Dossiê – Moda, Sustentabilidade e Inclusão
V.16, N.40 — 2023
DOI: http://dx.doi.org/10.5965/1982615x16402023066 E-ISSN 1982-615x
ModaPalavra, Florianópolis, V. 16, N. 40, p. 66-117, jul/dez. 2023
Sistema Socioambiental para
revalorização de resíduos têxteis: histórico
de desenvolvimento de um Banco de
Resíduos Têxteis
Suzana Barreto Martins
Doutora, Universidade Estadual de Londrina / suzanabarreto@uel.br
Orcid: 0000-0002-4574-2441/ Lattes
Cláudio Pereira de Sampaio
Doutor, Universidade Estadual de Londrina / claudiopereira@uel.br
Orcid: 0000-0003-2310-8674/ Lattes
Bheatriz Silvano Graciano
Mestranda, Universidade Federal do Paraná / bheatriz.graciano@ufpr.br
Orcid: 0000-0001-7906-9622/ Lattes
Enviado: 30/12/2022 // Aceito: 24/04/2023
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Sistema Socioambiental para revalorização de
resíduos têxteis: histórico de desenvolvimento
de um Banco de Resíduos Têxteis
RESUMO
O objetivo do presente artigo é apresentar o processo de desenvolvimento de um
sistema socioambiental de revalorização de resíduos têxteis com base em Economia
Circular, Logística Reversa e Design para Sustentabilidade. O Sistema, denominado
Banco de Resíduos Têxteis BRT, atualmente em fase de implementação em uma
cooperativa de catadores de materiais recicláveis em Londrina (PR) e foi idealizado
pelo grupo DeSIn (Design, Sustentabilidade e Inovação) da Universidade Estadual
de Londrina no período de 2017 a 2022. Seu objetivo é realizar a gestão dos
descartes têxteis industriais e pós-consumo da região, combinando a oferta de
produtos e serviços em seu funcionamento. As metodologias utilizadas em seu
desenvolvimento foram Estudo de Caso, Design Science Research e a Action
Design Research. Os resultados integram as contribuições das diferentes etapas
de pesquisa e são apresentados cronologicamente neste artigo, possibilitando
que o desenvolvimento de sistemas, como BRT, possam ser replicados em outros
contextos, instituições e regiões do país.
Palavras-chave: sistema socioambiental. resíduos têxteis. banco de resíduos
têxteis.
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Socio-environmental system for the revaluation
of textile waste: history of development of a
Textile Waste Bank
ABSTRACT
This article aims to present the development process of a socio-environmental
system for the revaluation of textile waste based on Circular Economy, Reverse
Logistics and Design for Sustainability. The System, called Textile Waste Bank -
BRT, is currently being implemented in a cooperative of collectors of recyclable
materials in Londrina - Paraná and was idealized by the DeSIn group (Design,
Sustainability and Innovation) of the State University of Londrina in the period
from 2017 to 2022. Its objective is to manage industrial and post-consumer textile
waste in the region, combining the oer of products and services in its operation.
The methodologies used during its development were Case Study, Design Science
Research and Action Design Research. The results integrate the contributions
of the dierent research stages and are presented chronologically, allowing the
development of systems such as BRT to be replicated by other institutions in other
regions of the country.
Keywords: socioenvironmental system. textile waste. textile waste bank.
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Sistema socioambiental para la revalorización
de residuos textiles: Historia del desarrollo de
un Banco de Residuos Textiles
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo presentar el proceso de desarrollo de un sistema
socioambiental para la revalorización de residuos textiles basado en Economía
Circular, Logística Inversa y Diseño para la Sostenibilidad. El Sistema, denominado
Banco de Residuos Textiles - BRT, se está implementando actualmente en una
cooperativa de recolectores de materiales reciclables en Londrina - Paraná y
fue idealizado por el grupo DeSIn (Diseño, Sustentabilidad e Innovación) de la
Universidad Estadual de Londrina en el período de 2017 a 2022. Su objetivo es
gestionar los residuos textiles industriales y posconsumo en la región, combinando
la oferta de productos y servicios en su operación. Las metodologías utilizadas
durante su desarrollo fueron Estudio de Caso, Investigación en Ciencias del Diseño
e Investigación en Diseño de Acción. Los resultados integran los aportes de las
diferentes etapas de investigación y se presentan cronológicamente, permitiendo
que el desarrollo de sistemas como BRT sea replicado por otras instituciones en
otras regiones del país.
Palabras clave: sistema socioambiental. residuos textiles. banco de residuos
textiles.
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1. INTRODUÇÃO
Os problemas de sustentabilidade podem ser avaliados sob diferentes
perspectivas; e a ótica de sistemas é interessante ao oferecer uma ontologia
que permite vislumbrar ao menos quatro categorias diferentes de problemas
conforme a sua complexidade: problemas simples, complicados, complexos
e caóticos (RITTEL; WEBBER, 1973).
Os problemas complexos ou wicked problems, conceituados por
Rittel e Webber (1973), podem ser denidos como problemas para os quais
não existe uma solução denitiva, apenas formas de gerenciamento para
minimização de seus impactos, sendo necessárias constantes reavaliações
e adaptações de propostas para que se possa atender a demanda que
está em constante dinâmica e apresenta interações conituosas entre
aspectos do meio natural e humano/social, incluindo questões tecnológicas,
econômicas, políticas e culturais.
Segundo Rittel e Webber (1973), a complexidade destes problemas
decorre de diversos fatores combinados entre si, entre eles: a quantidade,
variedade e diversidade de percepções dos atores envolvidos, assimetrias
nas relações de poder entre os atores, possibilidade do surgimento de
mudanças com efeitos desproporcionais e o baixo nível de ordem interna
dos sistemas. Considerando as características citadas, a presente pesquisa
buscou abordar os resíduos têxteis provenientes da indústria da moda
como um problema complexo relativo a um sistema sociotécnico, dada a
inexistência de soluções efetivas para o problema e a urgência de propostas
para seu gerenciamento, a m de mitigar os impactos ambientais,
econômicos e sociais causados por ele.
Segundo a Ellen MacArthur Foundation (2021), entre os anos de
2000 e 2015 a indústria global da moda dobrou sua produção. Entretanto,
durante o mesmo período, a vida útil dos produtos foi reduzida em 36%
(ELLEN MACARTHUR FOUNDATION, 2021). Burton (2018) complementa
que devido à falta de circularidade da cadeia da moda, o setor registra
uma perda anual de aproximadamente meio trilhão de dólares vinculados
ao desperdício de materiais provenientes dos processos produtivos e à
subutilização dos produtos comercializados.
No Brasil, conforme IEMI (2021), o setor conta com aproximadamente
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24,6 mil unidades produtivas que foram responsáveis pela confecção de
cerca de 1,9 milhão de tonelada de artigos têxteis apenas no ano de 2020.
Nesse sentido, é possível observar a relevância do setor para a economia
mundial, entretanto, a demanda por uma produção cada vez mais rápida,
corrobora a ineciência da gestão de seus descartes, o que para Hvass
(2014) pode ser compreendido como oportunidades de Design sendo
depositadas em aterros.
A moda rápida popularmente conhecida como fast fashion é denida
por Salcedo (2014) como uma prática de grandes empresas e redes de
distribuição que conseguem delizar clientes por meio da constante
rotatividade e atualização da cartela de produtos disponíveis para aquisição.
