Leis artificiais de inversão e leis naturais de desenvolvimento: revisando uma oposição que permeia o Harmonielehre de Schenker
DOI:
https://doi.org/10.5965/1808312914242019068Palavras-chave:
Teoria musical, Análise musical, Harmonia tonal, Conceitos schenkerianosResumo
Observando que o Tratado de Harmonia de Heinrich Schenker (1906) articula um conjunto de pares opositores do tipo teórico/prático, geral/particular, diatônico/cromático, fixo/variável etc., o presente artigo propõe uma revisão acerca de uma polarização específica que, na terminologia de Schenker, se distingue como inversão (Inversion) e desenvolvimento (Entwicklung). Pondera-se que, caracterizadas como leis, as forças artificiais de inversão e os movimentos naturais de desenvolvimento, com diversas implicações técnicas e especulativas, são dadas como princípios contrários que, por meio da vontade instintiva e engenhosa, se misturam e se complementam visando a variedade necessária para a qualificação artística da composição tonal.
Downloads
Referências
ABDOUNUR, Oscar João. Matemática e música. São Paulo: Escrituras Ed., 1999.
BARBOZA, Jair. Infinitude subjetiva e estética: natureza e arte em Schelling e Schopenhauer. São Paulo: SciELO: Ed. UNESP, 2005.
BARCE, Ramon. Prólogo. In: SCHENKER, Heinrich. Tratado de armonia. Madrid: Real Musical, 1990.
BARROS, Guilherme Antonio Sauerbronn de. Mahle, Steiner, Goethe: um estudo do conceito de harmonia. Curitiba: Ed. Prismas, 2015.
BATTEUX, Charles. As belas-artes reduzidas a um mesmo princípio. In: LICHTENSTEIN, Jacqueline (Org.). A pintura: o belo. São Paulo: Ed. 34, 2004. v. 4, p. 69-75.
BROWN, Matthew. Explaining tonality: schenkerian theory and beyond. Rochester: University of Rochester Press, 2005.
COOK, Nicholas. The Schenker project: culture, race, and music theory in fin-de-siècle Vienna. Oxford: Oxford University Press, 2007.
DAHLHAUS, Carl. Studies in the origin of harmonic tonality. Oxford: Princeton Univ. Press, 1990.
DAMSCHRODER, David. Thinking about harmony: historical perspectives on analysis. Cambridge University Press, 2008.
DUDEQUE, Norton Eloy. Sobre o Harmonia de Arnold Schoenberg. Per Musi, Belo Horizonte, v. 9, p. 114-123, 2004.
FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Que acorde ponho aqui? Harmonia, práticas teóricas e o estudo de planos tonais em música popular. 2010. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/284967. Acesso em: 01 nov. 2019.
GIANNOTTI, Marco. Análise dos principais elementos da Doutrina das Cores. In: GOETHE, Johann Wolfgang von. Doutrina das cores. São Paulo: Nova Alexandria, 2011. p. 173-183.
GOETHE, Johann Wolfgang von. A metamorfose das plantas. Lisboa, Imprensa Nacional da Casa da Moeda, 1997.
HARRISON, Daniel. Harmonic function in chromatic music: a renewed dualist theory and an account of its precedents. Chicago, University of Chicago Press, 1994.
HELMHOLTZ, Hermann von. On the sensations of tone as a physiological basis for the theory of music. London: Longmans, Green, And Co. 1895.
KESTLER, Izabela Maria Furtado. Johann Wolfgang von Goethe: arte e natureza, poesia e ciência. História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v. 13, Supl., p. 39-54, out. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v13s0/02.pdf. Acesso em: 01 nov. 2019.
KLUMPENHOUWER, Henry. Dualist tonal space transformation in nineteenth-century musical thought. In: CHRISTENSEN, Thomas (ed.). The Cambridge history of western music theory. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. p. 456-476.
MENEZES, Flo. A acústica musical em palavras e sons. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
MONTESQUIEU, Charles. O gosto. São Paulo: Iluminuras, 2005.
MORGAN, Robert P. Becoming Heinrich Schenker: music theory and ideology. Cambridge Univ. Press, 2018.
PASTILLE, Willian. Music and Morphology: Goethe’s influence on Schenker’s Thought. In: SIEGEL, Heidi (ed.). Schenker studies. Cambridge University Press, 1990. p. 29-44.
SCHENKER DOCUMENTS ONLINE. Hugo Riemann. London: Department of Digital Humanities; King's College London, [201-]. Disponível em: http://www.schenkerdocumentsonline.org/profiles/person/entity-000712.html. Acesso em: 01 nov. 2019.
SCHENKER, Heinrich. Harmonielehre. Stuttgart: J.G. Cotta, 1906.
SCHENKER, Heinrich. Tratado de armonia. Madrid: Real Musical, 1990.
SCHENKER, Heinrich. Harmony. Chicago: University of Chicago Press, 1980.
SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Ed. da Unesp, 2001.
SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. A doutrina dos sons de Goethe a caminho da música nova de Webern. Rio de Janeiro: Ed. URFJ, 1999.
TATARKIEWICZ, Władysław. Historia de la estética. Madrid: Ed. Akal, 1991. v. 3.
TOMÁS, Lia Vera. Música e filosofia, estética musical. São Paulo: Irmãos Vitale, 2005.
WASON, Robert W. Viennese harmonic theory from Albrechtsberger to Schenker and Schoenberg. Rochester: University of Rochester Press, 1995.
WIENPAHL, Robert W. Zarlino, the Senario, and tonality. Journal of the American Musicological Society, v. 12, n. 1, p. 27-41, 1959.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Djalma Bianco Cordeiro, Sergio Paulo Ribeiro de Freitas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original, reconhecendo a autoria e publicação inicial nesta revista.
A DAPesquisa, segue as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona acesso público a todo seu conteúdo, a partir do princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento.
Plágio, em todas as suas formas, constitui um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. A revista DAPesquisa utiliza o software iThenticate de controle de similaridade.