Perfil aromático de vinhos ‘Canaiolo Nero’ em regiões de altitude de Santa Catarina

Autores

  • André Luiz Kulkamp de Souza Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/ Estação Experimental de Videira
  • Edson Luiz de Souza Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, Videira, SC, Brasil.
  • Stefany Grutzmann Arcari Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC, Campus São Miguel do Oeste, São Miguel do Oeste, SC, Brasil.
  • Alberto Fontanella Brighenti Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina, EPAGRI, Estação Experimental de São Joaquim-SC
  • Duilio Porro
  • Marco Stefanini
  • Vinicius Caliari Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

DOI:

https://doi.org/10.5965/223811711732018344

Palavras-chave:

Vitis vinífera, valor de odor ativo, cromatografia, limite, compostos voláteis

Resumo

As regiões de altitude elevada são uma nova fronteira para a produção de vinhos finos no Sul do Brasil (27º12'24" S, 51º06'96" W, 1211 m de altitude) por apresentar características enológicas diferenciadas com uma boa adaptação de algumas variedades, entre elas Canaiolo Nero. Para caracterizar os vinhos desta região, durante as colheitas 2012 e 2014 foram determinados os compostos voláteis por meio da técnica de MHS-SPME-GC-MS. As uvas foram colhidas, as amostras analisadas em triplicada e a identificação positiva dos voláteis foi realizada comparando o espectro de massa e o índice de retenção experimentalmente obtidos com os espectros de referência e os índices de retenção disponíveis na literatura. Para a avaliação quantitativa foram utilizadas quatro extrações consecutivas, para evitar o efeito da matriz e o valor da atividade do odor foi calculado a partir do limiar de percepção para cada composto avaliado. Os sólidos solúveis médios foram 21,55° Brix e acidez total de 81,0 meq L-1; o peso médio dos cachos foi de 176 g e a produtividade de 2,2 toneladas por hectare (espaldeira - 1,5 m x 3,0 m). Um total de 31 voláteis foram identificados e quantificados nas amostras analisadas. Os principais componentes foram os ésteres álcool 2-feniletanol (38,364 μg L-1), succinato de dietilo (6,357 μg L-1) e acetato de etilo (2,005 μg L-1); e o composto da classe C6, 1-hexanol (3,2 μg L-1). Os valores da atividade do odor mostraram os compostos de maior contribuição para o aroma dos vinhos analisados, destacando o isovalerato de etila (OAV 394,38), o hexanoato de etila (OAV 9,22), o isobutanoato de etila e cinamato de etila (OAV 8,62) (OAV 5,59), β-damascenona ( OAV 2,44), ácido hexanóico (OAV 4,03), ácido octanóico (OAV 3,64) e acetato de isoamila (OAV 3,01). Estes resultados mostraram o caráter aromático de vinhos da variedade Canaiolo Nero produzidos em Santa Catarina, especialmente aromas frutados de maçã, maçã verde, morango, ameixa e banana; e aroma floral de violeta e rosas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Luiz Kulkamp de Souza, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/ Estação Experimental de Videira

Engenheiro Agrônomo, Dr.
Pesquisador em fitotecnia de frutíferas de clima temperado

Estação Experimental da Epagri de Videira-SC

Edson Luiz de Souza, Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, Videira, SC, Brasil.

Professor

Stefany Grutzmann Arcari, Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC, Campus São Miguel do Oeste, São Miguel do Oeste, SC, Brasil.

Professora

Alberto Fontanella Brighenti, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina, EPAGRI, Estação Experimental de São Joaquim-SC

Pesquisador

Duilio Porro

Pesquisador.

Edmund Mach Foundation, E. Mach St., 1, 38010, San Michele all’Adige, TN, Italia.

Marco Stefanini

Pesquisador

Edmund Mach Foundation, E. Mach St., 1, 38010, San Michele all’Adige, TN, Itália.

Referências

ANDUJAR-ORTIZ I et al. 2009. Analytical performance of three commonly used extraction methods for the gas chromatography-mass spectrometry analysis of wine volatile compounds. Journal of Chromatography A 1216: 7351-7357.

