A casa que habito a casa que habita em mim
�The house that i live in the house that
lives in me
L�gia Mara Santos
Professora/Artisteira. Propositora de invencionices brincantes com
crian�as pequenas. Habitante de muitas casas: Casa/Ch�o; Casa/Vento;
Casa/Inf�ncia; Casa/Por�o; Casa/Inven��o; Casa/Escola; Casa/Voo; Casa/Fic��o;
Casa/Sonho; Casa/Pesquisa; Casa/Devaneio; Casa/Teatro; Casa/Escritura.
Professora do N�cleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) do Centro de Ci�ncias da
Educa��o (CED) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutoranda em
Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). ��
ligiasantos234@gmail.com ��� https://orcid.org/0000-0001-5294-2145
Resumo
Este texto refere-se ao trabalho desenvolvido com crian�as
pequenas numa institui��o de Educa��o Infantil. O trabalho cotidiano com as
crian�as se inspira em movimentos que comp�em Inven��es Brincantes/Art�sticas.
Na combina��o de elementos advindos da psicomotricidade, principalmente na
perspectiva dos autores franceses Bernard Aucouturier
e Andre Lapierre; e outros
da arte, tendo por refer�ncia artistas como Lygia Clark, Elisa Bracher, H�lio Oiticica, Am�lia Toledo, Deborah Colker, Leandro Selister, brotam
as Inven��es Brincantes/Art�sticas.� O
trabalho � pensado e tramado oportunizando que as crian�as brinquem com a arte,
com os artistas, com as obras, com as proposi��es, com os materiais e com as
t�cnicas. Espa�os e tempos de brincadeira nos quais as crian�as criam. Um dos
intuitos das Inven��es Brincantes/Art�sticas � o de permitir que o corpo
infantil sobrevenha, priorizando um espa�o-tempo nas rotinas escolares para um
trabalho de cunho corporal-art�stico. O corpo-arte instigando o desejo infantil
de experimentar e de conhecer, um espa�o-tempo para manifesta��o do que pode um
corpo infantil. No in�cio do ano de 2017, uma dupla de professoras define A CASA como alus�o para o trabalho com
as crian�as no decorrer daquele ano. A
CASA foi, portanto, o elemento que nutriu a poesia e o pensamento sobre as
coisas do mundo. A arte contempor�nea em di�logo com a linguagem perform�tica,
o teatro, o cinema, a dan�a e a literatura deram subs�dios para a reflex�o
sobre corpo e inf�ncia no espa�o escolar.
Palavras-chave: Artes c�nicas e crian�as. Linguagem corporal na arte.
Brincadeiras na arte. Performance (Arte)
Abstract
This text refers to
the work developed with young children
in an early preschool education institution. The daily work with children
is inspired by movements that
make up Playful/Artistic Inventions. In the combination of elements arising
from relational psychomotricity, mainly from the perspective of French authors,
Bernard Aucouturier and Andre Lapierre, and others from
art, such as artists such as Lygia Clark,
Elisa Bracher, H�lio Oiticica, Am�lia Toledo, Deborah
Colker, Leandro Selister, the Playful/Artistic
Inventions sprout. The work is thought
and planned, allowing children the opportunity to play with art,
with artists, with works, propositions,
materials and techniques. Spaces and times for playing are those in which children create.One
of the aims
of Playful/Artistic Inventions is to allow
the child's body to arise,
prioritizing a space-time
in school routines for body-artistic work. The body-art instigating the child's desire
to try out and to know,
a space-time for the manifestation of what a child's body can. At the beginning of 2017, a pair of teachers
defined A CASA as
an allusion to work with
children during that year. A CASA was, therefore,
the element that nourished poetry and thought
about the things of the
world. Contemporary art in
dialogue with performatic language, theater, cinema, dance and literature provided support for reflection on body
and childhood in the school space.
Keywords: Performing arts
and children. Body language in art. Play in
art. Performance art.
DOI: http://dx.doi.org/10.5965/1808312915252020e0025
Recebido em: 08/06/2020
Aceito em: 13/07/2020
Este texto � tamb�m
uma produ��o art�stico-visual, parte dele s�o fotos de um texto inicialmente
impresso em tecidos. Para visualiz�-lo acesse o documento em PDF
�
A CASA QUE HABITO
A CASA QUE HABITA EM MIM�
Este texto refere-se ao trabalho arquitetado com crian�as pequenas
numa escola de� Educa��o
Infantil1. Nessa institui��o foi desenvolvida a experi�ncia de dois
trabalhos sobre� casa:
A Casa � Sua e Em casa. O presente texto esbo�a os primeiros movimentos com a� escrita, ainda em
processo, sobre a proposi��o A Casa � Sua.
Os trabalhos sobre casa�
comp�em o que provisoriamente tenho denominado Inven��es
Brincantes/Art�sticas.
