E-ISSN 1982-615x
ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 43, p. 310-365, jul/dez. 2024
Dossiê - A revolução da cultura digital no jornalismo de
moda: futuros possíveis
V.17, N.43 — 2024
DOI:http://dx.doi.org/10.5965/1982615x171432024310
Design de Comunicação de Moda:
análise do consumo de informação por
estudantes de Design de Moda de uma
universidade brasileira
Carolina Mendes
Mestre, Universidade de Lisboa e Universidade Federal do Paraná / caru.mendes@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9653-9454 / http://lattes.cnpq.br/1847765681332955
Juliana Bueno
Doutora, Universidade Federal do Paraná / julianabueno@ufpr.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5922-7638/ http://lattes.cnpq.br/3989763513737083
Maria José Sacchetti
Doutora, Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa / m.sacchetti@clara.co.uk
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5229-2178/ https://www.cienciavitae.pt/portal/E013-B079-A891
Enviado: 31/01/2024 // Aceito: 10/05/2024
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Design de Comunicação de Moda:
análise do consumo de informação por
estudantes de Design de Moda de uma
universidade brasileira
RESUMO
A partir de uma pesquisa em Design que desenvolve uma interface digital
direcionada ao ensino acadêmico de Design de Moda, este artigo traz um
desdobramento de sua componente exploratória. O objetivo deste artigo
é analisar como estudantes de Design de Moda da Universidade Estadual
de Londrina consomem conteúdo de Moda para identicar oportunidades
para os meios digitais de comunicação de forma a complementar o ensino
universitário e prepará-los para o mercado prossional. O método da
pesquisa parte de revisão de literatura sobre a evolução da comunicação
de Moda desde o início até seu contexto atual e aplicação de questionário
com estudantes e entrevistas com professoras. São selecionadas respostas
do primeiro e quarto ano para comparação e os principais comentários das
entrevistas para sustentar a discussão sobre as questões mais importantes
observadas. Por m é discutido como a comunicação entre professores
e estudantes e o percurso acadêmico podem inuenciar na procura por
informação de Moda pelos estudantes. O artigo tem como resultado
a ampliação de perspectivas e possibilidades para as mídias digitais de
comunicação de Moda com recursos educativos que complementam o ensino
universitário e auxiliam os estudantes no complexo sistema prossional de
Moda.
Palavras-chave: Design de Comunicação de Moda; Mídias digitais de
Moda; Ensino em Design de Moda.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
Fashion Communication Design:
analysis of information consumption by Fashion
Design students at a Brazilian university
ABSTRACT
Based on investigation in Design that develops a digital interface aimed
at academic education in Fashion Design, this paper presents part of its
exploratory phase. The objective of this paper is to analyze how Fashion
Design students at the State University of Londrina consume Fashion content
to identify opportunities for digital media to complement university education
and prepare them for the professional market. The research method is based
on literature review on the evolution of Fashion communication from the
beginning to its current context and the application of a questionnaire with
students and interviews with teachers. Answers from the rst and fourth year
are selected for comparison and the main comments from the interviews
to support the discussion on the most important issues observed. Finally,
it is discussed how communication between professors and students and
the academic path can inuence students’ search for fashion information.
The paper results in expanding perspectives and possibilities for digital
fashion communication media with educational resources that complement
university education and assist students in the complex professional fashion
system.
Keywords: Fashion communication design; Fashion digital media;
Fashion Design education.
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Diseño de Comunicación de Moda:
análisis del consumo de información de
estudiantes de Diseño de Moda en una
universidad brasileña
RESUMEN
Basado en una investigación en Design que desarrolla una interfaz digital
orientada a la enseñanza académica en Design de Moda, este artículo ofrece
una visión general de su fase exploratoria. El objetivo de este artículo es
analizar cómo los estudiantes de Diseño de Moda de la Universidad Estatal
de Londrina consumen contenidos de Moda para identicar oportunidades
de medios digitales con el n de complementar la formación universitaria
y prepararlos para el mercado profesional. El método de investigación se
basa en una revisión bibliográca sobre la evolución de la comunicación
de la Moda desde sus inicios hasta su contexto actual y la aplicación de
un cuestionario a estudiantes y entrevistas a profesores. Se seleccionan
las respuestas del primer y cuarto año para compararlas y los principales
comentarios de las entrevistas para apoyar la discusión sobre los temas
más importantes observados. Finalmente, se discute cómo la comunicación
entre profesores y estudiantes y el recorrido académico pueden inuir en
la búsqueda de información sobre Moda por parte de los estudiantes. El
artículo resulta en ampliar perspectivas y posibilidades para los medios de
comunicación digitales de Moda con recursos educativos que complementan
la educación universitaria y ayudan a los estudiantes en el complejo sistema
profesional de la Moda.
Palabras-clave: Diseño de Comunicación de Moda; Medios Digitales de
Moda; Docencia en Diseño de Moda.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
1. INTRODUÇÃO
O Design de Comunicação de Moda é uma disciplina voltada para
o desenvolvimento de novos formatos e conteúdos para as mídias
de informação de Moda e tem estreita relação com o Jornalismo,
a Publicidade, o Design Editorial e o Design de Moda. A velocidade
da evolução das mídias digitais permite que os assuntos do Design
de Comunicação de Moda sejam abordados em diferentes áreas do
conhecimento.
De acordo com Lipovetsky (2009), uma característica que
dene a Moda é a efemeridade, ou seja, o que é produzido no seu
contexto tem duração predeterminada. Entretanto, não são apenas
os produtos vestíveis que participam do processo, mas também as
mídias de comunicação que tratam sobre o tema.
Para Gago (2016, p.187) “no início das duas primeiras
décadas do século XXI assistimos a uma radical mudança do suporte
comunicativo da Moda, gradual, mas já bem perceptível.” Com essa
transição nunca houve tanta informação disponível e a popularização
do acesso à internet em diferentes dispositivos permite que os leitores
consumam um grande volume de notícias.
Outro fator importante foi que a partir do surgimento das mídias
sociais digitais as marcas de Moda desenvolveram departamentos
internos ou contrataram agências de publicidade para se dedicarem
exclusivamente à comunicação e divulgação de seus produtos nessas
plataformas.
Há alguns anos esse trabalho era feito exclusivamente pela
equipe de redação das tradicionais revistas de Moda, combinando
editoriais e artigos críticos escritos por jornalistas e material
publicitário. Os leitores podiam ainda identicar o tipo de informação
que consumiam. Para Caldwell e Zappaterra (2014, p.59) “a internet
tornou-se a maior ameaça para o modelo de publicidade e as empresas
jornalísticas foram forçadas a repensar seu modelo de negócios”.
Apesar de ser recomendada a sinalização dos conteúdos
patrocinados nos meios de comunicação impressos e digitais é cada
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 315
vez mais confusa a identicação do que é informação que passou por
avaliação crítica e aquela que tem cunho publicitário.
Caldwell e Zappaterra (2014, p.232) armam que “as fronteiras
entre o que é o marketing, publicação, rádio/TV e publicidade estão se
tornando turvas, indistintas”. Os comunicadores recorrem a técnicas
jornalísticas para disfarçar as matérias de opinião e inuenciar leitores
a comprar seus produtos.
Hinerasky (2010, p.8) arma que “a partilha de opiniões e
experiências sobre Moda passou a ser feita tanto por jornalistas e
editoras de Moda, por outros prossionais do setor, quanto por pessoas
comuns”. A innidade de pers pessoais nem sempre apresentam
matérias originais, críticas e conáveis.
Trazendo essa questão para o âmbito do ensino universitário
em Design de Moda, o desao dos estudantes atuais é selecionar
bons canais de comunicação para se atualizarem sobre os sistemas
da Moda, aplicarem os conceitos nos projetos acadêmicos e se
prepararem para o mercado prossional.
Atualmente, os estudantes recorrem a sites de acesso livre e
pers nas mídias sociais digitais: o volume de informação disponível
nesses meios não tem interpretação crítica suciente para servirem
de referencial teórico para os projetos acadêmicos. As bases de dados
cientícas são consultadas com maior profundidade para os projetos
de iniciação cientíca e nem sempre para os trabalhos das disciplinas
curriculares.
É fundamental que a comunicação entre professores e
estudantes esteja alinhada para que possam compartilhar entre si
conteúdos que auxiliarão na sua formação prossional.
Para compreender como ocorre atualmente o consumo de
mídias de comunicação de Moda foram selecionados cursos de Design
de Moda em duas universidades, uma no Brasil e outra em Portugal
para envolver a participação da comunidade acadêmica e reetir
sobre formatos que a informação pode assumir.
Este trabalho é um recorte da fase exploratória de uma Tese
de Doutorado em Design, que tem como objetivo o desenvolvimento
de uma interface digital de comunicação de Moda direcionada aos
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estudantes de Design de Moda da Universidade de Lisboa (ULisboa),
e da Universidade Estadual de Londrina (UEL), para auxiliar nos
projetos acadêmicos e contribuir na sua preparação para o mercado
prossional.
O objetivo deste artigo é analisar o consumo de conteúdo de
Moda pelos estudantes da UEL por meio da aplicação de questionário
(n=31) e de entrevistas com professoras (n=3) de forma a considerar
possibilidades futuras para as mídias de informação de Moda.
Para tal, os dados coletados na UEL foram utilizados, para
comparar e vericar de que forma o percurso acadêmico é capaz de
inuenciar no consumo de informação de Moda. Foram utilizados os
resultados obtidos no 1º e 4º ano.
A partir de revisão de literatura foi apresentada a evolução dos
meios de comunicação de Moda para conhecer os seus diferentes
formatos, seguida pela contextualização de sua conguração na
atualidade.
