Sagrada Malandragem: processo de criação e educação antirracista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/235809252712023e4518

Palavras-chave:

processos de criação, Zé Pelintra, educação antirracista, teatro

Resumo

Este artigo parte de encruzilhadas e urgências envoltas no processo de ensino e criação do espetáculo cênico intitulado Sagrada Malandragem, inspirado em Zé Pelintra e na malandragem sagrada de matriz afro religiosa. Montado junto a alunos de cursos técnicos da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará, o espetáculo é o disparador de análise acerca dos processos de ensino e criação cênica desenvolvidos pelos professores-diretores e orientados por uma perspectiva antirracista. As pedagogias que atravessam a montagem do espetáculo buscam estratégias de educação pela diversidade e de ruptura com paradigmas opressores de racialidade, evidentes tanto do ponto de vista da encenação, quanto da música de cena.

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Biografia do Autor

Thales Branche Paes de Mendonça, Universidade Federal do Acre

Artista multidisciplinar, professor e pesquisador em artes da cena. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará (2008), mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA (2012 e 2017), com estágio sanduíche na Universidade de Paris X Ouest Nanterre La Défense (2015-2016). Tem experiência artística nas linguagens do teatro, da música, da dança e da performance, tendo participado de mais de 50 espetáculos, apresentando-se em espaços convencionais e não-convencionais. Também possui experiência de participação como brincante em espetáculos da cultura popular, tais como cordões de bicho, pássaro junino, boi de máscaras, cavalo marinho e marujada. Desde 2020 está vinculado ao Centro Artístico Internacional Roy Hart (Maléargues - França) em vias de aquisição da certificação de professor de voz, sob a mentoria de Linda Wise e Enrique Pardo, co-diretores do Panthéâtre ACTS (Paris-França). Atualmente reside em Belém do Pará, onde atua como professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto de Ciências da Arte na Escola de Teatro e Dança da UFPA e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA. Atua remotamente como professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFAC. Trabalha como ator, músico, diretor teatral, diretor musical e preparador vocal. Tem experiência na pesquisa em artes com ênfase em Processos de Criação, Etnocenologia e Performance Vocal. 

Andréa Bentes Flores, Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará

Mulher afroamazônida, atriz, palhaça, dramaturga e diretora de Teatro na cidade de Belém-PA. Performa os espetáculos solo Rala, Palhaço! (2015), Curupirá (2018), mEU pOEMA iMUNDO (2020) e Divinas Cabeças (2021). Membra co-fundadora do Coletivas Xoxós (Belém,PA), grupalidade teatral amazônida que pesquisa protagonismo de mulheres, bioescrituras cênicas (a própria vida como matéria dramatúrgica), comicidades e o teatro ao alcance do tato, onde desenvolve as funções de direção, dramaturgia e atuação. Co-criadora da poética do Teatro Dadivoso, situada nas bordas do Teatro, da espiritualidade e do cuidado poético e político de pessoas e coletividades. Integra o Portal de Dramaturgia (www.portaldedramaturgia.com), que reúne 100 perfis da dramaturgia brasileira contemporânea, tendo sido convidada como um dos perfis da região Norte do país. Membra do Coletivo Filhos de Iracema e do Coletivo Incendiárias. Professora efetiva da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), onde coordena o projeto de pesquisa "Curupirações Cênicas: poéticas de re-existência e regimes de colonialidade nas artes da cena na Amazônia", bem como o "Laboratório Criaturas: Palhaçarias, Comicidades e Decolonialidades". Coordenadora da Especialização Técnica de Nível Médio em Dramaturgia (ETDUFPA). Coordenadora do GEPETU- Grupo de Estudo, Pesquisa e Experimentação em Teatro e Universidade, credenciado pela UFPA e CNPq. Doutora em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (DINTER/EBA/UFMG). Mestre em Artes pelo Instituto de Ciências da Arte da UFPA (ICA/UFPA). Especialista em Estudos Contemporâneos do Corpo: Criação, Difusão e Recepção (ETDUFPA/ICA/UFPA. Graduada no Curso Técnico de Formação em Ator (ETDUFPA). Graduada em Terapia Ocupacional (UEPA).

Marluce Souza de Oliveira, Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará

Mestra em Artes pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Pará - PPGARTES- 2013, na linha de pesquisa Trânsitos e Estratégias Epistemológicas em Artes nas Amazônias . Possui graduação em Educação Artística. Licenciatura. Hab. Música pela Universidade Federal do Pará (2005). Atriz formada pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará(1997). De 2001 a 2009 foi coordenadora do Projeto Arte Educação do Instituto Universidade Popular-UNIPOP, no momento é professora da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará nos cursos técnicos e graduação. Tem experiência nas áreas de Música, Sonoplastia e Artes Cênicas, com ênfase em teatro e canto, atuando principalmente nos seguintes temas: Direçao, Interpretação (atriz), Bailarina, Canto, Voz e Dicção.

Referências

AUTORIA COLABORATIVA. Sagrada Malandragem: uma dramaturgia colaborativa. 2022. Não publicado.

CARNEIRO, Janderson Bax. Para ver quem vem na umbanda: Zé Pelintra e a malandragem na prática religiosa umbandista. Curitiba: Appris, 2020.

CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não ser como fundamento do ser. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2023.

LIGIÉRO, Zeca. Malandro divino: a vida e a lenda de Zé Pelintra, personagem mítico da Lapa carioca. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2010.

RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.

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Publicado

2023-12-14

Como Citar

MENDONÇA, Thales Branche Paes de; FLORES, Andréa Bentes; OLIVEIRA, Marluce Souza de. Sagrada Malandragem: processo de criação e educação antirracista. Revista NUPEART, Florianópolis, v. 27, n. 2, 2023. DOI: 10.5965/235809252712023e4518. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/view/24518. Acesso em: 12 nov. 2024.