As Inven��es Brincantes/Art�sticas s�o pensadas e tramadas no
sentido de oportunizar�
�s crian�as a brincadeira com a arte, com os artistas, com as obras,
com as proposi��es, com� os materiais e
com as t�cnicas. S�o espa�os e tempos de brincar nos
quais as crian�as criam.�
Um dos intuitos das Inven��es Brincantes/Art�sticas � o de
permitir que o corpo� infantil
sobrevenha, priorizando um espa�o-tempo nas rotinas escolares para um trabalho
de� cunho corporal-art�stico. O
corpo-arte instigando o desejo infantil de experimentar e de� conhecer, um espa�o-tempo para
manifesta��o do que pode um corpo infantil.
Diferentes artistas e suas obras foram refer�ncia para o trabalho
com as crian�as e� deram
subs�dio para pensar nossas casas/inven��es.
Entre os artistas destacam-se os trabalhos de Lygia Clark, H�lio Oiticica,
Deborah Colker, Charlie Chaplin, Hundertwasser,
Antoni� Gaud�,
Am�lia Toledo, Ernesto Neto, Leda Catunda, Patrick Dougherty,
Vinicius de Moraes e� Arnaldo Antunes.
Na proposi��o A Casa � Sua,
Gaston Bachelard com sua �po�tica do espa�o� nos� inspirou a pensar a
casa em seus mais variados sentidos. Passamos pelos segredos mais� obscuros do por�o
at� o acolhimento dos ninhos, dos cantos e dos redondos.�
O texto se faz por fragmentos, poesias e imagens, que tramados
comp�em um� pensamento
sobre inf�ncia. Fic��es sobre uma inf�ncia/casa.
��
N�o somente nossas
lembran�as como tamb�m nossos esquecimentos�
est�o alojados. Nosso
inconsciente est� alojado. Nossa alma
� uma morada.� E, lembrando-nos das casas, dos aposentos, aprendemos a morar
em n�s� mesmos.
J� podemos ver que as imagens da casa caminham nos dois� sentidos: est�o em n�s tanto quanto
estamos nelas. (BACHELARD, 1989,� p.20, grifo nosso)
H� muito e muito
tempo,
Uma casa mora em mim.
Foi chegando de maneira impercept�vel, e
Alojando-se para ficar...
�
�CASATEXTOCASATEXTOCASATEXTOCASA
[...] minha casa � o
mar aberto�
�[...] minha casa � minha cole��o de cacos
[...] minha casa � minha l�ngua
estrangeira (MARQUES, 2017, p.43)
�
�
�FIG. 1: Casas.
Ilustra��o de livros infantis. Suzy Lee, Odilon Moraes, Kaatje
Vermeire. Fonte: https://www.soumae.org/livro-infantil-la-e-aqui-fala-sobre-separacao-dos-pais/�
http://festivaldulivre.com/edition2012/selection/
- Acesso em
20/02/2020.
A Casa � Sua...�
No in�cio de 2017, numa escola de educa��o infantil, uma dupla de� professoras2define a casa como alus�o para o trabalho com as
crian�as3no decorrer� daquele ano.
� Psiu, psiu!
� Ei! O que vamos
partilhar agora com voc� � uma hist�ria que aprendemos a� observar atentamente no transcorrer de
um tempo...
� Nem tudo ser� contado
com todos os detalhes, esta � uma hist�ria que� necessita de muita fantasia, para
entender tamb�m o que n�o ser� dito. Uma hist�ria� constru�da a partir das pequenas
coisas cotidianas que vibram e convocam nosso olhar� e nossa escuta.
� Por favor, entre! A Casa � Sua...�
�
� �FIG. 2: Casa de jo�o-de-barro. Fotografia.
�Fonte: Arquivo pessoal da autora. Data: 2017.
O percurso inicia com
Casas de P�ssaros...
Imagens, poesias e
hist�rias passam a habitar nossos lugares!
�
��
SOBRE VOOS
As hist�rias que inauguraram nossos encontros naquele ano foram
compostas por� texto-poemas
de Lalau e desenho-pinturas de Laurabeatriz4. Os p�ssaros contam o
que veem� quando
voam sobre diferentes regi�es do Brasil, aves brasileiras fabulam sobre
suas� paisagens.
Embalados por voos, poemas e paisagens, constru�mos uma atmosfera
em nossa varanda:
Imagens de p�ssaros,
Ninhos dependurados,
P�ssaros por todos os
cantos; no alto, no ch�o, voando!!!
Poemas,
Poemas que moram em
ninhos,
Ninhos que abrigam
nossa imagina��o!!!
�
�FIG. 3: Passarinhos do
Brasil: poemas que voam. Ilustra��es de Laurabeatriz.
�Fonte:https://www.editorapeiropolis.com.br/produto/passarinhos-do-brasil/
- Acesso em: 19/02/2020
��
A Casa � Sua! Uma contextura sobre casas vai
surgindo e misturando-se com as� hist�rias e voos dos p�ssaros.�
Pensamentos sobre casas foram pairando e inspirando nossas ideias
sobre as coisas do� mundo.�
O QUE � UMA CASA?
�Morada, vivenda, habita��o, teto, ninho, lugar?
Lugar para morar
Lugar para viver
Lugar para brincar
�Lugar para dan�ar
�Lugar para voar...
Habitar o c�u � habitar o grande sonho de voar!!!
