Análise ergonômica do trabalho em uma cozinha domiciliar de um usuário com deficiência visual

Autores

  • Camila Ramos Arias Instituto Federal do Mato Grosso do SUl
  • Ruan Eduardo Carneiro Lucas Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
  • Lizandra Garcia Lupi Vergara Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5965/2316796311212022048

Palavras-chave:

Análise ergonômica do trabalho, AET, deficiência visual, casa, cozinha

Resumo

As atividades diárias necessitam de análises ergonômicas, principalmente quando se trata de ambientes ocupados por usuários com deficiência visual. Assim, o objetivo deste artigo foi desenvolver uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) em uma cozinha domiciliar de um usuário com deficiência visual. Para isso, utilizou-se uma metodologia alicerçada nas etapas da AET. Os resultados mostraram que: as atividades realizadas demandavam maior utilização do aspecto cognitivo; a disposição dos equipamentos se mostrou problemática e; os principais equipamentos apresentavam incompatibilidade com as condições antropométricas do usuário. Concluiu-se que são necessárias ferramentas ergonômicas que absorvam aspectos como orientação espacial e mobilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila Ramos Arias, Instituto Federal do Mato Grosso do SUl

Doutoranda na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Arquiteta urbanista formada pela Universidade Paulista de Campinas (2001). Mestre pela UNICAMP com o tema "Arquitetura como instrumento do projeto inclusivo: percepção do surdocego" (2008). Docente na Universidade Paulista de Campinas/SP (2010-2014), Universidade São Francisco - Itatiba/SP (2012-2014) e Universidade Católica Dom Bosco - Campo Grande/MS (2014-2019).Desde 2019, docente do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul / campus Jardim e coordenadora do NAPNE - Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas.

Ruan Eduardo Carneiro Lucas, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

Doutorando na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Docente na Universidade Federal Rural da Amazônia. Graduado em Engenharia de Produção. Especialista em Engenharia de Produção. Mestre em Engenharia de Produção. 

Lizandra Garcia Lupi Vergara, Universidade Federal de Santa Catarina

Arquiteta e Urbanista e Engenheira de Segurança do Trabalho, com Mestrado (2001) e Doutorado (2005) na área de Ergonomia pela Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (LABERGO/UFSC). Professora Associada na Graduação (DEPS) e Pós-graduação (PPGEP) na Engenharia de Produção e Arquitetura (PosARQ) da UFSC. Líder do grupo de pesquisa GMETTA - Grupo Multidisciplinar de Ergonomia do Trabalho e Tecnologias Aplicadas (UFSC-CNPq), e Ergonomista Sênior Certificada pela Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO). Desenvolve pesquisas nas temáticas: Ergonomia na Saúde e Segurança, Acessibilidade, Tecnologias Assistivas, Lean-Ergonomics e Experiência do Usuário.

Referências

ABRAHAO, R. F.; TERESO, M. J. A.; GEMMA, S. F. B. A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) aplicada ao trabalho na agricultura: experiências e reflexões. Rev. bras. saúde ocup., São Paulo, v. 40, n. 131, p. 88-97, 2015.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico: guia prático. In: Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico: guia prático. 2007. p. 272-272.

FUNDAÇÃO DORINA NOWILL PARA CEGOS. Disponível em: https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/estatisticas-da-deficiencia-visual/. Acesso em: 01 de dez de 2020.

GUÉRIN, François et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2001.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1991.

HALL, E. T. A dimensão oculta. Lisboa, Portugal: Relógio D’Água Editores, 1986.

HUDEC, Milan; SMUTNY, Zdenek. Advanced Scene Recognition System for Blind People in Household: The Use of Notification Sounds in Spatial and Social Context of Blind People. Proceedings of the 2nd International Conference on Computer Science and Application Engineering, Hohhot, China, ano 2018, p. Article No.: 159, 22 out. 2018.

IEA – International Ergonomics Association. What is ergonomics. Disponível em:. https://iea.cc/what-is-ergonomics/ 2020. Acesso em: 16/dez/2020.

IIDA, ITIRO. O que é ergonomia? In: IIDA, ITIRO. Ergonomia: Projeto e Produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. Cap. 1. p. 1-24.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo, EdgardBlücher. 2005.

