e-ISSN 1984-7246
Moda e envelhecimento: mudanças
corporais e conforto no vestuário[i]
Malusa Fernanda Schuch[ii]
Universidade
FEEVALE
Claudia Schemes[iii]
Universidade
FEEVALE
Novo
Hamburgo – RS, Brasil
Moda e envelhecimento: mudanças
corporais e conforto no vestuário
Resumo
Devido à
perspectiva de aumento do número de idosos, existe uma crescente demanda por
produtos que atendam às necessidades ergonômicas decorrentes do avanço da
idade. Com isso, o objetivo deste trabalho consiste em analisar as mudanças
corporais das mulheres idosas e o conforto das roupas para esse público,
visando analisar se o conforto psico-estético se faz presente. Para tanto,
serão conceituados o envelhecimento feminino e as mudanças corporais que
ocorrem com o avanço da idade, bem como descritos os conceitos que consistem no
conforto psico-estético. A metodologia utilizada foi a pesquisa de campo quali
e quantitativa. Ao final deste estudo, podemos constatar que as roupas feitas
para este nicho, não cumprem com os quatro pilares fundamentais de conforto.
Palavras-chave: envelhecimento;
conforto; moda.
Fashion and aging: body changes and comfort in
clothing
Abstract
Due to the perspective on the
increase in the number of elderly people, consequently, there is a growing
demand for products that meet the ergonomic needs arising from advancing age.
With that, the objective of this work is to analyze the corporal changes of the
elderly women and the comfort of the clothes for this public, aiming at the
four fundamental aspects of the total comfort of the clothes. To do so, female
aging and the bodily changes that occur with advancing age will be
conceptualized, as well as describing the concepts that comprise the four
fundamental pillars of comfort. As for the methodology, the present research is
of an applied nature and with an exploratory character. It was based on a
bibliographic review of books, articles and reports. The methodology used was
qualitative and quantitative field research. At the end of this study, we can
see that the clothes made for this niche do not comply with the four
fundamental pillars of comfort.
Keywords: aging; comfort; fashion.
1 Introdução
O envelhecimento
da população brasileira, assim como a mundial, está aumentando exponencialmente
e, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) “o número de pessoas com 65 anos ou mais no mundo deve dobrar,
passando de 761 milhões em 2021 para 1,6 bilhão em 2050”. A partir desses
números, infere-se que a demanda por produtos destinados a esse público aumente
e se faz relevante analisar se as roupas voltadas
para esses usuários cumprem com os quatro aspectos do conforto total do
vestuário: ergonômico, sensorial, termofisiológico e psico-estético. Para isso,
optou-se por trabalhar com o gênero feminino, pois, segundo dados do IBGE
(2018) os homens possuem expectativa de vida de 72,8 anos e as mulheres 79,9,
ou seja, há mais mulheres idosas do que homens.
Devido à
perspectiva de aumento do número de idosos, consequentemente, existe uma
crescente demanda por produtos que atendam às necessidades ergonômicas
decorrentes do avanço da idade. A ergonomia parte do princípio de estudar o
corpo humano e adequar objetos, ferramentas e utensílios pessoais às
necessidades de cada indivíduo. Com isso, esta pesquisa se faz importante uma
vez que busca analisar as mudanças corporais das mulheres idosas e o conforto
das roupas para esse público. Seu foco principal é o conforto psico-estético
que parte de uma concepção subjetiva sobre a estética de determinado produto.
Escolhemos esse
tema pois trabalho com o envelhecimento feminino desde 2017, quando participei
do projeto de pesquisa Moda, Conforto e Inovação no Vestuário De Mulheres
Idosas. No ano de 2019, durante a graduação do curso de Moda, meu trabalho de
conclusão de curso teve como objetivo desenvolver uma coleção de vestuário com
tecidos inteligentes para mulheres idosas e este artigo é fruto do curso de
Especialização em Modelagem do Vestuário. Portanto, a escolha do tema do
presente trabalho tem como propósito, também, dar mais visibilidade às questões
que envolvem o envelhecimento feminino e a forma que a moda vem tratando este
público.
Esta pesquisa se
caracteriza como básica, pois "objetiva gerar conhecimentos novos úteis
para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista” (Prodanov; Freitas,
2009, p. 51). Do ponto de vista de seus objetivos, trata-se de uma pesquisa
exploratória, pois tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o
assunto possibilitando sua definição e seu delineamento. O tipo de pesquisa
utilizada foi a de campo, na qual entrevistamos.
2 Envelhecimento feminino
Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60
anos chegará a 2 bilhões até 2050, representando um quinto da população
mundial. No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua – Características dos Moradores e Domicílios realizada em 2022, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o número de pessoas
com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% na população do país em 12 anos. O total de pessoas dessa faixa etária
chegou a cerca de 22,2 milhões de pessoas (10,9%) em 2022, contra 14 milhões
(7,4%) em 2010. Esse grupo etário está tornando-se cada vez maior no
Brasil e isso ocorre devido ao aumento da expectativa de vida da população e
pela baixa taxa de fecundidade, pois o número médio de filhos por mulher
apresenta declínio (Schuch; Schemes, 2021).