Em seguida, foi apresentada a descrição do método da
pesquisa com o detalhamento da aplicação das técnicas de coleta
de dados. Foram discutidos os resultados obtidos no questionário e
nas entrevistas. Por m, a análise dos resultados foi sintetizada e as
conclusões alcançadas expressas nas considerações nais.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 A evolução da comunicação de Moda
De acordo com Lipovestsky (2009), o sistema da Moda
ocidental surgiu nas grandes cidades europeias na metade do século
XIV. A burguesia se estabeleceu economicamente entre a sociedade
dos nobres e dos servos, tendo acesso a materiais têxteis que eram
exclusivos às altas classes.
Em estágio inicial, a mutabilidade da Moda se inicia da seguinte
maneira: a burguesia levou para suas vestimentas elementos formais
utilizados pelos nobres; esses, quando perceberam suas roupas
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foram copiadas pela classe inferior adotaram outros códigos para se
diferenciar na sociedade.
Lipovestsky (2009) arma que esse é um sistema de imitação
e distinção, quer dizer, a burguesia infringiu as leis suntuárias ao
imitar as indumentárias da nobreza, que em seguida elaborou novos
modelos para se distinguir.
Claramente esse sistema acontecia de maneira muito lenta
se comparada com o da Moda atual. As primeiras representações
visuais de Moda iniciaram no mesmo período. As gravuras eram
acompanhadas por pequenas descrições em texto, como a composição
dos tecidos, os materiais, os bordados e as cores.
Nessa primeira fase, que durou até a metade do século XIX, a
Moda foi disseminada por meio de desenhos e bonecas, até surgirem
os primeiros costume plates no século XVII e fashion plates no século
XVIII.
De acordo com Laver (1989), os costume plates eram os
registros dos modos de vestir, já os fashion plates apresentavam aos
leitores o que viria a ser Moda. Foi a partir dos modelos dos fashion
plates ingleses, franceses e alemães que surgiram as revistas de
Moda, pois tratavam as futuras tendências.
A popularidade das revistas de Moda europeias atravessou
o oceano e chegou aos Estados Unidos da América. Sua inuência
acompanhou o período da Moda que Lipovetsky (2009) chama de
Moda de cem anos, que durou da metade do século XIX com o
surgimento da prossão dos estilistas até a chegada do pronto a
vestir na metade do século XX.
Apesar de a fotograa ter se desenvolvido na metade do século
XIX, foi no m desse século que ela encontrou espaço nas revistas
de Moda. Durante muitos anos as ilustrações e as fotograas se
complementaram nas publicações de Moda, a substituição de uma
pela outra demorou a acontecer.
De acordo com Lipovestsky (2009, p.126), o “prêt-a-porter
engajou-se no caminho novo de produzir industrialmente roupas
acessíveis a todos, e ainda assim Moda, inspiradas nas últimas
tendências do momento”. A essa nova fase o autor dá o nome de
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Moda aberta, pois possibilitou grande democratização do acesso à
informação e aos seus produtos.
As redações das revistas detinham o domínio dos veículos de
comunicação de Moda, apresentando aos leitores artigos críticos,
editoriais e descritivos pois tinham acesso exclusivo aos desles e
novas tendências de consumo.
Foi nos anos 1990 que a internet chegou para modicar todo
o sistema do Jornalismo de Moda. Hinerasky (2010) arma que foi
nesse momento que houve um aumento exponencial da divulgação
de desles e eventos e a informação foi disseminada para públicos
cada vez maiores.
A Moda passou a ser representada em veículos impressos e
digitais por meio de ilustrações, texto, fotograas, vídeos e áudio, o
que caracteriza a hibridização de suas representações. Hoje a imagem
de Moda prevalece sobre os textos críticos. Esses foram substituídos
por fotograas e vídeos capazes de apresentar ao público o que
de mais novo com a menor quantidade de texto possível.
2.2 Comunicação de Moda na atualidade
De acordo com Choi e Lewis (2017), à medida que a
informação e os produtos passaram pelo processo de popularização
e democratização, a Moda assumiu posição de instituição cultural,
capaz de representar as sociedades por todo o mundo. Sendo assim,
os conteúdos sobre os seus sistemas cresceram em vários veículos
de comunicação: revistas, jornais, livros, sites, blogs e transitaram
para outros formatos de mídia digital.
As mídias digitais possibilitaram que a comunicação de Moda
encontrasse caminhos mais precisos para chegar a mais pessoas
e atingir públicos especícos. Pela sua própria especicidade, os
materiais impressos compreendem pouco o percurso que o leitor faz
ao ler uma revista: não é possível vericar os artigos mais lidos e as
imagens que mais se destacaram. Já nos formatos on-line é possível
recuperar em números o engajamento com as publicações por meio
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das visualizações, curtidas, comentários, compartilhamentos etc.
Gago (2016, p.192) arma que “a Moda hoje se mostra ao
alcance de um simples clique, uma forma cômoda de acesso que
facilitou a irrefreável circulação de estilos”. A ampliação do acesso
à internet oportunizou a disponibilidade e circulação de conteúdos
sobre Moda, gerando certa universalidade da informação desde que o
interessado tenha as ferramentas necessárias para encontrá-la. Essa
difusão admite que as tendências e os eventos sejam divulgados a
qualquer momento e de qualquer lugar.
As mídias digitais tornaram a periodicidade da Moda ainda
menor, os ciclos de atualização são cada vez mais rápidos e há sempre
novas notícias sendo publicadas. Para Baldini (2018, p.88), “a causa
primeira das mudanças da Moda é o desejo de novidade”, que acaba
por reetir nas suas estratégias de disseminação pois depende da
geração de novos códigos de estilo e informação.
De acordo com Rocamora (2013), as próprias revistas são
uma mercadoria de Moda, passam por constantes atualizações de
suas páginas pois estão inseridas nesse sistema. O efêmero e a
evanescência da Moda encontraram seu lugar nos formatos on-line,
em que as informações têm duração predeterminada. O princípio do
novo no sistema da Moda rápida (fast fashion), também acontece na
aceleração de seu discurso.
Nesse cenário passa a ser questionado o papel do Jornalismo
de Moda nos meios digitais. De acordo com Caldwell e Zappaterra
(2014, p.232) os “editores precisam cada vez mais a procurar mais
formas para sua publicação para se destacar” e por isso precisam
recorrer às novas tecnologias para gerar conteúdo relevante em meio
à imensidão de informação disponível on-line.
A internet possibilitou que mais pessoas pudessem acessar os
conteúdos de Moda, entretanto o papel do leitor como receptor de
informação misturou-se com o de emissor. A produção de matérias
que antes era restrita aos jornalistas de Moda hoje pode ser feita por
qualquer indivíduo, porém, o rigor crítico e a qualidade da informação
caram comprometidos.
Nessa circunstância surgem as adversidades que os
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inuenciadores causam para o Jornalismo e a crítica de Moda
especializada. Para Mackenzie (2010, p.128) “agora, qualquer pessoa
pode montar um blog de Moda, participar de fóruns de discussão,
produzir uma revista on-line ou promover a venda de suas próprias
criações”.
De acordo com Rocamora (2022), dentre as mídias sociais
digitais, o Instagram é o mais signicativo espaço para a produção
e consumo de informação de Moda, apesar da grande relevância do
TikTok entre o público mais jovem. Tanto o Instagram quanto o TikTok
são os principais meios de comunicação de Moda na atualidade, pelos
quais os usuários têm acesso aos pers das marcas, das revistas e
dos inuenciadores.
Para Pedroni e Mora (2023) essas mídias proporcionam aos
leitores novos formatos e dicursos para a Moda, além de um número
maior de visualização dos conteúdos. Em oposição ao acesso à
informação que anteriormente dependia de alto investimento, os
meios digitais hoje permitem uma aproximação mais democrática
entre os interessados em Moda e as notícias.
Choi e Lewis (2017) armam que as mídias sociais digitais
incentivaram a discussão de ideias, no entanto permitiu que fossem
disseminados comentários equivocados e uma variedade de análises
não vericadas.
Esse é um problema enfrentado pelas redações especializadas,
pois competem espaço com inuenciadores que falam sobre Moda na
internet. Em maioria, essas pessoas não se prossionalizaram nem
têm formação superior em áreas do conhecimento especícas para
gerar informação crítica de Moda.
O conteúdo que produzem tem caráter publicitário, quer dizer,
é parcial e tendencioso, o que pode implicar na manipulação e
desinformação de seus seguidores sobre o assunto. De acordo com
Hinerasky (2010, p.14) os inuenciadores digitais “traduzem a Moda
para o cotidiano de pessoas comuns, retirando o assunto de um certo
altar já pré-estabelecido”.
Apesar de não haver mandamentos para a produção de conteúdo
nas mídias sociais digitais, esses prossionais podem facilitar a
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compreensão das questões da Moda e adaptá-las às linguagens que
seus seguidores compreendem.
Outra questão relevante é que anteriormente as marcas
dependiam das revistas impressas para divulgar as novas coleções aos
seus clientes, ou seja, fazia-se necessário um meio de comunicação.
Atualmente as marcas dispõem de seus próprios veículos de
informação e têm contato direto com os consumidores por meio de
pers nas mídias sociais digitais.
Hoje é possível acessar a programação completa das semanas de
Moda mundiais pelo próprio dispositivo móvel. O que antes dependia
de uma edição mensal impressa para saber o que aconteceu de mais
importante, agora é possível assistir em tempo real as coleções sendo
desladas pelas passarelas.
McNeil e Miller (2014) armam que disponibilizando os
desles gratuitamente por meio de transmissão ao vivo, as marcas
revolucionaram o evento que antes era restrito a convidados especiais,
como a imprensa e prossionais da indústria.
Para Gago (2016) a Moda como informação perde a sua qualidade
verbal e ganha características de entretenimento e espetáculo por
meio da internet.
De acordo com Lipovetsky (2009, p.215) “no coração da
publicidade trabalham os próprios princípios da Moda: a originalidade
a qualquer preço, a mudança permanente, o efêmero”. Tanto na
questão dos inuenciadores quando na das marcas, se confundem
as matérias jornalísticas e publicitárias nos veículos digitais.