CASATRAMACASATRAMACASATRAMA
�
FIG. 4: Tramas para
constru��o de casas. Material elaborado com a participa��o das crian�as e suas
fam�lias. Fotografias.� Fonte: Arquivo
pessoal da autora. Data: 2017.
CONSTRU��O DE CASAS/NINHOS
No in�cio de uma manh� constru�mos casas/ninhos de diferentes
materiais.� Tecidos coloridos e enrolados
configuraram, no gramado do parque, a ideia de grandes� ninhos. Espa�os nos quais as crian�as
puderam se meter, adentrar e se esconder. Uma� imagem de abrigo e tamb�m de
esconderijo.�
Para al�m dos tecidos coloridos e macios, uma grande lona azul
compunha o� ambiente.
A lona com sua consist�ncia mais r�gida, possibilitou uma estrutura de� ninho mais vertical.
Com esta configura��o os corpos das crian�as foram impelidos a� movimentos de oposi��o,
e os jogos de empurrar e derrubar a estrutura foram� experimentados com vigor.
Os jogos foram diversos: entrar e sair, esconder-se, ser
capturado, escapar,� construir
e destruir, enrolar-se, deslizaRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR Para muitas crian�as
foi o encontro com um espa�o acolhedor e confort�vel.� Um lugar/casa onde foi poss�vel brincar de
morar/viver.�
Um lugar para estar
junto com o outro.�
�CASANINHOCASANINHOCASANINHOCASANINHOCASA
�
�FIG. 5: Constru��o de casas e ninhos com as crian�as. Fotografias.
�Fonte: Arquivo pessoal da autora. Data: 2017.
�
A PRIMEIRA CASA!
Depois do momento do lanche, um grupo de crian�as foi brincar no
parque. Estavam� ainda
contagiados com as tramas de p�ssaros que acariciaram a manh�, at� ent�o.� No decorrer da brincadeira, conversas sobre
casa foram aparecendo... Ent�o, com� alguns peda�os de tecidos dependurados
no trepa-trepa, uma casa foi, aos poucos, se�
configurando. Tecidos amarrados no alto do brinquedo ca�am at� o ch�o de
areia do parque.� Assim que a casa ficou
pronta, uma fam�lia veio para se abrigar. As crian�as brincavam� enquanto criavam
seus pr�prios enredos.�
Desde fora da casa foi
poss�vel ouvir de um p�ssaro:�
� Muito obrigado! Voc�s cuidaram de
mim e agora posso voar...�
Logo em seguida, uma
crian�a se aproxima da casa/ninho e diz:�
� Hei! eu
fa�o parte desta fam�lia.�
A crian�a entra na casa e o que observamos � que ali habita uma
fam�lia de p�ssaros crian�as... Ru�dos, vozes e sibilos fazem vibrar a
pequenina casa de p�ssaros!!!� � ZiMMMMMMMM; PiU,
Piuuuuuuuuuu...
�CASA/BRINQUEDO CASA ABRIGO
[...] �O ser abrigado
sensibiliza os limites de seu abrigo. Vive a casa em sua realidade� e em sua
virtualidade, atrav�s do pensamento e dos sonhos�. (BACHELARD, 1989, p.67)
TIQUE-TAQUE - TREMOR DAS PEQUENAS COISAS...
No decorrer de uma manh� qualquer observamos as fotos-sequ�ncias
de� Leandro
Selister.5
Leandro, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2003,� acompanhou um casal
de sabi�s na constru��o de seu ninho e da �rdua tarefa� de dar continuidade � vida.�
Junto com as crian�as, observamos as diferentes sequ�ncias de� fotografias. A
constru��o do ninho, passo a passo. Um ninho que vai crescendo� a cada nova imagem.
O aparecimento dos primeiros ovinhos, o nascimento dos� filhotes, a queda e fatal morte de um dos
filhotes, a m�e alimentando seus� filhos,
o crescimento dos beb�s e o triunfante primeiro voo.�
As crian�as observam atentas cada imagem e tentam desvendar a� hist�ria que cada
uma delas revela. Ap�s a investiga��o das imagens, muitos� enredos foram poss�veis.�
Atravessamentos de muitas hist�rias foram emergindo e compondo uma� paisagem de
sequ�ncias de imagens de sabi�s que v�o sendo espalhadas e� coladas pelos espa�os de nossa sala de aula e
da varanda em frente.
Imagens de ninhos de sabi�s habitaram nosso cen�rio cotidiano� juntamente com
imagens e poesias de outros tantos p�ssaros.
�
�
�
FIG. 6: Casa de sabi�.
Fotografias de Leandro Selister.�
Fonte:https://www.leandroselister.com.br/blog/portfolio-item/tique-taque-tremor-das-pequenas-coisas/ Acesso em: 19/02/2020
LEANDROSELISTERLEANDROSELISTERLEANDROSELISTERLEANDRO
J� faz algum tempo que venho trabalhando com registros do �
cotidiano, de coisas simples e �s vezes at� banais. Essa aten��o
voltada ao �cotidiano
come�ou em 2003. Eu sempre falo que essa necessidade de captar �o tempo, de compreender o tempo
atrav�s de fotos sequenciais, foi a partir �de uma necessidade interna de me entender e de
entender tamb�m a chegada �dos 40 anos, enfim, uma outra
etapa na vida. Ent�o, quando completei 38
anos, em 2003, comecei a fotografar tudo o que me
possibilitasse entender as �transforma��es, a passagem do tempo. (SELISTER, 2004)
�
�FIG. 7: Casa de sabi�. Fotografias
de Leandro Selister.