Dentro dessa
perspectiva de aumento do número de idosos, uma das características a ser
destacada é o crescimento no número de mulheres. A Organização das Nações
Unidas (ONU) estima que, em 2040, a diferença de mulheres em relação à
população idosa masculina será de 6,2 milhões de indivíduos. Já as estimativas
do IBGE apontam que em 2060, no Brasil, o número de mulheres velhas será de 7,6
milhões a mais do que o de homens. Para Salgado (2002), essa diferença é
decorrente do fato de as mulheres viverem, em média, sete anos a mais do que os
homens (Schuch; Schemes, 2021).
Para Shephard (2003),
não é apenas através da idade cronológica que se pode caracterizar uma pessoa
idosa. Netto (2002) complementa alegando que a velhice é caracterizada como a
fase final do ciclo da vida, mas que, além da idade, não existe uma condição
clara que determine o início da velhice. Outro autor que corrobora o fato de o
envelhecimento não poder ser medido apenas pelo critério cronológico é Paschoal
(1999), que afirma que o processo de envelhecimento é individual, sendo
determinado por condições funcionais, físicas, mentais e de saúde que cada
indivíduo apresenta.
Celestino (2022,
p. 13) corrobora este pensamento e acrescenta que, mesmo após o movimento
feminista ganhar força a partir dos movimentos de 1968, o envelhecimento
raramente foi considerado uma pauta importante. A autora também cita um
pensamento da ativista de direitos civis norte-americana Audre Lorde, que
declara que o etarismo, assim como o racismo e machismo, está entre os outros
“ismos” que representam formas de opressão.
Ao longo dos anos,
a palavra “velho” passou a ser usada como ofensa e ter um peso negativo. Kachar
(2003) explica que o termo “velho” tem conotação negativa pois está associado à
pobreza e inatividade, enquanto “idoso” está associado a representações de
valorização e prestígio social. Sendo a juventude socialmente valorizada,
envelhecer é sinônimo de perder valor perante a sociedade. Para Del Priore
(2014), a palavra “velhice” carrega uma simbologia de inquietação e angústia,
como também não é uma realidade fácil de se capturar.
De modo geral, a
velhice é muitas vezes associada à decadência, ao desgaste físico, à doença e à
dependência. A OMS tinha como projeto, a partir de 2022, incluir a velhice na
lista de Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Ou seja, todo o indivíduo
com mais de 60 anos seria considerado portador de uma doença: a velhice. Essa
decisão poderia mascarar problemas de saúde provocados pela idade e incentivar
o etarismo ao qualificar o envelhecimento como algo negativo, gerando ainda
mais preconceito com esses sujeitos em alguns ambientes, como no mercado de
trabalho e até mesmo ao contratar um seguro de vida. Foi então iniciado um
movimento intitulado “Velhice Não é Doença” que envolveu diversas organizações
sociais, sociedades médicas e governos. Em 2021, a OMS optou por substituir o
termo “velhice” pela expressão “declínio da capacidade intrínseca associado ao
envelhecimento”. Apesar de parecer sutil, a medida evita que a velhice seja
classificada por médicos como uma doença.
A mobilização
causada em desassociar velhice de doença reforça o pensamento de Lima (2001) de
que as pessoas que estão adentrando a maturidade estão se organizando em
movimentos que trazem à tona a discussão de seus direitos e suas competências,
surgindo uma nova possibilidade do ser velho. A representação coletiva da
maturidade, lentamente, começa a nos apresentar um novo e diferente estilo de
vida para as pessoas que estão adentrando a fase do envelhecimento, mostrando
que estar nesse estágio da vida não significa ficar em casa e aposentar-se da
vida social e profissional. Sendo assim, exercem sua independência da forma que
podem, repudiando rótulos, desfazendo estereótipos e contestando mitos.
2.1 Mudanças corporais
As mudanças
corporais são elemento importantes e imprescindíveis quando pesquisamos a
temática, pois é nesse período que os sinais do envelhecimento começam a se
manifestar com mais intensidade, apesar de que alguns fatores podem variar de
pessoa para pessoa, pois manifestam-se de acordo com o estilo de vida, sexo,
herança genética e condições socioeconômicas. Para Spirduso (2005), fatores
ambientais, como o stress, e as doenças podem possibilitar a aceleração dos
processos básicos de envelhecimento. Shephard (2003) acrescenta que é na
meia-idade que os principais sistemas biológicos começam a apresentar
diminuição funcional, chegando a variar de 10 a 30% em relação aos valores
máximos de um jovem adulto. Dessa forma, Mori e Coelho (2004, p. 178) declaram:
A questão
da meia-idade feminina pode ser abordada como uma temática fisiológica -
caracterizada pela não possibilidade de procriar - e como uma temática
psicológica e social - início de grandes mudanças familiares como afastamento
dos filhos, dos pais idosos, irmãos, viuvez, e culmina com a adaptação à
aposentadoria, senão a própria, a do marido, além de uma aterradora
dificuldade, no que se refere à sobrevivência econômica e de participação no
mercado de trabalho.