Contudo, apesar da atratividade do modelo de produção, os pilares desse
sistema produtivo apresentam desequilíbrio, pois são priorizados os aspectos
econômicos em detrimento das demandas ambientais e sociais, avançando
em um caminho contrário ao desenvolvimento sustentável, que privilegia
o desenvolvimento social e econômico, dentro dos limites de absorção de
impactos e renovação ambiental (VEZZOLI et al., 2018).
Segundo McKinsey Global Fashion Index (2022), a indústria da moda
é responsável pelo descarte de 40 milhões de toneladas de resíduos têxteis
por ano e, conforme Moazzem et al. (2021), 87% são depositados em
aterros, dos quais mais de 90% são passíveis de reutilização ou reciclagem
antes de chegarem aos lixões. Entretanto, quando em contato com outras
categorias de resíduos, perde seu potencial de reutilização e reciclagem,
por conta da sua facilidade de contaminação (JAAMAA; KAIPIA, 2022).
Apesar da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Lei nº12.305 Brasil
(2010), ter previsto o m dos lixões para anos consecutivos a 2010 e
determinado como responsabilidade dos fabricantes a gestão dos resíduos
sólidos resultantes de seus processos produtivos, os resíduos têxteis
industriais e pós-consumo permanecem sem especicações delimitadas
pelo Plano Nacional de Logística Reversa, que é regida pelo Decreto
10.936/2022. Portanto, continuam sendo atribuídos a porção denominada
como “outros” na composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos,
junto com borrachas, laminados, lixo eletrônico, eletrodomésticos e outros
materiais não classicados (HOORNWEG; BHADA-TATA, 2012).
Segundo Salcedo (2014), dentre os principais desaos atrelados
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aos resíduos sólidos da indústria da moda, encontram-se: minimização
dos resíduos nas operações de produção, desenvolvimento de uso ecaz
dos resíduos possibilitando reinserção em novos ciclos produtivos,
prolongamento da vida útil dos produtos e fechamento do elo entre
resíduos e matéria-prima, de modo que seja possibilitada uma transição
para a Economia Circular. Nesse sentido, o desenvolvimento de um sistema
socioambiental para gestão de resíduos têxteis se mostra relevante para que
sejam apresentadas propostas perante os desaos do setor, possibilitando
a revalorização dos resíduos e minimizando a sua ocorrência em aterros
sanitários.
1.1 Contextualização
O projeto e atualmente sistema Banco de Resíduos Têxteis (BRT)
teve seu desenvolvimento iniciado em 2017 pelo Grupo de Pesquisa em
Design, Sustentabilidade e Inovação (DeSIn), grupo cadastrado pelo
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico),
integrante do Laboratório de Estudos em Design para a Sustentabilidade da
UEL (LeNS Lab UEL) do Departamento de Design da Universidade Estadual
de Londrina (UEL).
O Sistema originou-se com o objetivo de atender a uma demanda
da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Paraná (SEMA), atualmente
denominada Secretaria do Desenvolvimento Sustentável do Paraná, que
lançou o edital de chamamento de Nº 00/2012, convocando os setores
empresariais a apresentar propostas de Logística Reversa conforme Lei
12.305/10 e Decreto 7404/10 da cidade de Londrina. O sistema BRT foi
concebido também de forma alinhada com a necessidade da Companhia
Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU), que então iniciava
uma revisão no sistema de coleta seletiva na cidade de Londrina, o qual
não contemplava os resíduos têxteis da cidade.
O objetivo do BRT está alinhado com a missão do grupo DeSIn e rede
de pesquisa LeNS (Learning Network on Sustainability), isto é, promover
o debate acerca do Design para Sustentabilidade e possibilitar a geração
de valor para indivíduos e comunidade por meio do Design. O estudo em
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questão apresenta uma alternativa de gerenciamento para os descartes
têxteis industriais e pós-consumo em centros urbanos brasileiros, para os
quais atualmente não existe uma destinação correta.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O registro evolutivo do desenvolvimento do sistema BRT ateve-se
aos resultados obtidos ano a ano e tem por objetivo fornecer subsídios
teóricos e práticos que auxiliem outras cidades e regiões a replicar o sistema
aqui proposto, devido ao seu caráter modular. As diferentes etapas de
desenvolvimento projetual foram guiadas por conceitos que compuseram
o repertório teórico do grupo de pesquisa fundamentaram as diferentes
etapas e atividades atribuídas ao sistema.
2.1 Novas economias: Economia Circular e Distribuída
Segundo Weetman (2019), nos últimos 150 anos, com o
desenvolvimento da fabricação em massa, foi adotado um sistema de
produção linear, no qual a organização produtiva se dá por meio da extração,
produção e do descarte. Em contrapartida ao modelo de economia linear/
centralizada, surgem novas economias, como a Economia Circular (EC) e a
Economia Distribuída (ED), com intuito de promover a descentralização dos
atores e recursos e possibilitar que executem suas atividades de maneira
colaborativa, mas independente (SANTOS et al., 2019).
A EC se fundamentou a partir de bases teóricas como a ecologia
industrial, que recomendava a parceria entre empresas territorialmente
próximas, possibilitando a divisão de resíduos, refugos e subprodutos e,
consequentemente, promovendo benefícios sociais e ambientais para a
comunidade local.
Segundo a Ellen MacArthur Foundation (2022), a EC pode ser
denida como uma economia que dissocia o alto desempenho econômico
das instituições, do consumo de recursos naturais nitos, sendo um
sistema resiliente, regenerativo e positivo para comunidade, empresas e
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meio ambiente. Ademais, segundo Isoton, Giacomello e Fachinelli (2022),
ao aderir à lógica circular, as instituições, além de reduzir a geração de
resíduos, passam a ter condições de oferecer serviços que potencializam a
vida de seus produtos, tornando-se mais competitivas.
A ED se apoia em conceitos híbridos, envolvendo horizontalmente
seus atores de modo a participarem de maneira independente, embora
colaborativa (PEREZ; SANTOS, 2017). Esse tipo de economia apresenta
caráter modular e evolutivo, possibilita maior diálogo entre os diferentes
stakeholders e, conforme defende Santos et al. (2019), “exige colaboração
e baixa hierarquia dos mecanismos de comando e controle” (SANTOS et
al., 2019, p.119), permitindo que o sistema funcione como teia buscando
alcançar um uxo contínuo, desta forma mesmo que um dos colaboradores
não possa mais exercer sua função o sistema continua funcionando pois é
retroalimentado e possibilita contínuas ramicações.
O atual modelo implementado do sistema BRT possui características
majoritariamente alinhadas à EC devido à dinâmica de recuperação
e reinserção dos resíduos têxteis em sua cadeia de valor, entretanto,
a compreensão do conceito de ED foi fundamental durante a fase de
desenvolvimento do Sistema, ampliando a compreensão sobre possíveis
colaboradores e propondo interações em rede.
2.2 Logística Reversa
Segundo O’Reilly e Kumar (2016) e Leite (2017), apesar de recente,
é crescente o interesse da indústria em Logística Reversa (LR) devido à
visibilidade de oportunidades lucrativas relacionadas ao valor comercial dos
resíduos.