�Fonte:https://www.leandroselister.com.br/blog/portfolio-item/tique-taque-tremor-das-pequenas-coisas/
Acesso em: 19/02/2020
O que est� por tr�s de todas essas imagens que venho
realizando h� �
mais de 4 anos, � justamente um olhar mais demorado sobre o mundo, �sobre a vida que est� acontecendo
no nosso quintal, na �rvore em frente a �nossa casa, na esquina, enfim, coisas que acontecem, coisas belas, e que
n�o �temos mais tempo para perceber. (SELISTER, 2004, grifo
nosso)
LEANDROSELISTERLEANDROSELISTERLEANDROSELISTERLEANDRO
CASADAN�A
Das casas-ninhos de p�ssaros �
casa-espet�culo de Deborah Colker. Assistimos numa� certa manh� um
v�deo: CASA.
Descobrimos que h� casas que podem acolher dan�as, gestos,
piruetas e equil�brios. Que casas s�o lugares para dan�ar, cantar, brincar,
dormir, comer e...
Segundo Deborah Colker �Construir uma casa
� construir espa�os. Dan�ar � ocupar espa�os, a arquitetura do movimento�.
Deborah Colker sugere que a
coreografia do espet�culo CASA,
�parte de uma ideia� simples,
investir nas a��es banais para entrar no mundo imagin�rio e transform�-lo
em� movimento.� (COLKER, 1999). Seu
processo criativo toma o cotidiano como uma importante� refer�ncia.
A partir do espet�culo, estas tamb�m foram quest�es que
nortearam a constru��o de�
espa�os/casas com as crian�as.
Perguntas como o que � uma
casa? o que se faz numa casa? como
pode ser uma casa?� e finalmente, o que
pode uma casa? funcionaram como possibilidades de
deslocamentos.���
�
�FIG. 8: Espet�culo Casa
de Deborah Colker. Fotografias de Fl�vio Colker.� Fonte: https://www.ciadeborahcolker.com.br/galeria-casa
�Acesso em: 19/02/2020
�CASADAN�ACASADAN�ACASADAN�ACASADAN�ACASADAN�ACASADAN�ACASADAN�ACA
RESTODECH�O
No espa�o da Bot�nica6encontramos um RESTO DE CH�O e l� arquitetamos� uma casa. Sobras de
piso quebrado e pequenas muretas foram elementos para nossa� constru��o.
[...] � que crian�as,
[...] sentem-se irresistivelmente atra�das pelos�
detritos que se originam da constru��o, do trabalho no jardim
ou na� marcenaria, da atividade do
alfaiate ou onde quer que seja. Nesses produtos�
residuais elas conhecem o rosto que o mundo das coisas volta
exatamente� para elas, e somente para
elas. Neles, est�o menos empenhadas em� reproduzir as obras dos adultos do que
estabelecer uma rela��o nova e�
incoerente entre estes restos e
materiais residuais. Com isso as crian�as� formam o seu pr�prio mundo de coisas, um pequeno mundo inserido no� grande. (BENJAMIN, 2011, p.57 e 58, grifo
nosso)
Com os restos criamos
um ambiente para brincadeiras de INVENTAR de morar.
Mirabolantes jogos de escapar e de prender, e uma casa
para nos amparar. Lugar� para acolher nossos medos e nos
proteger de amea�adores perigos.�
Aos modos do filme DOGVILLE7, constru�mos casas desenhadas no ch�o! Concebemos
nosso PEQUENO mundo.
FIG. 9: Imagens do
Filme Dogville.�
Fonte: https://hombreenlaoscuridad.blogspot.com/2012/06/dogville.html
Acesso em: 19/02/2020
Dogville � um filme que chama nossa aten��o pela simplicidade de
seus cen�rios. O �filme
foi realizado dentro de um galp�o na Su�cia, com o m�nimo de elementos. Algumas �mesas, poucas paredes e apenas
demarca��es no ch�o, indicando as casas e outros espa�os da �cidade. Para o trabalho com as crian�as, este cen�rio inusitado do filme
� que nos interessou, �na
medida em que se aproxima de brincadeiras infantis, nas quais as casas s�o
desenhadas no �ch�o.
��
6 Bot�nica: Bot�nica: Espa�o da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), pr�ximo ao N�cleo de�
Desenvolvimento Infantil (NDI).
7 Dogville: Filme lan�ado em 2003 e dirigido pelo cineasta dinamarqu�s Lars Von Trier.
Como voc� �: imagem/mapa para
uma pesquisa
FIG. 10: Mapa/Colagem.
Fonte: Arquivo pessoal
da autora. Data: 2019
Cartografia de um Percurso
Nos �ltimos oito anos venho atuando como
professora no N�cleo de Desenvolvimento�
Infantil (NDI), vinculado ao Centro de Ci�ncias da Educa��o (CED) da
Universidade Federal� de Santa Catarina
(UFSC).
