e-ISSN 1984-7246  

“Pela natureza, as veredas e o alimento”: etnobotânica e etnoecologia de Mauritia flexuosa L. e Mauritiella armata (Mart.) Burret em comunidades de veredas do sertão norte mineiro

 

Leomar da Silva de Lima*

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Novo Horizonte - BA, Brasil

lattes.cnpq.br/8589927781199908

orcid.org/0000-0003-4486-0646

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Reinaldo Duque Brasil Landulfo Teixeira**

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Juiz de Fora - MG, Brasil

lattes.cnpq.br/3921911954661634

orcid.org/0000-0003-1262-6273

reinaldo.duque@ufjf.br

 

Ana Paula Glinfskoi Thé***

Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)

Montes Claros - MG, Brasil

lattes.cnpq.br/1387741113850351

orcid.org/0000-0003-0020-5930

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Islaine Franciely Pinheiro de Azevedo****

Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)

Montes Claros - MG, Brasil

lattes.cnpq.br/4671452041148218

orcid.org/0000-0002-8078-6423

islaine.azevedo@unimontes.br

 

 

“Pela natureza, as veredas e o alimento”: etnobotânica e etnoecologia de Mauritia flexuosa L. e Mauritiella armata (Mart.) Burret em comunidades de veredas do sertão norte mineiro

Resumo

Mauritia flexuosa e Mauritiella armata são palmeiras definidoras das veredas do norte de Minas Gerais e consideradas espécies-chave pela importância ecológica e valor sociobiocultural para seus povos tradicionais, os veredeiros, que são detentores de Conhecimentos Ecológicos Locais que permeiam sua relação com o ambiente. Contudo, seu direito ao acesso e uso do território é limitado pelas áreas de Unidades de Conservação. Estudos etnobotânicos e etnoecológicos buscam compreender como as pessoas interpretam, classificam e utilizam a flora, criando alternativas produtivas e direcionando o uso de forma sustentável. Este trabalho investigou as formas de uso, manejo e conservação das palmeiras-chave em três comunidades veredeiras na Área de Proteção Ambiental do Rio Pandeiros, município de Bonito de Minas, Norte de Minas Gerais. A partir de uma análise qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, ocorridas após o consentimento prévio dos entrevistados e seguindo normas sanitárias de prevenção à Covid-19. Os dados foram transcritos, analisados e organizados em quadros e ilustrações. Foram entrevistadas 11 mulheres e oito homens, que indicaram a utilização das folhas, pecíolos, frutos e estipes das palmeiras. Os frutos e folhas foram mais representativos, principalmente na alimentação e construção. Nas formas locais de manejo são indicadas técnicas menos danosas, levando em consideração as palmeiras e as veredas. Essas comunidades têm íntima relação com o ambiente e seus conhecimentos podem contribuir para a construção participativa de estratégias de manejo sustentável na APA do Rio Pandeiros. Por essa razão, devem ter assegurado seu direito de acesso e uso sustentável da biodiversidade em seus territórios tradicionais.

 

Palavras-chave: comunidades veredeiras; conhecimento ecológico local; etnoconservação; Arecaceae.

 

"For nature, veredas and food": ethnobotany and ethno-ecology of Mauritia flexuosa L. and Mauritiella armata (Mart.) Burret in vereda communities of the northern sertão of Minas Gerais

 

Abstract

Mauritia flexuosa and Mauritiella armata are palm trees that define the Veredas in the north of Minas Gerais and are considered key species due to their ecological importance and socio-biocultural value for the traditional peoples, the veredeiros, who hold local ecological knowledge that permeates their relationship with the environment. However, their right to access to and use of the territory is limited by Protected Areas. Ethnobotanical and ethnoecological studies seek to understand how people interpret, classify and use the flora, creating productive alternatives and managing its use in a sustainable way. This study investigates the forms of use, management and conservation of key palms in three veredeiro communities in the Environmental Protection Area (EPA) of Rio Pandeiros, municipality of Bonito de Minas, in the north of Minas Gerais. Based on a qualitative analysis, semi-structured interviews were carried out, taking place after prior consent of interviewees and following health standards for the prevention of Covid-19. Data were transcribed, analyzed and organized in tables and illustrations. Eleven women and eight men were interviewed, who indicated the use of leaves, petioles, fruits and stems of palm trees. Fruits and leaves were more frequently cited, mainly in food and construction. In local forms of management, less harmful techniques are indicated, taking into account the palm trees and veredas. These communities have a close relationship with the environment and their knowledge can contribute to the participatory implementation of sustainable management strategies in the EPA of Rio Pandeiros. For this reason, their right of access and the sustainable use of biodiversity must be assured in their traditional territories.

 

Keywords: vereda communities; local ecological knowledge; ethnoconservation; Arecaceae.

