A sustentabilidade encontra a teoria situacionista na cidade: um relato de détournement e a retomada de uma ecotopia justa e rebelde
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724620422019310Resumo
A Cidade Situacionista não pôde ser criada. Sua concepção e construção exigiram a participação de uma população anarquista pós-revolucionária (SADLER, 1999). Porém, os situacionistas acreditavam que a materialidade desta cidade realmente pudesse fomentar a revolução. Um paradoxo: a Utopia. Na trilha para um desafio à ortodoxia situacionista, o arquiteto Constant projetou a Nova Babilônia [New Babylon], uma cidade anticapitalista que prefigurava um urbanismo unitário participativo e lúdico. Suspensa acima da “natureza”, no entanto, a Nova Babilônia não era uma ecotopia: não ofereceu nenhuma esperança de ou na (re)integração. No calor do desmantelamento da Internacional Situacionista e do refluxo da onda revolucionária de 1968, um coletivo disperso de minorias ocupou uma antiga base militar: em Copenhagen, a “cidade-livre” Christiania foi fundada. Fadada a uma luta perpétua com o estado holandês, a existência de Christiania vem sendo ameaçada desde então. A comunidade desenvolveu um anarquismo singular de base local eivado de tensões: não violento e “enfurecido”, quiescente e revolucionário, ecológico e desprovido de recursos. Neste artigo, assevero que a noção de urbanismo sustentável foi retomada pela sociedade do espetáculo (DEBORD, 1983). Para fazer ressurgir a cidade sustentável (WHITEHEAD, 2011), proponho uma mirada à teoria situacionista e ao détournement, concentrando-se em Christiania, especialmente, também, com vistas a uma alternativa.
Palavras-chave: Ecotopia. Teoria situacionista. Urbanismo sustentável. Christiania.
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