Movimentos feministas na cidade e suas discursividades
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724619402018141Resumo
Na esteira dos movimentos sociais feministas das cidades latino-americanas, destacamos como objeto de análise os cartazes que se expressam contra o machismo institucionalizado. O lócus de efetivação das marchas não deve ser minorado: realizam-se no espaço onde as relações de poder se produzem e reproduzem – a cidade. Neste cenário, Agrest (1988) verifica uma supressão do feminino enquanto recurso simbólico ao espaço construído pela arquitetura e pelo urbanismo modernos, sugerindo que tanto a materialidade quanto a lógica inerente aos espaços públicos urbanos corroboram a perenização de relações sociais que são, conforme mencionado, sempre produzidas por e através do espaço. Ainda assim, paradoxalmente, a cidade mantém-se como o cenário da expressão pública da luta feminista por excelência: ao deslocarem-se para o espaço urbano, onde estão ideologicamente suprimidas, as mulheres produzem resistências contra hegemônicas de ordem discursiva frente às estruturas dominantes que determinam as relações urbanas de opressão. Desse modo, o presente trabalho propõe um olhar aos cartazes e reivindicações de protestos como “Ni una Menos” que, ao constituírem discursos dissidentes, alinhados à lógica dos “contra públicos” de Nancy Fraser, contestam as desigualdades sistêmicas de gênero. Tais cartazes evidenciam que o espaço público urbano é disputado política e discursivamente, ocasionando significativas contestações à ordem patriarcal.
Palavras-chave: Feminismo. Espaço Público. Direito à Cidade. Movimentos Sociais.
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