A LR tem por objetivo repensar o uxo que os produtos e serviços
percorrem após contato com os consumidores e avaliar as possibilidades
existentes para que o nal do ciclo de vida desses, tenha o menor impacto
ambiental possível (LEITE, 2017). Em nível nacional, conforme arma Brasil
(2010), a LR já é aplicada para categorias de materiais como agrotóxicos,
lâmpadas, pilhas e pneus, entretanto, não estão incluídas ou especicadas
demandas para o setor têxtil (SAMPAIO; MARTINS, 2020).
Embora seja caracterizada pelo tratamento e destinação dos
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resíduos pós-consumo, a LR é um princípio a ser levado em consideração
durante a fase projetual de produtos e serviços, para que se possa prever e
minimizar o impacto de seus descartes antes mesmo de ser consumido e/
ou antes dos resíduos serem gerados. Nesse sentido, a LR se mostrou um
conceito relevante a ser explorado durante a etapa de proposição de uxo
de atividades do sistema BRT, dada a possibilidade de repensar a dinâmica
de descarte de resíduos industriais e pós-consumo e investigar formas de
recolhimento e redistribuição dos resíduos captados pelo sistema BRT.
2.3 Design para a Sustentabilidade
O Design permeia todas as fases de desenvolvimento de um projeto
e por isso é importante que o aspecto sustentável seja incorporado desde
o início do ciclo de vida do produto-serviço (SAMPAIO et al., 2018). A
implementação da consciência sustentável em empresas e consumidores é
um debate efervescente e trata não apenas de uma mudança de práticas
produtivas, como uma mudança de comportamento, conforme arma
Santos: Para subsidiar as decisões na formulação
de políticas de longo prazo ou mesmo
em ações de curto prazo, é importante o
entendimento da evolução provável do design
nas empresas e na sociedade de maneira
geral. A sustentabilidade requer um processo
de reposicionamento dos modos de vida da
sociedade e isso implica em um processo de
aprendizado coletivo que é, por natureza,
lento e complexo. (SANTOS, 2009, p.13)
Conforme defende Nishimura e Triska (2021, p.22), o design para
o desenvolvimento sustentável “atua na reconguração de processos e
produtos”. Por sua vez, publicações têm construído frameworks conceituais
para representar essa evolução do design para a sustentabilidade (CESCHIN;
GAZIULUSOY, 2016; SANTOS; CECHIN; MARTINS; VEZZOLI, 2016).
Nesse sentido, os conceitos e estratégias do Design para a
sustentabilidade foi o guia do desenvolvimento do sistema BRT, propondo
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inovações sistêmicas que segundo Vezzoli et al. (2018) impactam
diretamente no paradigma a partir da proposição de mudanças. Em
concordância, a Ellen MacArthur Foundation (2022) ressalta a necessidade
de uma mudança sistêmica para que seja possível gerar resiliência a longo-
prazo; oportunidades econômicas e de negócios; benefícios ambientais e
sociais.
3. MÉTODO DE PESQUISA
Durante os anos de desenvolvimento do sistema BRT, foram utilizadas
diferentes metodologias de pesquisa que melhor se adequavam a etapa
em que o projeto se encontrava. A Figura 1 apresenta as quatro principais
metodologias utilizadas:
Figura 1. Metodologias utilizadas no desenvolvimento do BRT
Fonte: Dos autores (2022).
3.1 Estudo de Caso e Metodologia FLOWS
O Estudo de Caso foi a metodologia utilizada nos anos de 2017 e
2018. Gil (2017, p.34) a dene como um “estudo profundo e exaustivo
de um ou poucos casos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento”. Nessa fase, o objetivo era avaliar qual o comportamento
dos consumidores perante sistemas de LR e possibilitou uma investigação
exploratória da dinâmica de sistemas de LR de outras categorias de
materiais, mapeando as potencialidades e lacunas a serem posteriormente
exploradas no sistema BRT.
De maneira complementar ao Estudo de Caso e a m de documentar
as informações obtidas para uso posterior no desenvolvimento do sistema
BRT, foram utilizadas ferramentas da metodologia FLOWS proposta por
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Sampaio (2017) sendo um modelo integrado de Pesquisa e Desenvolvimento
em resíduos sólidos, de caráter modular que reúne diversas ferramentas
de design e aponta como e em que fase projetual se indica a utilização.
O uso da metodologia FLOWS foi de suma importância para comparar os
diferentes sistemas de logística reversa de maneira igualitária.
3.2 Design Science Research
A metodologia Design Science Research foi utilizada no decorrer
do desenvolvimento da pesquisa, visto que o objetivo de pesquisa era
a proposição de um artefato para um problema especíco (LACERDA
et al. 2015); no presente caso, o sistema Banco de Resíduos Têxteis,
no gerenciamento do problema de descarte de resíduos têxteis. Sua
característica construtiva e prospectiva busca estabelecer a forma de
compreender e descrever como as coisas deveriam ser, enquanto outros
métodos buscam entender como o mundo real de fato é (SANTOS, 2018).
3.3 Action Design Research
A metodologia Action Design Research foi utilizada nos anos de
2019 a 2022, quando os membros do grupo DeSIn foram a campo para
compreender as demandas quantitativas e qualitativas que o sistema
BRT deveria considerar. Conforme arma Santos (2018), trata-se de uma
metodologia que pode ser aplicada com diferentes abordagens para várias
áreas, com o objetivo de desenvolver serviços ecoecientes e promover o
design colaborativo. A Action Design Research visa à mudança de realidade
do grupo selecionado para a realização da pesquisa e se fez necessária para
o desenvolvimento do Sistema BRT, pois considerou como ponto de partida
o cotidiano do público-alvo para a proposição de mudanças.
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4. RESULTADOS
Os resultados do desenvolvimento do sistema BRT podem ser
sintetizados em seis momentos principais, conforme Figura 2.
Figura 2. Linha do tempo desenvolvimento BRT
Fonte: Dos autores (2022).
No ano de 2017 o projeto teve início com um estudo de múltiplos
casos de sistemas de LR para diferentes categorias de materiais. Os
resultados serviram de referência para o primeiro sistema BRT projetado,
considerando requisitos mínimos para seu funcionamento. No ano de 2018
foram identicados e avaliados casos de logística reversa com foco no setor
têxtil e identicadas melhorias que pudessem ser incorporadas ao sistema
BRT. Essa segunda etapa resultou em uma nova proposta de sistema, que
compartilhava características tanto públicas quanto privadas.
A terceira etapa do Sistema em 2019, passou a incluir parceria com
cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Londrina, o que trouxe
ao projeto um novo nível de percepção da realidade e de possibilidades de
articulação entre as questões ambientais e sociais, devido à inclusão de
catadores no sistema BRT. Esta etapa foi também enriquecida pela inserção
de conceitos de novas economias como a Economia Circular e Distribuída.
A quarta e quinta etapas, executadas nos anos de 2020 e 2021,
foram responsáveis pela viabilização da implementação do BRT, portanto foi
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mapeada a média de volume de materiais recebidos mensalmente em uma
cooperativa de reciclagem, bem como a contabilização de recursos e espaço
físico necessários para que a implementação fosse viabilizada. No ano de
2021, o projeto de pesquisa foi contemplado com fomento nanceiro da
Fundação Araucária para compra do maquinário necessário para tratamento
dos resíduos têxteis recebidos, entretanto, a utilização do recurso se tornou
inviável por impedimentos burocráticos, sendo necessárias novas pesquisas
por instituições de fomento que viabilizassem a compra do maquinário e,
logo, a implementação do sistema BRT.