 

1 Introdução

Caracterizada pela transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, a região norte de Minas Gerais apresenta um predomínio de florestas estacionais decíduas e diferentes fitofisionomias savânicas (Pereira et al., 2017). A ocupação dessa região advém da expansão colonial para os sertões ocorrida em 1720, quando colonos da capitania da Bahia subiram o Rio São Francisco e ocuparam os territórios norte mineiros com a criação de gado; esse processo, como ocorrido em todo o Brasil, foi marcado por violência e genocídio de povos originários (Rodrigues; Costa, 2018). Atualmente, o Norte de Minas Gerais é marcado pela presença de grande diversidade cultural e identitária, que se autodenominam indígenas do povo Xakriabá, quilombolas, geraizeiros, catingueiros, vazanteiros, apanhadoras de flores, veredeiros, entre outros (Magalhães; Oliveira; Santos, 2016).

Os conflitos socioambientais nessa região são reflexo direto de seu processo de colonização iniciado no século XVII (Magalhães; Oliveira; Santos, 2016). Contudo, a partir da década de 1970, programas agropecuários e de silvicultura de Pinus e eucalipto, com o apoio e financiamento estatal, avançaram sobre as terras tradicionalmente ocupadas (Oliveira; Hespanhol, 2011; Souza; Sauer, 2020). A partir dos anos 1990 surge a onda preservacionista com a criação de unidades de conservação como compensação ambiental de grandes empreendimentos capitalistas na região, como o Projeto de Irrigação Jaíba. A criação de UCs estaduais e federais do norte de Minas Gerais, respectivas do Sistema de Áreas Protegidas - SAP Jaíba e do Mosaico Sertão Veredas do Peruaçus, aprofundou o “encurralamento” das comunidades tradicionais, ampliando violações de seus direitos e impedindo a reprodução de seus modos de vida tradicionais (Anaya, 2014; Anaya et al., 2020; Ferreira; Silva; Silva, 2017; Santos; Barbosa, 2020; Silva; Kubo, 2018; Souza; Sauer, 2020; Thé; Azevedo, 2018).

___________________________

Contribuições de autoria

* conceituação; curadoria de dados; investigação; metodologia; visualização e escrita – rascunho original.

** recursos; metodologia; supervisão; visualização; validação; escrita – análise e edição.

*** escrita – análise e edição.

**** administração do projeto; conceituação; escrita – análise e edição.

 

Os vários grupos humanos distintos, que se fixaram na margem direita do rio São Francisco, a partir dos processos coevolutivos com os aspectos ecológicos locais, desenvolveram sistemas de manejo da natureza (Costa, 2020). Os povos tradicionais das veredas ou veredeiros, como um grupo social específico, são caracterizados a partir de seu sistema produtivo e de suas relações com a natureza, expressando, assim, uma etnicidade própria (Costa, 2006, 2012). A partir da sociabilização da natureza, os veredeiros constroem representações da mesma, dessa maneira há uma ruptura do meio estritamente natural ao passo que a natureza se transfigura ao domínio cultural, tornando, por exemplo, as veredas, um território de produção e reprodução da vida humana (Martins; Cleps Junior, 2012). Por estarem associadas às veredas, essas comunidades que se auto identificam como veredeiras são reconhecidas na legislação Federal no Decreto nº 8.750 (Brasil, 2016) como povos tradicionais que requerem proteção dos seus direitos de viver e manejar seus territórios.

Os ecossistemas de veredas são desenvolvidos a partir de condições de umidade no domínio do Cerrado e possuem uma cobertura vegetal associada, muitas vezes, a campos úmidos e palmeiras (Gomes; Magalhães Júnior, 2020). As veredas do Norte de Minas Gerais são caracterizadas pela presença do Buriti (Mauritia flexuosa L.f.) e do Buriti bravo (Mauritiella armata (Mart.) Burret). Essas palmeiras são consideradas espécies-chave nesses ambientes tanto pela importância ecológica, quanto pela importância sociocultural que apresentam para os povos tradicionais que habitam esse ecossistema (Araújo et al., 2002; Ávila et al., 2016; Ávila, 2019; Ávila et al., 2022; Bastos; Ferreira, 2010; Nunes et al., 2015; Nunes et al., 2022).

