O desastre da talidomida na Espanha: usos da memória em busca por reparação
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724620422019008Resumo
A teratogenia (anomalia que acomete o embrião ou feto) provocada em bebês por conta da ingestão do medicamento talidomida por mulheres grávidas é considerado pela comunidade científica um dos maiores desastres gerados por fármacos durante o século XX. Fabricada por uma empresa farmacêutica alemã, a Grünenthal, a droga foi comercializada em mais de quarenta países a partir do final da década de 1950, afetando milhares de crianças. Na Espanha, o desastre da talidomida foi assunto na mídia impressa a partir de 1962, ocupando espaço até os dias atuais, sobretudo por conta das ações da Associação das Vítimas da Talidomida da Espanha (AVITE). Tendo como fundamento teórico a História do Tempo Presente e a História Oral, esse ensaio se propôs a analisar especificamente uma série de entrevistas de vítimas da droga farmacêutica, buscando problematizar questões relativas à memória e os usos que são feitos dela. A análise dessa amostra de fontes proporcionou uma visão ampliada acerca da representação do desastre e da luta por reparação realizada pelos afetados e comprovou a relevância da História Oral na composição adensada de uma história da talidomida na Espanha.
Palavras-chave: Talidomida. Memória. Reparação. Espanha. AVITE.
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