A sexta etapa ocorreu no ano de 2022 quando foi realizada a aquisição
dos equipamentos e maquinário necessários para a implementação do
sistema BRT, com recursos oriundos do setor privado obtidos por meio de
edital da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) em parceria
com o Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Paraná
(SIVEPAR).
Além do maquinário necessário para desbragem dos resíduos, o
recurso também foi utilizado para produção de Pontos de Entrega Voluntária
(PEVs), denidos por Martins (2011) como recipientes com o objetivo de
recolher algum tipo de resíduo gerado pela comunidade. Dessa forma, o
Sistema BRT foi implementado já realizando a captação dos resíduos têxteis
pós-consumo e industriais simultaneamente.
3.1 Histórico: BRT em 2017
Em 2017 teve início a etapa de coleta de dados a respeito de sistemas
de LR já vigentes com o objetivo de compreender os requisitos mínimos
para a proposição de um novo sistema para o gerenciamento de resíduos
têxteis. Além disso, foi desenvolvida uma análise PESTLE com lista de
insights referente ao cenário em que o sistema em questão seria inserido,
podendo assim avaliar as potencialidades de possíveis barreiras a serem
enfrentadas (MARTINS et al., 2017).
As empresas Reciclanip, Bituca Verde e Cheiro Verde Ambiental foram
investigadas por meio da ferramenta Matriz Comparativa da metodologia
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FLOWS de Sampaio (2017), para avaliar seu nível de funcionamento, procura
e aceitação do público. Com a reunião dessas informações, foi realizado um
primeiro esboço do que seria o sistema BRT. Como resultado desta etapa, o
sistema proposto foi projetado como uma organização sem ns lucrativos e
com stakeholders inseridos de maneira voluntária e colaborativa, conforme
a Figura 3.
Figura 3. Banco de Resíduos Têxteis em 2017
Fonte: Dos autores (2022) a partir de Martins et al. (2017).
3.2 Histórico: BRT em 2018
No ano de 2018, o foco foi na análise de sistemas de logística reversa
têxtil brasileiros, para isso foram avaliados cases como o Banco de Vestuário
de Caxias do Sul (MARTINS et al., 2018), utilizando a ferramenta Mapa
de Processos de Sampaio (2017). A avaliação aprofundada de projetos
já existentes no setor possibilitou a estruturação de dois novos modelos
de sistemas BRT, um privado e um público (GRACIANO; MARTINS, 2019).
Nessa fase da pesquisa ambos os modelos apresentados possuíam caráter
lucrativo, visando à sustentabilidade econômica e à permanência dos
serviços oferecidos, conforme Figura 4.
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Figura 4. Banco de Resíduos Têxteis – Modelo Privado 2018
Fonte: Dos autores (2022) a partir de Graciano (2018).
3.3 Histórico: BRT em 2019
Em 2019 o sistema BRT estava semiestruturado, sendo necessário
identicar possíveis parceiros para compreender as condições em que os
resíduos têxteis chegavam às cooperativas, visto que, segundo Lourenço
e Aligleri (2018), em Londrina o número de roupa/tecido que chega às
cooperativas de reciclagem é de 836.941,81 kg/ano, correspondendo a
34,8% do total de materiais coletados, estes são considerados rejeitos e
acabam gerando duas vezes mais gastos com transporte para a prefeitura
da cidade.
Para essa etapa, além dos princípios de LR, EC e ED, alinhados a
metodologia de Estudo de caso e Design Science Research, foi necessária
a utilização da metodologia Action Design Research a m de investigar em
campo o volume e situação dos materiais que estavam sendo recebidos
semanalmente nas cooperativas de reciclagem.
Uma cooperativa de reciclagem de Londrina foi parceira do grupo
de pesquisa e sede onde as pesagens e avaliações foram realizadas. Os
resultados obtidos a partir de cada uma das pesagens pode ser observado
na Figura 5.
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Figura 5. Pesagem dos resíduos têxteis recebidos na cooperativa de reciclagem
Fonte: Dos autores (2022) a partir de Graciano (2019).
Ao realizar o acompanhamento dos materiais têxteis recebidos
na cooperativa de reciclagem, foram identicadas: roupas seminovas
em bom estado; roupas já degradadas; produtos de decoração, como
toalhas e cortinas; restos de tecidos; acessórios; tecidos de movelaria;
entre outros.
A avaliação dos materiais descartados culminou em novos
insights para aprimoramento do sistema BRT. O novo esboço utilizou
conceitos da ED e registrou a maior quantidade de atores possível
para envolvimento com o sistema, não se limitando aos resíduos
gerados pela indústria da moda. Atividades como conserto e revenda
de produtos pós-consumo foram inseridas no Sistema, visto que
segundo Ellen Macarthur Foundation (2021), o mercado de segunda
mão tem potencial para crescer de 3,5% para 23% até 2030.
Ao compreender todos os possíveis stakeholders do BRT,
ampliou-se a oportunidade de identicar potenciais empresas parceiras
para obter resultados mais ecazes. Nesse caso, o sistema se tornou
ramicado com diversos inputs e outputs, o que ampliaria a chance
de que o sistema permanecesse em funcionamento mesmo que algum
ator do sistema não permanecesse nele, conforme pode ser observado
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na Figura 6.
Figura 6. Aplicação de princípios da economia distribuída ao sistema Banco de
Resíduos Têxteis 2019
Fonte: Dos autores (2022) a partir de Graciano; Martins (2019).
3.4 Histórico: BRT em 2020 e 2021
No ano de 2020 foram então realizados diversos testes com os resíduos
coletados, submetendo-os a triagens de acordo com sua composição,
desmontagem das peças, higienização, fragmentação do tecido para que
retornasse a forma de bra e prensagem, buscando desenvolver materiais
que pudessem ser aplicados a diferentes nichos de mercado, como, por
exemplo, placas de revestimento de construções civis (RAMOS; MARTINS;
SAMPAIO, 2020). Nessa etapa também foi identicada a oportunidade
de estruturar o sistema BRT dentro de uma cooperativa de reciclagem
considerando sua expertise no recolhimento e separação de resíduos.
Em 2021, mesmo com a pandemia da Covid-19, o sistema BRT
evoluiu em sua fase de prototipagem, caminhando para sua primeira
implementação. Foram obtidas parcerias com uma indústria de estopas e
uma confecção de jeans, que forneceram resíduos têxteis para testes de
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produtos a serem comercializados dentro do Atelier Criativo.
A partir dos testes realizados e novas parcerias estabelecidas,
a dinâmica do sistema BRT foi redesenhada, apresentando, além da
possibilidade de fragmentação do resíduo têxtil para transformação em
outro material, a comercialização das peças em bom estado, reparo de
peças com pequenos defeitos e criação de produtos com alto valor de
Design agregado dentro de um novo empreendimento independente do
BRT, o qual foi denominado Atelier Criativo. Além disso, o Sistema propõe
a inclusão e a capacitação dos cooperados e a possibilidade de geração de
renda extra para eles, estando alinhado com os parâmetros estipulados
pela PNRS. O System Map do BRT correspondente aos anos de 2020 e 2021
pode ser observado na Figura 7.
