Desatando nós: a importância da contextualização histórica e social para a fruição da arte têxtil
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175234616382024e0015Palavras-chave:
arte têxtil, artesanato, tapeçariaResumo
O presente trabalho tem como objetivo traçar um panorama da evolução das percepções acerca da arte têxtil ao longo do tempo, na busca por esclarecer certas noções que ainda na atualidade influenciam o julgamento das obras localizadas nesta categoria. Discutiu-se a importância da contextualização histórica e social de uma dada prática – no caso, o fazer artístico envolvendo fibras têxteis – para que esta possa ser fruída em todo seu potencial. O procedimento adotado foi a pesquisa bibliográfica. Identificou-se uma aproximação da prática artística envolvendo fibras têxteis com o artesanato e atividades femininas. Tal associação iniciou-se durante a Idade Média e intensificou-se a partir do Renascimento, coincidindo com a ideia do artista como gênio criador em contraponto à figura do artesão. Concomitante a este processo, o ideal da mulher como dona-de-casa, de atuação restrita ao ambiente doméstico, passou a ser associada às práticas têxteis. Posteriormente, os cânones modernistas dificultaram a aceitação das obras têxteis como objetos de arte, justamente pela associação com o artesanato a o contexto feminino. A partir da década de 1960 e ao longo da década de 1970, eminentemente na América do Norte, a atuação de vários artistas que se valiam do meio têxtil contribuiu para fomentar a discussão em torno da prática artística estudada e possibilitou que os conceitos tradicionais definidores da obra de arte fossem questionados.
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