Camarano (2004, apud Schuch; Schemes, 2021) afirma que a
maior preocupação com o envelhecimento feminino ocorre devido ao fato dessas
mulheres serem encaradas como dependentes e vulneráveis, não apenas do ponto de
vista econômico, como também de deficiências físicas, causando perda de
autonomia e dificuldades para realizar atividades do cotidiano. Ainda falando
das mulheres idosas e suas problemáticas, Salgado corrobora a ideia de que a
velhice se “feminilizou”, pois a população idosa é majoritariamente feminina.
As mulheres
idosas enfrentam uma problemática muito particular na sociedade atual, o que as
coloca em uma posição de fragilidade e de vulnerabilidade. Diferem-se de outros
grupos de idade quanto ao nível de educação formal (escolaridade), tendo
normalmente menos anos completos de escola do que outros grupos. Geralmente
possuem menor qualificação profissional para conseguir emprego do que os grupos
mais jovens e do que os grupos de homens idosos (Salgado, 2002, p. 9).
Segundo Camarano
(2022, p. 9), “o número médio de doenças cresce com a idade e é
significativamente maior entre as mulheres. [...] em
2019, as mulheres idosas reportaram duas vezes mais doenças do que os homens.” Problemas de coluna, artrite, reumatismo são
algumas delas. Com todas essas alterações causadas pelo envelhecimento, a
indústria da moda carece de produtos adequados para esse público que constitui
um mercado de consumidores com características diferenciadas.
A chegada da
velhice é vivenciada pelas mulheres de uma forma totalmente diferente do que
para os homens devido a um evento fisiológico que altera toda a sua questão
hormonal e que ocorre entre os 45 e 60 anos: a menopausa. Greer (1994) explica
que o termo surgiu em 1812, quando o ginecologista francês Charles Pierre Louis
De Gardanne, somou as palavras gregas mens, que significa mês, e pausa,
tradução de parada. Assim como o envelhecimento é um período de grandes
finalizações de ciclos, a menopausa corresponde ao último período menstrual do
ciclo reprodutivo feminino, quando a mulher para de ovular.
Por não se tratar
propriamente de uma doença ou anomalia, a menopausa não exige um determinado
tipo de tratamento ou medicação, pois é classificada como um processo natural
de mudança fisiológica que causa diminuição e alteração nos níveis hormonais
(Menegon, 1998). Ainda segundo a autora, a queda hormonal pode causar diversos
sintomas como ondas de calor, sudorese, insônia, diminuição da libido,
alterações de peso e dores articulares. Em sua pesquisa, Mori e Coelho (2004)
apontam que as reações a esses sintomas são abordadas de uma forma mais
negativa nas culturas que desvalorizam o processo de envelhecimento e cultuam a
juventude, como é o caso da cultura ocidental.
Assim, na
cultura ocidental cujo paradigma valoriza a juventude, as condições
físico-psíquicas da menopausa tornam-se fragilizadas ainda mais pelo
envelhecimento do corpo, fazendo com que a questão da finitude se apresente
para as mulheres (Mori; Coelho, 2004, p. 183).
Goldfarb (2012) usa o termo “espelho negativo”
para descrever a estranheza que as mulheres percebem diante de seu corpo e de
sua própria imagem devido a todos esses sintomas que ocorrem e que anunciam o
início da velhice. É a partir desse período que o envelhecimento anuncia, sob o
ponto de vista estético, a sua chegada, ficando mais perceptível através das
alterações corporais. Uma das tarefas mais difíceis para as mulheres, em uma
cultura que preza pela juventude, é perceber as mudanças corporais decorrentes
do envelhecimento, trazendo consequências psicológicas sérias.
A moda pode ser
usada como ferramenta para auxiliar nesse processo, uma vez que ela veste esse
corpo que está em mudança. Para tanto, se faz necessário desenvolver produtos
com um design que priorize as necessidades desses usuários, sendo elas físicas,
fisiológicas e sociológicas, atendendo aos quatro pilares que caracterizam o
conforto.
3 Conforto
A partir dos dados
que informam sobre mudanças corporais e problemas de saúde decorrentes da
idade, entendemos o conforto como um dos pilares para as áreas da moda, design
e ergonomia, pois o vestuário é um produto que está em constante contato com a
pele, portanto, deve proporcionar condições favoráveis ao desempenho físico,
bem como satisfação e bem-estar ao usuário. Broega e Silva (2010) argumentam
que os estilistas e o mercado da moda, em geral, dão maior importância aos
aspectos visuais e estéticos de uma roupa, deixando muitas vezes de lado outros
sentidos como audição, tato e olfato.
Apesar de ser
facilmente sentido, as definições de conforto podem ser muito subjetivas.
Hansen e Cornog (1958), primeiros autores a tratarem do assunto, definiram o
conforto como a ausência de desconforto, sendo este mais fácil de ser definido,
uma vez que a resposta do corpo ao desconforto é imediata e mais tangível. Para
Broega e Silva (2010), o conforto está estritamente relacionado à percepção que
o cérebro tem dos sentidos, consequentemente, a percepção psicológica negativa
dessa sensação nota-se com mais facilidade.
