A escrita de Carlos Gomes para a seção dos metais de Salvator Rosa
DOI:
https://doi.org/10.5965/2525530401022016156Palavras-chave:
Instrumentação e Orquestração, Musicologia, Antônio Carlos Gomes, ÓperaResumo
Após retumbante sucesso de Il Guarany e a polêmica gerada por sua ousada Fosca, Antônio Carlos Gomes, agora bem experimentado em dois modelos distintos, a tradição da primeira e a inovação da segunda, termina por colocar nos palcos seu Salvator Rosa (1874), valendo-se de procedimentos bem comuns de estrutura e composição musical. Apesar desse retorno às convenções, percebemos maior liberdade de escrita do compositor campineiro à seção dos metais, atribuindo-lhes funções pouco comuns para a antiga escola do melodrama. Primeiramente elucidando a função dos metais nas orquestras de teatro a partir dos principais tratados de instrumentação e orquestração estudados na Itália em finais da primeira metade do século XIX, o trabalho também busca apresentar o cimbasso – termo comum nas obras de Gomes e representante da tessitura grave dos metais em sua orquestra. Utilizando como metodologia a análise de tratados de instrumentação, orquestração e textos da Gazetta Musciale de Milano, o trabalho contextualiza a tradição instrumental acionada por Gomes para composição de seu Salvator Rosa, ao mesmo tempo que apresenta um modo de escrita eloquente para a seção dos metais, aproximando o aparato instrumental daquele costumeiro vocal. Devido a discrepância das edições encontradas, o manuscrito autógrafo do compositor foi a principal fonte consultada.
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