ANTALICK G et al. 2014. Esters in wines: New insight through the establishment of a database of French wines. American Journal of Enology and Viticulture 65: 293-304.

BANDINELLI R et al. 2012. Storia e ampelografia del territorio del Chianti Rufina/History and Ampelography of the Chianti Rufina Region. All’Insegna del Giglio. 28p.

BARROS EP et al. 2012. Development and validation of automatic HS-SPME with a gas chromatography-ion trap/mass spectrometry method for analysis of volatiles in wines. Talanta 101: 177-186.

COSTA R et al. 2013. Multiple headspace-solid-phase microextraction: An application to quantification of mushroom volatiles. Analytica Chimica Acta 770: 1-6.

GAMBETTA JM et al. 2014. Factors influencing the aroma composition of Chardonnay wines. Journal of Agricultural and Food Chemistry 62: 6512-6534.

JIANG B et al. 2013. Comparision on aroma compounds in Cabernet Sauvignon and Merlot wines from four wine grape-growing regions in China. Food Research International 51: 482-489.

LIU J et al. 2015. Instrumental and sensory characterization of Solaris white wines in Denmark. Food Chemistry 166: 133-142.

NOGUEROL-PATO R et al. 2009. Quantitative determination and characterization of the main odourants of Mencia monovarietal red wines. Food Chemistry 117: 473-484.

OIV. 2011. ORGANISATION INTERNATIONALE DE LA VIGNE ET DU VIN. Recueil des methods internationals d'analyse des vins et des mouts, edition 2011. 8th Assemblée Générale, Paris.

PEREIRA V et al. 2014. Volatile profile of Madeira wines submitted to traditional accelerated ageing. Food Chemistry 162: 122-134.

PERESTRELO R et al. 2006. Analytical characterization of the aroma of Tinta Negra Mole red wine: Identification of the main odorants compounds. Analytica Chimica Acta 563: 154-164.

PETROPULOS VI et al. 2014. Study of the influence of maceration time and oenological practices on the aroma profile of Vranec wines. Food Chemistry 165: 506-514.

PORRO D & STEFANINI M. 2016. Tecnologias para o desenvolvimento da viticultura de Santa Catarina. Provincia Autonoma di Trento e Foundazione Edmund Mach. Trento. p.143.

POZO-BAYÓN MA & REINECCIUS G. 2009. Interactions between wine matrix macro-components and aroma compounds. In: MORENO-ARRIBAS MV & POLO MC. (Eds.). Wine chemistry and biotechnology. Springer Life Sciences. New York. p. 417-436.

REVI M. et al. 2014. Effect of packaging material on enological parameters and volatile compounds of dry white wine. Food Chemistry 152: 331-339.

ROBINSON AL et al. 2009. Interactions between wine volatile compounds and grape and wine matrix components influence aroma compound headspace partitioning. Journal of Agricultural and Food Chemistry 57: 10313-10322.

ROBINSON AL et al. 2014. Origins of grape and wine aroma. Part 1. Chemical Components and Viticultural Impacts. American Journal of Enology and Viticulture 65: 1-24.

ZAPATA J et al. 2012. Automated and quantitative headspace in-tube extraction for the accurate determination of highy volatile compounds from wines and beers. Journal of Chromatography A 1230: 1-7.

Downloads

Publicado

2018-09-26

Como Citar

SOUZA, André Luiz Kulkamp de; SOUZA, Edson Luiz de; ARCARI, Stefany Grutzmann; BRIGHENTI, Alberto Fontanella; PORRO, Duilio; STEFANINI, Marco; CALIARI, Vinicius. Perfil aromático de vinhos ‘Canaiolo Nero’ em regiões de altitude de Santa Catarina. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 17, n. 3, p. 344–350, 2018. DOI: 10.5965/223811711732018344. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/10295. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa - Ciência de Plantas e Produtos Derivados

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>