A publicidade usa recursos jornalísticos para gerar informação
com objetivos de venda, e esse não é um problema restrito aos formatos
digitais. As revistas impressas, que dependem das assinaturas e dos
anunciantes para se manterem em circulação, dispõem de mais da
metade de suas páginas com anúncios e artigos patrocinados.
Nesse sentido, a crítica de Moda tem tido pouco espaço nas
mídias sociais digitais. Para não armar que é inexistente, ainda
matérias críticas nos veículos digitais, mas são direcionadas ao público
prossional que depende desse tipo de conhecimento e de análises
especícas para se atualizar no mercado. Para Silva e Tavares (2016,
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s.p.) “é necessário que a Moda seja julgada e avaliada. O olhar crítico
faz a Moda amadurecer”.
McNeil e Miller (2014) armam que, para ser um crítico de Moda
é preciso compreender todo o entorno: de que forma os contextos
socioeconômicos, históricos e culturais reetem na sua estética. Toda
crítica deve envolver os domínios da descrição, da interpretação e da
avaliação dos fatos e produtos de Moda.
Para o público em geral a informação resumida pode ser
suciente, mas para as pessoas que trabalham na área o conteúdo
crítico é indispensável para que compreendam profundamente os
sistemas da Moda para aplicar nas suas atividades prossionais.
A partir do contexto dos meios de comunicação direcionados
aos prossionais de Moda é que se desenvolve esta investigação.
Existem muitas plataformas de mídia de Moda especializada, mas
o acesso exige alto custo de assinatura e a linguagem é apropriada
para pessoas que estão no mercado de trabalho há muitos anos.
As disciplinas preparam os estudantes de Design de Moda para
o conhecimento geral dos domínios da Moda, mas é necessário que
eles se aprofundem naqueles que mais se interessam e desenvolvam
outras habilidades. De acordo com Sanches (2017) no ensino em
Design de Moda faz-se necessária a abordagem multidisciplinar e
constante atualização sobre as áreas que reetem no âmbito da
Moda.
É preciso desenvolver estratégias especícas para a comunicação
de Moda voltada ao ensino em Design de Moda, seja na orientação
dos estudantes para acessarem informações disponibilizadas por
veículos de referência, seja na criação de formatos adaptados às
suas linguagens e condição econômica. Para isso foi importante
compreender como os formatos da informação de Moda evoluíram
para que novas possibilidades e soluções sejam propostas.
Para Sanches (2017, p.17) existem “três condições básicas
para a educação projetual: a interdisciplinaridade, a valorização do
pensamento visual e o incentivo à pesquisa cientíca”. Dessa forma
os estudantes precisam estar atualizados nas circunstâncias que
reetem no universo da Moda a partir de referências fundamentadas
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e críticas.
A aproximação das mídias de comunicação especializadas
em conteúdo crítico de Moda pode contribuir para complementar o
conhecimento acadêmico e preparar os estudantes para o mercado
prossional.
3. MÉTODO DA PESQUISA
Por se tratar de uma pesquisa que envolve a participação de
pessoas, as técnicas de coleta de dados da pesquisa passaram por
avaliação do Comitê de Ética (CEP) da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) (CAAE 67715823.8.0000.0214/Parecer 5.988.058) e
da UEL (CAAE 67715823.8.3001.5231/Parecer 6.049.667) para que
pudessem ser aplicadas com a comunidade acadêmica dos cursos de
Design de Moda da ULisboa e da UEL.
A investigação seguirá com a análise comparativa dos dados
coletados nas universidades envolvidas. Apesar de alguns dados
serem apresentados em números, sua abordagem é qualitativa e
descritiva.
Para dar suporte à etapa da identicação do problema foi
denida como técnica de coleta de dados a revisão de literatura, e
para a etapa da identicação do público a aplicação de questionário
com os estudantes e as entrevistas com os professores, detalhadas
na tabela 1.
Tabela 1: Método de pesquisa.
TÉCNICAS DE COLETA
DE DADOS Revisão de literatura
Questionário
Entrevistas
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
3.1 Questionário
O questionário teve como título A crítica de Moda nos meios
digitais de comunicação, seguido por uma pequena apresentação
dos objetivos da pesquisa e do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).
Ele foi estruturado no Google Forms e as perguntas foram
separadas em três blocos: o primeiro continha questões relacionadas
ao perl do estudante, o segundo era relativo às mídias de comunicação
e o terceiro a ensino e aprendizagem em Design de Moda, totalizando
15 perguntas objetivas e subjetivas. A participação dos estudantes foi
voluntária, anônima e sigilosa, nenhum dos dados coletados permitiu
sua identicação.
No 1º ano da Graduação em Design de Moda na UEL a atividade
aconteceu presencialmente no dia 29/09/2023 durante o tempo
de aula da disciplina anual de projeto, sob a supervisão de sua
responsável, Professora A.
Uma das autoras deslocou-se até o campus da universidade
para encontrar-se com os estudantes e fazer uma breve apresentação
da investigação e do questionário, explicando os objetivos e os
benefícios que a pesquisa trará para a comunidade. Nesta turma
contou com a participação de 18 estudantes.
O ano compreende três disciplinas: Estágio Supervisionado
II, Trabalho de Conclusão de Curso e Tópicos Avançados. Portanto
os estudantes frequentam o campus da universidade para resolver
eventuais questões acadêmicas, reuniões com orientadores e aulas
esporádicas durante o ano.
Por intermédio da responsável da disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso, Professora C, foi compartilhado com os estudantes
por e-mail e WhatsApp o link do questionário que cou disponível
entre os dias 10 e 30/10/2023. Na turma de 4º ano participaram 13
estudantes.
Por se tratar de um grande volume de dados e pela limitação de
extensão deste artigo, foram selecionadas as informações levantadas
a partir de cinco perguntas objetivas e uma pergunta subjetiva. O
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 325
resultado foi apresentado visualmente por meio de grácos e os
dados analisados em porcentagem.
O objetivo da atividade foi compreender de que forma ocorre
o acesso à informação de Moda pelos estudantes de Design de Moda
da UEL, para propor novas possibilidades de recursos informativos
e educativos, auxiliar nos projetos curriculares e contribuir para o
conhecimento geral dos diversos assuntos da prossão.
Para encontrar essas respostas foram escolhidas as questões
da Tabela 2 que têm relação direta com o consumo de informação:
Tabela 2: Seleção de perguntas do questionário.
Questionário: 31 participantes (18 estudantes do 1º ano, 13 do 4º)
Pergunta 1 Idade.
Pergunta 4 Marque as três mídias sociais que mais acessa.
Pergunta 5 Onde mais procura por informação de Moda?
Pergunta 6 Qual a frequência da sua procura por informação de Moda?
Pergunta 7 Indique um site pago de informação de Moda que gostaria de ter
acesso.
Pergunta 11 Quais os assuntos da área que mais lhe interessam?
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
3.2 Entrevistas
Apesar de ter como público-alvo os estudantes de Design de
Moda, é importante ter contato com os professores para compreender
de que maneira acontece o compartilhamento de conhecimento.
De acordo com Dresch, Lacerda e Antunes (2015) a entrevista é
uma técnica de coleta de dados exível para que uma conversa
mais aprofundada possa relevar informações importantes para o
entendimento do ambiente em questão.
Foram convidadas para as sessões de entrevista as professoras
responsáveis pelas disciplinas anuais de Projeto da UEL. Seus nomes
foram omitidos por questões de sigilo e privacidade, por isso são
identicadas desta maneira: Professora A (1º ano), Professora B (3º
ano) e Professora C (4º ano).
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
O convite foi feito por e-mail com uma breve apresentação do
tema da pesquisa e dos objetivos da entrevista. Foram anexados o
TCLE referente à atividade e o roteiro das perguntas para que elas
pudessem reetir sobre o assunto antes do encontro. As sessões foram
realizadas de maneira remota pelo Zoom com duração aproximada
de uma hora.
O modelo de entrevista semiestruturada permite que a
conversa tenha maior uidez e possa ser aprofundada nas questões
que o entrevistado compartilha de mais relevante.
O roteiro compreendeu perguntas relacionadas ao consumo de
conteúdo de Moda por professores e estudantes e de que forma a
cultura digital inuenciou no seu pensamento crítico e no processo de
ensino e aprendizagem. Para este trabalho foram sintetizadas desta
forma na tabela 3:
Tabela 3: Roteiro de pergunta das entrevistas.
Entrevistas: 3 participantes
Pergunta 1 Quais as mídias de comunicação que você utiliza para se informar
sobre Moda hoje?
Pergunta 2 Quais fontes de informação recomendadas pelos professores em sala
de aula? A universidade disponibiliza alguma plataforma de conteúdo
de Moda de acesso livre aos estudantes?
Pergunta 3 Quais as mídias de comunicação que os estudantes utilizam para se
informar sobre Moda hoje?
Pergunta 4 De que maneira isso reetiu nos trabalhos acadêmicos?
Pergunta 5 De que forma a era digital inuenciou na qualidade de ensino no cur-
so de Design de Moda?
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
A entrevista com a Professora A aconteceu no dia 06/10/2023,
com a Professora C no dia 11/10/2023 e com a Professora B no dia
10/11/2023.
Pela limitação de extensão deste artigo comentada
anteriormente, foram selecionadas as armações mais pertinentes
que justicam a ocorrência dos fatos e fundamentam os conceitos
observados pelas autoras.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 327
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O curso de Design de Moda da UEL é composto por quatro anos
curriculares organizados em disciplinas anuais e semestrais. Em todos
os anos há uma disciplina principal que exige a apresentação de um
projeto completo. As outras disciplinas são direcionadas para ensinar
as fases de desenvolvimento do projeto, como por exemplo: método
de pesquisa, ilustração, materiais têxteis, modelagem, tecnologias
da confecção, entre outras.
