Escolarização de crianças surdocegas: dando voz aos familiares

Autores

  • Mayara Garcia Toffoli Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Maria Elisabeth Freire Gasparetto Universidade Estadual de Campinas
  • Marcia Helena Ramos Ananias CAIS - Centro de Atendimento ao indivíduo Surdocego de Campinas

Palavras-chave:

Educação, Saúde, Surdocegueira

Resumo

Campo de estudo: Levando em conta o conceito “letramento emergente”, que engloba todos os contatos que a criança tem com a palavra escrita desde o nascimento, é importante pensar em como uma criança surdocega que é privada de estímulos visuais e auditivos, lidará com o fato de ter contato e aprender algo que para ela não é concreto e não faz nenhum sentido. A criança terá sucesso no letramento se for considerado o seu universo social e cultural e para isso precisa ver, ouvir, falar e escrever tudo em que ela tem conhecimento e que faz parte de seu ambiente. Evidencia-se então a importância da família neste processo, uma vez que, a criança permanece por mais tempo com a família do que na escola. Objetivo: Desvendar a percepção de familiares à respeito da escolarização de crianças surdocegas. Método: Realizou-se pesquisa de caráter qualitativo, com aplicação de entrevista. Resultados: Os familiares relataram dificuldade em matricular as crianças surdocegas na escola regular e afirmaram que no domicílio não realizavam nenhuma atividade de letramento. Conclusões: Os familiares revelaram desconhecer a capacidade das crianças surdocegas e por isso, acreditavam que elas não tinham competência para a escolarização.

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Biografia do Autor

Mayara Garcia Toffoli, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Pós Graduanda da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, na área da Surdez.

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Publicado

01-04-2019

Como Citar

TOFFOLI, Mayara Garcia; GASPARETTO, Maria Elisabeth Freire; ANANIAS, Marcia Helena Ramos. Escolarização de crianças surdocegas: dando voz aos familiares. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 163–186, 2019. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/11968. Acesso em: 29 mar. 2024.