Para essas comunidades, as veredas são fundamentais para a manutenção de seu modo de vida, uma vez que, a partir de seus saberes tradicionais, utilizam a argila dos solos dessas áreas na construção de suas casas e a palha do Buriti na cobertura das mesmas (Mendonça; Magalhães; Silva, 2018a, 2018b). Como sistema produtivo, o extrativismo pode ser uma das estratégias fundamentais de grande importância para os veredeiros, principalmente da M. flexuosa, que além de fornecer os frutos utilizados na alimentação, também é feito o uso das folhas e do tronco em construções e na confecção de artesanato e utensílios domésticos (Costa, 2012). Contudo, por possuírem uma grande

 

biodiversidade e ser um ambiente pouco resiliente, as veredas são classificadas como Áreas de Proteção Permanente - APP, (Bahia, 2011), possuindo limites em seu uso, o que reflete negativamente na reprodução cultural e na sobrevivência dessas populações tradicionais, necessitando de uma legislação específica para a sua conservação (Mendonça; Barros; Silva, 2018; Mendonça; Magalhães; Silva, 2018a), gerando, assim, conflitos socioambientais entre essas comunidades e órgãos responsáveis pela fiscalização nessas áreas.

Por razão de sua relação de dependência com os recursos naturais, as populações tradicionais produzem seu conhecimento ecológico local, essencial para a etnoconservação da sociobiodiversidade (Jahan; Ahsan; Farque, 2015; Pereira; Diegues, 2010; Shackeroff; Campbell, 2007). Dados de pesquisas etnobotânicas e etnoecológicas precisam ser aproveitados em tomadas de decisões, nas quais, as comunidades locais devem ser incluídas (Albuquerque, 2005), pois têm o direito de serem consultadas e de participar de quaisquer projetos de criação e manejo de áreas protegidas que abrangem seu território tradicional (Brasil, 2019; Souza Filho et al., 2019).

Pela sua agricultura para autoconsumo realizado nas áreas úmidas, pelo extrativismo dos frutos do Buriti e do Buriti bravo e outros produtos florestais ou ainda, e principalmente, pelas águas que exsudam formando calhas e/ou sendo represadas para o abastecimento familiar; é possível que essas comunidades detenham um mesmo olhar sobre as problemáticas ambientais do seu entorno, bem como sobre a importância da preservação das veredas, uma vez que são intimamente dependentes desse ambiente, onde são mantidas relações biológicas, ecológicas e culturais com o mesmo. Assim, este trabalho investigou, a partir de uma perspectiva etnobotânica e etnoecológica, as formas de uso, manejo e conservação das palmeiras-chave de veredas por comunidades veredeiras do Norte de Minas Gerais.

 

2 Material e Método

O município de Bonito de Minas, localizado no Norte do estado de Minas Gerais, se   encontra no   território   delimitado   como   Área  Mineira   do   Polígono   das   Secas,

 

considerada como uma das Áreas Susceptíveis à Desertificação (Sudene, 2008). Possui um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do estado de Minas Gerais, onde mais de 77% de sua população reside na zona rural, tendo como principais atividades econômicas: serviço público, agricultura, artesanato e o extrativismo (IBGE, 2021; Silva, 2017). A agricultura é desenvolvida em pequena escala e a área de cultivo é limitada pela aptidão do ambiente, pois o solo é predominantemente arenoso e com baixa fertilidade, o que leva, muitas vezes, os cultivos a serem implantados nas veredas (Fernandes et al., 2010). A principal fonte de renda para essas comunidades é o extrativismo vegetal, em função das características ambientais e da ausência de opções de emprego no município.

A Área de Preservação Ambiental do Rio Pandeiros, a maior Unidade de Conservação do estado de Minas Gerais (393.060 hectares), engloba os municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho. A APA comporta toda a bacia do rio Pandeiros e possui extensas veredas responsáveis pela manutenção de seus afluentes (Nunes et al., 2009). Nessa área, que hoje é delimitada como APA, há a presença de várias comunidades veredeiras que, de geração em geração, vêm manejando recursos naturais nesse ambiente.

O estudo foi realizado nas comunidades veredeiras da Água Doce (15°13'29.73" S e 44°55'0.28" O); Panelas (15°15'56.03" S e 44°57'20.65" O) e Almescla (15°22'4.14" S e 44°55'8.33" O), inseridas na APA do Rio Pandeiros, no município de Bonito de Minas, Norte de Minas Gerais (Figura 1). O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw, tropical de savana com inverno seco (Reboita et al., 2015), com a estação seca de maio a setembro e estação chuvosa entre os meses de novembro e janeiro, possui temperatura média anual de 26,8ºC e a precipitação média anual é de 920 mm (Azevedo et al., 2014).

 

 

 

 

 

Figura 1 - Área de estudo na APA do Rio Pandeiros, município de Bonito de Minas, norte de Minas Gerais, Brasil

Fonte: Elaborado pelos autores e Luiz Felipe Barros Silva, 2022.