Figura 7. System Map Banco de Resíduos Têxteis 2020-2
Fonte: Dos autores (2022).
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3.5 Histórico: BRT em 2022
No ano de 2022 a máquina desbradora que tem por objetivo converter
o tecido em bra, ampliando suas possibilidades de comercialização, foi
adquirida com apoio de oito indústrias vinculadas ao SIVEPAR. Além disso,
antes da inauguração do BRT, o layout do espaço de trabalho foi elaborado
conforme apresentado na Figura 8 e compartilhado com os cooperados,
para que pudessem compreender o uxo interno de atividades.
Figura 8. Layout do espaço de trabalho do BRT
Fonte: Acervo DeSIn, equipe Sistema Banco de Resíduos Têxteis (2022).
O sistema BRT foi inaugurado em junho de 2022 em evento
amplamente divulgado: Histórias de Moda, Arte, Cultura e Comportamento,
no shopping Aurora (Londrina-PR), veja Figura 9, e teve a presença de
relevantes nomes da moda brasileira, como Ronaldo Fraga e Dudu Bertholini.
Além dos apoiadores beneciados com a gestão de seus resíduos têxteis
industriais, o sistema BRT contou com resíduos pós-consumo descartados
pela primeira vez pela população nos PEVs em pontos estratégicos da
cidade, como shoppings e Universidade.
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Figura 9. Inauguração BRT evento shopping Aurora
Fonte: Acervo DeSIn, equipe Banco de Resíduos Têxteis (2022).
Posterior a sua inauguração, o Sistema tem recebido demandas da
região e já se encontra em funcionamento. Ademais, o sistema BRT vem
ganhando visibilidade pelo pioneirismo nacional na gestão dos resíduos
têxteis, obtendo no dia 30 de novembro de 2022 o prêmio Design for a
Better World Award 2022, conforme pode ser observado na Figura 10,
concurso que valoriza soluções que impactam de forma positiva a sociedade
em busca de um mundo melhor.
Figura 10. Premiação Design for a Better World Award 2022
Fonte: Acervo DeSIn, equipe Banco de Resíduos Têxteis (2022).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O registro do processo de Design do Sistema BRT possibilita a
compreensão do percurso metodológico correspondente à criação de um
sistema de LR. Devido ao caráter modular do sistema proposto, o trabalho
cumpre com o objetivo de servir de apoio ao desenvolvimento de novos
sistemas de revalorização têxtil nacional que contemplem as especicidades
locais em termos ambientais, sociais, econômicos, culturais, tecnológicos
e políticos.
A linha evolutiva do sistema BRT projetado apresenta as diferentes
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possibilidades a serem exploradas na proposição de um sistema
socioambiental, visto que as alternativas apresentadas não são excludentes.
No ano de 2017 foi possível observar uma atuação sem ns lucrativos,
em 2018 a estrutura foi repensada visando à sustentabilidade econômica do
Sistema, sendo projetada na modalidade pública e privada, possibilitando
adaptabilidade conforme demandas do contexto onde seriam inseridas.
No ano de 2019 delimitou-se como escopo da pesquisa o mapeamento
de possíveis oportunidades e parceiros para o Sistema, o que possibilitou
dimensionamento da realidade e viabilizou parcerias para os anos de 2020
e 2021. A partir disso, foi possível compreender as demandas e potenciais
a serem explorados com os materiais coletados, o que viabilizou que o
sistema BRT fosse implementado no ano de 2022 já com uma gama de
produtos a serem comercializados.
Espera-se que com o compartilhamento de experiências e divulgação
das etapas que antecederam a implementação do sistema BRT seja
incentivada a projeção de novos sistemas de gerenciamento de resíduos
têxteis com intuito de contemplar a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
que hoje não fornece diretrizes aos geradores e consumidores.
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Socio-environmental system for the
revaluation of textile waste: History of
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Submisson: 12/30/2023 // Accepted: 04/24/2023
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda, Sustentabilidade e Inclusão
Socio-environmental system for the revaluation
of textile waste: History of development of a
Textile Waste Bank
ABSTRACT
This article aims to present the development process of a socio-environmental
system for the revaluation of textile waste based on Circular Economy, Reverse
Logistics and Design for Sustainability. The System, called Textile Waste Bank -
TWB, is currently being implemented in a cooperative of collectors of recyclable
materials in Londrina - Paraná and was idealized by DeSIn research group (Design,
Sustainability and Innovation) of the State University of Londrina in the period
from 2017 to 2022. Its objective is to manage industrial and post-consumer textile
waste in the region, combining the oer of products and services in its operation.
The methodologies used during its development were Case Study, Design Science
Research and Action Design Research. The results integrate the contributions
of the dierent research stages and are presented chronologically, allowing the
development of systems such as TWB to be replicated by other institutions in other
regions of the country.
Keywords: socioenvironmental system. textile waste. textile waste bank.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda, Sustentabilidade e Inclusão
Sistema Socioambiental para revalorização de
resíduos têxteis: Histórico de desenvolvimento
de um Banco de Resíduos Têxteis
RESUMO
O objetivo do presente artigo é apresentar o processo de desenvolvimento de um
sistema socioambiental de revalorização de resíduos têxteis com base em Economia
Circular, Logística Reversa e Design para Sustentabilidade. O Sistema, denominado
Banco de Resíduos Têxteis BRT, atualmente em fase de implementação em uma
cooperativa de catadores de materiais recicláveis em Londrina (PR) e foi idealizado
pelo grupo de pesquisa DeSIn (Design, Sustentabilidade e Inovação) da Universidade
Estadual de Londrina no período de 2017 a 2022. Seu objetivo é realizar a gestão
dos descartes têxteis industriais e pós-consumo da região, combinando a oferta
de produtos e serviços em seu funcionamento. As metodologias utilizadas em
seu desenvolvimento foram Estudo de Caso, Design Science Research e a Action
Design Research. Os resultados integram as contribuições das diferentes etapas
de pesquisa e são apresentados cronologicamente neste artigo, possibilitando
que o desenvolvimento de sistemas, como BRT, possam ser replicados em outros
contextos, instituições e regiões do país.
Palavras-chave: sistema socioambiental. resíduos têxteis. banco de resíduos
têxteis.
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Sistema socioambiental para la revalorización
de residuos textiles: Historia del desarrollo de
un Banco de Residuos Textiles
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo presentar el proceso de desarrollo de un sistema
socioambiental para la revalorización de residuos textiles basado en Economía
Circular, Logística Inversa y Diseño para la Sostenibilidad. El Sistema, denominado
Banco de Residuos Textiles - BRT, se está implementando actualmente en una
cooperativa de recolectores de materiales reciclables en Londrina - Paraná y fue
idealizado por el grupo de investigación DeSIn (Diseño, Sustentabilidad e Innovación)
de la Universidad Estadual de Londrina en el período de 2017 a 2022. Su objetivo
es realizar la gestión de descartes textiles industriales y post consumo en la región,
combinando la oferta de productos y servicios en su operación. Las metodologías
utilizadas durante su desarrollo fueron Estudio de Caso, Investigación en Ciencias
del Diseño e Investigación en Diseño de Acción. Los resultados integran los aportes
de las diferentes etapas de la investigación y se presentan cronológicamente,
permitiendo que el desarrollo de sistemas como el BRT sean replicados em otros
contextos, instituciones y regiones del país.