O conhecimento é passado por aulas expositivas e depende
da geração de conceitos levada pelos estudantes, por isso são tão
importantes os canais por onde eles acessam informações para
complementar o que é ensinado pelos professores.
No 3º e 4º anos são obrigatórias as disciplinas de estágio
supervisionado, em que os estudantes têm contato com as indústrias
de Moda e aprendem na prática o que estudam nas aulas e se
preparam para se inserir no mercado prossional.
Neste tópico foram analisados os dados coletados no questionário
e nas entrevistas para perceber como a informação é consumida pelos
estudantes e discutir futuros possíveis para os meios de comunicação
de Moda voltados ao ensino acadêmico.
O resultado está apresentado em grácos por porcentagem,
tendo as respostas do 1º ano marcadas em verde e as do 4º ano em
roxo. A primeira pergunta (gura 1) foi relativa à idade. Grande parte
dos estudantes de 1º ano têm idades entre 17 e 20 anos, no 4º ano
elas são distribuídas entre 21 e 34 anos:
Figura 1: pergunta 1.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
A distribuição das idades é um fator que inuenciou
nas próximas respostas, pois existe diferença no consumo de
informação nos meios digitais entre as gerações. Quanto mais
jovens os estudantes, mais recentemente tiveram contato com a
internet nas instituições escolares e os formatos digitais de ensino e
aprendizagem moldaram sua maneira de buscar conhecimento.
Na quarta pergunta (gura 2) os estudantes foram questionados
em relação às mídias sociais digitais que mais acessam. A totalidade
dos estudantes de 1º ano acessa o Instagram, seguido pelo TikTok
com 77,7% das respostas. A totalidade dos estudantes de 4º ano
acessa o YouTube, seguido pelo Instagram com 84,6% das respostas.
Figura 2: pergunta 4.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
Como analisado na primeira pergunta, a idade inuencia no
acesso aos veículos de informação. O TikTok é uma mídia social
digital lançada em 2016 e direcionada a um público mais jovem: no
4º ano apenas 38,4% dos estudantes estão presentes nessa rede.
Já o Facebook, lançado em 2004, é mais acessado pelos estudantes
do 4º ano com 30,7% das respostas, diferentemente dos 5,5% dos
estudantes de 1º ano.
Ao analisar as respostas foi possível perceber que os estudantes
consomem expressivamente informação em vídeo, no entanto é a
duração desse conteúdo que reete no seu consumo: o ano se
interessa mais pelo TikTok com vídeos curtos e o 4º ano pelo YouTube
que contempla vídeos mais longos.
A pergunta 5 (gura 3) tem a ver com os canais pelos
quais os estudantes procuram por informação de Moda. Uma
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 329
empresa como a Vogue tem a edição impressa, a digital, o
site, pers nas mídias sociais digitais, canal YouTube, podcast,
entre outros. Por isso não foram questionados os títulos de
interesse, mas por qual via acessam seus conteúdos de Moda.
Figura 3: pergunta 5.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
As três vias mais procuradas pelo ano foram, nesta sequência:
os pers das marcas de Moda, de inuenciadores e celebridades e
os das revistas pelas mídias sociais digitais. O 4º ano também tem
os pers mais acessados: as marcas e mídias especializadas em
equidade, seguido pelas revistas.
Os estudantes de 1º ano ainda têm uma visão muito rasa
sobre a Moda, conhecem as marcas mais inuentes, mas poucos têm
ideia do processo completo de projeto, produção e comunicação da
indústria da Moda.
Ao iniciarem os trabalhos acadêmicos percebem que o
conteúdo que consomem em alguns pers nas mídias sociais digitais
não são sucientes para o conhecimento que precisam ter. Por isso
recorrem aos veículos especializados na busca por informações mais
aprofundadas para o projeto que estão desenvolvendo.
Apesar de existir diferença entre o consumo de informação do
1º para o 4º ano, ainda assim os estudantes estão utilizando as
mídias sociais digitais como fonte de informação.
Para desenvolver uma nova proposta de conteúdo de Moda
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
deve-se encontrar o público-alvo nos lugares que ele frequenta.
Por isso é fundamental que os projetos de comunicação estejam
presentes nesse meio com o objetivo de direcionar os leitores para
outros formatos de mídia.
Na pergunta 6 (gura 4) os participantes foram questionados
sobre a sua frequência de procura por informação de Moda:
Figura 4: pergunta 6.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
É perceptível que a procura de informação pelos estudantes
de 4º ano é mais baixa. Além de cursarem a disciplina de estágio
supervisionado, produzirem o trabalho de conclusão de curso e terem
menor disponibilidade de tempo, quando necessitam de um conteúdo
especíco se direcionam pontualmente aos canais que entregam o
conhecimento que precisam.
Isso mostra que eles têm necessidade de saber em profundidade
sobre menos assuntos. Em comparação, o 1º ano ainda entende que
deve saber todas as novidades da Moda.
Na pergunta 7 (gura 5) os participantes foram questionados
sobre um site pago de informação de Moda que gostariam de ter
acesso:
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Figura 5: pergunta 7.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
.
Apesar de atualmente terem pouco interesse nas edições
impressas, as matérias da revista Vogue inuenciam muito no
consumo de informação dos estudantes de Design de Moda. Por ter
atravessado gerações e divulgado a Moda em diversos formatos de
imagem, a revista adaptou o seu conteúdo nos meios digitais para
manter sua visibilidade com as novas gerações.
Houve uma resposta expressiva nos dois anos, mesmo sendo
menor no ano: alguns estudantes não souberam indicar um site
pago pois acessam predominantemente as matérias de livre acesso
nas mídias sociais digitais.
No 4º ano a WGSN, uma mídia especializada em tendências
do universo da Moda, é indicada por 30,7% dos estudantes, em
comparação com os 16,6% do ano. Essa resposta veio da inuência
dos professores: nas entrevistas as três professoras armaram que
utilizam esse site para levar conhecimento para ser discutido em sala
de aula.
Por não ser de acesso gratuito, os estudantes têm curiosidade
sobre os relatórios completos da WGSN. O mesmo acontece com The
Business of Fashion, mas em menor proporção.
Para nalizar a análise dos dados coletados foi selecionada a
pergunta 11 (gura 6) em que foram questionados os assuntos da
área pelos quais mais se interessam:
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Figura 6: pergunta 11.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
Ao comparar os assuntos de maior interesse entre os dois anos
foi possível perceber que os desles e semanas de Moda, o styling,
as tendências e as marcas de luxo passam a ter menor importância;
história, teoria e crítica de Moda, modelagem, exposições e museus
e estamparia passam a importar mais.
Como referido anteriormente, cursar as disciplinas de estágio
supervisionado e trabalho de conclusão de curso inuencia muito
nas respostas obtidas. Os estudantes desenvolvem interesses por
outros assuntos durante o curso, aqueles relacionados às disciplinas
cursadas, à experiência adquirida na indústria e na criação dos
projetos.
A coleta de dados por meio do questionário permitiu entender
de que forma os estudantes consomem informação nas mídias de
Moda. As entrevistas trouxeram respostas para as questões ainda
não compreendidas em relação à comunicação entre estudantes
e professores. As professoras foram questionadas de que forma
orientam a busca por conhecimento para complementar o que é
ensinado em sala de aula.
Das entrevistas, foram selecionadas algumas perspectivas das
professoras que sustentam as questões observadas no questionário,
as quais são apresentadas na tabela 4. Na primeira coluna foram
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 333
elencadas as professoras entrevistadas, na segunda coluna os
comentários mais relevantes para este artigo e na terceira o código
identicador de cada comentário para ser citado na discussão.
Tabela 4: Seleção de comentários das entrevistas.
Entrevistadas Comentário ID
Professora A
(06/10/2023)
Aconselho os alunos a tomarem cuidado com informação de Moda
que está disponível nas redes sociais pois nem tudo que está dispo-
nível é o que eles vão trabalhar no futuro. Eles têm que se informar
sobre o que está acontecendo, mas não é o conteúdo de Moda que
precisa consumir. Usar os sites das revistas onde vão encontrar as
discussões e direciono para jornalistas de Moda mais críticos depen-
dendo da temática.
A1
A informação que consomem não é um produto de reexão. Sabe-
mos que a informação de Moda vai muito além da informação visual:
é preciso discutir o comportamento e o contexto socioeconômico.
A2
“Seria interessante ter uma cartilha digital ou um perl para troca
de informação e experiências, com reunião de egressos, com exem-
plos de prossionais de Moda que começaram ali e hoje atuam em
diferentes segmentos. Com isso também trazer opções de formações
complementares, com o tipo de conhecimento que devem buscar
para atuar em determinada área.
A3
Professora B
(11/10/2023)
“Investigar os dois lados [professores e estudantes] é muito impor-
tante porque talvez você descubra que no processo de ensino a co-
municação seja falha e não o lugar onde o aluno busca a informação.
B1
“Faltam portais que falem especicamente sobre as diversas áreas de
atuação da Moda, não só feitos por professores e pesquisadores, mas
também pelo mercado.
B2
Professora C
(10/11/2023)
“Eu apresento menos informação do que deveria para eles irem atrás.
Até foi interessante você ter feito essa entrevista porque me obriguei
a listar as minhas fontes de informação. Várias coisas que eu faço
nunca falei para os alunos fazerem: acho que seria uma maneira de
quem sabe falar sobre isso.
C1
“O nosso desao hoje é tentar motivar o aluno, não acredito que o
digital tenha inuenciado positivamente nos questionamentos deles.
Eles têm acesso a muitos conteúdos, mas pouca maturidade para
lidar com o volume de informação.
C2
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
Em relação aos meios de comunicação utilizados, faz-se
necessário o papel dos professores durante o percurso acadêmico
em orientar os estudantes na busca por informação de Moda. Para
isso, chama-se atenção aos comentários da Professora A: A1 e A2.