O NDI institui-se como um campo de experimenta��o pedag�gica, da
mesma forma� que
Col�gios de Aplica��o ligados �s Universidades Federais. Funciona como campo de� est�gio para
diferentes licenciaturas da Universidade, assim como tamb�m busca implementar o
ensino e as alternativas do trabalho pedag�gico. Nesse contexto, um conjunto de� professoras, do qual
fa�o parte, vem desafiando-se a pensar a doc�ncia a partir de outros� arranjos. Diferentes organiza��es de grupos
de crian�as com variadas faixas et�rias e a� concilia��o de elementos para
constru��o de uma doc�ncia compartilhada. A experi�ncia de� doc�ncia compartilhada acontece com um
grupo de professoras que coletivamente planejam,� d�o cumprimento e avaliam a��es educativas
com crian�as pequenas. Um trabalho polif�nico,� tramado a muitas m�os e tecido com a sonoridade
de muitas vozes.
A partir da experi�ncia corporal trilhada e acumulada em processos
de forma��o� embasados
pela psicomotricidade8, adentrei, em paralelo, o universo art�stico. Uma� aproxima��o que se
fez como espectadora e tamb�m como curiosa, na condi��o de artista� aprendiz.
Chego � arte a partir dos estudos e experi�ncias corporais. Depois
de pesquisar sobre o� corpo,
depois de experienciar meu pr�prio corpo, percebo que
diante das diferentes� proposi��es
art�sticas ele teima em vibrar descontroladamente. E, n�o satisfeito na
condi��o� de
apreciador, arrisca-se como aprendiz em cursos e oficinas de cer�mica, pintura,
desenho e� colagem.
O conhecimento sobre a arte vem sendo trilhado por meio de
leituras, grupos de� estudo,
grupos de pesquisa, acompanhamento de exposi��es de artes e de artistas
nacionais e� internacionais em bienais de
arte.�
O conhecimento sobre o cen�rio art�stico contempor�neo, minhas
experi�ncias como� aprendiz
de arte e o trabalho de educa��o desenvolvido com crian�as pequenas que� frequentam o N�cleo de Desenvolvimento
Infantil (NDI/UFSC), t�m proporcionado�
��
8 O curso de Mestrado foi em
Educa��o e a �rea de concentra��o foi em Pr�tica Psicomotora Aucouturier.
elementos para interven��es l�dico-pedag�gicas no �mbito da
arte e das express�es corporais.�
Diferentes artistas contempor�neos foram abordados como refer�ncia,
subsidiando as� propostas.
Determinadas obras funcionaram como disparadores para o incremento do� trabalho, alguns
artistas eleitos valem-se do corpo e de suas express�es como forma de
arte,� fator que foi preponderante para a
escolha dos mesmos. Um caminho de pensar com os� artistas, pensar com suas obras. Um
caminho de pensar com a arte.
Na combina��o de elementos advindos da psicomotricidade, da arte
perform�tica e� outros
do cotidiano com as crian�as na escola infantil, brotam as Inven��es� Brincantes/Art�sticas.
As Inven��es Brincantes-Art�sticas tendem a borrar as fronteiras
entre professor e� alunos;
adultos e crian�as se misturam num jogo ficcional. Nessas experi�ncias as
crian�as� compartilham
com agita��es, palavras, alegrias, gestos, sil�ncios, anseios, dan�as e
gritos.� Examinam com cuidado diferentes
hist�rias e reinventam enredos.
A ideia da pesquisa � dar a ver essas proposi��es. Narrar,
esgar�ar, tencionar, rever,�
decompor, analisar, voltar, alterar, INVENTAR. Enfim, um espa�o
para as inven��es.
A escrita acompanha o tom do trabalho constru�do com as crian�as.
A composi��o do� texto
se d� por imagens, hist�rias, mapas, cartografias, poemas, m�sicas,
fotografias,� cadernos, di�rios gr�ficos,
caixas/textos.�
Em meio ao anuncio de um tema, de um objeto de pesquisa, as
nuances de uma� hist�ria,
de um percurso, e das Inven��es Brincantes/Art�sticas.
Ao modo das crian�as pequenas, um olhar para as insignific�ncias e
aten��o para as� pequenezas
de exist�ncias desimportantes.
A constru��o de uma casa/texto conta a experi�ncia do trabalho
sobre casa. Aqui� apresento
os primeiros movimentos com a casa/texto, ainda a caminhar.
Esbo�os para
Casa/texto:
FIG. 11: Projeto para
casa/texto. Casa/texto, parte superior externa.�
Fonte: Arquivo pessoal
da autora. Data: 2019.
Esbo�os para
Casa/texto:
FIG. 12: Projeto para
casa/texto. Casa/texto, parte intermedi�ria superior.
Fonte: Arquivo pessoal
da autora. Data: 2019.
Esbo�os para
Casa/texto:
FIG. 13: Projeto para
casa/texto. Casa/texto, parte intermedi�ria inferior. Colagem.
Fonte: Arquivo pessoal
da autora. Data: 2019.