Palabras clave: sistema socioambiental. residuos textiles. banco de residuos
textiles.
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1. INTRODUCTION
Sustainability problems can be assessed from dierent perspectives,
and the systems perspective is intriguing as it provides an ontology that
allows us to envision at least four distinct categories of problems based
on their complexity: simple, complicated, complex, and chaotic problems
(RITTEL; WEBBER, 1973).
Complex problems, also known as wicked problems, as conceptualized
by Rittel and Webber (1973), can be dened as problems for which there
is no denitive solution, only management approaches to minimize their
impacts. Constant reassessment and adaptation of proposals are necessary
to meet the ever-changing demand, as these problems involve conicting
interactions between aspects of the natural and human/social environment,
including technological, economic, political, and cultural issues.
According to Rittel and Webber (1973), the complexity of these
problems arises from various combined factors, including the quantity,
variety, and diversity of perceptions among the actors involved, power
imbalances among the actors, the possibility of changes with disproportionate
eects, and the low level of internal order within systems. Considering
these characteristics, this research aimed to address textile waste from the
fashion industry as a complex problem related to a sociotechnical system,
given the lack of eective solutions and the urgency to propose management
strategies to mitigate the environmental, economic, and social impacts it
causes.
According to the Ellen MacArthur Foundation (2021), global fashion
industry production doubled between 2000 and 2015. However, during
the same period, the lifespan of products decreased by 36% (ELLEN
MACARTHUR FOUNDATION, 2021). Burton (2018) adds that due to the lack
of circularity in the fashion supply chain, the sector experiences an annual
loss of approximately half a trillion dollars linked to material waste from
production processes and underutilization of marketed products.
In Brazil, according to IEMI (2021), the sector comprises approximately
24.6 thousand production units that were responsible for producing about
1.9 million tons of textile articles in 2020 alone. This highlights the industry’s
relevance to the global economy. However, the increasing demand for fast
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production underscores the ineciency in managing its waste, which, as
Hvass (2014) argues, represents missed opportunities for design being
deposited in landlls.
Fast fashion, as dened by Salcedo (2014), is a practice employed
by large companies and distribution networks to retain customers through
constant product turnover and updates. However, despite the attractiveness
of this production model, its pillars are imbalanced, prioritizing economic
aspects at the expense of environmental and social concerns, contradicting
sustainable development, which emphasizes social and economic progress
within the limits of impact absorption and environmental renewal (VEZZOLI
et al., 2018).
According to the McKinsey Global Fashion Index (2022), the fashion
industry is responsible for discarding 40 million tons of textile waste
annually, with approximately 87% ending up in landlls, of which more
than 90% could have been reused or recycled before reaching the dumps
(Moazzem et al., 2021). However, textile waste loses its potential for reuse
and recycling when it comes into contact with other waste categories due
to its susceptibility to contamination (JAAMAA; KAIPIA, 2022).
Despite Brazil’s National Solid Waste Policy, Law No. 12.305 (2010),
foreseeing the end of open dumps since 2010 and assigning manufacturers
the responsibility for managing solid waste resulting from their production
processes, industrial and post-consumer textile waste still lacks specic
guidelines in the National Reverse Logistics Plan, regulated by Decree
10.936/2022. Consequently, textile waste continues to be grouped under
the “other” category in the gravimetric composition of municipal solid
waste, alongside rubber, laminates, electronic waste, appliances, and other
unclassied materials (HOORNWEG; BHADA-TATA, 2012).
According to Salcedo (2014), among the key challenges associated
with solid waste from the fashion industry are waste minimization in
production operations, the development of eective waste utilization for
reintegration into new production cycles, extension of product lifespans, and
closing the loop between waste and raw materials, enabling a transition to
a circular economy. Therefore, the development of a socio-environmental
system for textile waste management is essential to present proposals
addressing the sector’s challenges, enabling the valorization of waste and
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minimizing its occurrence in landlls.
1.1 Background
The project, currently known as the Textile Waste Bank (TWB) System,
was initiated in 2017 by the Design, Sustainability, and Innovation Research
Group (DeSIn), a group registered with the National Council for Scientic
and Technological Development (CNPq), and part of the Sustainability
Design Studies Laboratory at the State University of Londrina (LeNS Lab
UEL) within the Department of Design.
The system originated with the aim of addressing a demand from
the Environmental Department of the State of Paraná, currently known as
the Department of Sustainable Development of Paraná. The department
launched the call for proposals under the notice No. 00/2012, inviting
business sectors to submit Reverse Logistics proposals in accordance with
Law 12.305/10 and Decree 7404/10 in the city of Londrina. The TWB system
was also conceived in alignment with the needs of the Municipal Transit
and Urbanization Company of Londrina (CMTU), which was undergoing a
revision of the city’s selective waste collection system at the time, which
did not include textile waste.
The objective of the TWB system aligns with the mission of the DeSIn
group and the LeNS research network (Learning Network on Sustainability),
which is to promote the discussion of Design for Sustainability and enable
the generation of value for individuals and communities through Design.
This study presents an alternative management approach for industrial and
post-consumer textile waste in Brazilian urban centers, where currently
there is no proper disposal method.
2. THEORETICAL FOUNDATION
The evolutionary record of the development of the TWB system
focused on the results obtained each year and aims to provide theoretical
and practical insights to assist other cities and regions in replicating the
proposed system, given its modular nature. The dierent stages of project
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development were guided by concepts that formed the theoretical repertoire
of the research group, which informed the various stages and activities
attributed to the system.
2.1 New Economies: Circular and Distributed Economy
According to Weetman (2019), in the last 150 years, with the
development of mass manufacturing, a linear production system has
been adopted, where production organization occurs through extraction,
production, and disposal. In contrast to the linear/centralized economy
model, new economies have emerged, such as Circular Economy (CE) and
Distributed Economy (DE), aiming to promote the decentralization of actors
and resources and enable them to carry out their activities collaboratively
but independently (SANTOS et al., 2019).
The CE is grounded in theoretical foundations such as industrial
ecology, which recommended partnerships among geographically close
companies, enabling the sharing of waste, scraps, and by-products, and
consequently promoting social and environmental benets for the local
community.
According to the Ellen MacArthur Foundation (2022), the CE can
be dened as an economy that decouples high economic performance
of institutions from the consumption of nite natural resources, being a
resilient, regenerative, and positive system for communities, companies,
and the environment. Moreover, according to Isoton, Giacomello, and
Fachinelli (2022), by adopting circular logic, institutions not only reduce
waste generation but also have the ability to oer services that enhance
the lifespan of their products, making them more competitive.
The DE relies on hybrid concepts, involving horizontal engagement of
its actors to participate independently yet collaboratively (PEREZ; SANTOS,
2017). This type of economy has a modular and evolutionary nature, enables
greater dialogue among dierent stakeholders, and, as defended by Santos
et al. (2019), “requires collaboration and low hierarchy in command and
control mechanisms” (SANTOS et al., 2019, p. 119), allowing the system
to function like a web, seeking to achieve a continuous ow. Therefore,
even if one of the collaborators can no longer perform their function, the
system continues to operate as it is self-reinforcing and enables continuous
branching.