 

 

 

Comunidades estudadas

As comunidades da Água Doce e Panelas, onde se encontram veredas do mesmo nome, são consideradas vizinhas. Nessas localidades, a população total é constituída, segundo um informante-chave, por 16 famílias (10 na Água Doce e seis na Panelas). Já a comunidade Barra da Almescla, circundante da vereda Almescla, possui aproximadamente 10 famílias distribuídas ao longo da mesma. As famílias que compõem essas comunidades, além de possuírem diferentes graus de parentesco, também se relacionam com vínculos de amizade e apadrinhamento. Para essas comunidades, o extrativismo de frutos como: Pequi (Caryocar brasiliense Cambess.), Cajuí (Anacardium humile A.St.-Hil.), Coquinho azedo (Butia capitata (Mart.) Becc.), Buriti (M. flexuosa), entre outros, é muitas vezes sua principal fonte de renda. Parte desses extrativistas se organizam na Associação de Coletores das Comunidades de São Domingos e de Água Doce, processando os frutos na agroindústria localizada na comunidade de Água Doce (IGA, 2006).

 

Apesar da importância das veredas para a reprodução sociobiocultural dessas comunidades, as mesmas são impedidas de exercer sua agricultura de autoconsumo nas áreas úmidas desses ambientes, sendo autuadas pela polícia ambiental sob ordens do Instituto Estadual de Florestas (IEF), responsável pela fiscalização e gestão dessa área (Mendonça; Magalhães; Silva, 2018b).

Espécies estudadas

A palmeira M. flexuosa, conhecida localmente como Buriti (Figura 2A-D), é uma espécie dióica, de grande porte, medindo de 3 a 25 m de altura, com caule solitário e desprovido de espinhos. Suas folhas são flabeliformes, costapalmadas, com pecíolo de 1,6-4,0m de comprimento e bainha aberta. As inflorescências (pistiladas e estaminadas) são interfoliares e os frutos, são elipsóide-oblongos cobertos por escamas castanho-avermelhadas (Balick, 1979; Storti, 1993; Lorenzi et al., 2010; Vianna, 2022a). Essa palmeira é amplamente distribuída no território brasileiro, onde ocorre em todos os estados da região Norte; Centro-Oeste, na porção leste do Nordeste e nos estados de Minas Gerais e São Paulo (região Sudeste), em solos mal drenados e arenosos da Amazônia, Caatinga e Cerrado (Vianna, 2022a).

M. armata, tendo como nomes locais Buriti bravo; Buritizinho e Xiriri (Figura 2E-H), também é uma palmeira dióica, de médio porte (2 a 20 m de altura), com caules múltiplos, cobertos intensamente na base por espinhos cônicos e rígidos; possui folhas flabeliformes, costapalmadas, pecíolo de 0,3-3,5 m de comprimento e bainha parcialmente aberta, tanto o pecíolo quanto a bainha são revestidos por cera branca; apresenta frutos globosos, ovóides ou elipsóides, cobertos por pequenas escamas sobrepostas e castanho-avermelhadas, quando maduras; ocorre em muitos habitats, mas, frequentemente em solos úmidos (Lorenzi et al., 2010; Ávila et al., 2022; Vianna, 2022b). A ocorrência dessa espécie no Brasil se dá, normalmente, em ambientes de solos úmidos e associados a margens de rios, a matas úmidas e de galeria na região Norte; parte do Centro-Oeste; alguns estados do Nordeste e em ambientes variados do estado de Minas Gerais (Vianna, 2022b).

 

 

Figura 2 - Buriti (M. flexuosa) e Buriti bravo (M. armata) nas veredas do norte mineiro. A) Buritis na vereda Água Doce. B) Indivíduo de Buriti com frutos. C) Indivíduo pós dispersão dos frutos. D) Frutos de Buriti. E) Buriti bravo na vereda da Almescla.  F) Estipes armados com espinhos de Buriti bravo. G) Indivíduo de Buriti bravo com frutos. H) Frutos de Buriti bravo.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

 

Coleta e análise dos dados

A coleta de dados qualitativos (socioeconômicos, etnobotânicos e etnoecológicos), foi realizada através de entrevistas semiestruturadas mediadas pelo método da observação participante (Boni; Quaresma, 2005; Santos; Coelho-Ferreira, 2012), em que o pesquisador, através do acolhimento junto às famílias dos informantes- chave, se inseriu nas comunidades passando a acompanhar o cotidiano dessas pessoas, ao mesmo tempo em que se realizava a coleta de dados. Foram visitadas todas as 26 famílias que compõem as comunidades veredeiras locais, ao passo que apenas representantes de 19 dessas famílias concordaram em conceder entrevistas. As entrevistas ocorreram somente após o parecer positivo do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP),  nº CAAE: 43908921.2.0000.5146,  a explicação  do projeto  para  as participantes e a

 

leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo realizadas entre os meses de setembro e outubro de 2021, acompanhadas de informantes-chave locais das comunidades e adotando todas as medidas sanitárias de prevenção à COVID-19.

