Filosofias indígenas: fractalidade como ferramenta de conhecimentos tradicionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984724622482021174

Palavras-chave:

Filosofia, Indígenas, Fractais, Apensamento

Resumo

O pensamento eurocentrado, com possui base dualista da balança e dois pesos, na lógica aristotélica e na Geometria Euclidiana e Cartesiana, foi fortemente criticado por intelectuais influenciados pelas Filosofias não-eurocentradas. Contudo, as influências de Filosofias Indígenas presentes no Pragmatismo e na Filosofia do Processo que influenciaram Felix Guattari e Gilles Deleuze, estes influenciados por Pierre Clastres que etnografou sociedades Indígenas contra o Estado centralizador tão caro à Europa. Tais críticas produziram Isabelle Stengers, Bruno Latour, Tim Ingold que trazem novas perspectivas à Antropologia e Sociologia, bem como Milton Santos que trouxe uma Geografia nova. Estes movimentos nos auxiliaram a delinear a proposta de Apensamento, como organizador da multiplicidade composta por seres com diversidade multiescalar e fractal, comum nas Filosofias Indígenas, que podemos utilizar como ferramenta na decolonização do pensar eurocentrado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Orivaldo Nunes Junior, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Doutorando em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental na Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC.

Referências

ACSELRAD, Henri; COLI, Luis Régis. Disputas cartográficas e disputas territoriais. In: ACSELRAD, Henri. et al. (org.). Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa e Planejamento urbano e Regional, 2008. p. 13-43.

ARISTÓTELES. Órganon, categorias, da interpretação, analíticos anteriores, analíticos posteriores, tópicos, refutações sofísticas. São Paulo: EDI-PRO, 2005.

ARISTÓTELES; PESSANHA, Jose Americo Motta. Topicos dos argumentos sofísticos: Aristoteles: seleção de textos de Jose Americo Motta Pessanha. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

CADOGAN, León. Ayvu Rapyta. Textos Míticos de los Mbya-Guarani del Guairá. Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Boletim, n. 227, São Paulo, 1959.

CAVALCANTI, Rodrigo de Camargo. Perspectiva tridimensional no realismo jurídico. 195 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/5377/1/Rodrigo%20de%20Camargo%20Cavalcanti.pdf. Acesso em: 13 abr. 2021.

CESARINO, Letícia. Antropologia multissituada e a questão da escala: reflexões com base no estudo da cooperação sul-sul brasileira. Horiz. antropol., Porto Alegre, v. 20, n. 41, p. 19-50, jun. 2014.

DA ROSA, Rogério Reus Gonçalves. A relação afro-ameríndia entre o Negrinho do Pastoreio e o Saci-Pererê na mitologia. ANTARES: Letras e Humanidades, Caxias do Sul, v. 5, n. 10, p. 175-203, 2014.

DELEUZE, Gilles.; GUATTARI, Felix. A thousand plateaus. London: Continuum, 2004.

DELEUZE, Gilles.; GUATTARI, Felix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 5. São Paulo: Editora 34, 2012.

DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

DESCOLA, Philippe. Além de natureza e cultura. Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia, Pelotas, v. 3, n. 1, p. 7, 2015.

DIAMOND, Jared. Armas, germes e aço: os destinos das sociedades humanas. Rio de Janeiro: Editora Record, 1997.

ELIAS, Alexsânder Nakaóka. Mapa Visual: A (Des) Montagem como experimentação antropológica. ILUMINURAS, Porto Alegre: v. 21, n. 53, 2020.

FAUSTO, Carlos. Donos demais: maestria e domínio na Amazônia. Mana, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 329-366, 2008.

FORNAZARI, Sandro Kobol. O processo maquínico primitivo: Pierre Clastres em" Mil platôs". Cadernos de Ética e Filosofia Política, São Paulo, v. 2, n. 33, p. 21-30, 2018.

GALANTE, Luciana. Investigação etnobotânica na comunidade Guarani Mbya de Tekoa Pyau. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Pontífica Universidade Católica -SP, São Paulo, 2011. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/3352/1/Luciana%20Galante.pdf. Acesso em: 01 set. 2019.

GOW, Peter. Piro designs: painting as meaningful action in an amazonian lived world. Journal of the Royal Anthropological Institute, v 5, n 2, p. 229-246, Londres, 1999.

GUIMARÃES, Rita Cabral. Capítulo 2: bacia hidrográfica. In: Guimarães, Rita Cabral; Shahidian, S.; Rodrigues, C. M. (eds.). Hidrologia agrícola. 2. ed. Évora: ECT: ICAAM, 2017. p. 5-22. . Disponível em: https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/7988/1/Capitulo_2_Bacia_Hidrogr%C3%A1fica.pdf. Acesso em: 13 abr. 2021.

HARAMEIN, Nassim. Conferência proferida em Rogue Valley Metaphysical Library. [S. l.: s. n.], 2003. 1 vídeo (133 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=q1kLaIEtQ2E&list=PLAW2zCWEQgO4_ngfI8XTfAVDGFd2FisLL&ab_channel=JoaquinAlvarez. Acesso em: 7 out. 2020.

HARAMEIN, Nassim.; RAUSCHER, Elizabeth. A. The orgin of spin: a consideration of torque and coriolis forces in Einstein’s field equations and grand unification theory. Beyond the standard model: searching for unity in physics, Oakland, v.1, p. 153-168, 2005. Disponível em: https://resonance.is/origin-spin-consideration-torque-coriolis-forces-einsteins-field-equations-grand-unification-theory/. Acesso em: 01 set. 2019.