Esbo�os para
Casa/texto:
FIG. 14: Projeto para
casa/texto. Casa/texto, parte superior interna. Colagem: Os artistas.�
Fonte: Arquivo pessoal
da autora. Data: 2019
MODOSDECASA
Existem muitos tipos de casas: ocas, castelos, iglus, sobrados,
palafitas, pau a pique. H��
tamb�m casas de pedra, flutuantes, ou aquelas constru�das l� no
alto de uma �rvore. Ao�
mesmo tempo em que investigamos e conhecemos diferentes casas,
nutrimos nossa� imagina��o com outras
inven��es.�
[...] �todo espa�o realmente habitado traz a ess�ncia da no��o de
casa�.� (BACHELARD, 1989, p.67)
�CASASDEROGERMELLO
PALAFITAPALAFITAMANGUEPALAFITACASADOVIZINHOVIZINHA ��
FIG. 15: Ilustra��es
de Roger Mello, Gra�a Lima e Mariana Massarani.
Fonte:http://www.universohq.com/noticias/brasileiro-roger-mello-ganha-o-premio-hans-christian-andersen/ Acesso em: 19/02/2020
CASASVOLPICASASVOLPICASASVOLPICASASVOLPICASASVOLPI
�FIG. 16: Casas de Alfredo Volpi.
�Fonte: https://www.wikiart.org/en/alfredo-volpi
- Acesso em: 19/02/2020
CASATECIDO
Movidos pelos tecidos moles de Leda Catunda, pelo t�nel envolt�rio
de Lygia Clark e� pelas
casas/labirintos de Am�lia Toledo, BRINCAMOS.
O tecido que prende, que la�a e enla�a,�
O tecido que aquece,
acolhe e abriga,�
O tecido que voa
brincante no ar!
O tecido que enrola,
circula e protege feito
casa.
De cor em cor, de
textura em textura, de n� em n�...�
Tecidos como casas!
ENVOLT�RIOLYGIACLARK CASAM�LIATOLEDO��
�FIG. 17: Imagens de obras de Lygia Clark e Am�lia Toledo.
�Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nsmk5L_OkCI
�https://ameliatoledo.com/obra/obras-publicas-e-instalacoes/
Acesso em: 19/02/2020
[...] �uma casa, uma
membrana entre o corpo e a noite� (MARQUES, 2017, p.11)
NINHOCASA
O que era casa virou ninho, o que era ninho transmutou-se em casa.
Erguemos um� grande
ninho no espa�o do Bosque.�
Em bando, adentramos o bosque para juntos realizarmos a constru��o
de um grande� ninho/casa.
Pr�ximo ao tronco de uma �rvore, juntamos galhos, gravetos e palha...
O ninho/casa foi
reduto de nossas andan�as, brincadeiras e fantasias.
Como � bom sonhar/brincar no aconchego de nosso bando. Como � bom
sonhar no� segredo
de nossa casa.
[...] �a casa abriga o devaneio, a casa protege o sonhador, a casa
permite sonhar em� paz�.
�(BACHELARD, 1989, p. 68)
� NINHOCASANINHOCASANINHOCASANINHOCASANINHOCASA
�FIG. 18: Imagens de
casas inventadas e exploradas com as crian�as. Fotografias. Fonte: Arquivo
pessoal da autora. Data: 2017
CASACAIXA CASAMALA CASAVIAGEM CASAVOO
De uma caixa de
papel�o chega-se a uma mala, a caixa como mala.�
O que � uma mala?�
Uma mala � um objeto carregador de coisas, objeto que carrega
outros objetos. O que � uma mala?�
A mala � um objeto de
viagem. � uma mala/viagem.
Eis as viagens da
mala:
A casa como caixa,
A caixa como mala,
A mala como viagem!
Uma mala convida para uma viagem. A viagem � um convite para o
voo. O voo� impele
a sair do ch�o, desprender os p�s e voar...
Durante o voo a mala traz uma revela��o! A mala guarda dentro de
si uma roupa de� p�ssaro.
O p�ssaro � a Poupa, a Poupa era um poeta e agora � um p�ssaro.�
A Poupa conta uma hist�ria, a hist�ria � uma viagem, a viagem
� uma busca. Os caminhos? Os trajetos?
Ins�litos, incomuns,
exc�ntricos, inesperados!!!
�
FIG. 19: A Mala, 1986/87. Obra de Jos� Carratu.�
�Fonte: http://www.mac.usp.br/mac/expos/2015/casa/galeria.htm
- Acesso em: 20/02/2020.
As casas abandonam a
si mesmas
fogem de si mesmas
um dia voc� retorna
e a casa n�o est� l�
est� apenas seu molde
casca ou carca�a
sai ent�o � ca�a
da casa
EM VIAGEM
ou fica l�
onde j� n�o est�
�(MARQUES, 2017, p.45, grifo nosso)
A CONFER�NCIA DOS P�SSAROS!�
� �FIG 20:
Espet�culo: A Confer�ncia dos P�ssaros.
Dire��o de Mauricio Grecco. Fotografia: Nana Moraes� Fonte: https://cbtij.org.br/conferencia-dos-passaros-direcao-mauricio-grecco/
- Acesso em: 20/02/2020
O rei dos p�ssaros, Simorg, deixa cair
no meio da noite, no ch�o da China, uma de� suas penas...