Autores como Van
Der Linden, Guimarães e Tabasnik (2005) caracterizam os aspectos do conforto em
três dimensões, sendo elas: fisiológica, psicológica e física. No entanto,
Broega (2008), em sua tese de doutorado sobre a definição de padrões de
conforto no vestuário, apresenta quatro aspectos do conforto que possibilitam
uma melhor avaliação: ergonômico, sensorial, termofisiológico e psico-estético.
O conforto
ergonômico é avaliado a partir da capacidade que um produto tem em permitir a
realização de movimentos corporais do usuário. Estes são influenciados pela
modelagem da peça, bem como pelas costuras e cortes (Broega, 2008). O conforto
sensorial consiste no conjunto de sensações proporcionadas pelo toque de um
tecido em contato com a pele. No que tange ao conforto termofisiológico, este
está relacionado às sensações de calor e frio, bem como à capacidade de
transferir calor e umidade, auxiliando na manutenção do equilíbrio térmico
corporal.
3.1 Conforto psico-estético
O conforto
psico-estético parte de uma concepção subjetiva sobre a estética de determinado
produto, com base na visão, toque, audição e olfato, que são elementos que
podem trazer bem-estar ao sujeito. Essa definição não tem relação com os
aspectos técnicos de determinado tecido, sendo fundamentada na parte visual e
relacionada com as tendências de moda da contemporaneidade (Broega; Silva,
2010).
Para Slater (1997 apud Broega; Silva, 2010, p. 60) “o
vestuário que está na última moda ou que é de algum modo esteticamente
apelativo dá, ao seu portador, conforto psicológico, fazendo-o sentir-se
melhor.” O autor ainda informa que a cor, o caimento e a textura são outros
elementos relevantes para este tipo de conforto. Broega e Silva (2010) também
qualificam roupas de grifes e marcas de luxo como peças que podem proporcionar
conforto psico-estético, pois estão atreladas ao status da pessoa que a veste.
Outros fatores que
abrangem esse tipo de conforto são o caimento do tecido, a cartela de cores
escolhida, a silhueta da peça em harmonia com o formato do corpo que o veste,
valorizando ou escondendo partes que o usuário julgue necessário e toda a
composição da peça em si. Deve-se levar em conta que a aparência de uma roupa é
um fator crucial uma vez que, dentro dos nossos sentidos, a visão é o que
identificamos em um primeiro momento em relação a uma peça do vestuário.
Respeitar a
linguagem do indivíduo com o meio em que está inserido é fundamental. Pelo
conforto psico-estético, o idoso vai se sentir seguro, confiante, vai poder
expressar a sua personalidade, a sua individualidade, o seu estilo, [...] vai
sentir segurança no seu vestuário, o que contribui para elevar a sua autoestima
e a sua qualidade de vida (Almeida; Broega; Moura, 2018, p. 170).
Vianna e Quaresma (2019, p. 5) dizem que “em
relação ao conforto psico-estético, o idoso perceberá o tipo de material
têxtil, a conformação da roupa ao corpo, a escolha das cores e também o odor
das roupas usadas”. As mesmas autoras ainda informam que muitos idosos que
“cresceram vestindo fibras naturais, muitas vezes, continuam preferindo-as em
detrimento das fibras sintéticas”. Para elas, “os requisitos de conforto,
ajuste, desempenho, durabilidade e facilidade de cuidados especiais são
necessários para todos os consumidores, em especial os da terceira idade”.
Para o idoso, o
vestuário deve permitir expressar a sua individualidade, personalidade e seu
estilo, não sendo limitado a um estereótipo criado de como a pessoa idosa deve
se vestir.
4 Mercado da moda e idosos
Em consequência do envelhecimento
populacional e do fato de os idosos – mesmo que de diferentes classes sociais –
assumirem a condição de um novo e promissor nicho de mercado, esse público
entrou na pauta dos criadores de moda (Tonarque, 2012, apud Schuch; Schemes,
2021, p. 4). Moschis (1993, apud
Schuch; Schemes, 2021, p. 4),
fez uma comparação entre os consumidores da terceira idade e os mais jovens,
afirmando que, em sua maioria, os idosos economizam, porém, investem mais em
produtos de qualidade. Além disso, consideram a compra como um evento social e
preferem mecanismos de venda mais tradicionais, escolhendo produtos pela
qualidade e pelo nome da marca.
A
consultoria GFK Indicator (2006) realizou uma pesquisa a respeito do perfil de
consumo do idoso, que chamou de Panorama da Maturidade, e descobriu que essa
faixa da população investe cerca de R$150 bilhões por ano na economia
brasileira. Apesar desses dados, esses consumidores não são percebidos pelo
mercado da moda, pois não traça uma estratégia diferenciada para atrair esse
público de grande poder aquisitivo. As maiores despesas dos idosos são com o
supermercado, sendo 24% do total de seus gastos. Em seguida, vêm os gastos com
planos de saúde, calculados em 9%. Em se tratando de despesas pessoais, a
compra de remédios aparece em primeiro lugar com 10%, e, em seguida, vêm as
viagens, consideradas 5%. Mais da metade desses idosos fez ao menos uma viagem
no último ano (Schuch; Schemes, 2021).