Segundo Sanches (2017, p.116) “o processo de aprendizagem
não é passivo e depende da interação continuada entre aluno e
professor”. É preciso que os professores instruam os estudantes a
buscar por informação de Moda em canais que oferecem conteúdo de
qualidade crítica, com matérias que trazem para o universo da Moda
o seu contexto cultural e socioeconômico.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
Essa intervenção pode iniciar nas primeiras aulas, nas quais
os professores levam discussões sobre os sistemas da Moda e
fariam sugestões das suas fontes de informação. No comentário B1
a Professora B concorda que os professores deveriam estar mais
atuantes na orientação dos estudantes na escolha e consulta dos
meios de comunicação de Moda.
Conforme a Professora B no comentário B2, houve uma grande
mudança na maneira de se informar sobre a Moda nos últimos
anos com a evolução das mídias digitais. As plataformas on-line
possibilitam que as pessoas consigam se manter atualizadas com um
grande volume de conteúdos, mas nem sempre sabem selecionar de
modo crítico os de maior relevância.
A Professora C arma no comentário C1 que o problema não
deve estar somente nas mídias acessadas pelos estudantes, mas
na falha de comunicação entre eles e os professores no processo de
ensino e aprendizagem.
De acordo com a Professora C no comentário C2, tanto para
estudantes de Design de Moda quanto para quem acaba de entrar para
o mercado faltam formatos que apresentem informações direcionadas
às suas práticas prossionais e que sejam economicamente viáveis
de se assinar.
Outro fator importante é a linguagem: mesmo que alguns
veículos disponibilizem a assinatura de estudante por um preço mais
baixo, apresentam matérias não tão compreensíveis pelos estudantes.
De acordo com a Professora A no comentário A3, seria interessante
um meio de comunicação que aproximasse os novos prossionais de
Moda das práticas na indústria com formações complementares ao
que é ensinado na universidade.
As novas gerações estão acessam informação de Moda pelas
mídias sociais digitais, dado que foi levantado na aplicação do
questionário. A utilização dos meios analógicos é mínima, o que pode
ser conrmado pelos 5,5% de estudantes do ano de Design de
Moda da UEL que consultam revistas de Moda físicas.
Ao analisar a evolução da comunicação de Moda foi possível
compreender que não haverá retorno aos materiais impressos. O
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 335
desenvolvimento das tecnologias permite a hibridização das mídias,
mas os formatos de informação são substituídos em grande parte
pelos digitais, chegam com maior rapidez aos seus públicos e
possibilitam a monitorização dos conteúdos.
As principais questões observadas nesse desdobramento da
fase exploratória da pesquisa foram: 1 a transição dos meios de
comunicação de Moda impressos para os digitais, 2 o consumo de
informação de Moda pelas mídias sociais digitais, 3 a inuência
do percurso acadêmico na escolha dos meios de informação pelos
estudantes e 4 o papel dos professores na orientação da seleção de
conteúdo complementar ao ensino universitário.
Nesse sentido abre-se a possibilidade de desenvolvimento
de veículos de informação direcionados aos novos prossionais do
universo da Moda. Existem lacunas entre o conteúdo de acesso livre
nas mídias sociais digitais e as matérias críticas e relatórios das
grandes redações e empresas de previsão de tendências.
Desse espaço podem surgir novos projetos de comunicação
voltados ao ensino acadêmico e prossional em Design de Moda
que ofereçam personalização do conteúdo, recursos educativos e
integrem conhecimentos para preparar os estudantes para os diversos
segmentos da indústria da Moda.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os limites entre Moda, Jornalismo e Publicidade nas mídias
digitais estão cada vez mais imprecisos, dado que as áreas do
conhecimento inuenciam umas às outras. A periodicidade, o desejo
do novo, a efemeridade e a disseminação entre diversos públicos são
características comuns entre as disciplinas.
Existe uma lacuna entre os conteúdos de livre circulação nas
mídias sociais digitais e a informação de Moda especializada. Abre-se a
possibilidade de novos formatos e conteúdos educativos direcionados
aos estudantes de Design de Moda e novos prossionais da área com
linguagem e assinatura acessíveis.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
O Jornalismo de Moda deve usar ao seu favor os recursos
disponíveis nos meios digitais para se adequar às formas de consumir
informação das novas gerações. Uma das possibilidades é encontrar
leitores nas mídias sociais e direcioná-los para plataformas digitais
com conteúdos aprofundados. Entretanto as atualizações de novos
conteúdos devem ser feitas nos veículos que o público mais acessa.
O digital permite maior interação entre os leitores e a informação,
por isso a combinação personalizada de formatos de mídia poderá
gerar modelos de negócio que não dependam exclusivamente de
anúncios publicitários.
O estudo de novas perspectivas para a comunicação de Moda
nos meios digitais será continuado na investigação de Doutorado
de uma das autoras. A partir da comparação dos dados obtidos na
UEL, Brasil e da ULisboa, Portugal, ao compreender de que forma as
diferentes culturas inuenciam no consumo de informação de Moda,
será desenvolvida uma interface digital que atenda as necessidades
dos estudantes dos dois países.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Fundação para a Ciência e Tecnologia
(FCT), pelo nanciamento desta investigação, registrado com DOI
10.54499/2021.06394.BD.
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E-ISSN 1982-615x
ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 43, p. 310-365, jul/dez. 2024
Dossiê - A revolução da cultura digital no jornalismo de
moda: futuros possíveis
V.17, N.43 — 2024
DOI:http://dx.doi.org/10.5965/1982615x171432024310
Fashion Communication Design:
analysis of information consumption by
Fashion Design students at a Brazilian
university
Carolina Mendes
M.A, University of Lisbon and Federal University of Paraná / caru.mendes@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9653-9454 / http://lattes.cnpq.br/1847765681332955
Juliana Bueno
Ph.D, Federal University of Paraná / julianabueno@ufpr.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5922-7638/ http://lattes.cnpq.br/3989763513737083
Maria José Sacchetti
Ph.D, University of Lisbon / m.sacchetti@clara.co.uk
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5229-2178/ https://www.cienciavitae.pt/portal/E013-B079-A891
Sent: 01/31/2024 // Accepted: 05/21/2024
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê 339
Fashion Communication Design: analysis of
information consumption by Fashion Design
students at a Brazilian university
ABSTRACT
Based on investigation in Design that develops a digital interface aimed
at academic education in Fashion Design, this paper presents part of its
exploratory phase. The objective of this paper is to analyze how Fashion
Design students at the State University of Londrina consume Fashion
content to identify opportunities for digital media to complement university
education and prepare them for the professional. The research method is
based on literature review on the evolution of Fashion communication from
the beginning to its current context and the application of a questionnaire
with students and interviews with Professors. Answers from the rst and
fourth year are selected for comparison and the main comments from
the interviews to support the discussion on the most important issues
observed. Finally, it is discussed how communication between professors
and students and the academic path can inuence students’ search for
Fashion information. The paper results in expanding perspectives and
possibilities for digital Fashion communication media with educational
resources that complement university education and assist students in the
complex professional Fashion system.
Keywords: Fashion communication design; Fashion digital media;
Fashion Design education.
ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 43, p. 310-365, jul/dez. 2024
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
Design de Comunicação de Moda:
análise do consumo de informação por
estudantes de Design de Moda de uma
universidade brasileira
RESUMO
A partir de uma pesquisa em Design que desenvolve uma interface digital
direcionada ao ensino acadêmico de Design de Moda, este artigo traz um
desdobramento de sua componente exploratória. O objetivo deste artigo
é analisar como estudantes de Design de Moda da Universidade Estadual
de Londrina consomem conteúdo de Moda para identicar oportunidades
para os meios digitais de comunicação de forma a complementar o ensino
universitário e prepará-los para o mercado prossional. O método da
pesquisa parte de revisão de literatura sobre a evolução da comunicação
de Moda desde o início até seu contexto atual e aplicação de questionário
com estudantes e entrevistas com professoras. São selecionadas respostas
do primeiro e quarto ano para comparação e os principais comentários das
entrevistas para sustentar a discussão sobre as questões mais importantes
observadas. Por m é discutido como a comunicação entre professores
e estudantes e o percurso acadêmico podem inuenciar na procura por
informação de Moda pelos estudantes. O artigo tem como resultado
a ampliação de perspectivas e possibilidades para as mídias digitais de
comunicação de Moda com recursos educativos que complementam o ensino
universitário e auxiliam os estudantes no complexo sistema prossional de
Moda.
Palavras-chave: Design de Comunicação de Moda; Mídias digitais de
Moda; Ensino em Design de Moda.
ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 43, p. 310-365, jul/dez. 2024
ModaPalavra e-periódico / Dossiê 341
Diseño de Comunicación de Moda:
análisis del consumo de información de
estudiantes de Diseño de Moda en una
universidad brasileña
RESUMEN
Basado en una investigación en Design que desarrolla una interfaz digital
orientada a la enseñanza académica en Design de Moda, este artículo ofrece
una visión general de su fase exploratoria. El objetivo de este artículo es
analizar cómo los estudiantes de Diseño de Moda de la Universidad Estatal
de Londrina consumen contenidos de Moda para identicar oportunidades
de medios digitales con el n de complementar la formación universitaria
y prepararlos para el mercado profesional. El método de investigación se
basa en una revisión bibliográca sobre la evolución de la comunicación
de la Moda desde sus inicios hasta su contexto actual y la aplicación de
un cuestionario a estudiantes y entrevistas a profesores. Se seleccionan
las respuestas del primer y cuarto año para compararlas y los principales
comentarios de las entrevistas para apoyar la discusión sobre los temas
más importantes observados. Finalmente, se discute cómo la comunicación
entre profesores y estudiantes y el recorrido académico pueden inuir en
la búsqueda de información sobre Moda por parte de los estudiantes. El
artículo resulta en ampliar perspectivas y posibilidades para los medios de
comunicación digitales de Moda con recursos educativos que complementan
la educación universitaria y ayudan a los estudiantes en el complejo sistema
profesional de la Moda.
