Além das cenas do crime: o fantasma de Tenório Jr. em meio às dissonâncias e disputas na historiografia do jazz brasileiro (1964-1976)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530406012021e0027

Palavras-chave:

memória musical, samba-jazz, jazz/instrumental brasileiro, ditadura militar, Améica Latina

Resumo

Inspirados no paradigma indiciário (GINZBURG, 2007) e no método biográfico (BOURDIEU, 2001), analisamos os usos e abusos da história do pianista Tenório Jr. no interior da memória e da historiografia sobre o jazz brasileiro dos anos 1960-1970. Morto em 1976 em plena ditadura argentina, a figura do músico foi acionada como símbolo da condição do jazz nacional naquele período. Cotejamos, assim, a vida e os discursos sobre Tenório, destacando, por fim, os desmembramentos históricos do instrumental brasileiro. Chegamos ao entendimento de que a trajetória do músico foi apropriada para fundamentar leituras distintas sobre a relação entre canção e música instrumental, gerando posições estético-ideológicas conflitantes. Fundamentados em dados empíricos, problematizamos essas narrativas e percebemos que as nuances da memória trágica de Tenório dão indícios, mas não determinam os rumos que o jazz e a música instrumental brasileira tomaram nos anos 70. Assim, concluímos que apesar dos traumas sofridos, esses estilos não “morreram” nos porões da indústria fonográfica. Antes, resistiram e se reinventaram.

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Biografia do Autor

Antonio Carlos Araújo Ribeiro Júnior, Universidade Federal do Maranhão

Graduado em História pela Universidade Estadual do Maranhão. Mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão (PGCULT) e pós-graduando em História e Cultura Afro-brasileira pela FACUMINAS. Integrante do GEJAZZBR (Grupo de Estudos do Jazz no Brasil) e do GPMUSI (Grupo
de Estudos em Práticas Musicais no Maranhão).

Renan Branco Ruiz, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Doutorando e mestre em História e Cultura Social pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Membro do GECU (Grupo de Estudos Culturais da UNESP) e do GEJAZZBR (Grupo de Estudos Jazz no Brasil).

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Publicado

2021-10-21

Como Citar

RIBEIRO JÚNIOR, Antonio Carlos Araújo; RUIZ, Renan Branco. Além das cenas do crime: o fantasma de Tenório Jr. em meio às dissonâncias e disputas na historiografia do jazz brasileiro (1964-1976). Orfeu, Florianópolis, v. 6, n. 1, 2021. DOI: 10.5965/2525530406012021e0027. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/19611. Acesso em: 22 dez. 2024.