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The current implemented model of the TWB system predominantly
aligns with the CE due to the dynamics of recovery and reintegration of
textile waste into its value chain. However, understanding the concept
of DE was crucial during the system’s development phase, expanding
the comprehension of potential collaborators and proposing network
interactions.
2.2 Reverse Logistics
According to O’Reilly and Kumar (2016) and Leite (2017), there is a
growing interest in Reverse Logistics (RL) in the industry due to the visibility
of protable opportunities related to the commercial value of waste.
The objective of RL is to rethink the ow that products and services go
through after contact with consumers and evaluate the existing possibilities
for minimizing the environmental impact at the end of their life cycle (LEITE,
2017). At the national level, as stated by Brasil (2010), RL is already
applied to material categories such as agrochemicals, lamps, batteries, and
tires, however, demands for the textile sector are not included or specied
(SAMPAIO; MARTINS, 2020).
Although characterized by the treatment and disposal of post-
consumer waste, RL is a principle to be considered during the design phase
of products and services, in order to predict and minimize the impact of
their disposal even before they are consumed and/or before the waste is
generated. In this sense, RL proved to be a relevant concept to be explored
during the activity ow proposition stage of the TWB system, given the
possibility of rethinking the dynamics of industrial and post-consumer
waste disposal and investigating ways to collect and redistribute the waste
captured by the TWB system.
2.3 Design for Sustainability
Design permeates all stages of project development, which is why
it is important for sustainability to be incorporated from the beginning of
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the product-service life cycle (SAMPAIO et al., 2018). The implementation
of sustainable awareness in companies and consumers is a lively debate
and involves not only a change in production practices but also a change in
behavior, as Santos states:
To support decisions in the formulation of long-term policies or even in
short-term actions, it is important to understand the likely evolution of
design in companies and in society in general. Sustainability requires a
process of repositioning society’s ways of life, and this implies a collective
learning process that is inherently slow and complex (SANTOS, 2009, p.13).
According to Nishimura and Triska (2021, p. 22), design for sustainable
development “acts in the reconguration of processes and products”. In turn,
publications have built conceptual frameworks to represent this evolution of
design for sustainability (CESCHIN; GAZIULUSOY, 2016; SANTOS; CECHIN;
MARTINS; VEZZOLI, 2016).
In this sense, the concepts and strategies of Design for Sustainability
guided the development of the TWB system, proposing systemic innovations
that, according to Vezzoli et al. (2018), directly impact the paradigm by
proposing changes. In agreement, the Ellen MacArthur Foundation (2022)
emphasizes the need for systemic change in order to generate long-term
resilience, economic and business opportunities, and environmental and
social benets.
3. RESEARCH METHOD
During the years of TWB system development, dierent research
methodologies were employed based on the stage of the project. Figure 1
illustrates the four main methodologies used:
Figure 1. Methodologies used in the development of the TWB
Source: Authors (2022).
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3.1 Case Study and FLOWS Methodology
The Case Study was the methodology used in the years 2017 and
2018. Gil (2017, p. 34) denes it as a “deep and exhaustive study of one
or a few cases, in a way that allows for broad and detailed knowledge.” In
this phase, the objective was to evaluate consumer behavior towards RL
systems and allowed for an exploratory investigation of the dynamics of RL
systems in other material categories, mapping the potentialities and gaps
to be further explored in the TWB system.
In addition to the Case Study, and in order to document the obtained
information for later use in the development of the TWB system, tools from
the FLOWS methodology proposed by Sampaio (2017) were used. FLOWS
is an integrated model of Research and Development in solid waste, with a
modular nature that brings together various design tools and indicates their
use in specic project phases. The use of the FLOWS methodology was of
utmost importance to compare dierent reverse logistics systems equally.
3.2 Design Science Research
The Design Science Research methodology was used throughout the
research development, as the research objective was to propose an artifact
for a specic problem (LACERDA et al. 2015); in this case, the Textile
Waste Bank system, to manage the problem of textile waste disposal. Its
constructive and prospective nature seeks to establish how things should
be understood and described, while other methods aim to understand how
the real world actually is (SANTOS, 2018).
3.3 Action Design Research
The Action Design Research methodology was used from 2019 to
2022 when members of the DeSIn group went into the eld to understand
the quantitative and qualitative demands that the TWB system should
consider. As Santos (2018) states, it is a methodology that can be applied
with dierent approaches in various areas, aiming to develop eco-ecient
services and promote collaborative design. Action Design Research aims to
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change the reality of the selected group for the research and was necessary
for the development of the TWB System, as it considered the everyday life
of the target audience as a starting point for proposing changes.
4. RESULTS
The results of the development of the TWB system can be summarized in
six main milestones, as shown in Figure 2.
Figure 2. TWB Development Timeline
Source: Authors (2022).
In 2017, the project started with a study of multiple case studies of RL
systems for dierent material categories. The results served as a reference
for the design of the rst TWB system, considering minimum requirements
for its operation. In 2018, RL cases focused on the textile sector were
identied and evaluated, and improvements that could be incorporated
into the TWB system were identied. This second stage resulted in a new
system proposal that shared both public and private characteristics.
The third stage of the system in 2019 included a partnership with
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recycling cooperatives in Londrina, bringing a new level of perception of
reality and possibilities for articulation between environmental and social
issues due to the inclusion of waste pickers in the TWB system. This stage
was also enriched by the introduction of concepts from new economies such
as Circular and Distributed Economy.
The fourth and fth stages, carried out in 2020 and 2021, were
responsible for making the implementation of TWB feasible. The average
volume of materials received monthly by a recycling cooperative was
mapped, and the resources and physical space required for implementation
were accounted for. In 2021, the research project received nancial
support from Fundação Araucária to purchase the necessary machinery for
the treatment of textile waste. However, the use of the funding became
unfeasible due to bureaucratic impediments, requiring further research by
funding institutions to enable the purchase of machinery and, consequently,
the implementation of the TWB system.
The sixth stage took place in 2022 when the equipment and machinery
necessary for the implementation of the TWB system were acquired, with
funding from the private sector obtained through a call for proposals from
FIEP (Federation of Industries of the State of Paraná) in partnership with
the Intermunicipal Union of Clothing Industries of Paraná (SIVEPAR).
In addition to the machinery required for debrillation of the waste,
the funding was also used for the production of Voluntary Drop-O Points
(PEVs), dened by Martins (2011) as containers designed to collect a
specic type of waste generated by the community. Thus, the TWB system
was implemented, capturing post-consumer and industrial textile waste
simultaneously.
3.1 History: TWB in 2017
In 2017, the data collection phase began regarding existing RL
systems with the aim of understanding the minimum requirements for
proposing a new system for textile waste management. Additionally, a
PESTLE analysis was conducted with a list of insights regarding the scenario
in which the system would be implemented, thus assessing the potentialities
and possible barriers to be faced (MARTINS et al., 2017).
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The companies Reciclanip, Bituca Verde, and Cheiro Verde Ambiental
were investigated using the Comparative Matrix tool of Sampaio’s FLOWS
methodology (2017) to assess their level of functioning, demand, and
public acceptance. With the gathering of this information, a rst draft
of what would become the TWB system was created. As a result of this
stage, the proposed system was designed as a non-prot organization with
stakeholders voluntarily and collaboratively involved, as shown in Figure 3.
