Musicistas de orquestra e a arte das relações

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530410022025e0202

Palavras-chave:

Orquestra, Músicos, sucesso subjetivo, relações interpessoais, trabalho musical

Resumo

Este artigo investiga as relações interpessoais vivenciadas no cotidiano de músicos de orquestras brasileiras e suas articulações com diferentes formas de percepção de sucesso subjetivo. A pesquisa adota um método misto sequencial, com aplicação de questionário e entrevistas semiestruturadas. A análise qualitativa, baseada em eixos temáticos, revela tensões entre cooperação e competição, hierarquia e autonomia, sofrimento e realização. As falas dos participantes evidenciam que as condições institucionais e relacionais impactam diretamente a experiência de trabalho e os sentidos atribuídos à carreira musical. O estudo contribui para a compreensão do campo orquestral como espaço de negociação simbólica, afetiva e política, em que o sucesso é vivido de modo plural e relacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Bergsten Mendes Felix, Universidade de São Paulo

Doutorado em andamento em Administração (USP). Mestrado em Música, DePaul University, Estados Unidos. Integrante da Orquestra Sinfônica da USP desde 2008. É professora da FAAM, nas disciplinas de fagote e música de câmara.

Tania Casado, Universidade de São Paulo

Professora Titular da FEA/USP. Psicóloga, com Mestrado em Administração (USP) em 1993, Doutorado em Administração (USP) em 1998 e Livre-Docência pela FEA/USP em 2019.

Fábio Cury, Universidade de São Paulo

Professor do Departamento de Música da ECA-USP desde 2002. Graduação em Bacharelado em Fagote (Unicamp), Mestrado em Música (Unicamp) e Doutorado em Música (USP).

Referências

ALVARENGA, E.C.; OLIVEIRA, P. T. R.; LIMA, M. L. C. A coragem de ser músico: prazer e sofrimento no trabalho em orquestras sinfônicas. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 9, n. 2, p. 215–223, 2018.

BOMFIM, C. C. A música orquestral, a metrópole e o mercado de trabalho (Tese de Doutorado). Instituto de Artes, UNESP, 2017.

BRINKMANN, S.; KVALE, S. Doing interviews. London, UK: Sage, 2018.

CARTER, T.; LEVI, E. (Org.). The Cambridge companion to the orchestra. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

CHARMAZ, K. Constructing grounded theory. London, UK: Sage Publications, 2006.

CLARKE, E. F. What’s going on: Music, Psychology and Ecological Theory. CLAYTON, M.; HERBERT, T.; MIDDLETON, R. (Orgs.), The Cultural Study of Music, 2nd ed., p. 333 342). New York, NY: Routledge, 2012.

COOK, N. Entre o processo e o produto: Música enquanto performance. (F. Borém, trad.). Per Musi, 14, 5–22, 2006 https://periodicos.ufmg.br/index.php/permusi/issue/archive Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/permusi/issue/archive

COTTRELL, S. Professional music-making in London: ethnography and experience. Aldershot: Ashgate, 2004.

COTTRELL, S. Musical performance in the twentieth century and beyond: an overview. LAWSON, C.; STOWELL, R. (Orgs.), The Cambridge History of Musical Performance. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2012.

CRESWELL, J. W. Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. 2. ed. Thousand Oaks: Sage, 2003.

CRESWELL, J. W.; CLARK, V. L. P. Designing and conducting mixed methods research. 3. ed. Thousand Oaks: Sage, 2018.

GAUNT, H.; DOBSON, M. C. Orchestras as “ensembles of possibility”: Understanding the experience of orchestral musicians through the lens of communities of practice. Mind, Culture, and Activity, 21(4), 2014. doi: 10.1080/10749039.2014.951900

GIBBS, G. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre, RS: Artmed, 2009.

GILLINSON, C.; VAUGHAN, J. The life of an orchestral musician. In C. Lawson (Org.), The Cambridge companion to the orchestra. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2003.

GUNZ, H.; HESLIN, P. A. Reconceptualizing career success. Journal of Organizational Behavior, 26(2), 105–111, 2005. doi: 10.1002/job.300

HOLST, B. S. et al. Depression and performance anxiety in professional orchestra musicians. Medical Problems of Performing Artists, v. 27, n. 2, p. 91–97, 2012.

HUGHES, E. C. Men and their work. Glencoe: Free Press, 1958.

KENNY, D. T.; DRISCOLL, T.; ACKERMANN, B. Psychological well-being in professional orchestral musicians in Australia: a descriptive population study. Psychology of Music, v. 42, n. 2, p. 210–232, 2014.

KOIVUNEN, N.; WENNES, G. Show us the sound! Aesthetic leadership of symphony orchestra conductors. Leadership, v. 7, n. 1, p. 51–71, 2011.

KRONEMBERGER, G. A. OPES, uma Sociologia dos músicos de orquestra (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.

LAGE, M. C.; GODOY, A. S. O uso do computador na análise de dados qualitativos: questões emergentes. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 9(4), 75–98, 2008. doi: 10.1590/s1678-69712008000400006

LEHMANN, B. L’orchestre dans tous ses éclats: enquête sur la condition professionnelle des musiciens d’orchestre. Paris: La Documentation Française, 2012.

O’NEILL, S.; SLOBODA, J. Responding to performance: Listeners and audiences. RINK, J.; GAUNT, H.; WILLIAMON, A. (Orgs.) Musicians in the making: pathways to creative performance (p. 186–205). New York, NY: Oxford University Press, 2017.

SAWYER, K. R. Musical performance as collaborative practice. BARRET, M. (Org.), Collaborative creative thought and practice in music. Surrey, UK: Ashgate, 2014.

SEGNINI, L. R. P. Os músicos e seu trabalho: Diferenças de gênero e raça. Tempo Social, 26(1), 75–86, 2014.. doi: 10.1590/S0103-20702014000100006

SENNETT, R. Juntos: os rituais, os prazeres e a política da cooperação. Rio de Janeiro: Record, 2012.

SMALL, C. Musicking: the meanings of performing and listening. Middletown: Wesleyan University Press, 1998.

SPITZER, J.; ZASLAW, N. The birth of the orchestra: history of an institution, 1650–1815. Oxford: Oxford University Press, 2004.

SPURK, D.; HIRSCHI, A.; WANG, M.; VALERO, D.; KAUFFELD, S. Latent profile analysis: A review and “how to” guide of its application within vocational behavior research. Journal of Vocational Behavior, 120, 103445, 2020. doi: 10.1016/j.jvb.2020.103445

STRUBLER, D. C.; EVANGELISTA, R. Maestro Neeme Jarvi on Leadership. Journal of Management Inquiry, 18(2), 119–121, 2009. doi: 10.1177/1056492609333413

Downloads

Publicado

05-08-2025

Como Citar

FELIX, Mariana Bergsten Mendes; CASADO, Tania; CURY, Fábio. Musicistas de orquestra e a arte das relações. Orfeu, Florianópolis, v. 10, n. 2, p. e0202, 2025. DOI: 10.5965/2525530410022025e0202. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/25359. Acesso em: 1 set. 2025.