Cultura visual e paisagem: a topografia da Nova Holanda e a evocação da colônia açucareira no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5965/1984724617332016008Resumo
O presente trabalho tem por objetivo a investigação de duas formas distintas de articular os motivos das figuras humanas e da faixa topográfica na estrutura das composições dos painéis Paisagem com rio e tatu e Paisagem com rio e tamanduá, de 1649, e no painel Paisagem com rio e índios, de 1650, todos executados por Frans Post (1612-1680), a fim de relacioná-las ao imaginário neerlandês sobre a terra do Brasil. Partindo de uma comparação iconográfica e considerando questões propostas pelos estudos de cultura visual, a hipótese aqui apresentada é a de que as composições nos quadros considerados constituíram a base para um repertório por meio do qual se tornou cada vez mais visível, no decorrer dos anos de 1650, dois imaginários sobre a colônia. Articuladas a projetos políticos diferentes, com implicações tanto para as definições de soberania quanto para a construção das identidades culturais, essas duas visões do Brasil foram se definindo em torno de estratégias visuais que urdiam a paisagem por meio da relação ora de representação topográfica de lugar ora de evocações indiscriminadas da terra, sem alusão a localidades específicas.
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