Esses dados não condizem e nem justificam a
escassez de produtos de moda voltados para esse nicho. Quando não são roupas
apresentadas em modelos jovens, altas e magras, é usada uma imagem
estereotipada e ultrapassada da mulher velha. As peças disponíveis para o público
são discretas, de cores neutras e com estampas ultrapassadas. Motta (1998)
confirma esse pensamento ao afirmar que, como toda a aparência que foi
estereotipada da mulher mais velha, as roupas feitas para ela estão à parte da
moda. Isso contraria a ideia de que, quando o indivíduo envelhece, acaba se
desinteressando por consumir produtos e experiências.
Apesar disto, a sociedade continua seguindo o
ritmo do capitalismo, no qual tempo é igual a dinheiro, portanto tudo e todos
devem seguir a lógica do capital de uma produção ainda mais acelerada e em
grande quantidade. Nesse sentido, os padrões de produção em larga escala
criaram um método de produzir moda: apresentar roupas em modelos jovens e
magras que instauram em cada possível consumidor a vontade de comprar beleza (Schuch; Schemes, 2021).
Longhi et al. (2017) explicam que quando se
trata de ergonomia, um dos princípios básicos é o de adequar máquinas,
equipamentos e artefatos ao uso humano; mas em virtude da larga demanda da
indústria, grande parte dos produtos disponíveis são padronizados. Os autores
prosseguem: “No que concerne ao vestuário, parte dos artigos oriundos dessa
fabricação massificada levam o usuário a adaptar-se a esses produtos,
necessitando inclusive, de ajustes antes mesmo de serem usados” (Longhi et al., 2017, p. 19).
Svendsen (2008) também comenta sobre o
caminho inverso que a moda criou. O autor afirma que as roupas deveriam ser
adaptadas às pessoas, já que foram originalmente criadas para serem usadas por
elas, mas, em vez disso, são as pessoas que têm de se adaptar às roupas. Ou
seja, primeiro a moda é criada, para, posteriormente, os indivíduos tentarem se
encaixar no que as roupas pedem, como ter um determinado tipo de corpo para
vestir bem uma roupa.
Em contrapartida, quando a peça é criada já
pensando no sujeito, na maioria das vezes, é usada uma imagem estereotipada e
ultrapassada da pessoa. No caso das roupas disponíveis no mercado voltadas para
mulheres mais velhas, são peças discretas, de cores neutras e sem informação de
moda (Schuch; Schemes, 2021).
Nos nichos de acessórios como de
vestuários destinados às mulheres, a localização de itens que atendam às
preferências de pessoas mais velhas resulta, no mais das vezes, em fracasso.
Tudo leva a crer que a explicação para isto é simples: o consumo do idoso
restringe-se às farmácias e serviços de saúde (Tonarque, 2012, p. 6).
No que tange às questões sociais da velhice,
é comum o envelhecimento ser representado sob um véu negativo atualmente, ou
até mesmo como algo que não condiz com a realidade. A mídia recorrentemente
representa as mulheres maduras a partir de duas perspectivas: A primeira nega
toda a marca de envelhecimento presente no rosto e nas mãos, através de
ferramentas de edição de imagens. A segunda geralmente é usada com mulheres
mais velhas, que são retratadas como seres dependentes (físicos e emocionais),
reforçando o estereótipo da vovó que fica em casa cuidando dos netos e fazendo
bolo. Tratando-se de estereótipos, Hjarvard (2014) explica que eles são, muitas
vezes, preconceituosos, além disso, a representação que a mídia faz de assuntos
sociais costuma ser deficiente e manipuladora.
A representação da mulher madura condiz com o
que Hjarvard relata como a exibição da mídia influenciando o mundo real. Ao
pesquisar algumas marcas brasileiras de roupas especializadas para idosas, além
da surpresa ao perceber a carência desse nicho no mercado brasileiro, também se
percebe que elas transmitem para as clientes a imagem da mulher frágil,
boazinha e sem informação de moda ou tendências com uma modelagem simples,
confortável e antiquada.
É o
caso da marca Sharisma (Figura 1), criada por uma cuidadora de idosos em asilos
e que viu na dificuldade ergonômica das roupas a necessidade de criar uma
coleção de roupas para mulheres idosas. Observa-se que a preocupação com o
conforto ficou acima do apelo estético, sendo que as peças representam uma
imagem ultrapassada da mulher idosa, que está limitada a ocupar apenas o espaço
privado de sua casa, pois a modelagem reta e as cores apagadas, por muitas
vezes, lembram pijamas. Os objetos de cena usados para o editorial também
remetem a coisas antigas, reforçando ainda mais o estereótipo da mulher que
está limitada apenas a ficar dentro de casa. Ressalta-se que entendemos que a
marca procurou suprir as necessidades de um público idoso com características e
necessidades bem específicas, mas o fato de ela ter sido descontinuada pode ser
um indício de que seus produtos não tiveram a aceitação esperada.