A partir da fala das pessoas entrevistadas, o ponto central da análise, os dados etnobotânicos e etnoecológicos foram descritos, codificados, condensados e organizados em quadros. Sendo, essas representações visuais, uma substituição de modos narrativos (Miles; Huberman, 1984). As formas de uso foram estratificadas em categorias éticas, seguindo o critério do pesquisador (Duque-Brasil, 2010; Hanazaki; Souza; Rodrigues, 2006), escolhidas com o cuidado de possibilitar o reconhecimento dessas categorias pelas comunidades participantes da pesquisa (Enfield, 2008).

 

3 Resultados

Foram realizadas 19 entrevistas, sendo sete em Água Doce, quatro em Panelas e oito em Barra da Almescla. Dessas, 11 foram com mulheres e oito com homens, entre 22 e 88 anos de idade e que residem nas comunidades entre quatro e mais de 60 anos (desde o nascimento). Suas famílias são constituídas de duas até nove pessoas; possuem como principais fontes de renda o trabalho vinculado à terra como roça, criação animal e extrativismo, outras fontes de renda como aposentadoria, trabalhos pontuais (“bicos”) e funcionalismo público. Com relação à escolaridade e posse da terra, 42% das entrevistadas possui o ensino fundamental incompleto, sendo a maioria dessas pessoas (79%) proprietárias de suas terras.

Dados etnobotânicos

A partir da caracterização local das partes utilizadas dessas palmeiras, foi realizado um paralelo com a caracterização acadêmica de suas partes externas (Figura 3). Assim, as folhas flechas, folhas verdes, folhas secas, pecíolo e estipe são localmente descritos como: olho, palha verde, palha seca, braço e tronco respectivamente, vale ressaltar que essa caracterização tanto é utilizada para M. flexuosa, quanto para M. armata.

 

Figura 3 - Caracterização morfológica local e acadêmica do Buriti (M. flexuosa)

Fonte: Elaborado pelos autores e Roger Aureliano, 2022.

 

Através da literatura e das observações em campo foram estabelecidas as seguintes categorias de uso: Agricultura/Criação animal; Alimentação; Construção; Comercialização; Medicinal e Utensílios/Artesanato. Dentre as quais: construção (oito formas de uso) e alimentação (sete formas de uso) foram as mais representativas em ambas as espécies, embora o Buriti tenha sido citado em mais categorias de uso que o Buriti bravo.

Em relação ao Buriti, todas as pessoas entrevistadas responderam que utilizam ou já utilizaram partes dessa palmeira. Para o Buriti bravo, cerca de 78,9% afirmaram sua utilização. Com exceção da raiz, as demais partes do Buriti foram citadas, sendo os frutos e as palhas as que detêm mais formas de uso. Contudo, diferente da palha que detém maior significado no  cotidiano  (construção e utensílios/artesanato),   os  frutos  possuem

 

outras relações locais, dentre elas alimentícia e econômica. Para o Buriti bravo, dentro das categorias, as formas de uso foram proporcionais, o fruto é o mais mencionado (17 citações na categoria alimentação e uma citação na categoria Agricultura/Criação animal),  cuja principal utilização se dá no preparo de uma bebida localmente conhecida como leite do Buriti bravo (Quadro 1), que, segundo foi indicado pelo informante local 4[1], esse preparo é mais nutritivo que o Buriti, pois detêm mais gordura, sendo assim bom para a alimentação.

 

Quadro 1 - Categorização, formas de uso e partes utilizadas do Buriti (M. flexuosa) e Buriti bravo (M. armata), nas comunidades Água Doce, Almescla e Panelas, município de Bonito de Minas, Minas Gerais, Brasil

Categoria

Formas de uso

Nº de citações Buriti (n=19)

Nº de citações Buritizinho (n=19)

Frequência Relativa (FR) Buriti (n=19)

Frequência Relativa (FR) Buritizinho (n=19)

Parte utilizada

Agricultura/  Criação animal

Plantar

2

0

0,10

0

Estipe/Tronco

 

Ração animal

1

1

0,05

0,05

Fruto

 

 

 

 

 

 

 

Alimentação

Leite

0

17

0

0,89

Fruto

 

Comer

14

0

0,73

0

Fruto

 

Doce

12

0

0,63

0

Fruto

 

Raspa

5

0

0,26

0

Fruto

 

Geleia

3

0

0,15

0

Fruto

 

Chupa-chupa

2

0

0,10

0

Fruto

 

Suco

1

0

0,05

0

Fruto

 

 

 

 

 

 

 

Comercialização

Vender

6

0

0,31

0

Fruto

 

 

 

 

 

 

 

Construção

Telhado

12

1

0,63

0,05

Folha/Palha

 

Casa

5

0

0,26

0

Folha/Palha

 

Parede

2

0

0,10

0

Folha/Palha

 

Portas

2

0

0,10

0

Pecíolo/Braço

 