Figure 3. Textile Waste Bank in 2017
Source: Authors (2022) based on Martins et al. (2017).
3.2 Historical Background: TWB in 2018
In 2018, the focus was on analyzing Brazilian textile reverse logistics
systems. Cases such as the Clothing Bank of Caxias do Sul (MARTINS et
al., 2018) were evaluated using Sampaio’s Process Map tool (2017). The in-
depth assessment of existing projects in the sector enabled the structuring
of two new models of TWB systems: one private and one public (GRACIANO;
MARTINS, 2019). In this phase of the research, both presented models
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had a prot-oriented nature, aiming for economic sustainability and the
continuity of the services provided, as shown in Figure 4.
Figure 4. Textile Waste Bank – Private and public model 2018
Source: Authors (2022) based on Graciano (2018).
3.3 Historical Background: TWB in 2019
In 2019, the TWB system was semi-structured, and it was necessary
to identify potential partners to understand the conditions under which
textile waste reached the cooperatives. According to Lourenço and Aligleri
(2018), in Londrina, the amount of clothing/fabric that reaches recycling
cooperatives is 836,941.81 kg/year, accounting for 34.8% of the total
collected materials. These are considered rejects and end up generating
twice as much transportation expenses for the city council.
For this stage, in addition to the principles of RL, CE, and DE, aligned
with the Case Study and Design Science Research methodologies, the
Action Design Research methodology was used to investigate in the eld
the volume and condition of the materials received weekly at the recycling
cooperatives.
A recycling cooperative in Londrina partnered with the research
group and served as the location where weighings and evaluations were
conducted. The results obtained from each weighing can be observed in
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Figure 5.
Figure 5. Weighing of textile waste received at the recycling cooperative.
Source: Authors (2022) based on Graciano (2019).
By monitoring the textile materials received at the recycling
cooperative, the following items were identied: gently used clothes in
good condition, degraded clothes, decorative products such as towels and
curtains, fabric scraps, accessories, upholstery fabrics, among others.
The evaluation of the discarded materials led to new insights for the
improvement of the TWB system. The new draft incorporated DE concepts
and registered the largest number of actors possible for involvement in the
system, not limited to waste generated by the fashion industry. Activities
such as repair and resale of post-consumer products were included in the
system, as according to the Ellen MacArthur Foundation (2021), the second-
hand market has the potential to grow from 3.5% to 23% by 2030.
By understanding all possible TWB stakeholders, the opportunity
to identify potential partner companies for more eective results was
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expanded. In this case, the system became branched with various inputs
and outputs, increasing the likelihood that the system would continue to
function even if some actors did not remain in it, as shown in Figure 6.
Figure 6. Application of distributed economy principles to the Textile Waste Bank
system in 2019.
Source: Authors (2022) based on Graciano; Martins (2019).
3.4 Historical Background: TWB in 2020 and 2021
In 2020, several tests were conducted with the collected waste,
subjecting them to sorting according to their composition, disassembly of
the pieces, cleaning, fabric fragmentation to return to a ber form, and
pressing, aiming to develop materials that could be applied to dierent
market niches, such as construction cladding panels (RAMOS; MARTINS;
SAMPAIO, 2020). During this stage, the opportunity to structure the TWB
system within a recycling cooperative was also identied, considering its
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expertise in waste collection and separation.
In 2021, despite the Covid-19 pandemic, the TWB system progressed
in its prototyping phase, moving towards its rst implementation.
Partnerships were established with a rag industry and a jeans manufacturer,
which provided textile waste for testing products to be commercialized
within the Creative Atelier.
Based on the tests conducted and new partnerships established,
the dynamics of the TWB system were redesigned, oering not only
the possibility of fragmenting textile waste for transformation into other
materials but also the sale of pieces in good condition, repair of items
with minor defects, and creation of products with high added design value
within a new independent venture called the Creative Atelier. Furthermore,
the System proposes the inclusion and training of cooperative members
and the possibility of generating extra income for them, aligning with
the parameters established by the PNRS. The System Map of the TWB
corresponding to the years 2020 and 2021 can be seen in Figure 7.
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Figure 7. System Map of the Textile Waste Bank 2020-2021.
Source: Authors (2022).
3.5 Historical Background: TWB in 2022
In 2022, the debering machine, which aims to convert fabric into
ber, expanding its possibilities for commercialization, was acquired with
the support of eight industries aliated with SIVEPAR. Additionally, before
the inauguration of the TWB, the layout of the workspace was developed as
presented in Figure 8 and shared with the cooperative members, allowing
them to understand the internal ow of activities.
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Figure 8. Layout of the TWB workspace
Source: DeSIn Archive, Textile Waste Bank System team (2022).
The TWB system was inaugurated in June 2022 at a widely
publicized event: “Fashion, Art, Culture, and Behavior Stories” at Aurora
Mall in Londrina, Paraná, as shown in Figure 9. The event was attended
by prominent gures in the Brazilian fashion industry, such as Ronaldo
Fraga and Dudu Bertholini. In addition to the industrial waste management
provided to supporting companies, the TWB system also received post-
consumer waste for the rst time, which was collected by the public at
strategically placed Voluntary Drop-O Points in locations such as shopping
malls and universities.
Figure 9. TWB Inauguration Event at Aurora Mall.
Source: DeSIn Archive, Textile Waste Bank System team (2022).
After its inauguration, the TWB system has been receiving demands
from the region and is already fully operational. Furthermore, the TWB
system has been gaining visibility for its national pioneering eorts in textile
waste management, and on November 30, 2022, it was honored with the
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Design for a Better World Award 2022, as shown in Figure 10. This award
recognizes solutions that have a positive impact on society and strive for a
better world.
Figure 10. Design for a Better World Award 2022 Ceremony.
Source: DeSIn Archive, Textile Waste Bank System team (2022).
4. FINAL CONSIDERATIONS
The documentation of the Design process of the TWB System allows
for an understanding of the methodological journey involved in creating
a reverse logistics system. Due to the modular nature of the proposed
system, this work serves the purpose of supporting the development of
new national textile revaluation systems that consider local specicities
in terms of environmental, social, economic, cultural, technological, and
political aspects.
The evolutionary trajectory of the designed TWB system presents
dierent possibilities to be explored in the proposition of a socio-
environmental system, as the presented alternatives are not mutually
exclusive. In 2017, a non-prot approach was observed, while in 2018, the
structure was rethought to ensure the economic sustainability of the system,
with designs for both public and private modalities, allowing adaptability to
the demands of the context in which they would be implemented.
In 2019, the research scope focused on mapping potential
opportunities and partners for the system, which provided an understanding
of the reality and facilitated partnerships for the years 2020 and 2021. This,
in turn, enabled the identication of demands and potentials to be explored
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with the collected materials, leading to the implementation of the TWB
system in 2022 with a range of products ready for commercialization.
It is expected that by sharing experiences and disseminating the
stages that preceded the implementation of the TWB system, the projection
of new textile waste management systems will be encouraged, with the
aim of aligning with the National Solid Waste Policy, which currently lacks
guidelines for waste generators and consumers.
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