Figura 1 – Marca Sharisma
Fonte: Sharisma, 2014, online.
Outra marca brasileira que possui uma linha
de roupas feita para idosos é a Freeda Moda Inclusiva (Figura 2).
Diferentemente da marca Sharisma, esta não trabalha apenas com o público velho,
mas sim com todas as pessoas que tenham mobilidade reduzida ou alguma
deficiência. Talvez esse seja um dos fatores pelo qual a marca aposta em uma
modelagem mais atual, com recortes e golas modernas, mas ainda assim com uma
cartela de cores neutras e nenhum tipo de estampa. Vale ressaltar que ambas as
marcas utilizam modelos de cabelos brancos e curtos, maquiadas e com diversos
acessórios em composição com as roupas. As fotos também não parecem ter
qualquer tipo de pós-edição além da correção de cor e detalhes, deixando em
evidência rugas e linhas de expressão. Essas questões possibilitam uma melhor
identificação com o público para qual as peças são direcionadas.
Figura 2 - Freeda moda inclusiva
Fonte:
Freeda Moda Inclusiva, 2020, online.
Os exemplos das duas marcas, embora não
esgotem a questão, são significativos, pois demonstram como as mulheres com uma
idade mais avançada são representadas. Pode-se observar que o ramo de moda e
vestuário é um dos nichos de mercado com potencial de crescimento perante esse
público. Entretanto, na maioria das vezes, o idoso não encontra peças que sejam
confortáveis e com informação de moda específica para eles, o que não significa
dizer que façam questão de lojas especializadas na terceira idade (Schuch; Schemes, 2021)
5 Pesquisa de campo
Para a elaboração das entrevistas, em ambos
os grupos, primeiramente, foi feito o contato com todas as mulheres juntas, no
qual foi explicado sobre o trabalho e os objetivos da pesquisa. Em seguida,
cada mulher foi chamada em uma sala reservada, onde as entrevistas foram feitas
de acordo com o questionário pré-elaborado.
Com a intenção de compreender os
comportamentos de consumo e a preferência em relação ao vestuário de moda,
optou-se por realizar uma pesquisa de campo, no primeiro semestre de 2019, com
78 mulheres com mais de 60 anos residentes do Vale do Rio dos Sinos (RS) e participantes de grupos de terceira idade da
Universidade Feevale, pois se considera que é fundamental para entender
se o que é ofertado para esse público atende as demandas estéticas das
usuárias.
Para a elaboração do questionário de
pesquisa, primeiramente, foi feito o contato com todas as mulheres juntas, quando
foi explicado sobre o trabalho e os objetivos da pesquisa. Posteriormente, cada
mulher foi chamada em uma sala reservada, na qual as entrevistas foram feitas
de acordo com o questionário pré-elaborado. No primeiro contato com o grupo de
mulheres, muitas relataram ter um estilo de vida agitado, frequentando aulas de
teatro, dança, música, museus, grupos de mulheres e viagens entre amigas.
A média de idade das mulheres estava entre 66
e 70 anos e em relação às mudanças na estrutura corporal, a variação de peso
afeta 38 mulheres, seguida da
diminuição
de altura (28 respostas) e alteração dos ossos (22 respostas); outros problemas
de saúde também foram citados em menor número.
Ao questionar as entrevistadas sobre como
consideram seu estilo (Gráfico 1), mais da metade das mulheres se classifica
como básica. No entanto, grande parte das entrevistadas considera seu estilo
mais voltado para as tendências e isso reforça a ideia de que elas continuam
interessadas e consumindo as informações de moda.
Gráfico 1 - Estilo de roupa
Fonte:
elaborado pela autora (2022).
No gráfico 2, quando questionadas sobre o
tipo de tecido que preferem que suas roupas sejam feitas, a maior parte disse
que qualquer um deles, desde que seja um tecido confortável. O tecido feito de
fibras naturais foi o segundo escolhido, enquanto o de material sintético é o
preferido de apenas 10 mulheres. Aqui, podemos ressaltar o conforto sensorial
que tecidos de fibras naturais proporcionam em contato com a pele, bem como o
fato de que tecidos como linho estão em alta nas tendências de moda.
Gráfico
2 - Tecidos
Fonte:
elaborado pela autora (2022).
Sobre cores de roupas (Gráfico 3), as
respostas foram variadas, mas as coloridas são as preferidas das entrevistadas.
As outras opções tiveram números de respostas bem parecidos, o que mostra o
estilo variado do público. Em comparação com as marcas de roupas apresentadas anteriormente,
pode-se perceber que estas não apresentam peças com cores e estampas que o
público tem como preferência. Portanto, uma hipótese que pode ser levantada é
de que a mulher idosa usada como referência para desenvolver este tipo de
coleção é aquela estereotipada e, talvez, não seja feita uma pesquisa de
interesses e preferências com o público que consome os produtos.
Gráfico
3 - Cor de roupa
Fonte:
elaborado pela autora (2022).