Forro

1

0

0,05

0

Pecíolo/Braço

 

Giral

1

0

0,05

0

Estipe/Tronco

 

Cerca

0

1

0

0,05

Estipe/Tronco

 

Ripa para casa

0

1

0

0,05

Estipe/Tronco

 

 

 

 

 

 

 

Medicinal

Óleo

5

0

0,26

0

Fruto

 

 

 

 

 

 

 

Utensílios/Artesanato

Esteira

4

0

0,21

0

Folha/Olho

 

Cama/Crate

3

0

0,15

0

Pecíolo/Braço

 

Vassoura

0

3

0

0,15

Folha/Palha

 

Artesanato

1

0

0,05

0

Folha/Palha

 

Banco

1

0

0,05

0

Pecíolo/Braço

 

Cabresto

1

0

0,05

0

Folha/Olho

 

Corda

1

0

0,05

0

Folha/Olho

 

Rede

1

0

0,05

0

Folha/Olho

Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

 

De acordo com a maioria (89,4%), o Buriti é ou já foi uma fonte de renda, principalmente através da venda dos frutos, tanto para a agroindústria (35,2%), quanto avulso na região (23,5%). Também são vendidos derivados dos frutos como o doce (5,8%) e a rapadura (5,8%), a polpa (11,7%), as raspas (11,7%) e o óleo (11,7%); este último utilizado no tratamento de queimaduras e feridas. Já o Buriti bravo não é explorado economicamente, como foi mencionado pela informante local 7[2], a qual afirmou que os frutos dessa palmeira não são vendidos e que se alguém quiser é só pedir a algum morador da comunidade. Com isso, é possível compreender o ‘dá pra quem quiser’ como um ato, mesmo que inconsciente, de fortalecimento dos vínculos entre as famílias dessas comunidades, baseado no dar e retribuir.

As folhas dessas palmeiras também são um importante recurso para essas comunidades, tanto pela versatilidade, quanto por estarem sempre disponíveis, com destaque para a construção de telhados com as palhas do Buriti (FR = 0,63) e a produção de vassouras com as palhas do Buriti bravo (FR = 0,15).

Dados etnoecológicos

A importância dessas palmeiras no cotidiano das comunidades estudadas, principalmente  no  que  se refere à  utilização de  suas partes  (folhas,  pecíolos,  frutos  e

 

troncos), reflete no modo como essas comunidades as manejam. Assim, a partir do quadro 2, nota-se que, diferente das folhas (retiradas em cima das palmeiras), os frutos do Buriti são coletados no chão. Com o Buriti bravo ocorre o inverso, já que seus frutos são retirados em cima da palmeira, antes da queda, quando os cachos com frutos maduros são sacudidos com varas. Mas, em ambos os casos, é esperado o amadurecimento do fruto para a sua coleta.

 

Quadro 2 - Forma de extração das partes utilizadas do Buriti (M. flexuosa) e do Buriti bravo (M. armata) realizadas pelas comunidades da Água Doce; Almescla e Panelas, município de Bonito de Minas, Minas Gerais, Brasil

Partes extraídas / Local de extração

 Nº citações para o Buriti (n = 19)

 Nº citações para o Buriti bravo (n = 19)

Palha / De cima

13

2

Palha / Do chão

7

2

Fruto / De cima

0

12

Fruto / Do chão

19

2

Braço / Do chão

3

0

Braço / Planta jovem

1

0

Tronco / Do chão

1

2

Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

 

A maioria das pessoas entrevistadas (63,1%), afirmaram que a forma de extração desses recursos não é prejudicial às palmeiras. Contudo, há a ressalva sobre as estratégias e procedimentos de extração, que podem prejudicá-las se forem feitas de modo inadequado, como demonstrado na fala do informante 6[3], expondo que se a coleta for realizada a partir dos recursos encontrados no chão não há prejuízos as palmeiras, mas se cortar diretamente delas pode ocasionar danos as mesmas. Ou seja, no modo tradicional de coleta, não é indicado apanhar os frutos do Buriti diretamente na palmeira, com risco de prejudicar a planta, por isso, os frutos são coletados após sua queda.

 

 

Referente à extração das folhas, apesar das mesmas serem retiradas no ‘alto’, o cuidado com as palmeiras também se faz presente. De acordo com a informante 15, não se deve cortar as palhas do olho (meristema apical), caso se retire as palhas de baixo. Ou ainda pela relação entre o corte das palhas e o amadurecimento dos frutos, como relatado pelo informante 16[4], pontuando que não se deve retirar as palhas se a palmeira estiver com frutos, pois atrapalha o amadurecimento dos mesmos.