O poeta Attar acorda numa certa manh� e
depara-se com um inquietante�
acontecimento: havia se tornado um p�ssaro, uma Poupa.
A Poupa organiza uma grande reuni�o com todos os p�ssaros do
mundo. O apelo � a� busca
pelo Rei Simorg, aquele que saber� a resposta para
tantos desalentos, num mundo� repleto de
revoltas e disputas.
Os p�ssaros, conduzidos pela Poupa, empreendem uma viagem cheia de
aventuras e� desafios,
superam os sete vales na procura da montanha de Kaf,
onde vive o Rei Simorg.
Durante o percurso, muitos viajantes se perdem, desistem, perecem.
Mas, ao final, no� encontro
com o Grande Rei, descobrem que sempre estiveram muito pr�ximos do que� buscavam.
Governados pela narrativa da Confer�ncia dos P�ssaros realizamos
um sem fim de� experi�ncias.�
[...] �Viajar ent�o era
isso? Ver sua casa pelo lado de fora?� (MELLO, 2018, p.49, grifo� nosso)
PASSO A PASSO...
vamos chegando ao final desta hist�ria, e aqui ela
provisoriamente termina para depois abrigar outras,�
noutros tempos, lugares e come�os.
�
FIG. 21: Uma casa desenhada no ch�o. Casa/palavra. Fotoperformance. Fotografias de Soninha Vill.� Fonte: Arquivo pessoal da autora. Data: 2019.
[...] �A casa � nosso
canto no mundo�. (BACHELARD, 1989, p. 67)
No movimento de encadear
ideias, objetos, pensamentos, arte, brincadeira, escola, �imagens, cinema, poesia, dan�a,
m�sica, palavras e tantos outros elementos que sejam poss�veis, acontecem outras
conforma��es, sempre renov�veis, a depender das contribui��es.
Cria-se um entrelugar para a escola, para a arte, para a inf�ncia,
para a vida. �Fazem-se brotar Inven��es Brincantes-Art�sticas.
Um cen�rio de INVEN��ES deflagra performatividades.
Numa contextura performativa toda a escola infantil performa,
o curr�culo, os m�todos de ensino, as� proposi��es pedag�gicas, os espa�os,
os materiais, os tempos escolares, as crian�as, as� professoras.
as crian�as n�o se
cansam
esgotam suas energias, caem
dentro do sono
mas n�o se cansam
o cansa�o � o fim da
inf�ncia
pode ser que seja assim
que s� para elas
exista CASA
absolutamente
�(MARQUES, 2017, p.20)
�
�FIG 22: Casa, 1995. Obra
de Maria Tomazelli.
Fonte: http://www.mac.usp.br/mac/expos/2015/casa/galeria.html
�Acesso em: 20/02/2020.
PARA POESIA E
PENSAMENTO SOBRE AS COISAS DO MUNDO, A CASA
REFER�NCIAS
ATTAR, Farid al-Din. A linguagem dos p�ssaros. S�o Paulo: Attar
Editorial, 2011.
BACHELARD,
G. A Po�tica do Espa�o. S�o Paulo:
Martins Fontes, 1989.
BENJAMIN,
W. Reflex�es sobre a crian�a, o
brinquedo e a educa��o. S�o Paulo: Editora 34, 2009.
BRACHER, E.; VALENTIM, F.; NAVES, R. A cidade e suas margens. S�o Paulo: Editora 34, 2008.
CASA. Cria��o,
Dire��o e Coreografia: Deborah Colker. Rio de Janeiro: Dan Hassan, 1999.
1 DVD (60 min.), son., color.
A CASA.� Int�rprete: Boca Livre. In: A
Arca de No�, [S. l..]: Gravadora Ariola ,
1980.� 1 disco
sonoro, faixa 2, lado 2 (2 min., 13 sec.). Dispon�vel em: http://www.toquinho.com.br/album/lp-a-arca-de-noe-1-polygram-1980/. Acesso em: 3 mar. 2020
A CASA � sua. Int�rpretes: Arnaldo Antunes/Ortinho. In: Ao vivo l� em casa.� Int�rprete: Arnaldo
Antunes.� [S. l.] :
Gravadora Rosa Celeste, 2010. 1 CD, faixa 1( 4 min.,
41 sec.) Dispon�vel em: https://open.spotify.com/track/0QjxHLuEJHmAFDyMkEDf7z. Acesso em: 08 mar. 2020.
CASA � Sua
- Arnaldo Antunes: videoclipe oficial (Projeto 3
Clipes - 1 Curta) .
Publicado on-line pelo canal Tr�s Clipes.�� Dispon�vel em: https://www.youtube.com/watch?v=Y-xVpQ1KRWw.
Acesso em: 20 fev. de 2020.
CHIARELLI,
T. Leda Catunda. S�o Paulo: Cosac
& Naify Edi��es, 1998.
COLKER, D.; BOSCO, F.; ELIAS, J. Companhia de dan�a Deborah Colker.� Rio de Janeiro: R�ptil, 2013.