Concluímos que, ao criar roupas, as
confecções não consideram as mudanças do corpo que envelhece, então a roupa que
é feita para os idosos não serve para eles. Em contrapartida, as poucas marcas
brasileiras que fazem roupas para idosos pensando no conforto, acabam deixando
de lado o apelo estético (Schuch; Schemes,
2021).
Elas acabam optando por cores apagadas, estampas ultrapassadas e uma silhueta
que não valoriza o corpo.
6 Considerações finais
O propósito da realização deste estudo foi
compreender de que forma as mudanças corporais que ocorrem devido ao
envelhecimento se manifestam no corpo feminino e como os quatro aspectos que
constituem o conforto total do vestuário podem auxiliar nessas questões, sendo
o conforto psico-estético fundamental para dissociar as roupas feitas para
mulheres idosas do estereótipo que se criou em relação a elas. Dessa forma,
foram apresentadas, a título de exemplo, duas marcas de roupas que têm/tinham o
público idoso como alvo, com a intenção de compreender se elas cumprem com esse
pilar fundamental que constitui o conforto.
Conforme as mulheres envelhecem, diversos
fatores podem alterar suas percepções sobre a moda levando a uma necessidade de
revisar seu guarda-roupa. Artrite e fraqueza muscular podem dificultar o vestir
e a realização de atividades do dia a dia. Outra questão que também aparece com
o envelhecimento é a baixa temperatura corporal, levando a pessoa a procurar
roupas mais quentes, mesmo no verão, com a finalidade de manter-se aquecida.
O vestuário deve servir como uma ferramenta a
fim de manter a independência do indivíduo em questões simples, como o
vestir-se, mas ao mesmo tempo, atendendo às suas necessidades pessoais. Para
além das questões ergonômicas, a roupa deve prezar pela estética, pois é uma
forma de pertencer a um determinado grupo e mostrar que está atualizada nas
tendências de moda.
Quando se trata de atender às necessidades
dessas mulheres com uma moda inclusiva, constatou-se que os produtos nesse
nicho não possuem informação de moda. Motta (1998) define bem esse fator quando
diz que a aparência que se estereotipou da mulher mais velha está à parte da
moda.
Ao final desta pesquisa, pôde-se concluir que
cada vez mais se faz necessário pensar em um vestuário para as mulheres idosas
considerando suas limitações, mas ao mesmo tempo, lembrar que essas mulheres
também são consumidoras de moda e, usar uma roupa com a qual se sintam bem,
tanto física, quanto psicologicamente, faz toda a diferença. Devemos voltar
nosso olhar para esse público e estimular os novos estilistas, ainda dentro do
âmbito acadêmico, a pensar que a moda vai muito além de um manequim 34 e que
existem vários fatores que constituem o conforto. Existem pessoas com
necessidades que precisam ser atendidas e esse nicho de mercado, tendo em vista
o seu crescimento em números, carece de produtos mais adequados e atualizados.
Referências
ALMEIDA, Mariana Dias; BROEGA, Ana
Cristina da Luz.; MOURA, Mônica. O
design inclusivo no vestuário e seus fatores dimensionais de conforto ao idoso
contemporâneo. In: Core, São Paulo, 2018. Disponível
em: https://core.ac.uk/download/pdf/185628163.pdf. Acesso em: 05 maio 2020.
BROEGA, Ana Cristina; SILVA, Maria
Elisabete. O conforto total do
vestuário: design para os cinco sentidos. Actas de
Diseño 9, Palermo: Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad
de Palermo, p. 29-226, 2010.
CAMARANO, Ana Amélia. Os novos idosos
brasileiros: muito além dos 60?
Rio de Janeiro: IPEA, 2004. 604 p. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Arq_29_Livro_Completo.pdf.
Acesso em: 06 jun. 2022.
CAMARANO, Ana Amélia. Os idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de
Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2022. 22 p. Disponível em: https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2022/05/Camarano-AA_Os-idosos-brasileiros_muito-al%C3%A9m-dos-60_TD-89_versao_final.pdf. Acesso
em: 10 fev. 2024.
CELESTINO, Helena. Envelhecer é para as fortes.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2022.
CONSULTORIA
NDICATOR GFK. Panorama da maturidade.
São Paulo: [s. n.],
2006.
DEL PRIORE, Mary. Histórias e conversas de
mulher: amor, sexo, casamento e
trabalho em mais de 200 anos de história. São Paulo: Planeta, 2014.
FREEDA MODA INCLUSIVA. Vestido para pessoas com
mobilidade reduzida e Alzheimer. Belo Horizonte, [20--]. Disponível em:
https://www.freeda.com.br/vestido-cici. Acesso em: 20 jun. 2022.
GFK INDICATOR. Pesquisa aponta potencial econômico
da terceira idade. Estadão, São Paulo, 2003. Disponível em:
http://www.estadao.com.br/arquivo/economia/2003/not20030926p21974.htm
Acesso em: 06 set. 2022.
GOLDFARB, Delia Catullo. Corpo,
tempo e envelhecimento. Belo Horizonte: Casa do Psicólogo, 2012.
