A reiteração do assalto ao paraíso: pesca, pescadores e marisqueiras de Arembepe, Bahia
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724620422019225Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar a tradição da pesca na comunidade pesqueira de Arempebe (BA) e, para isso, lançamos o olhar investigativo sobre a obra Assault on Paradise, do antropólogo americano Conrad Kottak que, na década de 1960, adotou essa localidade como seu campo de estudo. Trata-se de uma pesquisa de natureza etnobiológica e de abordagem qualitativa. Foram entrevistados 31 pescadores e marisqueiras com idade igual e maior a 40 anos e vinculados à colônia de pesca Z-14. Na comunidade pesqueira de Arembepe, o método de pesca é artesanal e a tradição mantém-se ao longo das gerações. A preservação dos traços culturais é presente na comunidade e mantém viva a memória sociobiocultural – interligando as dimensões social, biológica e cultural de um povo, associadas aos elementos da natureza. Percebe-se que o modelo de desenvolvimento econômico, em especial, a especulação imobiliária e o crescimento da Região Metropolitana de Salvador para o Litoral Norte, tem descaracterizado vilas de pescadores, determinando-as como ex-vilas, mesmo com a atividade, a rotina e a tradição da pesca artesanal presente no modo de vida dos moradores locais.
Palavras-chave: Pesca Artesanal. Pescadores – Arembepe (BA). Condiçoes sociais.
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