A respeito da relação de preservação entre as palmeiras e as veredas, uma vez que a preservação de uma está intimamente ligada à outra, de acordo com a informante 19[5], não se deve cortar o cacho com frutos ou as palhas, pois pode prejudicar tanto a palmeira quanto as águas das veredas. O Buriti e o Buriti bravo possuem grande significado e importância para essas comunidades, pois são apreciados na alimentação e utilizadas em construções e confecção de utensílios/artesanato, o que reflete em seu manejo e conservação. Além disso, detêm um significado cultural, sendo reconhecidos como protetores das veredas, garantindo a conservação dessas áreas úmidas e fortalecendo a relação dessas comunidades para com o ambiente, como exemplificado na fala do informante 2[6], indicando que o Buriti representa a vereda viva, enquanto que o Buriti bravo é a mãe d’água protetora das cabeceiras (nascentes).

 

4 Discussão

Os principais recursos apontados pelas comunidades veredeiras do norte mineiro foram os frutos e as palhas, sendo estas últimas utilizadas desde o “olho”, até as palhas verdes e secas. Formas de utilização dessas palmeiras, semelhantes às registradas neste trabalho, foram descritas nos mais diversos ambientes das áreas de ocorrências dessas espécies, onde todas as partes do Buriti são utilizadas nas mais diversas formas (Balick, 1979; Fernandes, 2011; Keller, 2011; Martins; Filgueiras; Albuquerque, 2012; Ribeiro et al., 2014; Sampaio; Schmidt; Figueiredo, 2008).

Os frutos do Buriti bravo, como registrados no norte de Minas Gerais, são bastante apreciados na alimentação por comunidades locais e povos tradicionais das áreas de ocorrência dessa espécie (Nascimento et al., 2009; Passos, 2019; Smith, 2015). Balick (1988) descreveu o uso dos frutos de M. armata por duas etnias indígenas no nordeste brasileiro, onde os frutos podem ser comidos ou utilizados em preparo de uma bebida por imersão em água. Semelhante ao modo de preparo do leite do Buriti bravo realizado pelas comunidades veredeiras aqui estudadas.

Espécies nativas de palmeiras são destaque no meio rural, pois fornecem a matéria-prima para construção, confecção de artesanato e utensílios, bem como alimentação (Nascimento, 2010), tornando as espécies desse grupo de plantas, reconhecidas entre as mais úteis, principalmente nos Neotrópicos, onde sua abundância e produtividade são fatores-chave na subsistência de povos e comunidades tradicionais, sendo inúmeras suas formas de uso empregadas na vida cotidiana (Balick, 1984; Clement; Lleras; van Leeuwen, 2005). As palmeiras detêm expressiva importância para as populações que delas dependem, utilizando desde suas raízes, até seus frutos, tanto diariamente quanto como fonte de renda, graças a grande versatilidade e ao conhecimento acumulado sobre seu manejo e extrativismo dessas plantas em todo o território brasileiro (Barroso; Reis; Hanazaki, 2010; Büttow et al., 2009; Rufino et al., 2008; Sousa et al., 2015; Vieira et al., 2016a), o que inclui as espécies aqui estudadas.

Observou-se que, para as comunidades veredeiras estudadas, o Buriti (M. flexuosa) detém uma maior representatividade em categorias e formas de uso que o Buriti bravo (M. armata). O fato de o Buriti ser mais representativo para essas comunidades pode ser explicado à luz da hipótese da aparência ecológica, pela utilização de determinado recurso estar associada à sua disponibilidade no ambiente (Albuquerque; Lucena, 2005; Lima et al., 2012). Assim, por razão de seu maior porte, área basal e dominância relativa na área de estudo (Fagundes et al., 2019), o Buriti é mais aparente que o Buriti bravo, podendo ser essa a razão de sua maior representatividade local. Contudo, é necessário um aprofundamento desse debate, pois outras razões mais subjetivas também podem explicar essa maior representatividade do Buriti, como, por exemplo, o gosto ou a preferência local.

As comunidades veredeiras do sertão norte mineiro afirmam que seus métodos extrativistas são menos danosos para essas palmeiras, pois, compreendem que suas práticas poderiam ocasionar algum dano às plantas e ao ambiente. As mesmas agem de forma a minimizar tais danos, seja na coleta dos frutos no chão (Buriti), ou sacudindo os cachos com frutos maduros (Buriti bravo), e quando precisam cortar os “olhos” ou palhas

verdes de cima dessas palmeiras. Inicialmente, pode-se imaginar que o porte dessas palmeiras possa interferir na coleta dos frutos, uma vez que o Buriti é mais alto que o Buriti bravo. No entanto, da mesma forma que as folhas do Buriti podem ser coletadas em cima, os frutos também poderiam ser, mas a norma local de respeito ao tempo de maturação do Buriti, promove a coleta dos seus frutos apenas após a queda deles. Diferente do que foi apontado por Manzi e Coomes (2009), onde na Amazônia peruana, o aumento da demanda pelos frutos de M. flexuosa levou à derrubada das palmeiras, resultando na diminuição significativa dessa espécie aos arredores dos centros urbanos.

