerimonial
ismo
”
para
redução de custos em sua maior parte. Por meio des
t
a investigação se
descobriu que a governança das estatais em sua amplitude nã
o possui uma percepção
gerencial
acerca da sustentabilidade corporativa, apenas quando passam por fiscalização, o que as
levaram a executar as diretrizes dos pilares econômico, ambiental e social
,
via padrões 200,
300 e 400
,
por força de leis ou
normas que obrigue tais execuções
.
Is
t
o foi comprovado pela maneira como a governança das estatais se apresent
ou
quando
suas divulgações foram analisadas
em
empresas públicas e sociedades de economia mista. Em
nenhuma delas a governança mostrou uma percepç
ão completa acerca da sustentabilidade
–
t
al
completude
sendo
entendida como aquela decorrente do atendimento a todas as diretrizes dos
pilares econômico, ambiental e social, concomitantemente.
A governança das estatais
se
mostrou mais
responsiva por execu
tarem um bom número
de práticas de governança, mas na medida com que a investigação avançou, foi constatado um
baixo volume de diretrizes econômicas, ambientais e sociais divulgadas. Esse resultado causou
ruptura no entendimento de que quanto mais práticas
de governança são executadas pelas
organizações, melhor a percepção delas acerca da sustentabilidade corporativa
, tendo em vista
a
divulgação reflet
ir
a
maneira como as ações da governança são executadas
pela governança
nessas empresas.
O estudo corroboro
u que muitas das práticas de governança e das diretrizes do GRI
foram atendidas
simplesmente por
exigência d
as normas
.
A prova disso foram as baixas
conexões entre os órgãos internos de controle e as diretrizes do Padrão Global, como no caso
dos conselhos
de administração, das auditorias internas e dos conselhos fiscais.
Para a governança das estatais, apresentar que as diretrizes do
s
pilar
es
econômico,
ambiental e social estavam sendo cumpridas foi uma forma de se apresentarem mais eficientes.
As diretrize
s ambientais foram as menos cumpridas, apesar de muitas das estatais
desempenharem o uso racional da água, consumo eficiente da energia, gerenciamento de
resíduos e a coleta seletiva solidária. As governanças das estatais também não se apresentaram
socialm
ente responsáveis, apesar de seus índices sociais apresentarem melhores desempenhos
do que os ambientais. As estatais resumiram o pilar social ao oferecimento de treinamentos
para seus funcionários.
Como limitações
da pesquisa
,
identificou
-
se a falta de
padronização e de conformidade
da informação apresentada nos relatórios de gestão, no que diz respeito a
à
padronização
da
estrutura e do conteúdo divulgado pelas unidades de governança das estatais
, mesmo que
exigidas pelo TCU, por exemplo
; além das difere
ntes atuações dessas unidades entre
essas
empresas
, também influenciadas p
or
seus respectivos tamanhos e natureza das atividades
.
Outra limitação é que p
oucos relatórios de sustentabilidade estiveram disponíveis entre os anos,
o que levou o estudo a concen
trar
-
se
apenas
no triênio 2017
-
2019.
Para
pesquisas futuras, recomenda
-
se uma análise comparativa entre os relatórios de
gestão com os relatórios de sustentabilidade das estatais, para que se constate
eventuais
mudanças na percepção da sustentabilidade corporativa pelos agentes
a partir do conteúdo
divulgado em relatórios de sustentabilidade corporativa propriamente ditos; e evidentemente
em
um
maior escopo
. Consequentemente
se
sugere
também
o aumento da partici
pação das
empresas no estudo.
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