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As práticas elencadas na Tabela 1 são usualmente utilizadas pelas MPE, segundo
(Araújo et al., 2021, Cavalcanti, & Santos, 2022). Constata-se que não existe uma prática
melhor ou pior, pois elas se adaptam às empresas consoante suas especificidades, dessa forma,
uma prática recorrente e usual em uma empresa pode não ser útil para outra. Além disso, nesse
contexto, a relação custo-benefício deve ser observada na aplicação das ferramentas (Araújo et
al., 2021, Cavalcanti, & Santos, 2022).
Estudos Anteriores Relacionados ao Tema
Buscou-se na literatura artigos relacionados ao tema – fatores determinantes ou práticas
de gestão de custos em microempresas – para analisar os seus objetivos e resultados e compará-
los com os obtidos por esta pesquisa.
No estudo de Menegazzo et al. (2017), cujo objetivo foi analisar as práticas de gestão
de custos nas MPE de Santa Catarina, a pesquisa realizada com cerca de 300 MPE evidenciou
que 74% delas utilizam o custeio variável e 80% fazem o cálculo da margem de contribuição
e do ponto de equilíbrio. A pesquisa ainda constatou que a maioria dos gestores possui
conhecimento sobre as ferramentas da gestão de custos, sendo uma facilitadora para as decisões
que envolvem informações relacionados às MPE.
Na pesquisa realizada por Silva Rebouças et al. (2018), que objetivou analisar os
determinantes da gestão de custos na indústria salineira do Rio Grande do Norte, destacaram-
se as variáveis: controle e análise de custos, identificação dos custos variáveis, planejamento
de custos, utilização do custeio por absorção, acompanhamento de custos, controle e análise de
custos. O fator de calcular o custo unitário do produto foi o mais apontado entre os gestores.
Em outra pesquisa, de Costa et al. (2018), cujo objetivo foi identificar a adoção de
práticas de gestão de custos nas empresas de fruticultura no Rio Grande do Norte, constataram-
se os seguintes fatores: cálculo da margem de contribuição, análise do preço de venda, registro
de custos, avaliação e precificação estratégica, análise financeira de estoques, detalhamento
das informações de custos em relatórios específicos, monitoramento da competitividade e
controle do fluxo de caixa, com destaque para o cálculo da margem de contribuição dos
produtos como o mais utilizado por essas empresas.
O estudo de Dummer (2018) buscou verificar, junto aos gestores das MPE, a relevância
das informações de custos pela gestão através da análise de desempenho de slack. Os resultados
evidenciam que, entre os quatro itens analisados para a gestão de MPE, destacaram-se as
informações do fluxo de caixa, seguidos respectivamente das informações da contabilidade de
custos, da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e do balanço patrimonial. A maioria
considera as informações de custos relevantes, mas pouco utilizadas, enquanto o fluxo de caixa
obteve o melhor desempenho.
Na pesquisa de Rocha et al. (2019), buscaram identificar a contribuição da gestão de
custos na formação do preço em uma indústria de panificação. Os resultados evidenciaram que
a gestão de custos promove o detalhamento e a compilação dos custos e despesas dos produtos,
sendo um relevante mecanismo para organizar o preço de venda. Foi apontada ainda a
utilização da margem de contribuição e do ponto de equilíbrio na análise gerencial do negócio.
Constatou-se no estudo que os preços estavam calculados corretamente, sendo que apenas um
produto estava com preço superior ao preço orientativo.
Na pesquisa de Zanin et al. (2019), que objetivou analisar as práticas de gestão de custos
nos processos decisórios das empresas, destacou-se o custeio variável como o método mais
utilizado. Observou-se que as especificidades das empresas, como faturamento, ramo de
atividade e forma de tributação, eram fatores determinantes na gestão de custos, assim como