Palabras-clave: Diseño de Comunicación de Moda; Medios Digitales de
Moda; Docencia en Diseño de Moda.
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1. INTRODUCTION
Fashion Communication Design is a discipline focused on
developing new formats and content for Fashion information media
and is closely related to Journalism, Advertising, Editorial Design
and Fashion Design. The speed of evolution of digital media allows
Fashion Communication Design subjects to be addressed in dierent
areas of knowledge.
According to Lipovetsky (2009), a characteristic that denes
Fashion is ephemerality, that is, what is produced in its context has
a predetermined duration. However, it is not only wearable products
that participate in the process, but also the communication media
that deal with the topic.
For Gago (2016, p.187, translated) “at the beginning of the
rst two decades of the 21st century we witnessed a radical change
in the communicative support of Fashion, gradual, but already very
noticeable” . With this transition, there has never been so much
information available and the popularization of internet access on
dierent devices allows readers to consume a large volume of news.
Another important factor was that with the emergence of
digital social media, Fashion brands developed internal departments
or hired advertising agencies to dedicate themselves exclusively to
communicating and promoting their products on these platforms.
A few years ago, this work was done exclusively by the editorial
team of traditional Fashion magazines, combining editorials and critical
articles written by journalists and advertising material. Readers could
also identify the type of information they consumed. For Caldwell and
Zappaterra (2014, p.59, translated) “the internet has become the
biggest threat to the advertising model and journalistic companies
have been forced to rethink their business model” .
Although it is recommended to ag sponsored content in printed
and digital media, it is increasingly confusing to identify information
that has undergone critical evaluation and information that has an
advertising nature.
Caldwell and Zappaterra (2014, p.232, translated) state
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that “the boundaries between marketing, publishing, radio/TV and
advertising are becoming blurred and indistinct” . Communicators
use journalistic techniques to disguise opinion pieces and inuence
readers to buy their products.
Hinerasky (2010, p.8, translated) states that “the sharing of
opinions and experiences about Fashion started to be done both by
Fashion journalists and editors, by other professionals in the sector,
and by ordinary people” . The multitude of personal proles do not
always present original, critical and reliable materials.
Bringing this issue to the scope of university education in
Fashion Design, the challenge for current students is to select good
communication channels to update themselves on Fashion systems,
apply the concepts in academic projects and prepare for the labour
market.
Currently, students turn to free access websites and proles
on digital social media: the volume of information available in these
media does not have enough critical interpretation to serve as a
theoretical reference for academic projects. Scientic databases are
consulted in greater depth for scientic initiation projects and not
always for work on curricular units.
It is essential that communication between Professors and
students is aligned so that they can share content with each other
that will help in their professional training.
To understand how the consumption of Fashion communication
media currently occurs, Fashion Design courses were selected at two
universities, one in Brazil and the other in Portugal, to involve the
participation of the academic community and reect on the formats
that information can take.
This study is an excerpt from the exploratory phase of a
Doctoral Thesis in Design, which aims to develop a digital Fashion
communication interface aimed at Fashion Design students at the
University of Lisbon (ULisboa), and the State University of Londrina
(UEL), to assist in academic projects and contribute to their preparation
for the labour market.
The objective of this article is to analyze the consumption
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of Fashion content by UEL students through the application of a
questionnaire (n=31) and interviews with Professors (n=3) in order
to consider future possibilities for Fashion information media.
The data collected at UEL was used to compare and verify
how the academic path is capable of inuencing the consumption of
Fashion information. The results obtained in the 1st and 4th year were
used.
Based on a literature review, the evolution of Fashion media
was presented to understand its dierent formats, followed by the
contextualization of its current conguration.
Then, a description of the research method was presented with
details of the application of data collection techniques. The results
obtained from the questionnaire and interviews were discussed.
Finally, the analysis of the results was summarized and the conclusions
reached were expressed in the nal considerations.
2. CONTEXTUALIZATION
2.1 The evolution of Fashion communication
According to Lipovestsky (2009), the Western Fashion system
emerged in large European cities in the middle of the 14th century.
The bourgeoisie established itself economically among the society
of nobles and servants, having access to textile materials that were
exclusive to the upper classes.
At an early stage, the mutability of Fashion began as follows:
the bourgeoisie took formal elements used by the nobles into their
clothing; these, when they realized their clothes were copied by
the lower class, adopted other codes to dierentiate themselves in
society.
Lipovestsky (2009) states that this is a system of imitation
and distinction, that is, the bourgeoisie violated sumptuary laws by
imitating the attire of the nobility, who then created new models to
distinguish themselves.
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Clearly this system happened very slowly compared to current
fashion. The rst visual representations of Fashion began in the same
period. The engravings were accompanied by small text descriptions,
such as the composition of the fabrics, the materials, the embroidery
and the colors.
In this rst phase, which lasted until the middle of the 19th
century, Fashion was disseminated through drawings and dolls, until
the rst costume plates appeared in the 17th century and Fashion
plates in the 18th century.
According to Laver (1989), costume plates were records of
ways of dressing, while Fashion plates presented to readers what
would become Fashion. It was from the models of English, French
and German Fashion plates that Fashion magazines emerged, as they
dealt with future trends.
The popularity of European Fashion magazines crossed the ocean
and reached the United States of America. Its inuence accompanied
the period of Fashion that Lipovetsky (2009) calls “Hundred Years
Fashion”, which lasted from the mid-19th century with the emergence
of the profession of Fashion designers until the arrival of ready-to-
wear in the mid-20th century.
Although photography developed in the middle of the 19th
century, it was at the end of that century that it found space in
Fashion magazines. For many years illustrations and photographs
complemented each other in Fashion publications, replacing one with
the other took a long time to happen.
According to Lipovestsky (2009, p.126, translated), “prêt-a-
porter embarked on the new path of industrially producing clothes
accessible to everyone, and yet fashionable, inspired by the latest
trends of the moment” . The author calls this new phase “Open
Fashion”, as it enabled great democratization of access to information
and its products.
The magazines’ editorial sta controlled Fashion media,
presenting readers with critical, editorial and descriptive articles
as they had exclusive access to Fashion shows and new consumer
trends.
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It was in the 1990s that the internet arrived to change the
entire Fashion Journalism system. Hinerasky (2010) states that it
was at that moment that there was an exponential increase in the
publicity of parades and events and the information was disseminated
to increasingly larger audiences.
Fashion began to be represented in printed and digital media
through illustrations, text, photographs, videos and audio, which
characterizes the hybridization of its representations. Today the
image of Fashion prevails over critical texts. These were replaced by
photographs and videos capable of presenting the latest to the public
with the least amount of text possible.
2.1 Fashion Communication today
According to Choi and Lewis (2017), as information and products
went through the process of popularization and democratization,
Fashion assumed the position of a cultural institution, capable of
representing societies throughout the world. Therefore, the content
on its systems grew in various communication vehicles: magazines,
newspapers, books, websites, blogs and moved to other digital media
formats.
Digital media have made it possible for Fashion communication
to nd more precise ways to reach more people and reach specic
audiences. Due to their very specicity, printed materials have little
understanding of the path that the reader takes when reading a
magazine: it is not possible to check the most read articles and the
images that stood out the most. In on-line formats, it is possible to
recover in numbers the engagement with publications through views,
likes, comments, shares, etc.
Gago (2016, p.192, translated) states that “Fashion today is
within reach of a simple click, a convenient form of access that has
facilitated the unstoppable circulation of styles”. The expansion of
access to the internet has led to the availability and circulation of
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content about Fashion, generating a certain universality of information
as long as those interested have the necessary tools to nd it. This
diusion allows trends and events to be disseminated at any time
and from any place.
Digital media has made Fashion’s frequency even shorter, update
cycles are increasingly faster and there is always new news being
published. For Baldini (2018, p.88), “the primary cause of changes in
Fashion is the desire for new things”, which ends up being reected
in its dissemination strategies as it depends on the generation of new
codes of style and information.
According to Rocamora (2013), magazines themselves are a
Fashion commodity, they undergo constant updates to their pages
as they are part of this system. The ephemeral and evanescence of
Fashion found its place in on-line formats, where information has a
predetermined duration. The principle of newness in the fast Fashion
system also occurs in the acceleration of its speech.
In this scenario, the role of Fashion Journalism in digital media
is being questioned. According to Caldwell and Zappaterra (2014,
p.232, translated) “editors increasingly need to look for more ways
for their publication to stand out” and therefore need to resort to
new technologies to generate relevant content amidst the immensity
of information available on-line.
The internet made it possible for more people to access Fashion
content, however the role of the reader as receiver of information
was mixed with that of sender. The production of articles that was
previously restricted to Fashion journalists can now be done by any
individual, however, the critical rigor and quality of the information
have been compromised.
In this circumstance, the adversities that inuencers cause
for Journalism and specialized Fashion criticism arise. For Mackenzie
(2010, p.128, translated) “now, anyone can set up a Fashion blog,
participate in discussion forums, produce an on-line magazine or
promote the sale of their own creations”.
According to Rocamora (2022), among digital social media,
Instagram is the most signicant space for the production and
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consumption of Fashion information, despite the great relevance of
TikTok among the younger audience. Both Instagram and TikTok are
the main Fashion media today, through which users have access to
the proles of brands, magazines and inuencers.
For Pedroni and Mora (2023), these media provide readers
with new formats and discourses for Fashion, in addition to a greater
number of content views. As opposed to access to information that
previously depended on high investment, digital media today allow a
more democratic approach between those interested in Fashion and
the news.
Choi and Lewis (2017) state that digital social media has
encouraged the discussion of ideas, but has allowed misleading
comments and a variety of unveried analyzes to be disseminated.
This is a problem faced by specialized newsrooms, as they
compete for space with inuencers who talk about Fashion on the
internet. Most of these people do not become professionals or have
higher education in specic areas of knowledge to generate critical
Fashion information.
