“Me olha de novo?”: sentidos do existir em Milton Santos e Linn da Quebrada, miradas negras em diálogo
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724623512022080Palavras-chave:
corpo-espaço, ação, cotidiano, existência, geografiaResumo
Me olha de novo?" é um convite que Linn da Quebrada nos faz ao lançar seu segundo álbum, "Trava línguas" (2021), que consiste em estabelecer possibilidades de abertura e um outro diálogo com ela e com sua arte. Uma outra mirada para sua própria construção existencial e musical. Vinte anos após a morte do professor Milton Santos, esse mesmo convite a uma nova mirada é direcionado a estudantes, pesquisadores e professores, não só de geografia, para uma outra possibilidade de reelaboração epistemológica e corporal de Milton Santos. A consolidação de uma epistemologia da existência, que é fundamentalmente dialógica, e que vislumbra a investigação da ação no cotidiano, entendido pelo autor como espaço contínuo, facilita, a partir da obra de Milton Santos, a análise das questões lidas pela perspectiva existencial e pelo sentido relacional do corpo com o espaço, através da corporeidade. A dialogicidade entre geografia e arte, tendo Linn da Quebrada como referência artística e política, para além da questão inicial, é realizada por sua criatividade, inventividade e intelectualidade orgânica ativa, que tensionam as compreensões espaciais, explorando uma existência profunda, reveladora de uma corpo-espacialidade plural. Trata-se, portanto, de uma reconstrução do método pela vida, em que a geografia corporificada se faz – cotidianamente - nas brechas da fechada trama da ciência.
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