GOMES, Murilo Cabral; LÜDORF, Silvia M. Agatti. Idoso, moda e sedentarismo: possíveis
relações. Revista Eletrônica da
Escola de Educação Física e Desportos, Rio de Janeiro, n. 2, p. 158-167,
2009. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/am/article/view/9150/7280. Acesso
em: 20 maio 2022.
GREER, Germaine. Mulher:
maturidade e mudança. Holambra: Augustus, 1994.
HANSEN, Robert; CORNOG, Douglas Y.
Annotated bibliography of applied physical anthropology in human engineering. Los Angeles: Aero Medical Laboratory, 1958.
HJARVARD, Stig. Midiatização: conceituando a
mudança social e cultural. MATRIZes, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 21-44, 2014. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/82929.
Acesso em: 2 set. 2022.
KACHAR, Vitória. Terceira idade e informática: aprender revelando potencialidades.
São Paulo: Cortez, 2003.
LIMA, Mariúza Pelloso. Gerontologia educacional:
uma pedagogia específica para o
idoso - uma nova concepção de velhice. São Paulo: LTr, 2001.
LONGHI, Tatiana Castro et al. Requisitos ergonómicos para o
vestuário infantil. Ergodesign & HCI, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 21-31, dec. 2017.
Disponível em: https://periodicos.puc-rio.br/index.php/revistaergodesign-hci/article/view/67.
Acesso em: 09 maio 2024
MENEGON, Vera Sonia Mincoff. Menopausa:
imaginário social e conversas do
cotidiano. 1998. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Instituto
de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1998.
MORI, Maria Elizabeth; COELHO,
Vera Lucia Decnop. Mulheres de corpo e alma: aspectos biopsicossociais da meia-idade
feminina. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 17, p.
177-187, 2004.
MOTTA, Alda Britto da. Mulheres
velhas: elas começam a aparecer. In: PINSKY, Carla; PEDRO, Joana Maria. Nova
história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012. p. 84-103.
NETTO, Matheus Papaleu. História da velhice no século XX: histórico, definição do campo e
temas básicos. In FREITAS, Elisabete
Viana de; PY, Ligia (eds.). Tratado de
geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 1-12.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Perspectiva
Global Reportagens Humanas. New York: ONU, 2023. Disponível em:
https://news.un.org/pt/story/2023/01/1807992#:~:text=N%C3%BAmero%20de%20pessoas%20com%20mais,de%20um%20mundo%20em%20envelhecimento
Acesso em: 02 maio 2024.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS. Healthy
ageing and functional ability. [New York: OMS], 2020. Disponível em:
https://www.who.int/news-room/questions-and-answers/item/healthy-ageing-and-functional-a
Acesso em: 09 maio 2024.
PASCHOAL, Sérgio Márcio Pacheco. Epidemiologia do
envelhecimento. In: NETTO, Matheus Papaleo (ed.). Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São
Paulo: Atheneu, 1999. p. 26-43.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia
do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho
acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2009.
SALGADO, Carmen Delia Sánchez. Mulher Idosa: a
feminização da velhice. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento,
Porto Alegre, v. 4, p. 1-13, 2002. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/view/4716/2642. Acesso
em: 20 jun. 2022.
SCHUCH,
Malusa F.; SCHEMES, Claudia. Envelhecimento feminino e o mercado da moda brasileiro. São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.anais.abepem.org/getTrabalhos?chave=Envelhecimento+feminino+e+o+mercado+da+moda+brasileiro&search_column=titulo.
Acesso em: 02 maio 2024
SHARISMA, Roupas Adaptadas. Nossas roupas são especiais porque pensamos no seu
conforto e praticidade.
Brasília, 21 fev. 2014. Facebook: sharisma.roupasadaptadas.
Disponível em: https://www.facebook.com/sharisma.roupasadaptadas/photos/a.127668977378515/417839465028130.
Acesso em: 20 jun. 2022.
SHEPHARD. Roy J. Envelhecimento, atividade
física e saúde. São Paulo: Phorte, 2003.
SPIRDUSO, Waneen W. Dimensões físicas do
envelhecimento. Baruer: Manole, 2005.
SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2010.
TONARQUE, Suely Aparecida. Velhice e moda: incursões históricas e realidade atual.
São Paulo, 2012. Dissertação. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/12404/1/Suely%20Aparecida%20Tonarque.pdf.
Acesso em: 12 maio 2022.
VIANNA, Claudia; QUARESMA, Manuela. Ergonomia do
vestuário para idosas entre 60 a 75 anos. In:
Ergodesign & USIHC, 17., 2019, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: PUC, 2019. Disponível em: https://pdf.blucher.com.br/designproceedings/ergodesign2019/2.55.pdf. Acesso em: 20 jun. 2022
[ii] Contribuições da autora: conceituação; investigação; metodologia; recursos; visualização; escrita – rascunho original; escrita –análise e edição.
[iii] Contribuições da autora: conceituação; aquisição de financiamento; investigação; supervisão; recursos; visualização; escrita –análise e edição.