The content they produce has an advertising nature, that is, it is
partial and biased, which can imply manipulation and misinformation
among their followers on the subject. According to Hinerasky (2010,
p.14, translated) digital inuencers “translate Fashion into the daily
lives of ordinary people, removing the subject from a certain pre-
established altar”.
Although there are no rules for producing content on digital
social media, these professionals can facilitate the understanding of
Fashion issues and adapt them to the languages that their followers
understand.
Another relevant issue is that brands previously depended on
printed magazines to publicize new collections to their customers,
that is, a means of communication was necessary. Currently, brands
have their own information vehicles and have direct contact with
consumers through proles on digital social media.
Today it is possible to access the complete schedule of global
Fashion weeks on mobile devices. What used to depend on a monthly
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printed edition to nd out what was most important, now it is possible
to watch the Fashion shows in real time.
McNeil and Miller (2014) state that by making Fashion shows
available free of charge via live broadcast, brands have revolutionized
the event that was previously restricted to special guests, such as
the press and industry professionals.
For Gago (2016), Fashion as information loses its verbal quality
and gains characteristics of entertainment and spectacle through the
internet.
According to Lipovetsky (2009, p.215, translated) “the very
principles of Fashion work at the heart of advertising: originality
at any price, permanent change, the ephemeral”. Both in terms of
inuencers and brands, journalistic and advertising articles in digital
media are confused.
Advertising uses journalistic resources to generate information
for sales purposes, and this is not a problem restricted to digital
formats. Printed magazines, which depend on subscriptions and
advertisers to remain in circulation, have more than half of their
pages with advertisements and sponsored articles.
Fashion criticism has had narrow space on digital social media.
Not to say that it is non-existent, there are still critical articles in
digital media, but they are aimed at professional audiences who
depend on this type of knowledge and specic analyzes to stay up to
date in the market. For Silva and Tavares (2016, s.p., translated) “it
is necessary for Fashion to be judged and evaluated. A critical eye
makes Fashion mature”.
McNeil and Miller (2014) state that, to be a Fashion critic, you
need to understand the entire environment: how socioeconomic,
historical and cultural contexts reect on aesthetics. All criticism must
involve the domains of description, interpretation and evaluation of
Fashion facts and products.
For the general public, summarized information may be
sucient, but for people who work in the area, critical content is
essential for them to deeply understand Fashion systems to apply in
their professional activities.
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This investigation is developed from the context of the media
aimed at Fashion professionals. There are many specialized Fashion
media platforms, but access requires a high subscription cost and
the language is appropriate for people who have been in the labour
market for many years.
The course prepare Fashion Design students for general
knowledge of Fashion domains, but they need to delve deeper
into those they are most interested in and develop other skills.
According to Sanches (2017), teaching in Fashion Design requires a
multidisciplinary approach and constant updating on the areas that
reect the scope of Fashion.
It is necessary to develop specic strategies for Fashion
communication aimed at teaching Fashion Design, whether in guiding
students to access information made available by reference vehicles,
or in creating formats adapted to their languages and economic
conditions. It is important to understand how Fashion information
formats have evolved so that new possibilities and solutions are
proposed.
The university prepare Fashion Design students for general
knowledge of Fashion domains, but they need to delve deeper
into those they are most interested in and develop other skills.
According to Sanches (2017), teaching in Fashion Design requires a
multidisciplinary approach and constant updating on the areas that
reect the scope of Fashion.
It is necessary to develop specic strategies for Fashion
communication aimed at teaching Fashion Design, whether in guiding
students to access information made available by reference vehicles,
or in creating formats adapted to their languages and economic
conditions. It is important to understand how Fashion information
formats have evolved so that new possibilities and solutions are
proposed.
For Sanches (2017, p.17) there are “three basic conditions
for design education: interdisciplinarity, the appreciation of visual
thinking and the encouragement of scientic research”. Therefore,
students need to be up to date with the circumstances that reect on
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the world of Fashion based on well-founded and critical references.
Bringing communication media specialized in critical Fashion
content closer together can help complement academic knowledge
and prepare students for the labour market.
3. RESEARCH METHOD
As this is research that involves the participation of people,
the research data collection techniques were approved by the
Ethics Committee (CEP) of the Federal University of Paraná (UFPR)
(CAAE 67715823.8.0000.0214/5.988.058) and from UEL (CAAE
67715823.8.3001.5231/6.049.667) so that they could be applied to
the academic community of Fashion Design courses at ULisboa and
UEL.
The investigation will continue with the comparative analysis
of data collected at the universities involved. Although some data is
presented in numbers, its approach is qualitative and descriptive.
To support the problem identication stage, a literature review
was dened as a data collection technique, and for the public
identication stage, a questionnaire with students and interviews
with Professors, detailed in Table 1.
Table 1: Research method.
DATA COLLECTION TE-
CHNIQUES Literature review
Questionnaire
Interviews
Source: The authors, 2024.
3.1 Questionnaire
The questionnaire was entitled Fashion criticism in digital
media, followed by a short presentation of the research objectives
and the Free and Informed Consent Form.
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It was structured in Google Forms and the questions were
separated into three blocks: the rst contained questions related to
the student’s prole, the second related to communication media
and the third to teaching and learning in Fashion Design, totaling 15
objective and subjective questions. The students’ participation was
voluntary, anonymous and condential; none of the data collected
allowed their identication.
In the 1st year of the Graduation in Fashion Design at UEL, the
activity took place in person on September 29, 2023 during class
time for the annual project academic unit, under the supervision of
its supervisor, Professor A.
One of the authors went to the university campus to meet
with the students and give a brief presentation of the research
and questionnaire, explaining the objectives and benets that the
research will bring to the community. This meeting was attended by
18 students.
The 4th year comprises three academic units: Supervised
Internship II, Course Completion Project and Advanced Topics in
Fashion Design. Therefore, students attend the university campus to
resolve any academic issues, meet with advisors and take sporadic
classes throughout the year.
Through the person responsible for the Course Completion
Project curricular unit, Professor C, the questionnaire link was shared
with the students via e-mail and WhatsApp, which was available
between the 10th and 30th of October 2023. In the 4th year class 13
students participated.
Because this is a large volume of data and due to the limited
length of this paper, the information collected was selected from
ve objective questions and one subjective question. The result
was presented visually through graphs and the data analyzed as a
percentage.
The objective of the activity was to understand how access
to Fashion information occurs by UEL Fashion Design students, to
propose new possibilities for informative and educational resources,
assist in curricular projects and contribute to general knowledge of
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the dierent areas of the profession.
To nd the answers, Table 2 lists the questions that have a
direct connection with information consumption:
Table 2: Selection of questionnaire questions.
Questionnaire: 31 participants (18 students from the 1st year, 13 from the 4th)
1st question Age.
4th question Select three social media platforms that you access most.
5th question Where do you search for Fashion information?
6th question How frequently do you Search for Fashion information?
7th question Indicate a paid Fashion information website that you would like
to have access to.
11th question What Fashion topics interest you most? Select the top three.
Source: The authors, 2024.
3.2 Interviews
Despite having Fashion Design students as its target audience,
it is important to have contact with Professors to understand how
knowledge is shared. According to Dresch, Lacerda and Antunes
(2015), the interview is a exible data collection technique so that
a more in-depth conversation can reveal important information for
understanding the environment in question.
The Professors responsible for the annual project curricular
units at UEL were invited to the interview sessions. Their names were
omitted for reasons of secrecy and privacy, which is why they are
identied this way: Professor A (1st year), Professor B (3rd year) and
Professor C (4th year).
The invitation was sent by e-mail with a brief presentation
of the research topic and the objectives of the interview. The Free
and Informed Consent Form relating to the activity and the question
guide were attached so that they could reect on the subject before
the meeting. The sessions were held remotely via Zoom and lasted
approximately one hour.
The semi-structured interview model allows the conversation
to have greater uidity and to delve deeper into the most relevant
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê
issues that the interviewee shares.
The script comprised questions related to the consumption of
Fashion content by Professors and students and how digital culture
inuenced their critical thinking and the teaching and learning
process. For this work, they were summarized as follows in Table 3:
Table 3: Interview question guide.
Interviews: 3 participants
1st question What communication media do you use to nd out about Fashion
today?
2nd question What sources of information are recommended by Professors in
the classroom? Does the university provide any free access Fashion
content platform to students?
3rd question What communication media do students use to nd out about Fashion
today?
4th question How did this reect on academic projects?
5th question How has the digital era inuenced the quality of teaching in the
Fashion Design course?
Source: The authors, 2024.
The interview with Professor A took place on October 6, 2023,
with Professor C on October 11, 2023 and with Professor B on
November 10, 2023.
Due to the limited length of this paper mentioned, the most
pertinent statements were selected that justify the occurrence of the
facts and support the concepts observed by the authors.
4. RESULTS AND DISCUSSION
Knowledge is passed on through expository classes and depends
on the generation of concepts carried out by students, which is why
the channels through which they access information to complement
what is taught by Professors are so important.
In the 3rd and 4th years, supervised internship curricular units
are mandatory, in which students have contact with the Fashion
industries and learn in practice what they study in classes and prepare
to enter the labour market.
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In this topic, the data collected in the questionnaire and
interviews were analyzed to understand how information is consumed
by students and discuss possible futures for Fashion media aimed at
academic teaching.
The result is presented in graphs by percentage, with the
answers from the 1st year marked in green and those from the 4st
year in purple. The 1st question (Figure 1) was related to age. Most
1st year students are aged between 17 and 20, in the 4st year they
are distributed between 21 and 34 years old:
Figure 1: 1st question.
Source: The authors, 2024.
The distribution of ages is a factor that inuenced the
following answers, as there is a dierence in the consumption of
information on digital media between generations. The younger
the students, the more recently they have had contact with the
internet in school institutions and digital teaching and learning
formats have shaped their way of seeking knowledge.
In the 4th question (Figure 2) students were asked about
the digital social media they access most. All 1st year students
access Instagram, followed by TikTok with 77.7% of responses.