DOGVILLE. Dire��o: Lars Von Trier. Dinamarca: California Filmes, 2003. 1 DVD (171
min.), son., color. Legendado.
EM BUSCA do ouro. Dire��o :
Charles Spencer Chaplin. Produ��o de United Artists.
Estados Unidos: Charlie Chaplin Film Corporation,
1925. 1 DVD (96 min.) P&B.
ERNESTO NETO. S�o Paulo: Ita� Cultural, 2020.
Website: �Enciclop�dia Ita� Cultural de Arte e Cultura
Brasileiras. Dispon�vel em: �https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa11848/ernesto-neto. Acesso em: 19� abr. 2020.
LALAU;
LAURABEATRIZ. Passarinhos do Brasil:
poemas que voam. S�o Paulo: Peir�polis, 2013.
LALAU;
LAURABEATRIZ. Sobre Voos: o que as
aves brasileiras veem l� de cima.� S�o
Paulo: Editora Manole, 2008.
LOVE Casa Batll�.
Barcelona: Vimeo, 2013. �1 v�deo (2 min., 34
sec.) son. color. Dispon�vel em: https://vimeo.com/81086090.
Acesso em: �3
mar. 2020.
MARQUES, A.
M.; JORGE, E. Como se fosse a casa: (uma correspond�ncia). Belo Horizonte:
Relic�rio Edi��es, 2017.
MELLO, R. Meninos do Mangue. S�o Paulo: Companhia
das Letrinhas, 2001.
MELLO, R. Clarice. S�o
Paulo: Global, 2018.
MELLO, R. Vizinho, Vizinha. S�o Paulo: Companhia
das Letrinhas, 2002.
P�EZ VILAR�, C. Museo-Taller de Casapueblo (Uruguai). �Uruguai : Casapueblo, 2015. Facebook: @museotallerdecasapueblo. Dispon�vel em: https://www.facebook.com/museotallerdecasapueblo/. Acesso em: 03 mar. 2020.
PATRICK Dougherty.�
Publicado on-line pelo site Patrick Doucherty, News , Carolina do Norte : [s . n.], 2015. Dispon�vel em:
http://www.stickwork.net/news. Acesso em: 03 mar. 2020.
PINACOTECA DO
ESTADO DE S�O PAULO. Lygia Clark da obra ao acontecimento: somos o molde
: a voc� cabe o sopro. [Cat�logo]. Curadoria: Suely Rolnik; Corinne Diserens. S�o Paulo: Pinacoteca do Estado de S�o Paulo,
Organiza��o Social de Cultura, 2005.
QUINTANA, M. Preparativos
de Viagem. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2013.
RESTANY, P.
Hundertwasser: o pintor das cinco peles.
Lisboa: Taschen, 2003.
SELISTER, L. Leandro Selister: paix�o
por capturar imagens que marquem a passagem do tempo.�
[S. l] : Dana.�
Website: Dana, entrevistas. �Dispon�vel em: https://dana.com.br/social/entrevistas/leandro-selister/.
Acesso em: 03 mar. 2020.
SELISTER,
L. Tique-taque tremor das pequenas
coisas. Porto Alegre: Escritos, 2014.
SELISTER, L. Tique-Taque, tremor das pequenas
coisas. [S. l.
: s. n.], 2004. Blog:
Leandro Selister, projetos. Dispon�vel em: https://www.leandroselister.com.br/blog/portfolio-item/tique-taque-tremor-das-pequenas-coisas/. Acesso em: 03 mar. 2020.
S�S, P. A Confer�ncia dos P�ssaros. S�o Paulo:
Companhia das Letrinhas, 2013.
TOLEDO, A. Am�lia Toledo: arte, liberdade, aventura. [S. l. : s. n.], �2017.�
Website: Am�lia Toledo Dispon�vel em: https://ameliatoledo.com/artista/.
Acesso em: 3 mar. 2020.
[1] Professora/Artisteira. Propositora
de invencionices brincantes com crian�as pequenas. Habitante de muitas� casas: Casa/Ch�o;
Casa/Vento; Casa/Inf�ncia; Casa/Por�o; Casa/Inven��o; Casa/Escola; Casa/Voo;
Casa/Fic��o;� Casa/Sonho; Casa/Pesquisa;
Casa/Devaneio; Casa/Teatro; Casa/Escritura. Professora do N�cleo de� Desenvolvimento
Infantil (NDI) do Centro de Ci�ncias da Educa��o (CED) da Universidade Federal
de Santa� Catarina (UFSC). Doutoranda em
Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).� ligiasantos234@gmail.com
1 N�cleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), vinculado ao
Centro de Ci�ncias da Educa��o (CED) da�
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
2Josiana Piccolli
e L�gia Mara Santos.
3 As crian�as que participaram do Projeto A Casa � Sua tinham idade
compreendida entre tr�s e cinco anos.
4 Passarinhos do Brasil:
Poemas que voam e Sobre Voos.
��
5 Leandro Selister
� fotografo, artista
pl�stico. Vive e trabalha em Porto Alegre.
Autor do livro, Tique-taque
� Tremor das pequenas coisas.
.