LAPERUTA, D. G. P.; OLIVEIRA, G. A.; PESSA, S. L. R.; LUZ, R. P. Revisão de ferramentas para avaliação ergonômica. Revista Produção Online, v.18, n.2, p.665-690, 2018

LOSEKAN et al. Desenvolvimento da AET quando o trabalho prescrito não está claro: o caso de uma indústria alimentícia. Revista Produção Online, v.19, n.4, 2019.

MASI, I. Conceitos – Aquisição Básica para a Orientação e Mobilidade. In: BRASIL. Orientação e Mobilidade: Conhecimentos básicos para a inclusão do deficiente visual. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2003.

MENDES, A. P.; BERTOLINI, S. M. M. G.; SANTOS, L. A. Ergonomic analysis in household environment. Revista da Educação Física, v.17, n.1, p.1-10, 2006.

NICKEL, E. M.; FERREIRA, M. G. G. Análise ergonômica do trabalho em uma lavanderia hospitalar visando o design de um novo sistema para transporte de roupas. Revista Ação Ergonômica, 5(2), 1-11, 2011.

NUNES, S.; LÔMONACO, J. F. B. O aluno cego: preconceitos e potencialidades. Revista semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, v.14, n.1, p.55-64, 2010.

OLIVEIRA, G. R.; MONT’ ALVÃO, C. R. Metodologias utilizadas nos estudos de Ergonomia do Ambiente construído e uma proposta de modelagem para projetos de design de interiores. Estudos em Design, v. 3, n.23, p.150 – 165.

OLIVEIRA, T. A. B.; SANTOS, F. A. N. V.; CINELLI, M. J. Sistemas de navegação indoor e sistema de compras para pessoas com deficiência visual: potenciais no uso em supermercado. Human Factors in Design, v. 6., n.11, p.22-42, 2017.

Organização Mundial da Saúde, CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde [Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família de Classificações Internacionais, org.; coordenação da tradução Cassia Maria Buchalla]. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo - EDUSP; 2003.

PASCOLINI, D.; MARIOTTI, S. P. Global estimates of visual impairment: 2010. British Journal of Ophthalmology, v. 96, n. 5, p. 614-618, 2012.

PAIVA, M. M. B. Ergonomia no ambiente construído em moradia coletiva para idosos: estudo de caso em Portugal. Revista ação ergonômica, v. 7, n. 3, 2012.

RAMOS, Bruno Gama et al. Tecnologia Assistiva para controle de ambiente com Arduino e Kinect. Anais do Computer on the Beach, p. 563-564, 2015.

SANTOS, A. O cego, o espaço, o corpo e o movimento: uma questão de orientação e mobilidade. Revista Benjamim Constant, Edição 11 – março de 1999.

SARMENTO, Thaisa Sampaio; VILLAROUCO, Vilma. Projetar o ambiente construído com base em princípios ergonômicos. Ambient. constr., Porto Alegre, v. 20, n. 3, p. 121-140, Julho 2020.

TIMENI, Giordana C. C.; ELALI, Gleice A. Vivências de pessoas cegas no espaço urbano. In: MONT'ALVÃO, Claudia; VILLAROUCO, Vilma. Um novo olhar para o projeto 5: a ergonomia do ambiente construído. 1. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2020. v. 1, p. 333-353.

VILLAROUCO, V. Tratando de ambientes ergonomicamente adequados: seriam ergoambientes? In: MONT’ALVÃO, C.; VILLAROUCO, V. (orgs.). Um novo olhar para o projeto: a ergonomia no ambiente construído. Rio de Janeiro: Faperj, 2AB, 2011.

VYGOTSKY, L. S. Fundamentos de defectologia. In : Obras Completas.Tomo V. Trad. de Maria del Carmen Ponce Fernandez Havana: Editorial Pueblo y Educación, 1997. p. 74 – 87.

Downloads

Publicado

2022-06-20

Como Citar

ARIAS, Camila Ramos; LUCAS, Ruan Eduardo Carneiro; VERGARA, Lizandra Garcia Lupi. Análise ergonômica do trabalho em uma cozinha domiciliar de um usuário com deficiência visual. Human Factors in Design, Florianópolis, v. 11, n. 21, p. 048–072, 2022. DOI: 10.5965/2316796311212022048. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/hfd/article/view/21160. Acesso em: 4 nov. 2024.