All 4th year students access YouTube, followed by Instagram with
84.6% of responses.
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Figure 2: 4th question.
Source: The authors, 2024.
As analyzed in the rst question, age inuences access to
information vehicles. TikTok is a digital social media launched in 2016
and aimed at a younger audience: in the 4th year, only 38.4% of
students are present on this network. Facebook, launched in 2004, is
most accessed by 4th year students with 30.7% of responses, unlike
5.5% of 1st year students.
When analyzing the responses, it was possible to identify that
students signicantly consume video information, however it is the
duration of this content that reects on their consumption: the 1st
year is more interested in TikTok with short videos and the 4th year in
YouTube which includes longer videos.
The 5th question (Figure 3) has to do with the channels through
which students search for Fashion information. A company like Vogue
has a print edition, a digital edition, a website, proles on digital social
media, a YouTube channel, a podcast, among others. Therefore, the
titles of interest were not questioned, but through which way they
accessed their Fashion content.
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Figure 3: 5th question.
Source: The authors, 2024.
The three most popular channels in the 1st year were, in this
sequence: the proles of Fashion brands, inuencers and celebrities
and those of magazines on digital social media. The 4th year also has
the most accessed proles: equally brands and specialized media,
followed by magazines.
First-year students still have a very shallow view of Fashion,
they know the most inuential brands, but few have any idea of
the complete design, production and communication process of the
Fashion industry.
When starting academic projects, they realize that the content
they consume on some proles on digital social media is not sucient
for the knowledge they need to have. That’s why they turn to
specialized vehicles in the search for more in-depth information for
the project they are developing.
Although there is a dierence between the consumption of
information from the 1st to the 4th year, students are still using digital
social media as a source of information.
To develop a new Fashion content proposal, it is necessary
nd the target audience in the places they frequent. Therefore, it is
essential that communication projects are present in this media with
the aim of directing readers to other media formats.
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In the 6th question (Figure 4) participants were asked about
their frequency of searching for Fashion information:
Figure 4: 6th question.
Source: The authors, 2024.
It is noticeable that the demand for information by 4th year
students is lower. In addition to taking the supervised internship,
producing the course completion project and having less time
available, when they need specic content they go punctually to the
channels that deliver the knowledge they need.
This shows that they need to know in depth about fewer
curricular units. In comparison, 1st year students still understand that
they should know all the latest Fashion news.
In the 7th question (Figure 5) participants were asked about a
paid Fashion information website that they would like to have access
to:
Figure 6: 7th question.
Source: The authors, 2024.
Despite currently having little interest in printed editions,
Vogue magazine’s articles greatly inuence Fashion Design
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students’ access to information. Having crossed generations and
disseminated Fashion in dierent image formats, the magazine
adapted its content to digital media to maintain its visibility with
new generations.
There was a signicant response in both years, even
though it was smaller in the 4th year: some students were unable
to indicate a paid website as they predominantly access freely
accessible materials on digital social media.
In the 4th year, WGSN, a media specialized in trends in the
world of Fashion, is accessed by 30.7% of students, compared
to 16.6% in the 1st year. This response came from the inuence
of the Professors: in the interviews, the three Professors stated
that they use this website to bring knowledge to be discussed in
the classroom.
As it is not free to access, students are curious about
WGSNs complete reports. The same happens with The Business
of Fashion, but to a lesser extent.
To nalize the analysis of the collected data, 11th question
(Figure 6) was selected, in which the topics in the area in which
they were most interested were asked:
Figure 6: 11th question.
Source: The authors, 2024.
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When comparing the topics of greatest interest between the
two years, it was possible to see that Fashion shows and Fashion
weeks, styling, trends and luxury brands became less important;
History, Theory and of Fashion criticism, pattern design, exhibitions
and museums and textile printing techniques start to matter more.
As previously mentioned, taking the supervised internship
and course completion project curricular units greatly inuences
the answers obtained. Students develop interests in other subjects
during the course, those related to the curricular units studied, the
experience gained in the industry and in the creation of projects.
Data collection through the questionnaire made it possible to
understand how students consume information in Fashion media.
The interviews brought answers to questions not yet understood in
relation to communication between students and Professors. The
Professors were asked how they guide the search for knowledge to
complement what is taught in the classroom.
From the interviews, some perspectives of the Professors were
selected that support the questions observed in the questionnaire,
which are presented in Table 4. In the rst column, the interviewed
Professors were listed, in the second column the most relevant
comments for this paper and in the third the identifying code of each
comment to be cited in the discussion.
Table 4: Selection of comments from the interviews.
Interviewed
Professors
Comments ID
Professor A
(10/06/2023)
“I advise students to be careful with Fashion information that is avail-
able on social media as not everything that is available is what they
will work on in the future. They have to be informed about what is
happening, but it is not Fashion content that they need to consume.
Use the magazine websites where you will nd the discussions and
direct them to more critical Fashion journalists depending on the sub-
ject.
A1
“The information they consume is not a product of reection. We
know that Fashion information goes far beyond visual information:
it’s necessary to discuss behavior and the socioeconomic context.
A2
“It would be interesting to have a digital booklet or a prole to ex-
change information and experiences, with a meeting of graduates,
with examples of Fashion professionals who started there and now
work in dierent segments. This also brings complementary training
options, with the type of knowledge they should seek to work in a
given area.
A3
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Professor B
(10/11/2023)
“Investigating both sides [Professors and students] is very important
because you may discover that in the teaching process communica-
tion is awed and not the place where the student seeks informa-
tion.
B1
“There is a lack of portals that talk specically about the dierent
areas of Fashion, not only made by professors and researchers, but
also by the market.
B2
Professor C
(11/10/2023)
“I present less information than I should for them to follow. It was
even interesting that you did this interview because I forced myself
to list my sources of information. Several things I do I never told
students to do: I think it would be a way for those who know how to
talk about it.
C1
“Our challenge today is to try to motivate the student, I don’t believe
that digital has positively inuenced their questions. They have ac-
cess to a lot of content, but little maturity to deal with the volume of
information.
C2
Source: The authors, 2024.
In relation to the communication media used, the role of
Professors during the academic journey is necessary in guiding
students in the search for Fashion information. To this end, attention
is drawn to Professor As comments: A1 and A2.
According to Sanches (2017, p.116, translated) “the learning
process is not passive and depends on continued interaction between
student and Professor”. Professors need to instruct students to search
for Fashion information on channels that oer critical quality content,
with materials that bring their cultural and socioeconomic context to
the Fashion universe.
This intervention can start in the rst classes, in which Professors
lead discussions about Fashion systems and make suggestions about
their sources of information. In comment B1, Professor B agrees that
Professors should be more active in guiding students in choosing and
consulting Fashion media.
According to Professor B in comment B2, there has been a big
change in the way of nding out about Fashion in recent years with
the evolution of digital media. On-line platforms allow people to keep
up to date with a large volume of content, but they do not always
know how to critically select the most relevant content.
Professor C states in comment C1 that the problem should
not only be in the media accessed by students, but in the lack of
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communication between them and Professors in the teaching and
learning process.
According to Professor C in comment C2, both for Fashion
Design students and for those who have just entered the market,
there is a lack of formats that present information aimed at their
professional practices and that are economically viable to subscribe
to.
Another important factor is language: even though some media
oer student subscriptions for a lower price, they present articles that
are not as understandable to students. According to Professor A in
comment A3, a means of communication that would bring new Fashion
professionals closer to practices in the industry with complementary
training to what is taught at university would be interesting.
New generations are accessing Fashion information through
digital social media, data that was collected when applying the
questionnaire. The use of analogue media is minimal, which can be
conrmed by the 5.5% of 1st year Fashion Design students at UEL
who consult printed Fashion magazines.
By analyzing the evolution of Fashion communication, it
was possible to understand that there will be no return to printed
materials. The development of technologies allows the hybridization
of media, but information formats are largely replaced by digital
ones, reaching their audiences more quickly and making it possible
to monitor content.
The main issues observed in this unfolding of the exploratory
phase of the research were: 1 the transition from printed to digital
Fashion media, 2 the consumption of Fashion information through
digital social media, 3 the inuence of the academic path on the
choice of media information by students and 4 the role of Professors
in guiding the selection of content complementary to university
education.
The possibility of developing information vehicles aimed
at new professionals in the Fashion universe opens up. There are
gaps between the open access content on digital social media and
the critical stories and reports from major newsrooms and trend
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forecasting companies.
From this gap, new communication projects can emerge aimed
at academic and professional education in Fashion Design that
oer content customization, educational resources and integrate
knowledge to prepare students for the dierent segments of the
Fashion industry.
5. FINAL CONSIDERATIONS
The boundaries between Fashion, Journalism and Advertising
in digital media are increasingly blurred, given that the areas
of knowledge inuence each other. Periodicity, the desire for new
things, ephemerality and dissemination among dierent audiences
are common characteristics between disciplines.
There is a gap between free circulation content on digital social
media and specialized fashion information. It opens up the possibility
of new formats and educational content aimed at Fashion Design
students and new professionals in the eld with accessible language
and subscription.
Fashion Journalism must use the resources available in digital
media to its advantage to adapt to the new generations’ ways of
consuming information. One of the possibilities is to nd readers
on social media and direct them to digital platforms with in-depth
content. However, updates to new content must be made in the
vehicles that the public accesses most.
Digital allows greater interaction between readers and
information, so the personalized combination of media formats
can generate business models that do not depend exclusively on
advertising.
The study of new perspectives for Fashion communication in
digital media will be continued in the PhD research of one of the
authors. From the comparison of data obtained at UEL, Brazil and
ULisboa, Portugal, by understanding how dierent cultures inuence
the consumption of Fashion information, a digital interface will be
developed that meets the needs of students from both countries.
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ACKNOWLEDGEMENTS
We would like to thank the Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT),
for funding this research, registered with DOI 10.54499/2021.06394.
BD.
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