Experiências primárias e descontinuidades da recordação: notas a partir de um texto de Reinhart Koselleck

Autores

  • Douglas Attila Marcelino Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180308192016338

Resumo

Este artigo tem como ponto de partida um texto de Reinhart Koselleck sobre o tema da memória, que analisa supostas descontinuidades entre as experiências primárias e as formas secundárias de recordação. Embora seja um texto específico e não se pretenda compreender as afirmações nele contidas como fundamentos de um suposto pensamento do autor em sua unidade, são indicadas algumas possíveis relações com teses presentes em outras de suas obras. Em seguida, algumas de suas formulações são trazidas para o plano mais estritamente epistemológico e confrontadas com teses de autores como Aleida Assmann, Joël Candau, Hannah Arendt e Paul Ricoeur. O objetivo, nesse caso, é apenas o de mapear alguns problemas considerados relevantes quando tratamos das relações entre história, memória, verdade e justiça, sem qualquer pretensão de solucioná-los.

 

Palavras-chave: KOSELLECK, Reinhart; Memória; Experiência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Douglas Attila Marcelino, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em História pelo PPGH/UFRJ (2011) e Professor Adjunto II de Teoria da História e História da Historiografia do Departamento de História da UFMG

Referências

ABENSOUR, M. et alii (ed.). Ontolotie et Politique. Actes du Colloque Hannah Arendt. Paris: Ed. Tierce, 1989.

ARENDT, Hannah. A vida do espírito. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação. Campinas: UNICAMP, 2011.

BERGSON, H. Matière et Mémoire. Paris: PUF, 1999.

CANDAU, Joël. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2011.

CATROGA, Fernando. Memória, história e historiografia. Coimbra: Quarteto Editora, 2001.

CERTEAU, Michel de. L’écriture de l’histoire. Paris: Gallimard, 1975.

CHIGNOLA, S. “Historia de los conceptos, historia constitucional, filosofia política. Sobre el problema del léxico político moderno”. Res publica, 11-12, 2003, p. 27-67.

____. “Historia de los conceptos e historiografia del discurso político”. Res publica, 1, 1998, p. 7-33.

DUARTE, André. Hannah Arendt entre Heidegger e Benjamin: a crítica da tradição e a recuperação da origem da política. In: BIGNOTO, E. J de Moraes (Orgs.). Hannah Arendt: diálogos, reflexões, memórias. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 63-87.

DUSO, G. “Historia conceptual como filosofía política”. Res publica, 1, 1998, p. 35-71.

FINKELSTEIN, Norman G. L’Allemagne en procès: la thèse de Goldhagen et la verité historique. Paris: Albin Michel, 1999.

FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. São Paulo: P. Classics Cia das Letras, 2011.

GOLDHAGEN, Daniel J. Os carrascos voluntários de Hitler. Lisboa: Editorial Notícias, 1999.

HOFFMANN, Stefan-Ludwig. Koselleck, Arendt and the anthropology of historical experience. History and Theory, 49, may 2010, p. 212-236.

HUSSON, E. Une culpabilité ordinaire? Hitler, les allemands et la Shoah. Paris: François-Xavier de Guibert, 1997.

KOSELLECK, Reinhart. Cambio de experiencia y cambio de método. Un apunte histórico-antropológico. In: ____. Los estratos del tempo. Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós I.C.E./U.A.B., 2013a, p. 43-92.

____. Las esclusas del recuerdo y los estratos de la experiencia. El influjo de las dos guerras mundiales sobre la conciencia social. In: ____. Los estratos del tempo. Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós I.C.E./U.A.B., 2013b, p. 135-154.

____. Continuidad y cambio en toda historia del tempo presente. Observaciones histórico-conceptuales. In: ____. Los estratos del tempo. Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós I.C.E./U.A.B., 2013c, p. 115-133.

____. Futuro passado. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006a.

____. Terror e sonho – Anotações metodológicas para as experiências do tempo no Terceiro Reich. In: ____. Futuro passado. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006b, p. 247-265.

____. “Espaço de experiência” e “horizonte de expectativa”: duas categorias históricas. In: ____. Futuro passado. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006c, p. 305-327.

____. La descontinuidad del recuerdo. In: ____. Modernidad, culto a la muerte y memoria nacional. Madri: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2011a, p. 39-51.

____. Monumentos a los caídos como lugares de fundación de la identidade de los supervivientes. In: ____. Modernidad, culto a la muerte y memoria nacional. Madri: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2011b, p. 65-101.

____. La transformación de los monumentos políticos a los caídos en el siglo XX. In: ____. Modernidad, culto a la muerte y memoria nacional. Madri: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2011c, p. 103-128.

____. L’expérience de l’histoire. Paris: Seuil/Gallimard, 1997.

____. Los estratos del tempo. Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós I.C.E./U.A.B., 2013.

____. Estratos do tempo. Estudos sobre a história. Rio de Janeiro: Contraponto/Puc-Rio, 2014.

____. Modernidad, culto a la muerte y memoria nacional. Madri: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2011.

____. Théorie de l’histoire et herméneutique. In: ____. L’expérience de l’histoire. Paris: Seuil/Gallimard, 1997, p. 237-261.

____. Esbozos teóricos ¿Sigue teniendo utilidade la historia? Madrid: Escolar y Mayo Editores, 2013d.

____. The pratice of conceptual history: timing history, spacing concepts. Stanford: Stanford University Press, 2002.

____. Crítica e crise: uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Rio de Janeiro: EDUERJ/ Contraponto, 1999.

____. O conceito de história. Belo Horizonte: Autêntica, 2013e.

OLSEN, Niklas. History in the plural. Nova Iorque/Oxford: Berghahn Books, 2012 (e-book).

ONCINA, Faustino. Introducción. In: KOSELLECK, Reinhart. Modernidad, culto a la muerte y memoria nacional. Madri: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2011, p. IX-LXV.

____. Historia conceptual, Ilustración y Modernidad. México: Anthropos Editorial, 2009.

___. “Necrológica del Outsider Reinhart Koselleck: el ‘historiador pensante’ y las polémicas de los historiadores”. Isegoría, n. 37, 2007, p. 35-61.

PALTI, Elías José. Ideas, conceptos, metáforas. La tradición alemana de historia intelectual y el complejo entramado del lenguaje. Res publica, 25, 2011, p. 227-248.

____. Introducción. In: KOSELLECK, Reinhart. Los estratos del tempo. Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós I.C.E./U.A.B., 2013, p. 9-32.

PANOFKSY, Erwin. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2012.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: UNICAMP, 2007.

____. O perdão pode curar? In: HENRIQUES, F. (Org.), Paul Ricoeur e a Simbólica do Mal. Porto: Edições Afrontamento, 2005, p. 35-40.

SCHMITT, C. O conceito de político. Lisboa: Edições 70, 2015.

VILLACAÑAS, José L. “Histórica, historia social e historia de los conceptos políticos”. Res publica, 11-12, 2003, p. 69-94.

VILLAS BÔAS, Luciana. Reinhart Koselleck (1923-2006). In: PARADA, Mauricio. (Org.). Os historiadores: clássicos da história. Petrópolis/Rio de Janeiro: Vozes/PUC-Rio, 2014, p. 93-116.

Downloads

Publicado

2016-12-20

Como Citar

MARCELINO, Douglas Attila. Experiências primárias e descontinuidades da recordação: notas a partir de um texto de Reinhart Koselleck. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 8, n. 19, p. 338–373, 2016. DOI: 10.5965/2175180308192016338. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180308192016338. Acesso em: 28 mar. 2024.