HARAMEIN, Nassim; HYSON, Michael; RAUSCHER, E. A. Scale unification: a universal scaling law for organized matter. In: PROCEEDINGS OF THE UNIFIED THEORIES CONFERENCE. Sec, Budapest: [s.n.], 2008. p. 11-16.

HARAMEIN, Nassim. [Photo]. 3 dez. 2016. Facebook: Nassim.Haramein.official. Disponível em: https://www.facebook.com/Nassim.Haramein.official/photos/the-torus-or-primary-pattern-is-an-energy-dynamic-that-looks-like-a-doughnut-its/572141459643783/. Acesso em: 13 abr. 2021.

HEROD, Andrew. Scale. Editora Routdlege, Nova York, 2011.

IBGE. Censo de 2010. Brasília. Disponível em: https://indigenas.ibge.gov.br/. Acesso em 13 abr. 2021.

INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v.18 n.37, p. 25-44, jan./jun. 2012.

JAMES, William. Pragmatism and the meaning of truth. Cambridge (MA): Harvard Univesity Press, 1978.

LATOUR, Bruno.; WOOLGAR, Steve. A Vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

LEFFERTS, Marshall. Cosmometry: exploring the holo fractal nature of the cosmos. Santa Cruz, CA: Cosmometria Publishing, 2019.

LEOPOLDO, Franklin et al. Pragmatismo e humanismo: Bergson, leitor de William James. Cognitio: Revista de Filosofia, São Paulo, n. 2, p. 193-202, 2001.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A oleira ciumenta. São Paulo: Brasiliense, 1986.

KELLY, José Antonio Luciani. Fractalidade e troca de perspectivas. Mana - Estudos de Antropologia Social. Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p.95-132, 2001.

MACHADO, Maria Helena, P. T. O Adão norte-americano no Éden amazônico. In: O BRASIL NO OLHAR DE WILLIAM JAMES: cartas, diários e desenhos 1865-1866. São Paulo: EdUSP, 2010. p. 14-84.

MANDELBROT, Benoit B. The fractal geometry of nature. New York: W. H. Freeman, 1982. Disponível em: https://users.math.yale.edu/~bbm3/web_pdfs/encyclopediaBritannica.pdf. Acesso em: 13 de abr. 2021.

MARQUES, Luísa Santana; BORTONI, Samanta Ferreira; GOMES, Maria Helena Rodrigues. Determinação da dimensão fractal de redes de drenagem de Bacias Hidrográficas: um estudo de caso. Revista Eletrônica Principia: Caminhos Da Iniciação Científica, v 17, 99–106, Juiz de Fora, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/principia/article/view/25455. Acesso em: 4 jun. 2020.

PEREIRA, Ana Carolina B. Teorizando o tempo fractal: um diálogo entre Teoria da História, Antropologia e a teoria dos fractais. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 24., 2011, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ANPUH, 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300862505_ARQUIVO_TEXTOCOMPLETO.pdf. Acesso em: 31out. 2020.

PRIGOGINI, Ilya; STENGERS, Isabelle. A nova aliança: metamorfose da ciência. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1991.

SANTOS, Milton, A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.

SANTOS, Bernardo Tavares dos. Metafísica e exterioridade: Jean Wahl e o gosto empirista de Deleuze. 2017. 105 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

SEDREZ, Maycon Ricardo. A contribuição da arquitetura fractal para o ensino de CAAD. Oculum Ensaios, Campinas, v.11-12, p. 44-57, jan./dez. 2010.

SILVA, Luiz Fernando Villares E. (org.). Coletânea da legislação indigenista brasileira. Brasília: CGDTI/FUNAI, 2008. 818p .

SIQUEIRA, Rodrigo. Introdução aos fractais. In: Siqueira, Rodrigo. Grupo Fractarte. São Paulo, 18 abr. 2005. Disponível em: http://www.insite.com.br/fractarte/artigos.php. Acesso em: 07 out. 2020.

SOLER, Andre da, SANTOS, Fernanda Andrade dos. Multiescalaridade urbana: questões de escala nos estudos e políticas urbanas. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL, 18., 2019, Natal. Anais XVIII ENANPUR 2019. Natal: [UFRN], 2019. p. 1-14.

SOUZA, Lauriene Seraguza Olegário et al. Cosmos, corpos e mulheres kaiowá e guarani de anã à kuña. 2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2013. Disponível em: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/116/1/LaurieneSeraguzaOlegarioeSouza.pdf. Acesso em: 5 mar. 2021.

SOUZA, Marcela Stockler Coelho de. Contradisciplina: indígenas na pós-graduação e os futuros da antropologia. Revista De Antropologia, São Paulo, v. 60, n.1, p.99-116, 2017.

STENGERS, Isabelle. L’Invention des sciences modernes. Paris: La Découverte, 1993.

TEMPESTA, Giovana Acácia; FERREIRA, Igor Nicolau R.; NOLETO, Juliana A. (orgs.) Orientações básicas para a caracterização ambiental de terras indígenas em estudo: leitura recomendada para todos os membros do grupo técnico. Brasília: Funai/GIZ. 2013.

WAGNER, Roy. A pessoa fractal. Ponto Urbe, São Paulo, n. 08, p. 1-14, 2011.

Downloads

Publicado

2021-05-21

Como Citar

JUNIOR, Orivaldo Nunes. Filosofias indígenas: fractalidade como ferramenta de conhecimentos tradicionais. PerCursos, Florianópolis, v. 22, n. 48, p. 174–207, 2021. DOI: 10.5965/1984724622482021174. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/19031. Acesso em: 19 abr. 2024.