A virada linguística na filosofia geográfica de Milton Santos
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724623512022052Palavras-chave:
teoria do agir comunicativo, racionalidade comunicativa, Jurgen HabermasResumo
A década de 1990 revela movimentos importantes no pensamento do geógrafo Milton Santos. Nesse contexto, há muitas periodizações realizadas por geógrafos e não geógrafos para a sua trajetória intelectual. Todavia, não se busca acrescentar mais uma, mas tão somente objetiva-se argumentar sobre a passagem de uma Filosofia da Consciência para uma filosofia linguística ou intersubjetiva no pensamento geográfico miltoniano. Concentra-se a análise em suas obras e artigos escritos desde 1990, e cujas ideias se encontram sedimentadas, especialmente, em A natureza do espaço: técnica, tempo, razão e emoção. Parte-se do pressuposto da sua filiação teórica com a filosofia mentalista ou subjetiva que marcou seu arcabouço teórico-metodológico até então. Verificou-se que a racionalidade comunicativa ou intersubjetiva, a linguagem como meio de entendimento entre os atores sociais e, consequentemente, o agir comunicativo foram incorporados em sua filosofia geográfica crítica. Conclui-se que Milton Santos avança na consideração da intersubjetividade linguística como dado explicativo do espaço, sem que abandone, porém, sua ancoragem na filosofia geográfica subjetiva.
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