Tanto M. flexuosa quanto M. armata, possuem importância ecológica e social, cuja dimensão cultural se entrelaça com a dimensão ambiental, uma vez que foram apontadas como protetoras das cabeceiras (nascentes), principalmente o Buriti bravo que se transmuta na mãe d’água. Vieira et al. (2016b) constataram que os buritizais no Maranhão, para além do valor econômico, também apresentam um valor cultural, uma vez que a mãe d'água habita nas águas dos riachos dessas palmeiras, as protegendo dos extratores de folhas. Sendo então, um símbolo cultural de preservação. As populações humanas, a partir das experiências e interações com o ambiente, são capazes de construir toda uma percepção própria do mesmo, na qual as interações entre as pessoas e os vegetais se adaptam aos diferentes biomas nos quais estão inseridas, ressignificando esses espaços através de seus valores culturais (Guarim Neto; Carniello, 2007; Santos; Pereira; Andrade, 2007).

Nas Unidades de Conservação, principalmente as de regiões tropicais, há uma tendência de exclusão das populações que tradicionalmente ocuparam esses espaços no decorrer de várias gerações, ocasionando conflitos decorrentes da utilização do ambiente e dos produtos florestais neles disponíveis (Cribb, 2008). A discriminação a respeito das práticas das comunidades tradicionais de uso e manejo da terra e de seus recursos naturais se tornou corriqueira. Na região norte de Minas Gerais, marcada pela agropecuária e monocultura de eucalipto, não é diferente. O Instituto Federal de Florestas (IEF-MG), órgão responsável pela fiscalização dessas áreas, utilizando-se da “lógica da natureza intocada” (Diegues, 2008), impossibilita que as populações, que sempre residiram nessas áreas (Costa, 2020; Silva; Kubo, 2018, 2020), exerçam parte de suas atividades de uso e manejo do território, não levando em consideração, ou simplesmente ignorando todos os seus conhecimentos singulares.

O conjunto de crenças, conhecimentos e práticas (kosmos-corpus-praxis), traz à luz a forma pela qual os seres humanos utilizam e gerenciam a paisagem e os recursos naturais, aos quais são, também, atribuídos significados e representações simbólicas à natureza (Barrera-Bassols; Toledo, 2005). Sendo, assim, importante na criação de diretrizes que venham a implantar propostas locais de desenvolvimento e conservação da natureza de forma a incluir diretamente seus atores locais, valorizando seus representantes (Toledo; Barrera-Bassols, 2009, 2010). É importante frisar que: “as formas de interação e apropriação da natureza se materializam de diferentes maneiras e significações sociais, determinando territorialidades específicas em cada localidade” (Gonzaga; Denkewicz; Julião, 2021). Dessa forma, é certo afirmar o papel que os povos e comunidades tradicionais detêm a respeito do conhecimento sobre a utilização dos recursos e manejo do ambiente, o que torna essas informações indispensáveis em planos de manejo e gestão de Unidades de Conservação (Lima et al., 2012; Silva et al., 2014).

 

5 Conclusão

As informações geradas a partir desta pesquisa demonstram que as comunidades veredeiras do norte mineiro mantêm relações específicas com essas palmeiras, a partir de suas demandas locais, principalmente a respeito de sua utilização no cotidiano dessas pessoas. Refletindo na importância cultural dessas espécies e de seu ambiente de ocorrência, as veredas, como espaço de reprodução sociobiocultural dessas comunidades.

Essas comunidades têm íntima relação com as veredas e as palmeiras, e seus conhecimentos podem contribuir para construção participativa de estratégias de manejo sustentável na APA do Rio Pandeiros. Além disso, as comunidades veredeiras devem ter assegurado seu direito de acesso e uso sustentável da biodiversidade em seus territórios tradicionais.

 

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[1]Entrevista concedida em setembro de 2022 por G.A.P. (63 anos), morador da comunidade veredeira da Água Doce.

[2] Entrevista concedida em setembro de 2022 por I.G.M. (56 anos), moradora da comunidade veredeira da Água Doce.

[3] Entrevista concedida em setembro de 2022 por W.J.M. (32 anos), morador da comunidade veredeira da Água Doce.

[4] Entrevistas concedidas em outubro de 2022 por F.P.S. (49 anos) e S.R.S. (32 anos), moradores da comunidade veredeira Barra da Almescla.

[5] Entrevista concedida em outubro de 2022 por A.I.O.C. (53 anos), moradora da comunidade veredeira Barra da Almescla.

 [6] Entrevista concedida em setembro de 2022 por S.L.A. (50 anos), morador da comunidade veredeira da Água Doce.