A desleitura como tática, ou a tática da desleitura: reflexões sobre João Gilberto, Dorival Caymmi e a busca da legitimação de uma identidade artística

Autores

  • Tiago de Souza

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530401012016074

Palavras-chave:

João Gilberto, Dorival Caymmi, Identidade, Desleitura, Táticas Simbólicas

Resumo

Nesse artigo, de caráter musicológico, faremos uma análise comparativa utilizando duas interpretações da música Rosa Morena: uma do seu próprio autor Dorival Caymmi (1914-2008) e outra de João Gilberto (1931-). A partir da utilização do conceito de Campo, definido por Bourdieu (1996; 2013), iremos abordar o cenário em que o disco Chega de Saudade é lançado. Nossa premissa será que Gilberto, ao utilizar a composição Rosa Morena como base para seus procedimentos artísticos específicos, acaba estabelecendo uma desleitura da obra de Caymmi. Identificada como uma ação deformadora, a desleitura seria uma ferramenta de caráter tático, agindo dentro um ambiente de intensos conflitos e responsável por capitalizar bens simbólicos para a Bossa Nova, porém, tal economia acontecerá em uma via dupla: ao mesmo tempo em que se fortalecem as especificidades do novo estilo, a desleitura o enfraquece, devido à conexão que se estabelece com a tradição da música popular que Caymmi representa.

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Biografia do Autor

Tiago de Souza

Historiador, formado pela UERJ.
Mestre em Musicologia pela UFRJ.

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Publicado

2016-07-12

Como Citar

DE SOUZA, Tiago. A desleitura como tática, ou a tática da desleitura: reflexões sobre João Gilberto, Dorival Caymmi e a busca da legitimação de uma identidade artística. Orfeu, Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 074–108, 2016. DOI: 10.5965/2525530401012016074. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/7075. Acesso em: 4 nov. 2024.