Leis artificiais de inversão e leis naturais de desenvolvimento: revisando uma oposição que permeia o Harmonielehre de Schenker

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1808312914242019068

Palavras-chave:

Teoria musical, Análise musical, Harmonia tonal, Conceitos schenkerianos

Resumo

Observando que o Tratado de Harmonia de Heinrich Schenker (1906) articula um conjunto de pares opositores do tipo teórico/prático, geral/particular, diatônico/cromático, fixo/variável etc., o presente artigo propõe uma revisão acerca de uma polarização específica que, na terminologia de Schenker, se distingue como inversão (Inversion) e desenvolvimento (Entwicklung). Pondera-se que, caracterizadas como leis, as forças artificiais de inversão e os movimentos naturais de desenvolvimento, com diversas implicações técnicas e especulativas, são dadas como princípios contrários que, por meio da vontade instintiva e engenhosa, se misturam e se complementam visando a variedade necessária para a qualificação artística da composição tonal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Djalma Bianco Cordeiro, Programa de Pós Graduação em Música - PPGMUS

Djalma Bianco Cordeiro (Duda Cordeiro) é professor no Conservatório de Música Popular de Itajaí Carlinhos Niehues (SC). Possui Licenciatura em Música e Especialização em Educação Musical pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Atua nas áreas de apreciação musical e prática instrumental e também como contrabaixista com intensa atividade em espetáculos e gravações. Atualmente desenvolve a pesquisa de mestrado “O que é tonicalização? Entendimento em uso e a conceituação tipológica proposta por Schenker” junto à linha de pesquisa Teoria e História do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). https://orcid.org/0000-0001-6198-0194

Sergio Paulo Ribeiro de Freitas, Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc

Sérgio Paulo Ribeiro de Freitas é professor titular nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Possui bacharelado em Composição e Regência (UNICAMP) e mestrado (UNESP) e doutorado (UNICAMP) no campo da teoria e análise da música popular. Sua atuação docente, pesquisas, publicações e orientações se desenvolvem nos campos da teoria e análise musical, contraponto, arranjo, formas musicais, música popular e harmonia tonal. Atualmente desenvolve o projeto de pesquisa “A teoria anda só? Questões de história e reexame analítico em repertório tonal”. https://orcid.org/0000-0002-0215-616X

 

Referências

ABDOUNUR, Oscar João. Matemática e música. São Paulo: Escrituras Ed., 1999.

BARBOZA, Jair. Infinitude subjetiva e estética: natureza e arte em Schelling e Schopenhauer. São Paulo: SciELO: Ed. UNESP, 2005.

BARCE, Ramon. Prólogo. In: SCHENKER, Heinrich. Tratado de armonia. Madrid: Real Musical, 1990.

BARROS, Guilherme Antonio Sauerbronn de. Mahle, Steiner, Goethe: um estudo do conceito de harmonia. Curitiba: Ed. Prismas, 2015.

BATTEUX, Charles. As belas-artes reduzidas a um mesmo princípio. In: LICHTENSTEIN, Jacqueline (Org.). A pintura: o belo. São Paulo: Ed. 34, 2004. v. 4, p. 69-75.

BROWN, Matthew. Explaining tonality: schenkerian theory and beyond. Rochester: University of Rochester Press, 2005.

COOK, Nicholas. The Schenker project: culture, race, and music theory in fin-de-siècle Vienna. Oxford: Oxford University Press, 2007.

DAHLHAUS, Carl. Studies in the origin of harmonic tonality. Oxford: Princeton Univ. Press, 1990.

DAMSCHRODER, David. Thinking about harmony: historical perspectives on analysis. Cambridge University Press, 2008.

DUDEQUE, Norton Eloy. Sobre o Harmonia de Arnold Schoenberg. Per Musi, Belo Horizonte, v. 9, p. 114-123, 2004.

FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Que acorde ponho aqui? Harmonia, práticas teóricas e o estudo de planos tonais em música popular. 2010. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/284967. Acesso em: 01 nov. 2019.

GIANNOTTI, Marco. Análise dos principais elementos da Doutrina das Cores. In: GOETHE, Johann Wolfgang von. Doutrina das cores. São Paulo: Nova Alexandria, 2011. p. 173-183.

GOETHE, Johann Wolfgang von. A metamorfose das plantas. Lisboa, Imprensa Nacional da Casa da Moeda, 1997.

HARRISON, Daniel. Harmonic function in chromatic music: a renewed dualist theory and an account of its precedents. Chicago, University of Chicago Press, 1994.

HELMHOLTZ, Hermann von. On the sensations of tone as a physiological basis for the theory of music. London: Longmans, Green, And Co. 1895.

KESTLER, Izabela Maria Furtado. Johann Wolfgang von Goethe: arte e natureza, poesia e ciência. História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v. 13, Supl., p. 39-54, out. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v13s0/02.pdf. Acesso em: 01 nov. 2019.

KLUMPENHOUWER, Henry. Dualist tonal space transformation in nineteenth-century musical thought. In: CHRISTENSEN, Thomas (ed.). The Cambridge history of western music theory. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. p. 456-476.

MENEZES, Flo. A acústica musical em palavras e sons. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

MONTESQUIEU, Charles. O gosto. São Paulo: Iluminuras, 2005.

MORGAN, Robert P. Becoming Heinrich Schenker: music theory and ideology. Cambridge Univ. Press, 2018.

PASTILLE, Willian. Music and Morphology: Goethe’s influence on Schenker’s Thought. In: SIEGEL, Heidi (ed.). Schenker studies. Cambridge University Press, 1990. p. 29-44.

SCHENKER DOCUMENTS ONLINE. Hugo Riemann. London: Department of Digital Humanities; King's College London, [201-]. Disponível em: http://www.schenkerdocumentsonline.org/profiles/person/entity-000712.html. Acesso em: 01 nov. 2019.

SCHENKER, Heinrich. Harmonielehre. Stuttgart: J.G. Cotta, 1906.

SCHENKER, Heinrich. Tratado de armonia. Madrid: Real Musical, 1990.

SCHENKER, Heinrich. Harmony. Chicago: University of Chicago Press, 1980.

SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Ed. da Unesp, 2001.

SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. A doutrina dos sons de Goethe a caminho da música nova de Webern. Rio de Janeiro: Ed. URFJ, 1999.

TATARKIEWICZ, Władysław. Historia de la estética. Madrid: Ed. Akal, 1991. v. 3.

TOMÁS, Lia Vera. Música e filosofia, estética musical. São Paulo: Irmãos Vitale, 2005.

WASON, Robert W. Viennese harmonic theory from Albrechtsberger to Schenker and Schoenberg. Rochester: University of Rochester Press, 1995.

WIENPAHL, Robert W. Zarlino, the Senario, and tonality. Journal of the American Musicological Society, v. 12, n. 1, p. 27-41, 1959.

Publicado

2019-12-02

Como Citar

CORDEIRO, Djalma Bianco; FREITAS, Sergio Paulo Ribeiro de. Leis artificiais de inversão e leis naturais de desenvolvimento: revisando uma oposição que permeia o Harmonielehre de Schenker. DAPesquisa, Florianópolis, v. 14, n. 24, p. 068–091, 2019. DOI: 10.5965/1808312914242019068. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/dapesquisa/article/view/1808312914242019068. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos