Mudanças na percepção da velhice durante uma crise sanitária: da celebração da longevidade à ideia de doença
DOI:
https://doi.org/10.5965/19847246242023e0101Palavras-chave:
envelhecimento, políticas públicas, pandemiaResumo
O presente artigo reflete sobre como a pandemia de COVID-19 atualizou estereótipos da velhice e do processo de envelhecimento populacional no mundo. Investigamos diferentes momentos de construção de visões da velhice em documentos produzidos por organismos internacionais responsáveis por debater e propor ações para que o envelhecimento mundial colabore com o desenvolvimento das sociedades e dos estados. Mostramos como, recentemente, há uma atualização da imagem do idoso como um ser frágil, inativo e custoso ao Estado e como tal percepção não combina com os esforços anteriores à pandemia, que celebravam o envelhecimento como uma vitória e o apresentavam como um desafio até chegarmos no contexto em que se tornou possível discutir a classificação da velhice como doença. A metodologia utilizada inclui a análise de documentos oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU) e a interpretação dos discursos de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre os meses de dezembro de 2019 e março de 2020. As principais conclusões deste artigo foram a de verificar as disputas existentes nas sociedades ocidentais sobre o debate acerca da velhice e do envelhecimento, a presença de uma narrativa preconceituosa (idadismo) e a associação da velhice à ideia unilateral de vulnerabilidade à Covid-19.
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