Corpo político e crítica decolonial: a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas

Autores

  • Mariana Wiecko Volkmer de Castilho Universidade de Brasília - UnB
  • Sílvia Guimarães Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984724622482021319

Palavras-chave:

Mulheres indígenas, Primeira Marcha das Mulheres Indígenas, Representação, Narrativa decolonial

Resumo

O texto está inscrito no contexto da 1ª Marcha das Mulheres indígenas, ocorrida em agosto de 2019, na cidade de Brasília/DF, e se propõe uma análise crítica decolonial à violência de gênero e étnica que as mulheres indígenas experienciam.  Analisa discursos construídos por mídias tradicionais e alternativas, bem como, entrevistas dadas por mulheres indígenas que participaram desse movimento. A Marcha foi o local que promoveu uma fissura, que está aberta, e revela a fortaleza das mulheres indígenas como um dos principais movimentos sociais que questionam e mantem a crítica, elementos essenciais para a democracia.

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Biografia do Autor

Mariana Wiecko Volkmer de Castilho, Universidade de Brasília - UnB

Mestre em Geografia pela Universidade de Brasília – UnB. Doutoranda em Ciências Sociais na Universidade de Brasília - UnB.

Sílvia Guimarães, Universidade de Brasília - UnB

Doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília - UnB. Professora da Universidade de Brasília - UnB.

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Publicado

2021-05-21

Como Citar

CASTILHO, Mariana Wiecko Volkmer de; GUIMARÃES, Sílvia. Corpo político e crítica decolonial: a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas. PerCursos, Florianópolis, v. 22, n. 48, p. 319–353, 2021. DOI: 10.5965/1984724622482021319. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/19179. Acesso em: 26 dez. 2024.